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TEOLOGIA MORAL Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou. Deus os abençoou e lhes disse: “Sede.

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1 TEOLOGIA MORAL Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou. Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a”. Gn 1,27-28

2 Teologia Moral o que é? É um assunto que toca diretamente a nossa vida. Moral tem a ver com os costumes, os comportamentos, as regras que organizam a nossa vida. Assim, a Moral busca dar uma direção clara à vida, traça ideais inspiradores, apresenta os caminhos necessários e/ou possíveis para a felicidade do ser humano. A Moral é essencialmente prática.

3 Teologia o que é? Quando falamos em Teologia, estamos tratando de Deus (=Théos, em grego) através da nossa fala, de nosso discurso (= logia) organizado. Estamos falando de um encontro do ser humano com Deus, ser humano este que interpreta a sua vida e a realidade toda à luz de Deus. Este encontro só é possível na fé. Sem a experiência da fé, nossa fala vira tagarelice vazia e inútil.

4 A Teologia Moral é a parte da Teologia que, à luz da fé em Deus e da fé vivida e celebrada nas nossas comunidades (Igreja), busca apontar o caminho prático de amor e felicidade para o ser humano. Com isto, quer abrir o caminho para a realização plena das pessoas e da sociedade. O nosso jeito de realizar isso é o de Jesus Cristo que veio pregar a Boa-Nova do Reino de Deus.

5 “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância.” Jo 10,10
JESUS O BOM PASTOR “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância.” Jo 10,10

6 O agir moral vem a ser a conjugação, às vezes tensa, outras vezes serena, do divino e do humano, a exemplo de Jesus Cristo. O sentido profundo do humano, nós o encontramos na medida em que o ser humano se coloca na esfera do Divino.

7 RESGATE DOS GRANDES REFERENCIAIS
Ethos Ética Moral Alteridade

8 ETHOS A palavra ethos vem do grego e conforme é escrita significa “costume”, “caráter”. Pode tanto significar “residência”, “lugar onde se vive” quanto apontar para o nosso mode de ser no mundo ou “caráter”

9 MORAL A palavra moral vem do latim mos- mores e designa os costumes, o comportamento ou as regras que regem nossa vida. Quando nos esquecemos de nosso ethos, perdemos nossas raízes, e facilmente engolimos “enlatados” de fora, esquecendo-nos da riqueza que temos como povo, a riqueza que vem de nossas raízes.

10 ÉTICA É uma palavra que vem do ethos.
Designa os costumes, o comportamento, as regras. Historicamente no Ocidente cristão, a palavra moral ganhou conotação religiosa e a ética por causa dos filósofos, foi tomando conotação de moral não-religiosa.

11 ALTERIDADE Alter = outro.
Supomos um diálogo em o “eu” e o “tu”, entre o “si-mesmo” e o “diverso de si” (o “outro”). Este encontro sensível com o “outro” nos leva a criar o espaço para que o “tu” também “seja” e “exista” no diferente/diverso/distinto que ele é.

12 MORAL É... O conjunto das normas que têm como objetivo a perseverança dos homens na justiça. É a forma pela qual os homens se tornam crescentemente santos e justos pelas obras; ou seja, o progresso espiritual sob a graça - a cooperação do homem com a vontade e com a obra divina.

13 OS MANDAMENTOS – Ex 20,1-17 ANTIGA ALIANÇA MOISÉS

14 1º mandamento – “amar a Deus sobre todas as coisas” - Proibição de servir a outros deuses.
2º mandamento – “Não falar o nome de Deus em vão” - Proibição de usar o nome do Deus libertador para acobertar injustiça e opressão.

15 3º mandamento – “guardar e santificar o sábado” - Proibição de explorar o trabalho do irmão, tornando-o escravo. 4º mandamento – “Honrar pai e mãe” - Mostra que a honra é devida em primeiro lugar aos pais e não aos poderes do Estado ou de qualquer outra autoridade.

16 5º mandamento – “ Não matar” - É o mandamento central
5º mandamento – “ Não matar” - É o mandamento central. Não proíbe apenas atentar contra a vida do outro; condena também qualquer sistema social que, pela opressão e exploração, reduz o povo a uma condição sub-humana, levando-o à morte prematura.

17 6º mandamento – “Não cometer adultério” – O mandamento não se refere propriamente à castidade e à vida sexual, mas ao respeito pela relação matrimonial: não só é preciso respeitar a própria família, mas respeitar também a família do outro; o adultério destrói a relação familiar.

18 7º mandamento – “Não roubar” – Não se trata apenas de atos isolados de roubos entre pessoas; o mandamento condena qualquer sistema social que se estrutura a partir do roubo (= lucro), seja o roubo da força de trabalho (salário mal pago), seja do produto do trabalho (impossibilidade de usufruir do fruto do próprio trabalho), seja ainda do direito ao descanso (lazer).  

19 8º mandamento – “Não apresentar falso testemunho” – Não se trata apenas de falar mal dos outros. O mandamento condena a corrupção na administração da justiça, pois este é o único recurso para os pobres e fracos reivindicarem e defenderem seus direitos contra os ricos e poderosos.

20 9º e 10º - mandamento – “Não cobiçar as coisas alheias” – Proíbem a cobiça em todos os níveis e formas. Condenam qualquer sistema social que tenha como única meta o ter mais, incentivando espertezas e tramas para se apoderar do que pertence a outros.

21 NOVA ALIANÇA – JESUS CRISTO
Um novo mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.” (Mt  22, 34-40)

22 A IGREJA E A DOUTRINA SOCIAL
A Igreja com a autoridade e o poder a ela confiados por Cristo, aprofunda essa doutrina moral em diversos aspectos. Como, por exemplo , na questão da pobreza que atinge milhões de pessoas, nos problemas específicos da mulher , dos idosos, dos doentes , dos indígenas, dos jovens e assim sucessivamente.

23 Os católicos portanto , devem rejeitar o relativismo moral e também a chamada ' moral da situação '; porque efetivamente a sua doutrina possui verdades morais absolutas, dogmáticas, que não estão ao sabor dos modismos que dominam as sociedades, em cada contexto histórico.

