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Dois Irmãos: Juntando os cacos da narrativa Prof. Edir Alonso Vieira

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Apresentação em tema: "Dois Irmãos: Juntando os cacos da narrativa Prof. Edir Alonso Vieira"— Transcrição da apresentação:

1 Dois Irmãos: Juntando os cacos da narrativa Prof. Edir Alonso Vieira

2 A casa foi vendida com todas as lembranças
todos os móveis todos os pesadelos todos os pecados cometidos ou em vias de cometer a casa foi vendida com seu bater de portas com seu vento encanado sua vista do mundo seus imponderáveis [...] Carlos Drummond de Andrade

3 “Zana teve de deixar tudo: o bairro partuário de Manaus, a rua em declive sombreada por mangueiras centenárias, o lugar que para ela era quase tão vital quanto a Biblos de sua infãncia: a pequena cïdade no Líbano que ela recordava em voz alta, vagando pelos aposentos empoeirados até se perder no quintal, onde a copa da velha seringueira sombreava as palmeiras e o pomar cultivados por mais de meio século. Perto do alpendre, o cheiro das açucenas-brancas se misturava com o do filho caçula. Então ela sentava no chão, rezava sozinha e chorava, desejando a volta de Omar. Antes de abandonar a casa, Zana via o vulto do pai e do esposo nos pesadelos das últimas noites, depois sentia a presença de ambos no quarto em que haviam dormido. Durante o dia eu a ouvia repetir as palavras do pesadelo, "Eles andam por aquí, meu pai e Halim vieram me visitar... eles estão nesta casa", e ai de quem duvidasse disso com uma palavra,um gesto, um olhar. Ela imaginava o sofá cinzento na sala onde Halim largava o narguilé para abraçá-la, lembrava a voz do pai conversando com barqueiros e pescadores no Manaus Harbour, e ali no alpendre lembrava a rede vermelha do Caçula, o cheiro dele, o corpo que ela mesma despia na rede onde ele terminava suas noitadas.”

4 "Sei que um dia ele vai voltar", Zana me dizia sem olhar para mim, talvez sem sentir a minha presença, o rosto que fora tão belo agora sombrio, abatido. A mesma frase eu ouvi, como uma oração murmurada, no dia em que ela desapareceu na casa deserta. Eu a procurei por todos os cantos e só fui encontrá-la ao anoitecer, deitada sobre folhas e palmas secas, o braço engessado sujo, cheio de titica de pássaros, o rosto inchado, a saia e a anágua molhadas de urina. Eu não a vi morrer, eu não quis vê-la morrer. Mas alguns dias antes de sua morte, ela deitada na cama de uma clínica, soube que ergueu a cabeça e perguntou em árabe para que só a filha e a amiga quase centenária entendes sem (e para que ela mesma não se traísse): "Meus filhos já fizeram as pazes?°'. Repetiu a pergunta com a força que lhe restava, com a coragem que mãe aflita encontra na hora da morte. Ninguém respondeu. Então o rosto quase sem rugas de Zana desvaneceu; ela ainda virou a cabeça para o lado, à procura da única janelinha na parede cinzenta, onde se apagava um pedaço do céu crepuscular.”

5 1 VOLTA DE YAQUB SEPARAÇÃO SERMÃO REENCONTRO COM A MÃE LEMRANÇAS DE YAQUB IGUAIS E DIFERENTES CARNAVAL CHEGADA AO LAR FACE A FACE COM O IRMÃO “FOI DOMINGAS QUEM ME CONTOU HISTÓRIA DA CICATRIZ” ‘ADABTAÇÃO’ OLHAR SEDUTOR ATITUDES OPOSTAS (CDF X VADIO) SOCO NO QUEIXO E CHUTE NO SACO – ‘GALINHEIRO DOS VÂNDALOS’ CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO NARRADOR "Quando ele (Yaqub) viajou para São Paulo, eu tinha uns quatro anos de idade, mas a roupa dele me esperou crescer e foi se ajustando ao meu corpo; as calças, frouxas, pareciam sacos; e os sapatos, que mais tarde ficaram um pouco apertados, entravam meio na marra nos pés: em parte por teimosia, e muito por necessidade." PARTIDA PARA SÃO PAULO DESPEDIDA DE LÍVIA

