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Jornal da Semana Cultural

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Apresentação em tema: "Jornal da Semana Cultural"— Transcrição da apresentação:

1 Jornal da Semana Cultural
Centro de Estudos e Pesquisa em Esporte, Lazer e Sociedade – CEPELS Departamento de Educação Física – UFPR – 1ª Edição – Outubro/2006 VI Semana Cultural: Editorial "Em busca da Curitiba que eu não conheço" Olá! Você está recebendo um jornal especial, que veio com a intenção de divulgar a VI Semana Cultural do Departamento de Educação Física da Universidade Federal do Paraná. Escrito e organizado por nós estudantes vinculados ao Centro de Estudos e Pesquisa em Esporte e Lazer (CEPELS), coordenado pela Professora Simone Rechia, estamos levantando discussões e reflexões relativas a algumas das temáticas levantadas pelos estudantes da disciplina de Fundamentos do Lazer(bacharelado) para essa Semana Cultural. São elas: Praças de Curitiba, os circos e os malabaristas da vida, teatros e cinemas alternativos, futebol amador,as empresas e o lazer e as práticas corporais na natureza. Boa leitura! Falar do lazer em nossa cidade exige de nós, primeiramente, o entendimento do conceito lazer, este fenômeno tão complexo emergente na sociedade capitalista. Um dos principais estudiosos da área, Fernando Mascarenhas, aponta que o Lazer pode ser observado como “fenômeno tipicamente moderno, resultante das tensões entre capital e trabalho, que se materializa como um tempo e espaço de vivências lúdicas, lugar de organização da cultura, perpassado por relações de hegemonia”. É tipicamente moderno porque se caracteriza como um fenômeno social decorrente dos efeitos da revolução industrial sidades de realização do corpo e do espírito do indivíduo: Interesses Físicos, onde se encontram os esportes e demais práticas corporais; Interesses Artísticos, ligados à contemplação e aos espetáculos; Interesses Práticos, relacionados a atividades manuais; Interesses Intelectuais, que correspondem a troca de conhecimentos e informações; e Interesses Sociais, onde o elemento principal é a sociabilização, o contato com outras pessoas. E, por fim, é perpassado por relações de hegemonia quando se torna palco social de disputa hegemônica, em que a tensão se dá entre a penetração massiva da indústria cultural no mercado da diversão e do entretenimento e a ação política e pedagogicamente orientada para e agravado pelo crescente processo de urbanização. Resulta das tensões entre capital e trabalho pois surge a partir da luta dos trabalhadores pelo aumento do tempo livre e a conseqüente redução da jornada de trabalho com a finalidade de se ter uma formação crítica e criativa. Aqui se estabelece uma estreita relação entre o Lazer e a Educação Física. A Educação Física é a responsável pela sistematização de práticas da Cultura Corporal no tempo/espaço de lazer dos sujeitos através do esporte, da ginástica, do jogo, das lutas e da dança, práticas que abrangem um tempo para o desenvolvimento pessoal e social, já que através do trabalho assalariado não é possível tal desenvolvimento. Se materializa como um tempo e espaço de vivências lúdicas, estas entendidas por Heloisa Bruhns como “produto coletivo da vida humana que possui características como desinteresse, seriedade, prazer, organização e espontaneidade”. É também lugar de organização da cultura tendo em vista que é no tempo/espaço de lazer que se tem a oportunidade de vivenciar e ressignificar elementos da cultura. Nesse sentido, Joffre Dumazedier desenvolveu uma classificação cultural do lazer em cinco grandes categorias estabelecidas conforme o critério das neces- mais de um dos interesses propostos por Dumazedier. Além disso, são os professores de Educação Física que devem analisar criticamente e propor políticas públicas neste setor. A Semana Cultural e o nosso jornal têm como objetivos: tecer uma análise crítica das dinâmicas do Lazer oportunizadas para a população na cidade de Curitiba, buscar os diferentes tipos de interesses do Lazer que são desenvolvidos na cidade, descobrir quem está investindo no Lazer e para quem as práticas são destinadas, trazer elementos da cultura que passam despercebidos durante o cotidiano da cidade diante da grande incisão da indústria cultural, e perceber como a mídia se coloca diante das problemáticas levantadas por nós. Talita Marques Santos e Rosane Pikussa Jornal Semana Cultural

2 os malabaristas da vida.