24 A IGREJA REJEITA O aborto, a eutanásia, o uso de métodos contraceptivos, a clonagem humana, o genocídio, a guerra justa, a pena de morte, a união civil homossexual. São temas bastante atuais que ocupam posição central nas análises da teologia moral.

25 A Igreja afirma o seu direito perante o poder civil e o seu dever inalienável, de levar a Boa Nova a todos os homens, e o dever dos homens de perseguir a verdade e de abraçá-la quando a encontrarem.

26 DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
A encíclica "Rerum Novarum" de Leão XIII, serve de parâmentro para todas as demais encíclicas chamadas "sociais".

27 DEPOIS DO VATICANO II A Igreja se empenha em um compromisso mais criativo de transformação das estruturas da sociedade. Dois são os desafios que enfrenta a Igreja nesse período pós-conciliar: a secularização e a pobreza.

28 CARACTERÍSTICA DA DSI 1ª. São documentos históricos, que respondem a situações bem concretas. 2ª. Conteúdo ético, sem querer propor técnicas. É um apelo à conversão. 3ª. Usa disciplinas diferentes da Teologia. O Magistério não faz afirmações dogmáticas, mas fala com autoridade. 4ª. Deve ser colocada em prática com a sensibilidade em relação aos pobres.

29 OS GRANDES PRINCÍPIOS 1- A dignidade inalienável da pessoa humana,
2 — A primazia do bem comum. 3- A primazia da destinação universal dos bens sobre a apropriação individual 4 — A primazia do trabalho sobre o capital. 5- O princípio da subsidiariedade. 6 — O princípio da solidariedade.

30 BENTO XVI - DOUTRINA SOCIAL
Bento XVI recolhe a acusação marxista contra as atividades caritativas da Igreja: “Os pobres não têm necessidade de obras de caridade, mas de justiça”. À Igreja cabe formar a consciência das pessoas e praticar a caridade. Mesmo na sociedade mais justa, “sempre haverá sofrimento que necessita de consolação e ajuda” (Deus caritas est, n. 28).

31 MISSÃO DA IGREJA E DOUTRINA SOCIAL
Evangelização e Doutrina Social A Igreja, participando das alegrias e esperanças, das angústias e das tristezas dos homens, é solidária com todo homem e com toda mulher, de todo lugar e de todo tempo, e leva- lhes a Boa Nova do Reino de Deus, que com Jesus Cristo veio e vem em meio a eles (GS).

32 A Igreja é, o sacramento do amor de Deus e, por isso mesmo, da esperança maior, que ativa e sustém todo autêntico projeto e empenho de libertação e promoção humana (Ap 21,3).

33 A QUEM DESTINA A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
Ao homem e a mulher a Igreja se dirige com a sua doutrina social. “Perita em humanidade”, a igreja é apta a compreendê-lo na sua vocação e nas suas aspirações, nos seus limites e nos seus apuros, nos seus direitos e nas suas tarefas, e a ter para ele uma palavra de vida que ressoe nas mudanças históricas e sociais da existência humana.

34 A Igreja com sua doutrina social assume a tarefa de anúncio que o Senhor lhe confiou. Ela atualiza no curso da história a mensagem de libertação e de redenção de Cristo, o Evangelho do Reino.

35 DOUTRINA SOCIAL PARTE INTEGRANTE DA EVANGELIZAÇÃO
A doutrina social é parte integrante do ministério de evangelização da Igreja. Entre evangelização e promoção humana há laços profundos:

36 “Laços de ordem antropológica, dado que o homem que há de ser evangelizado não é um ser abstrato, mas é sim um ser condicionado pelo conjunto de problemas sociais e econômicos;

37 laços de ordem teológica, porque não se pode nunca dissociar o plano da criação do plano da Redenção, um e outro a abrangerem as situações bem concretas da injustiça que há de ser combatida e da justiça a ser restaurada;

38 laços de ordem evangélica, a ordem da caridade: como se poderia proclamar o mandamento novo, sem promover na justiça e na paz o verdadeiro e autêntico progresso do homem?

39 IGREJA MESTRA DAS VERDADES DE FÉ
A Igreja tem o direito de ser para o homem mestra de verdades da fé: da verdade não só do dogma, mas também da moral que brota da própria natureza humana e do Evangelho. A palavra do Evangelho, não deve somente ser ouvida, mas também posta em prática (Mt 7,24; Lc 6,46-47; Jo 14, ; Tg 1,22).

40 TRÊS NÍVEIS DE REFLEXÃO
o nível fundante das motivações; o diretivo das normas do viver social; o deliberativo das consciências, chamadas a mediar as normas subjetivas e gerais nas situações sociais concretas e particulares.

41 IGREJA SUJEITO DA DOUTRINA
A doutrina social é da Igreja porque a Igreja é o sujeito que a elabora, difunde e ensina. Toda a comunidade eclesial – sacerdotes, religiosos e leigos – concorre para constituir a doutrina social, segundo a diversidade, no seu interior, de tarefas, carismas e ministérios.

42 MAGISTÉRIO DO PAPA O Magistério universal do Papa, é integrado pelo Magistério episcopal, que especifica, traduz e atualiza o seu ensino na concretude e peculiaridade das múltiplas e diferentes situações locais. Essa integração exprime de fato a colegialidade dos Pastores unidos ao Papa no ensinamento social da Igreja.

43 A doutrina social, com efeito, não oferece somente significados, valores e critérios de juízo, mas também as normas e as diretrizes de ação que daí decorrem. Com a doutrina social, a Igreja não persegue fins de estruturação e organização da sociedade, mas de cobrança, orientação e formação das consciências.

44 COMUNIDADE PRIMEIRA DESTINATÁRIA DA DOUTRINA
A primeira destinatária da doutrina social é a comunidade eclesial em todos os seus membros, porque todos têm responsabilidades sociais a assumir.

45 A DOUTRINA SE DESTINA A TODO CRISTÃO
Nas tarefas de evangelização, a saber, de ensinamento, de catequese e de formação, que a doutrina social da Igreja suscita, essa é destinada a todo cristão, segundo as competências, os carismas, os ofícios e a missão de anúncio próprios de cada um.