6 2 3 GALIB E O RESTAURANTE BIBLOS
ZANA E HALIM – (“Ele [Halim] me fazia revelações em dias esparsos, aos pedaços, ‘como retalhos de um tecido’.”) INTRIGAS O GÊNIO DE ZANA A MORTE DE GALIB 3 CARTAS DE YAQUB ("Cresci vendo as fotos de Yaqub e ouvindo a mãe dele ler suas cartas. Numa das fotos, posou com a farda do Exército; [...]. Durante anos, essa imagem do galã fardado me impressionou. Um oficial do Exército, e futuro engenheiro da Escola Politécnica..." RESSACAS DE OMAR DOMINGAS NASCIMENTO DOS GÊMEOS RÂNIA

7 4 ANGÚSTIA DO NARRADOR “Eu não sabia nada de mim, como vim ao mundo, de onde tinha vindo. A origem: as origens. Meu passado, de alguma forma palpitando na vida dos meus antepassados, nada disso eu sabia. Minha infância, sem nenhum sinal da origem. É como esquecer uma criança dentro de um barco num rio deserto, até que uma das margens a acolhe. Anos depois, desconfiei: um dos gêmeos era meu pai. Domingas disfarçava quando eu tocava no assunto; deixava-me cheio de dúvida, talvez pensando que um dia eu pudesse descobrir a verdade.” ORIGENS DE DOMINGAS (VIAGEM A ACAJATUBA) MENINO DE RECADOS – ESTELITA REINOSO TALIB – ZAHIA – NAHDA “Omar discriminava o narrador. "Um dia, eu estava almoçando quando ele se aproximou e deu a ordem: que eu saísse, fosse comer na cozinha. Halim estava por perto, me disse: "Não, come aí mesmo, essa mesa é de todos nós". O Caçula bufava, depois se vingava de mim.” OMAR ALÉM DOS LIMITES (SURRA DE HALIM) YAQUB CASADO (TELEGRAMA) O MISTÉRIO DE RÂNIA OMAR E DÁLIA (A MULHER PRATEADA) X ZANA OMAR EM SÃO PAULO O NARRADOR NO ‘GALINHEIRO’ – VESTÍGIOS DE OMAR SUMIÇO DE OMAR

8 5 6 VISITA DE YAQUB – PASSEIOS COM O NARRADOR
A VERDADE SOBRE OMAR – FUGA PARA OS EUA A AJUDA DE YAQUB MUDANÇA BRUSCA:OMAR EXECUTIVO MÃE-DETETIVE – ZANURI CHICO QUELÉ (WYCKHAM) E PAU-MULATO A PAU-MULATO E A SAÍDA DE OMAR 6 BUSCA INCESSANTE HALIM X AZAZ ADAMOR (PERNA-DE-SAPO) A CASA FLUTUANTE DE OMAR FÚRIA DE OMAR DESABAFO DE HALIM

9 7 8 1964: PRISÃO E MORTE ANTENOR LAVAL VISITA INESPERADA DE YAQUB
INTIMIDADE COM DOMINGAS MAIORIDADE DO NARRADOR DOIS DOENTES: ATENÇÕES DIVIDIDAS YAQUB RETORNA PARA SÃO PAULO RÂNIA E O NARRADOR OMAR JARDINEIRO: GONORRÉIA O ÚLTIMO PASSEIO DE HALIM – A REAÇÃO DE OMAR 8 ROCHIRAM A CARTA DE ZANA PARA YAQUB – PROJETO PARA OS IRMÃOS “OXALÁ SEJA RESOLVIDO COM CIVILIDADE,; SE HOUVER VIOLÊNCIA, SERÁ UMA CENA BÍBLICA.” CHEGADA DE YAQUB A AGRESSÃO DE OMAR