As Praças e as práticas corporais urbanas Os grandes circos, as escolas de circo e os malabaristas da vida. Os circos sempre trouxeram as pessoas os sonhos, os desafios, os medos, as conquistas. Só que hoje em vez desse mundo de fantasia, o que mais encontramos são meninos na rua usando técnicas do circo para sobreviverem e isso é muito triste. Afinal, o circo é para quem? Assistir a um bom espetáculo hoje custa muito caro, o circo popular foi elitizado, o acesso da população negado. Já em contraponto, vemos todos os dias nos sinaleiros das grandes cidades, meninos franzinos, que nem uma boa alimentação tem, fazerem malabarismos com laranjas e com a vida. E mesmo assim eles brincam. O que pensar? Como agir, diante de um mundo tão desigual? Ah, não podemos esquecer também das escolas de circo. Elas não tem apoio, não saem nos jornais os horários de suas peças e a população fica sem saber quanta possibilidade para um dia de riso existem. O lazer está cada dia mais vinculado a uma condição capitalista de ser. Precisamos nos atentar para essa questão. Venha ver o que achamos e saber mais na Semana Cultural. Praça Santos Andrade Um olhar... Fotográfico. Elite... Cartão postal! Na revista... Beleza sem igual! Um olhar... Real. À massa... normal! Na cidade... Aparência desigual! Corpo a passeio. Um passeio e coisa e tal. Liberdade... Incondicional! Corpo a trabalho. Passagem e espera. Condicionamento... Social! Artistas de rua e prostitutas. Animais, andarilhos... Turistas!? Aline Tschoke e Rafaela Donato Simone Moraes Praça Santos Andrade Jornal Semana Cultural 2

3 Cinemas e Teatros: convencionais e alternativos Olhares sobre as
Práticas Corporais na natureza questionado sobre se o montanhismo pode ser considerado um esporte de elite, responde com ênfase que “não!” e completa, “não há nada mais simples que subir uma montanha. Ela está ´lá, te esperando”. Cinemas e Teatros: convencionais e alternativos Podemos pensar que há uma intencionalidade em se veicular as práticas corporais em meio à natureza como sendo práticas limitadas a uma elite, que cria um endeusamento dos praticantes e afasta os interessados em conhecer as diversas atividades praticadas em meio à natureza, como o montanhismo. Outro elemento que desmotiva as pessoas interessadas em conhecer essas atividades, e que está aliado ao discurso já citado, é a idéia de que o corpo ideal, (assim veiculado pela indústria do corpo e da beleza), forte e esbelto, seja compreendido como requisito básico para a realização das práticas corporais na natureza. Essa idéia pode ser considerada uma inverdade, já que qualquer pessoa (cadeirantes também!) pode realizar essas atividades e o dito corpo forte e esbelto será, talvez, apenas uma conseqüência. Desta forma, devemos ultrapassar as aparências e ver que podemos considerar as práticas corporais na natureza como práticas de lazer não elitizadas. Quando as práticas corporais realizadas na natureza são vistas como uma forma de lazer, o que pode impedir a sua realização é o mau tempo. Quando praticadas sem vistas a um fim determinado (como a vitória sobre demais grupos), a não ser para a sua própria satisfação e superação, proporcionam grandes ensinamentos sobre nos mesmos e sobre o que está ao nosso redor. Conforme comenta Farofa “os praticantes descobrem coisas sobre a natureza das montanhas, da nossa região e da natureza de si (...), dominam o medo e, acima de tudo, desenvolvem o companheirismo”. Demonstram-nos a necessidade de estarmos integrados ao meio ambiente, o quanto nos distanciamos dele no meio urbano e do quanto somos pequenos diante da força da Natureza. Pode se verificar que algumas