46 DESTINAÇÃO UNIVERSAL DA DOUTRINA
A doutrina social tem também uma destinação universal. A luz do Evangelho, que a doutrina social reflete sobre a sociedade, ilumina todos os homens, e cada consciência e inteligência se torna apta a colher a profundidade humana dos significados e dos valores por ela expressos, bem como a carga de humanidade e de humanização das suas normas de ação.

47 DOUTRINA SOCIAL NO NOSSO TEMPO – ACENOS HISTÓRICOS
LEÃO XIII Suas raízes: nas Sagradas Escrituras; na doutrina dos Padres da Igreja e dos grandes Doutores da Idade Média. A primeira manifestação por escrito do Magistério é a partir de Leão XIII (1891) com a Encíclica Rerum novarum (Das coisas novas – A questão operária.

48 Os eventos de natureza econômica que se deram no séc
Os eventos de natureza econômica que se deram no séc. XIX tiveram conseqüências sociais, políticas e culturais angustiantes. A questão operária é explorada em todas as suas articulações sociais e políticas, para ser adequadamente avaliada à luz dos princípios doutrinais baseados na Revelação, na lei e na moral natural.

49 A “Rerum novarum” – enumera os erros que provocam o mal social, exclui o socialismo como remédio e expõe, precisando-a e atualizando-a, “a doutrina católica acerca do trabalho, do direito de propriedade, do princípio de colaboração contraposto à luta de classe como meio fundamental para a mudança social, sobre o direito dos fracos, sobre a dignidade dos pobres e sobre as obrigações dos ricos, sobre o aperfeiçoamento da justiça mediante a caridade, sobre o direito a ter associações profissionais”.

50 O tema central instauração de uma ordem social justa, em vista do qual é necessário especificar critérios de juízo que ajudem a avaliar os ordenamentos sociopolíticos existentes e formular linhas de ação para uma sua oportuna transformação.

51 PIO XI Após a grave crise econômica de (queda da bolsa de N.Y), o Papa Pio XI, publica a Encíclica “Quadragésimo anno” (1931), 40 anos da RN. Adverte: falta de respeito à liberdade de associação e reafirma os princípios de solidariedade e de colaboração para superar os paradoxos sociais. As relações entre capital e trabalho devem dar-se sob a forma da colaboração.

52 Reafirma o princípio de que o salário deve ser proporcionado não só às necessidades do trabalhador, mas também às de sua família. O Estado, nas relações com o setor privado, deve aplicar o princípio de subsidiariedade. “Pio XI sentiu o dever e a responsabilidade de promover um maior conhecimento, uma mais exata interpretação e uma urgente aplicação da lei moral reguladora das relações humanas..., para superar o conflito de classes e estabelecer uma nova ordem social baseada na justiça e na caridade”.

53 Pio XI foi contra os regimes totalitários (Nazismo e fascismo) que durante o seu pontificado se afirmaram na Europa. Em 1938, perante a difusão do anti- semitismo, Pio XI afirmou: “Somos espiritualmente semitas”. Com a Carta encíclica “Divini Redemptoris”, sobre o comunismo ateu e sobre a doutrina social cristã (19 de março de 1937), Pio XI criticou de modo sistemático o comunismo, definido como “intrinsecamente perverso”.

54 PIO XII As Radiomensagens natalinas de Pio XII, juntamente com outros importantes pronunciamentos em matéria social, aprofundam a reflexão do magistério sobre uma nova ordem social, governada pela moral e pelo direito e fundada na justiça e na paz. Durante o seu pontificado ( ), Pio XII atravessou os anos terríveis da Segunda Guerra Mundial e os tempos difíceis da reconstrução.

55 Características fundamentais de seus pronunciamentos: conexão entre moral e direito. O Papa insiste sobre a noção de direito natural, como alma de um ordenamento social concretamente operante quer no plano nacional quer no plano internacional. Aspecto importante de seus ensinamentos foi a atenção dada às categorias profissionais e empresariais, chamadas a concorrer em plena consciência para a realização do bem comum: “Pela sua sensibilidade e inteligência em detectar os “sinais dos tempos”, Pio XII pode considerar-se o precursor do Concílio Vaticano II e do ensinamento social dos Papas que lhe sucederam”.

56 JOÃO XXIII Os anos Sessenta abrem horizontes promissores: o reinício após as devastações da guerra, a descolonização da África, os primeiros tímidos sinais de um desgelo nas relações entre os dois blocos, americano e soviético. O beato João XXIII lê em profundidade estes “sinais dos tempos”. As desigualdades, antes advertidas no interior das nações, aparecem no âmbito internacional e fazem emergir cada vez mais a situação dramática em que se encontra o Terceiro Mundo.

57 Na sua Encíclica “Mater et Magistra” (Mãe e Mestra) 1961, pretende atualizar os documentos já conhecidos e avançar no sentido de comprometer toda a comunidade cristã. As palavras-chave da encíclica são comunidade e socialização. Com a Encíclica “Pacem in terris” (A paz entre os povos) 1963, João XXIII numa época marcada pela proliferação nuclear ele põe em realce o tema da paz.

58 A “Pacem in terris” se detém sobre os poderes públicos da comunidade mundial, chamados a “enfrentar e resolver os problemas de conteúdo econômico, social, político ou cultural...da alçada do bem comum universal”. A constituição pastoral “Gaudium et spes” 1965, do C.Vat. II, constitui uma significativa resposta da Igreja às experiências do mundo contemporâneo. Em sintonia com a renovação eclesiológica, se reflete numa nova concepção de ser comunidade dos crentes e povo de Deus.

59 A GS traça o rosto de uma Igreja “verdadeiramente solidária com o gênero humano e com a sua história”, A GS aborda organicamente os temas da cultura, da vida econômico-social, do matrimônio e da família, da comunidade política, da paz e da comunidade dos povos, à luz da visão antropológica cristã e da missão da Igreja. Pela primeira vez o Magistério solene da Igreja, se exprime tão amplamente acerca dos diversos aspectos temporais da vida cristã.