10 9 QUEM É O NARRADOR? "Quando tu nasceste", ela disse, "seu Halim me ajudou, não quis me tirar da casa... Me prometeu que ias estudar. Tu eras neto dele, não ia te deixar na rua. Ele foi ao teu batismo, só ele me acompanhou. E ainda me pediu para escolher teu nome. Nael, ele me disse, o nome do pai dele. Eu achava um nome estranho, mas ele queria muito, eu deixei...“ [...] “Ela me enlaçou, beijou meu rosto e abaixou a cabeça. Murmurou que gostava tanto de Yaqub.. . Desde o tempo em que brincavam, passeavam. Omar ficava enciumado quando via os dois juntos, no quarto, logo que o irmão voltou do Líbano. "Com o Omar eu não queria... Uma noite ele entrou no meu quarto, fazendo aquela algazarra, bêbado, abrutalhado... Ele me agarrou com força de homem. Nunca me pediu perdão." A SEMIDEMÊNCIA DE ZANA A MORTE DE DOMINGAS (NA REDE DE OMAR)

11 10 O BANGALÔ DE RÂNIA A RESISTÊNCIA DE ZANA (DELÍRIOS COM OMAR) A VENDA DA CASA “Rânia ouviu as palavras que esperava [de Rochiram]: a dívida dos dois irmãos em troca da casa de Zana. No entanto, surpreendeu-se quando ele acrescentou: ‘Seu irmão, o engenheiro, está plenamente de acordo’.” MORTE DE ZANA 11 CASA ROCHIRAM A HERANÇA "No projeto da reforma, o arquiteto deixou uma passagem lateral, um corredorzinho que conduz aos fundos da casa. A área que me coube, pequena, colada ao cortiço, é este quadrado no quintal. `Tua herança`, murmurou Rânia.” PERSEGUIÇÃO A OMAR

12 12 RÂNIA ENCONTRA OMAR PRISÃO VIOLENTA O ROMPIMENTO DE RÂNIA COM YAQUB E COM NAEL A SOLTURA DE OMAR AS CARTAS DE YAQUB PARA NAEL "Hoje, penso: sou e não sou filho de Yaqub, e talvez ele tenha compartilhado comigo essa dúvida. O que Halim havia desejado com tanto ardor, os dois irmãos realizaram: nenhum teve filhos. Alguns dos nossos desejos só se cumprem no outro, os pesadelos pertencem a nós mesmos." ÚLTIMO ENCONTRO: “Ele veio avançando, os pés descalços no aguaçal. Um homem de meia-idade, o Caçula. E já quase velho. Ele me encarou. Eu esperei. Queria que ele confessasse a desonra, a humilhação. Uma palavra bastava, uma só. O perdão. Omar titubeou. Olhou para mim, emudecido. Assim ficou por um tempo, o olhar cortando a chuva e a janela, para além de qualquer ângulo ou ponto fixo. Era um olhar à deriva. Depois recuou lentamente, deu as costas e foi embora."

13 Análise da obra: GÊNERO: Romance de formação / romance de costumes
“Desta vez Halim parecia baqueado. Não bebeu, não queria falar. Contava esse e aquele caso os gêmeos, de sua vida, de Zana, e eu juntava os cacos dispersos, tentando recompor a tela do passado.” GÊNERO: Romance de formação / romance de costumes LINGUAGEM: Clareza e concisão com uso de poucas, (mas bem colocadas) metáforas e adjetivações. FOCO NARRATIVO: Nael=Narrador-personagem (1ª pessoa) TEMAS: Formação da identidade do narrador Desintegração familiar Evolução histórica de Manaus ESPAÇO: Manaus – comunidade sírio libanesa TEMPO: Narrativa não-linear abrange entre a década de 1910 e a década de 1960.

14 Personagens centrais Yaqub x Omar Lívia Zana Halim Domingas Nael

15 Vista aérea do porto de Manaus


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