formas de lazer como visitas a espetáculos teatrais e cinemas, estão dispostas e submetidas às mesmas leis do mercado que os outros bens e serviços. Há uma padronização de origem comercial e política de tais bens artísticos e tal fato ameaça ou pode ameaçar o desenvolvimento social e cultural da sociedade. Nos cinemas onde tal padronização é mais evidente, há massificação de filmes caríssimos, dominantes e de valores culturais de alguns países em detrimentos de outros. Enfim, há comportamentos sociais e culturais padronizados que limitam e estereotipam a criatividade, autenticidade e valores da comunicação dos indivíduos e grupos. O que não é difícil de se perceber, basta olhar nos veículos de comunicação como: jornais, revistas e sites, a predominância de divulgação e supervalorização de alguns cinemas, enquanto outros são praticamente esquecidos, como exemplo temos os cinemas chamados de alternativos, que exibem e valorizam obras estrangeiras e nacionais de maior bagagem cultural com ingressos de baixo custo ou até mesmo gratuitos. Os programas alternativos como o acima citado, são pouco valorizados e divulgados, mesmo em meio acadêmico. Poucas pessoas sabem, por exemplo, das possibilidades, aqui mesmo em Curitiba, da existência da programação chamada de: Cinemas nos Bairros, feita pela Fundação Cultural, na qual são exibidos cinemas em escolas, igrejas, ruas da cidadania, gratuitamente todo o mês em diversas localidades. No que concerne aos teatros, a mídia, neste caso o jornal, não dá a menor possibilidade de escolha. Indica uma ou duas peças, como se não houvesse diversas outras em cartaz ao mesmo tempo. A população de baixa aquisição econômica, em sua maioria, fica privada de aproveitar o cinema e o teatro em seus momentos de lazer, muitas vezes por falta de acesso à informação de sua programação e aos preços, que é outro fator importante. A mídia, com sua inteligente e sedutora forma de envolver a todos, escolhe por nós, qual atividade iremos fazer em nosso escasso e precioso tempo de lazer. As práticas corporais desenvolvidas em meio à natureza, também chamadas de esportes radicais ou esportes de aventura, podem possuir significados diferentes para aqueles que as praticam e para os que só as conhecem através dos meios de comunicação de massa. Em sua maioria, as práticas corporais vivenciadas na natureza são veiculadas como atividades limitadas a um pequeno grupo de pessoas. A mídia, em geral, apresenta alguns esportes de aventura como esportes de elite, já que para a sua realização diz serem necessários equipamentos sofisticados e o (tão cultuado) corpo “ideal”. Registros contam que os antigos desbravadores das trilhas do Paraná, não possuíam equipamentos sofisticados e, assim mesmo, enfrentavam os perigos das matas da nossa região. Atualmente, alguns equipamentos podem facilitar a prática desses esportes, porém não possuí-los, não impedirá a sua realização. Uma bota para caminhadas, por exemplo, pode ser bem substituída por um tênis confortável (que não escorregue). Outros equipamentos são sim, muito importantes, como por exemplo, uma lanterna (e pilhas reservas), que pode ser facilmente conseguida com amigos, ou encontrada no mercadinho da esquina, não sendo necessário ir até uma loja especializada. Ao conversar com pessoas que possuem muitos anos de prática de alguns desses esportes, o montanhismo, por exemplo, descobre-se que o discurso de que esportes radicais limitam-se a uma elite é inventado. “Farofa”, Nelson Peateado, um montanhista com 59 anos e praticante desde os 12, ao ser Ana Paula Schneider, Karine Alcaraz e Kelly Bonfim Camila Santos de Armas Jornal Semana Cultural 3