60 A declaração “Dignitatis humanae” do Vat
A declaração “Dignitatis humanae” do Vat. II (1965), proclama o direito à liberdade religiosa. Ele afirma que o direito à liberdade religiosa tem o seu fundamento na dignidade da pessoa humana, e que ele deve ser reconhecido e sancionado como direito civil no ordenamento jurídico da sociedade.

61 PAULO VI Em 1967, Paulo VI na Encíclica “Populorum progressio proclama “O desenvolvimento é o novo nome da paz”, Em 1967, instituiu a Pontifícia Comissão “Iustitia et Pax”. No início dos anos setenta, num clima turbulento de contestação fortemente ideológica, Paulo VI retoma a mensagem social de Leão XIII e a atualiza, com a Carta Apostólica “Octogésima adveniens” (1971).

62 JOÃO PAULO II Em 1981, Noventa anos depois da RN João Paulo II dedica a Encíclica “Laborem exercens” ao trabalho. A “Laborem exercens” delineia uma espiritualidade e uma ética do trabalho, no contexto de uma profunda reflexão teológica e filosófica.

63 Com a Encíclica “Sollicitudo rei socialis” (1987), João Paulo II comemora o vigésimo aniversário da “Populorum progressio” e aborda novamente o tema do desenvolvimento, para sublinhar dois dados fundamentais: Por um lado, a situação dramática do mundo contemporâneo, sob o aspecto do desenvolvimento que falta no Terceiro Mundo, e por outro lado, o sentido, as condições e as exigências dum desenvolvimento não pode limitar-se à multiplicação dos bens e dos serviços, isto é, àquilo que se possui, mas deve contribuir para a plenitude do “ser” do homem.

64 No centésimo aniversário da RN (1991), João Paulo II promulgou a sua 3ª encíclica social, “Centesimus annus”. Retomando um dos princípios basilares da concepção cristã da organização social e política, que fora o tema central da RN. Leão XIII – “caridade social” Paulo VI “civilização do amor”

65 PARA MOTIVAR A REFLEXÃO
Qual o alcance da doutrina social em nossas comunidades? Temos consciência e aceitamos todos os ensinamentos de nossa Igreja?

66 SEXUALIDADE

67 A SEXUALIDADE HUMANA Nas últimas décadas, tornou-se comum dizer que passamos por uma “revolução” na compreensão e nos comportamentos próprios à sexualidade. As ciências humanas contribuíram muito para as transformações havidas; a psicanálise de maneira especial.

68 MUDANÇAS DE CONTRIBUÍRAM
urbanização Industrialização Os meios de comunicação social, como o rádio, as revistas, os jornais e, em especial, a televisão, têm hoje uma incidência direta nos comportamentos humanos e por vezes “ditam” a sua compreensão.

69 A sexualidade constitui-se, por um lado, numa base indispensável para a realização do ser humano;
por outro lado, carrega traços que nos lembram bloqueios, repressões, medo do corpo, dificuldade em expressar a afetividade, receio de tratar a sexualidade. Ao lado de um anseio grande de liberdade e plenitude, ela pode se perder na alienação e no individualismo egoísta.

70 A sexualidade é entendida em camadas:
consciente, sobre a qual facilmente falamos. um pouco mais submersa, nós temos consciência dela mas não costumamos falar. e a mais profunda está no inconsciente; mesmo não tendo consciência dela está muito presente em nós e age sobre nosso modo de ser e, portanto, nos nossos comportamentos. Tudo o que vivemos na esfera emocional e afetiva atinge todas as camadas

71 A problemática no contexto atual
A revolução sexual – As incríveis mudanças de hoje no que diz respeito à sexualidade nos atingem nos níveis tanto pessoal quanto social. fatores ideológicos, sobretudo ligados à compreensão do “indivíduo” na modernidade;

72 2- descobertas, científicas e tecnológicas, que estão trazendo luzes novas para a compreensão dos aspectos físicos e biológicos da sexualidade; 3- mudanças do tecido social, vindas da revolução industrial e da urbanização.

73 Em busca de fundamentos sólidos
Hoje, mais do que nunca, é indispensável resgatar o dinamismo da sexualidade numa visão abrangente, descobrir o seu potencial no desenvolvimento harmônico da personalidade humana e considerar os dados da pesquisa científica contemporânea.

74 A moral sexual cristã é devedora, inicialmente, do confronto entre as culturas semita (lugar da experiência bíblica) e helênica (dos gregos). O ser humano, para a cultura semita, é uma totalidade unitária. Para falar do ser humano, a Bíblia usa palavras como basar (carne, corpo), nefesh (vida) e ruah (espírito).

75 Na compreensão helênica (grega), mais precisamente neoplatônica, o ser humano se compõe de matéria e espírito (base de uma visão dualista). Um é a sede do mal e o outro do bem. O corpo faz parte da matéria; por isso, aparece como o lugar das paixões e dos vícios; nele se encontra tudo o que há de negativo, de tal forma que acaba aprisionando a própria alma (de natureza espiritual).

76 Com isso, o dualismo neoplatônico acabou se infiltrando no cristianismo. Prevaleceu uma visão predominantemente negativa com relação ao mundo, ao humano e, conseqüentemente, ao corpo e à sexualidade. A visão da moral cristã assumiu uma perspectiva pessimista ante a sexualidade, chegando à repressão das relações até dentro do casamento. A moral passou a assumir uma função mais fiscalizadora, tendo a função de estabelecer a punição e a expiação (manuais e sumas de confessores).

77 Por uma compreensão integral
O dualismo tende hoje a ser superado progressivamente. O doc. Sexualidade Humana, do Conselho Pontifício para a família, enfatiza com clareza: “O ser humano é chamado ao amor e ao dom de si na sua unidade corpórea-espiritual. Feminilidade e masculinidade são dons complementares, pelo que a sexualidade humana é parte integrante da capacidade concreta de amor que Deus inscreveu no homem e na mulher” (n° 10).

78 “A sexualidade humana é, portanto, um Bem: parte daquele dom criado que Deus viu ser ‘muito bom’ quando criou a pessoa humana à sua imagem e semelhança e ‘homem e mulher os criou’ (Gn 1,27)” (n°11).

79 Valores a serem promovidos
Uma tarefa permanente: O desenvolvimento harmonioso das qualidades humanas (físicas, morais, intelectuais etc.) é um processo gradual e permanente. O diálogo com o(a) outro(a): Enquanto seres sexuados, nós somos chamados a viver a reciprocidade, num diálogo profundo com o(a) outro(a), superando toda forma de fechamento em si mesmo, ou mesmo de exploração e dominação do(a) outro(a).

80 Relacionamento autêntico
Fidelidade Sem esconde-esconde Promoção da vida Prazer, alegria e compromisso Uma educação que leve em conta a totalidade da pessoa O amor que se faz doação

81 Considerações sobre algumas realidades específicas
O corpo – Uma concepção cristã da sexualidade reconhece o corpo um lugar com funções especiais. As relações pré-matrimoniais – As relações íntimas encontram no matrimônio o seu devido lugar, pois é nele que se verifica o nexo entre o unitivo e o procriativo.

82 A masturbação – Mesmo sendo uma prática antiga, sabemos que o clima erotizante de nossos dias contribui para aumentar a sua incidência.

83 O homossexualismo Este é mais um desses problemas antigos, que recebe um enfoque novo. Estudos recentes mostram que não existe um só tipo de homossexualidade; há os que indicam ser todo o ser humano portador de alguma pulsão homossexual, sem que isto represente logo atos, tendência ou comportamentos. O catecismo pede que sejam acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza ( ) 

84 AS DOZE LEIS DA VIDA Escolhe pois a Vida (Dt 30,19)
A Campanha da Fraternidade nos leva a refletir sobre a lei da vida, ou seja, a lei do amor que se desdobra em 12 aspectos: A lei do pensamento. Somos o que pensamos. Pela inteligência protegemos e desenvolvemos a vida. Deus nos fez seus co-criadores, Deus cria criadores. A reta razão é lei da vida porque somos a imagem e semelhança de Deus.

85 A lei da mudança. Tudo cresce, se transforma, evolui e caminha para uma meta. Aceitar o novo, superar o tradicional e o fanatismo, vencer o medo do fracasso, ter criatividade é lei da vida. A lei da consciência. É a lei do dever, da responsabilidade, do respeito pelo outro. A consciência nos dá metas, expectativas, propósitos, visão. A consciência nos livra da corrupção e da mentira.

86 A lei da afirmação. É ser positivo, ter confiança, buscar solução, enfrentar situações difíceis, olhar para frente. Precisamos ser proativos, entusiasmados, esperançosos. A lei da atração. É a força da positividade, da esperança, do futuro. O que está na meta e no coração se torna realidade. Abandonemos os medos, pessimismos e preocupações. Façamos o bem e atrairemos bênçãos.

87 A lei da disciplina. É o auto-controle, a renúncia, o auto-domínio
A lei da disciplina. É o auto-controle, a renúncia, o auto-domínio. A disciplina nos leva superar os sabotadores da vida que são as indecisões, a rotina, a dúvida, o isolamento, a apatia, a arrogância. A lei da ação. Buscar soluções, abandonar murmurações cumprir as promessas, realizar sonhos, aceitar mudar, perseguir metas. Dar testemunho de vida, ter coerência, praticar o que ensinamos.

88 A lei do valor. Os valores geram motivações, conferem sentido à vida, criam ideais. A saúde, a família, as amizades, o trabalho e a fé em Deus são valores inegociáveis. A lei da comunicação. Nossos relacionamentos básicos são: com Deus, com os outros, com a natureza e conosco mesmos. Filhos de Deus, irmãos dos outros, cuidadosos da natureza e amigos de nós mesmos são atitudes que trazem a vida.

89 A lei da oportunidade. O tempo, as chances, as ocasiões, as surpresas nos dão oportunidades, abrem portas, oferecem possibilidades. Deus não está só nas leis. Ele está também nas situações. Eu sou eu e minhas circunstâncias. Deus nos dá oportunidades. A lei da persistência. É a coragem, a paciência, a perseverança, a fortaleza. Não desistir, não olhar para traz, nada é impossível para quem crê. A lei da persistência ensina a recomeçar. Não perder a utopia, a meta.

90 A lei da Verdade. A verdade é o amor e o bem
A lei da Verdade. A verdade é o amor e o bem. A verdade nos faz fortes, confiantes e livres. A busca da verdade nos torna peregrinos na busca do bem e da vida. Sem a verdade a vida é impossível. Dom Orlando Brandes Arcebispo de Londrina

91 O BEM APARENTE A Bíblia nos aconselha a sermos ”zelosos no bem” (1Pd 3,13) a não “cansar de fazer o bem”. Lembra o apóstolo João que quem “pratica o bem ressuscita para a vida eterna” (Jo 5,29)

92 PECADO

93 Leva a desumanização Pecado pessoal – situado no contexto do mal Pecado de raiz – denominado pecado original Pecado pessoal – também no contexto do pecado socioestrutural Nos últimos 50 anos – foram conseguidas conquistas significativas na compreensão do pecado. Pecado como expressão da alienação humana Pecado como processo, e não como simples ato Pecado como des-graça desumanizante

94 Dificuldade da teologia: definir e compreender – pecado
Mal e pecado de origem se colocam na linha do mistério Pecado – mistério da iniqüidade: anjos ou demônios

95 CERCADOS DE MALES POR TODOS OS LADOS
Males de caráter cósmico – terremotos, maremotos, furacões, etc. Males de caráter físico – revelam a precariedade e as limitações da condição humana Males de caráter psíquico – revelam limitações e dores escondidas (mas reais) Males de caráter moral – revelam a capacidade dos seres humanos não só de praticarem a maldade, mas de serem tomados pelo mal, de tal forma que perdem a verdadeira consciência.