4 GRANDES EMPRESAS: UMA REAL PREOCUPAÇÃO COM O LAZER?
O futebol amador sob o olhar da mídia : um falso descaso O espaço que a mídia concede ao futebol amador é bem reduzido, porém, dado a quantidade de praticantes que observa-se jogando futebol nos clubes ou mesmo em campos de periferias, também é certo que algo é direcionado a este publico pela mídia. A mídia quase sempre não divulga espaços que promovem a prática do futebol amador, não dá atenção direta a esta manifestação, porém a “promove”. De que maneira? Estabelece-se uma cadeia de relações que incide nos aficionados pelo futebol visando que estes consumam os produtos que são veiculados no e pelo futebol profissional; o apelo midiático toca o sujeito no seu sentimento clubístico, que se caracteriza como: “sistema complexo caracterizado pela adesão afetiva dos torcedores aos clubes de futebol...” (DAMO 2006). Assim sendo, a mídia se associa ao clube para que os torcedores assistam aos jogos, comprem os periódicos e revistas especializadas e o clube tenha sua imagem veiculada nos meios de comunicação, o que certamente aumentará as vendas de produtos relacionados a sua marca. As grandes empresas se associam (mediante patrocínios milionários e em alguns casos como fornecedora de material esportivo) aos clubes para ter sua marca associada a do clube e obter aumento nas vendas de seus produtos. No caso específico das empresas fornecedoras de material esportivo isso se evidencia pois, é com as chuteiras que o craque usa ( o mesmo que muitas vezes também é o “garoto propaganda da marca) que o praticante do futebol amador quer jogar a sua pelada por exemplo. Estas grandes marcas também veiculam seus produtos (sempre associados aos espetáculos esportivos) através da mídia para potencializar seus lucros atingindo, além do praticante do futebol amador, aquele que se comporta apenas como espectador e/ou leitor. Notamos através da mídia que algumas grandes empresas procuram associar sua imagem ao lazer. Isso acontece das mais variadas formas, seja através de patrocínios, de peças teatrais, eventos musicais, mas principalmente apoiando o “lazer pago” Agora temos observado também uma outra realidade que nos deixa desconfiados, as empresas tem buscado proporcionar aos seus empregados uma maior possibilidade de vivência do lazer. Sabemos que lazer demanda tempo de não trabalho e mais do que isso, necessita de um tempo livre de obrigações institucionais. Será então que as empresas estão diminuindo a carga horária dos trabalhadores para que estes possam aproveitar mais tempo em prol do lazer? NÃO. Devemos estar atentos nessa questão, pois o lazer proporcionados pelos patrões podem soar como uma mera ilusão As grandes corporações oferecem ingressos para shows, disponibilizam associações para que os funcionários possam desfrutar de seu tempo livre com práticas recreativas e esportivas Poderíamos considerar essas iniciativas como benéficas, mas se formos olhar mais a fundo percebemos o quão falsa ela pode ser. Citando um termo usado por freire essa oportunização pode ser considerada uma falsa generosidade. O que acontece é que os trabalhadores que estão na parte mais baixa da escala hierárquica do trabalho normalmente não tem condições de usufruir dessas oportunidades oferecidas pelas empresas. Como ir assistir a uma peça de teatro a noite e deixar as obrigações familiares, como cuidar da casa e dos filhos? Ocasionalmente isso até pode ser possível, mas aqueles que não tem condições de contratar uma babá ou uma empregada doméstica não se “dão ao luxo” de aproveitar momentos importantes como esse (essenciais para a realização do ser humano) de forma contínua. Por outro lado os funcionários que usufruem o lazer proporcionado são aqueles que possuem maior condição financeira deixando os trabalhadores mais humildes a margem desse processo Tal situação é apenas mais um exemplo da disparidade que há que entre as classes sociais. Infelizmente até o fenômeno do lazer enfatiza nossa dura realidade, mas quem sabe um dia poderemos mudá-la. Sonhar nunca é demais e o próximo passo é agir. Dessa maneira, impulsionado pelo pertencimento social que vincula o sujeito ao seu clube, o torcedor quer se ver como palmeirense, ponte-pretano, atleticano... consumindo os produtos associados ao seu clube; acompanhando os jogos pela televisão, lendo os periódicos especializados e adquirindo os produtos de grandes marcas que, por exemplo, fornecem o material esportivo do seu clube e são “indispensáveis” para a prática do futebol. Após esta breve reflexão referente às relações entre a mídia, o futebol profissional e as grandes empresas, é possível entendermos o porquê do futebol amador não ganhar o devido destaque enquanto prática de lazer no discurso midiático. Primeiramente, vemos que as “peladas” não envolvem a movimentação de cifras astronômicas, o que já justifica o desinteresse das grandes empresas; como essa manifestação não é espetacularizada (ela não apresenta a estética do futebol profissional que, mesmo apresentando um espetáculo de baixo nível técnico caracteriza: “um sistema simbólico responsável pela produção e circulação de emoções”) (DAMO 2006), tem-se um desinteresse do público em relação a sua contemplação e por conseqüência a mídia não se interessa em acompanhar e divulgar tais eventos ou espaços que possibilitem essa vivência enquanto prática de lazer. Saulo Esteves somos: Aline Tschoke, Ana Paula Schneider, Camila Santos de Armas, Henrique Manoel da Silva, Karine Alcaraz, Kelly Bonfim, Rafaela Donato, Rosane Pikussa, Saulo Prestes, Simone Moraes, Profª. Simone Rechia, Talita Marques e Thiago de Oliveira. Quem Para enviar dúvidas, críticas e/ou sugestões, mande para: Thiago de Oliveria Jornal Semana Cultural 4


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