96 Perguntas que nos inquietam:
De onde vem a maldade humana? Por que se fazem guerras, maquiavelicamente denominadas de preventivas, que matam e mutilam milhares de pessoas? Por que, no dizer de Jesus, os que oprimem se autodenominam de benfeitores? Por que se investe tanto para suprir necessidades artificialmente criadas, e se fica insensível diante da miséria de bilhões de seres humanos? Por que as calúnias, os adultérios, os roubos?

97 Os pecados são inúmeros, e, ao que tudo indica, os piores nem sequer são reconhecidos como tais, e muito menos confessados. Muitas vezes os maiores pecados são praticados em nome de Deus e do bem. Disse Jesus: “tempos virão em que os que vos perseguirem e caluniarem julgarão estar praticando o bem” Tivemos ao longo da história várias teorias sobre o mal, mas todas elas de cunho dualista (corpo x alma).

98 Em nossos tempos surgem teorias de cunho mais dialético, uma liderada por Teilhard de Chardin, considera todas as formas de mal como decorrência lógica de um mundo em evolução. E a negatividade faz parte dessa evolução. Jean Kamps – coloca o mal como decorrência da criação (as criaturas apresentam uma bondade e uma perfeição próprias).

99 Deus fez bem todas as coisas, entretanto, no momento presente, o bem encontra-se como que velado.
O Catecismo reconhece “a experiência do mal e do sofrimento, das injustiças e da morte, parecem contradizer a Boa-Nova, podem abalar a fé e tornar-se para ela uma tentação” (n.309). O mal seria uma realidade intra-histórica, que não existia antes, nem existirá depois da humanidade.

100 A maior parte dos males é provocado pelos seres humanos, de maneira direta. Isto porque os seres humanos ou não conhecem ou não querem conhecer as regras do jogo e jogar de acordo com elas. As regras do jogo são claras: encontram-se nas DEZ PALAVRAS, e condensadas no amor a Deus e ao próximo. Fica uma pergunta fundamental: por que Deus confiou tamanho poder aos seres humanos?

101 Ninguém consegue ficar indiferente ao pecado.
O pecado nos remete à maneira como construímos nossa escala de valores, nossas regras de vida, com as suas proibições e a própria escala de prazer. Remete para o exame de nossa maturidade psicológica. Toca duas realidades de nossa vida, a saber, a sexualidade e a agressividade. O pecado tem igualmente a ver com a morte.

102 A problemática no contexto atual
Há no ar, em nossos dias, a sensação de uma perda de sentido do pecado. O Papa Pio XII, numa radiomensagem, em 26/10/1946, já alertava que “o grande pecado de hoje consiste nos homens terem perdido o sentido do pecado”.

103 Deslocamento de sentido
No passado A relação com o confessor fazia-se em meio a um ar de medo. Predominava uma concepção “coisificada” do pecado. O peso estava nos “atos” praticados. A concepção de pecado era “individualizada”. Tudo se passava no íntimo dos corações (provinham da sexualidade)Tínhamos uma visão de pecado mais legalista. Pecar era sobretudo desobedecer a uma lei (de Deus, da Igreja, da sociedade...)

104 Hoje Acentua-se mais uma relação de ajuda entre o penitente e o confessor. Hoje, mesmo que os atos continuam tendo a sua importância, não falamos mais em termos de “sujeira” e acentuamos a dimensão “relacional” (relação de amor). Esta visão excessivamente individual recebeu o acréscimo dos aspectos pessoais, comunitários e sociais. Prefere-se falar de pecado como “recusa” de seguir os apelos (chamado) de Cristo ou recusa de fazer parte da proposta da Aliança de Deus, fechando-se à graça de Deus.

105 Algumas causas O acento na dimensão social do ser humano.
O progresso da psicologia e o impacto da psicanálise. Era da globalização.

106 Caminhos abertos pela Moral Renovada e Libertadora
Verificamos que novas imagens de Deus foram introduzidas nas últimas décadas – Passou-se de um Deus Pai e legislador para a compreensão de um Deus da Aliança e de Jesus Cristo como alguém que nos faz uma proposta de vida. O lugar da cruz é compreendido como fidelidade e coerência de toda a vida de Jesus – A cruz abre as portas da redenção e libertação.

107 O tema da escatologia não se calca na ruptura entre este mundo e Deus, como se nos levasse a uma “fuga do mundo” para enfim chegar ao céu – Antes, engaja os cristãos no empenho de construir desde o momento presente o Reino de Deus, mesmo que sua plenitude só chegue na ressurreição, na qual será transfigurada esta nossa realidade. O face a face com o pobre, a escuta de sua lamentação e de seu grito por justiça, a sua organização em comunidades eclesiais de base e em movimento populares levaram também a re-situar a problemática do pecado, numa perspectiva mais social, apontando para as estruturas de pecado e enfatizando a conscientização e a libertação.

108 Visão bíblica do pecado
Na perspectiva histórico-salvífica, nós somos chamados à graça. Porém, nos descobrimos vítimas e agentes do pecado, de uma “recusa” à Aliança de Deus ou à proposta do Reino em Jesus Cristo.

109 O pecado: entre o pessoal e o social
A moral renovada fez toda uma revisão da apreciação teológica do pecado. Procurou aquelas colocações que fossem mais aptas para anunciar em nossos dias a realidade do pecado.

110 O pecado e a pessoa A moral renovada não se contenta com a visão de pecado como realidade isolada (o peso é a pessoa). Contribuiu para isso, a revalorização das fontes bíblicas e os contributos da antropologia moderna. Dizer que houve renovação não significa desligar-se de tudo o que existia antes. A síntese renovada tem portanto, uma ligação com a grande Tradição da Igreja. A renovação mexeu justamente lá onde estavam as grandes lacunas e os defeitos na compreensão do pecado (exageros do juridismo, o objetivismo, o individualismo e o atomismo)

111 Uma adequada apresentação teológico-pastoral do pecado coloca o acento nos seguintes aspectos:
Perspectiva personalista Dimensão eclesial Dimensão comunitário-social Valorização do diálogo

112 Colocando o peso na pessoa, a renovação enfatizou uma moral de atitudes, e, referindo-se às atitudes, chegou a delinear aquilo que chamou de Opção fundamental. A preocupação tem sido a busca de categorias mais globalizantes para entender o pecado, pois o ser humano não poderia ser entendido como dividido em compartimentos estanques. Há uma unidade pessoal do agente moral que deve ser preservada.

113 Ao falar em opção fundamental, a moral renovada quis apontar para aquela atitude básica que funda os centros de interesse e a escala própria de valores que norteiam a vida toda de uma pessoa. A opção fundamental é o núcleo central do ser humano que indica a sua orientação de vida. É como que a espinha dorsal, a linha condutora que se revela no conjunto da vida.

114 Na encíclica Veritatis Splendor, João Paulo II nos lembra que, “pela opção fundamental, o homem é capaz de orientar a sua vida e tender, com a ajuda da graça, para o seu fim, seguindo o apelo divino. Mas esta capacidade exercita-se, de fato, nas escolhas particulares de atos determinados...” (VS 67). A opção fundamental fez-nos repensar o pecado e a maneira de abordá-lo.

115 Na Verdade, a opção fundamental coloca- nos na perspectiva de nossa orientação para ou contra Deus. A plenitude da vida moral vai se realizando na medida em que o ser humano opta explicitamente para Deus, com todo o seu ser e em toda a sua vida. O Catecismo define o pecado em geral como “uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro, para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens” (1849 a 1864 e Reconciliatio et Paeniotentia 14 a 18).

116 O pecado social João Paulo II afirma, pecado é como que uma dupla ferida que o pecador abre em si mesmo e na sua relação com o próximo, para concluir: “Por isso, pode falar-se de pecado pessoal e social: todo pecado sob um aspecto é pessoal, e todo o pecado sob outro aspecto é social, enquanto e porque tem também conseqüências sociais” (RP 15). Pecado social tem dois termos: situação de pecado (Medellín 2,1; Puebla, 28,328,1032,1269) e estruturas de pecado (SRS 36s)

117 As situações de pecado podem ser as mais diversas: “as guerras, o terrorismo, a droga, a miséria, as opressões e injustiças, a mentira institucionalizada, a marginalização de grupos étnicos, a corrupção, os ataques à família, o abandono de crianças e idosos, as campanhas contra a vida, o aborto, a instrumentalização da mulher, a depredação do meio ambiente, enfim, tudo o que caracteriza uma cultura de morte” (S.Domingo, 9 – Puebla 329).

118 estruturas de pecado aponta-se tanto para aquelas formas de “egoísmo”, de “vistas curtas”, de “cálculos políticos errados”, de “decisões econômicas imprudentes” quanto para a “avidez exclusiva do lucro”, por um lado, e a “sede de poder, com o objetivo de impor aos outros a própria vontade”, por outro lado (SRS 36,37).

119 O qualitativo social, acoplado ao pecado, assume tanto as situações quanto as estruturas. O pecado social pode, assim, desdobrar-se em três níveis: Comunhão no pecado – Em vez de elevar a si e o mundo consigo, o pecado, mesmo o mais íntimo e secreto, acaba rebaixando a si e arrastando consigo a Igreja e o mundo inteiro.

120 Agressão direta ao próximo – é igualmente social todo pecado cometido contra a justiça, quer nas relações de pessoa a pessoa, quer na da pessoa com a comunidade, quer, ainda, nas da comunidade com a pessoa. É social todo pecado contra os direitos da pessoa humana, a começar pelo direito à vida, incluindo a do nascituro, ou contra a integridade física de alguém. O mal social nas relações entre as várias comunidades humanas – a luta programada e sistemática de classes sociais, a contraposição obstinada dos blocos de nações, duma nação contra a outra e de grupos contra outros grupos no seio da mesma nação.

121 Uma questão que se levanta com relação ao pecado social é sobre quem é o responsável. Se reconhecemos o peso das estruturas, não podemos esvaziar a responsabilidade de pessoas e grupos. O pecado social é apresentado como fruto, acumulação e concentração de muitos pecados pessoais. Portanto, cuide-se para não subestimar a responsabilidade individual das pessoas.

122 Como é que eu, como pessoa, participo do pecado social?
Quando gero, favoreço ou desfruto da iniqüidade ou da injustiça; Quando nada faço para evitar, eliminar ou limitar os males sociais; Quando introjeto e me identifico com os “desvalores” reinantes, assimilando a realidade que me envolve sem nenhum esforço crítico, de discernimento ou de juízo prudencial; Quando reproduzo, mesmo em escala menor, as formas de violência ou injustiça que acontecem em escala maior;

123 Quando prefiro me omitir, apresentando a escusa que nada tenho com isso ou que é impossível mudar o mundo; Quando não quero assumir a cruz do cansaço ou mesmo do sacrifício, tentando escapar pela tangente, às vezes até apresentando razões de ordem superior; Quando por preguiça, por temerosa conivência, por cumplicidade disfarçada ou por indiferença vou me deixando aliciar, enveredando, qual presa fácil, no pecado.

124 OS SETE PECADOS CAPITAIS
O ORGULHO A AVAREZA A GULA A LUXÚRIA A IRA A INVEJA A PREGUIÇA

125 QUESTÕES PARA PROVOCAR DEBATES
1 – Neste texto existem várias definições de pecado: quais são e qual delas seria a mais acertada? 2 – Procurar alguns exemplos no mundo atual que mostram o pecado como negar- se a participar dos projetos históricos de Deus. 3 – Pecado e conversão são duas faces de uma mesma moeda: tentar contrapor as duas faces.

126 MATRIMÔNIO

127 PASTORAL FAMILIAR O “estado de saúde” da família é um bom termômetro para se avaliar o estado de saúde de uma sociedade. Não podemos atribuir à família todas as virtudes e à sociedade todos os vícios. Articular as problemáticas como: biotecnologia, a sexualidade, a transmissão da vida.

128 Não se pode deixar de lado o papel dos movimentos familiares, tanto na sua positividade, quanto na sua eventual ambiguidade. Tentação da Pastoral Familiar: se isolar. Necessário articulação com todas as outras pastorais.

129 FAMÍLIA: PARA ALÉM DO NÍVEL PESSOAL E INTERPESSOAL
O matrimônio: se caracteriza por uma relação de amor entre um homem e uma mulher, e destina-se a criar uma igreja doméstica, onde reinem paz e amor. Os conflitos e desilusões do mundo invadem com força as quatro paredes das casas, dos apartamentos e dos barracos.

130 A família sofre influência do contexto religioso atual, devido a multiplicidade de Igrejas e religiões.

131 ALGUNS TRAÇOS DAS FAMÍLIAS BRASILEIRAS
A “brasilidade” é um elemento básico para a compreensão e a atuação evangelizadora no nosso quatro familiar. Falamos de famílias no plural, pois são formadas a partir dos vínculos: afetivos, civis, religiosos, monoparentais, etc.

132 O lendário ditado que regeu os comportamentos sexuais e familiares: “para além dos trópicos não existe pecado”. Com a industrialização e a urbanização deu-se também a dessacralização.

133 PLANEJAMENTO FAMILIAR
Década de 60, anos de grande agitação teológica e pastoral. Uma das polêmicas dizia respeito ao planejamento familiar e aos métodos contraceptivos. Encíclica Humanae Vitae, do Papa Paulo VI (1968), só métodos denominados naturais poderiam ser assumidos.

134 A Populorum Progresso Sustenta que a Igreja não era a favor de uma corrida demográfica, mas simplesmente pelo equilíbrio populacional obtido mediante o verdadeiro progresso e não por medidas restritivas. Depois desse período: silêncio sepulcral.

135 SILÊNCIO REMETE A UM CONTEXTO SOCIAL
O mundo industrializado e ocidental, se tornou adulto, e nesta condição não mais aceita respostas prontas para seus problemas, muito menos respostas vindas de autoridade religiosas.

136 SILÊNCIO REMETE A UM CONTEXTO RELIGIOSO E ECLESIAL
Enquanto o clero e as lideranças católicas silenciam, as outras igrejas vão fazendo lobbies, não só para ganhar eleições em todos os níveis, mas também para assumir progressivamente o controle ideológico.

137 A QUESTÃO DA LINGUAGEM Todos que faziam o primeiro catecismo sabiam o que podia e o que não podia; o que era pecado e o que não era. Não se lê os documentos da Igreja. O mundo procura respostas prontas, como procura produtos embalados no supermercado.

138 CONCEPÇÃO ANTROPOLÓGICA
No passado como no presente, pluralidade de concepções éticas. Vai se impondo a ideia de que basta alterar genes para curar as mais diversas doenças. Para se realizar na sua humanidade, quanto para “humanizar” as coisas criadas, o ser humano deverá buscar o sentido profundo de si próprio e de tudo o que o rodeia.

139 ASSIM, Cada geração e cada nascimento apresentam-se como algo de maravilhoso que não apenas fala de Deus e de sua sabedoria, mas fala também da grandiosa missão que é confiada ao ser humano: ser co- criador naquilo que existe de mais sublime, que é a vida em sua múltiplas formas.

140 CONCEPÇÃO TEOLÓGICA Só podemos compreender a concepção antropológica à luz do mistério da Encarnação. Não importa se este ser humano está ainda no desabrochar das primeiras divisões celulares, ou no declínio de seus dias; Não importa a raça, belo ou feio, normal ou anormal.

141 Na sua raiz última, todo ser humano carrega consigo as marcas do Criador, simplesmente por que tem nele a sua origem. Não é questão de “pode” ou “não pode” é uma questão de sintonia com a vocação humana, profundamente vinculada ao envio de Deus.

142 ENSINAMENTO DA IGREJA Encíclica Humanae Vitae, de Paulo VI (1960)
Encíclica do “não”: “não” ao aborto, “não” à esterilização, “não” à política demográfica, “não” ao planejamento familiar. O “não” da Igreja é um “sim” à vida.

143 IMPORTA PROCLAMAR E VIVER O “EVANGELHO DA VIDA”
A Encíclica O evangelho da vida, de João Paulo II, foi publicada vinte anos depois da Humanae Vitae. Ela lança luzes sobre as teses centrais do pensamento do Papa Paulo VI: vivemos numa cultura da morte; é preciso criar uma cultura da vida.

144 Esta cultura da morte se manifesta nas guerras, nas várias formas de violência, no subsenvolvimento, na fome, na miséria...

145 Para falar de cultura da vida, temos que ter como ponto de partida não apenas a vida humana como também todas as formas de vida. Se a cultura de morte ignora o Deus da vida e seus planos, a cultura da vida os desvenda em toda a obra de criação.

146 A Igreja. A exemplo de Jesus, está para iluminar o caminho da realização humana, e para anunciar o Evangelho da misericórdia.

147 “SIM” AO PLANEJAMENTO FAMILIAR
Ao mesmo tempo que a Igreja diz “não” a certos métodos abortivos e esterilizantes. Ela diz “sim” aos métodos que aproximam o casal, e que levam os dois esposos a tomarem juntos sua decisão, após refletirem maduramente. A Igreja não tem método de planejamento familiar.

148 Os métodos são científicos
Os métodos são científicos. E é exatamente fundada na ciência que a Igreja insiste sobre os métodos naturais, tão ou mais eficientes do que muitos outros, mas seguramente mais favoráveis à comunhão profunda.

149 Por mais estranho que esse posicionamento possa parecer, o que mais surpreende é que grande parte da sociedade não percebe a contradição na qual ela mesma se envolve: adere à onda ecológica, à probiótica, à alimentação naturalista, à medicina alternativa, e ao mesmo tempo se nega admitir sequer hipótese semelhante quando se trata da transmissão da vida.

150 Uma coisa é planejar, através de um mais profundo conhecimento dos mecanismos da vida, outra é guiar-se por uma mentalidade contraceptiva, onde o surgir de uma nova vida aparece como uma ameaça.

151 Questões para debate O silêncio que cerca as questões relacionadas com o planejamento familiar traduz somente uma omissão por comodismo, ou remete para outros fatores? As concepções éticas e antropológicas pressupostas pela Igreja Católica são realmente convincentes?


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