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UMA INTRODUÇÃO À BIOLOGIA-CULTURAL

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Apresentação em tema: "UMA INTRODUÇÃO À BIOLOGIA-CULTURAL"— Transcrição da apresentação:

1 UMA INTRODUÇÃO À BIOLOGIA-CULTURAL
MINICURSO HUMBERTO MATURANA: UMA INTRODUÇÃO À BIOLOGIA-CULTURAL Promovido por: Curso de Psicologia – UFSM Núcleo KITANDA: Educação e Intercultura Núcleo de Educação Socioambiental

2 HUMBERTO MATURANA: UMA INTRODUÇÃO À BIOLOGIA-CULTURAL
MINICURSO Homero Alves Schlichting Agrônomo, Mestre em Educação, Doutorando em Educação – PPGE - UFSM

3 1º encontro: Origens das proposições fundamentais de Humberto Maturana; Os seres vivos e os seres humanos como sistemas vivos; Autopoiese e determinismo estrutural; Domínios básicos disjuntos: fisiologia e conduta; Evolução: seleção natural ou deriva natural?; 2º Encontro: O observador e o observar e a Biologia do conhecer; Organismo, sistema nervoso e geração da conduta; Emoções, condutas relacionais e sentires relacionais íntimos; Humanos na Linguagem, no conversar e nas culturas; 3º Encontro: A Biologia do amar e a preocupação ética; Educador social; Biologia e psicologia: a gênese das condutas e as dinâmicas relacionais; 4º Encontro: Eras Psíquicas da humanidade; A dor e o sofrimento através da Biologia-cultural; Terapia psicológica, recuperação reflexiva, conversações liberadoras.

4 Primeiro encontro 1. Origens das proposições fundamentais de Humberto Maturana; 2. Os seres vivos e os seres humanos como sistemas vivos; 3. Autopoiese e determinismo estrutural; 4. Domínios básicos disjuntos: fisiologia e conduta; 5. Evolução: seleção natural ou deriva natural? mostramos que é o viver do animal o que determina, como e o quê, ele mesmo vê. (MATURANA, 2005b).

5 LEITURAS “METADESIGN”
Trata-se de um artigo de Maturana e faz parte do livro “Cognição, ciência e vida cotidiana”. Tem o livro completo em PDF na internet.

6 Bibliografia MATURANA, H. R. A ontologia da realidade. Belo Horizonte: UFMG, 1997. MATURANA, H. R. Cognição, ciência e vida cotidiana. Belo Horizonte: UFMG, MATURANA, H. R. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte, MG: UFMG, 1998. MATURANA, H. R. Da biologia à psicologia. Porto Alegre: Artmed, 1998. MATURANA, H. R. La objetividad: un argumento para obligar. Santiago: J.C. Sáez Editor, 1993. MATURANA, H. R. La realidad: ¿objetiva o construida? I. Fundamentos biológicos de la realidad. Barcelona: Anthropos, 1997. MATURANA, H. R.; DÁVILA, X.Y., Habitar humano: em seis ensaios de Biologia-cultural. São Paulo: Palas Athena, 2009. MATURANA, H.R.; BLOCH, S. Biologia del emocionar y alba emoting. Santiago: Dolmen Ediciones, 1998. MATURANA, H. R.; PÖRKSEN, B. Del ser al hacer. Santiago, Chile: Jcsáez editor, MATURANA, H. R.; REZEPKA, S. N. Formação humana e capacitação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. MATURANA, H. R.; VARELA, F. G. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do conhecimento humano. São Paulo: Palas Athena, 2001. MATURANA, H. R.; VERDEN-ZÖLLER, G. Amar e brincar: fundamentos esquecidos do humano do patriarcado à democracia. São Paulo, SP: Palas Athena, 2004.

7 Este minicurso tem a ver com quê?
As pessoas estão conscientes de certo nível de dor, mas continuamos no hábito de buscar explicações em termos de uma causa externa. Por isso, no contínuo perguntar-nos “o que desejamos conservar”? também sutilmente recordamos a nós mesmos que somos nós que estamos fazendo o conservar. Desde há muito tempo tenho sentido que isto é uma característica definitiva de todas as perspectivas sistêmicas: o foco endógeno do sistema como a causa, em lugar das causas externas. Mas a palavra sistema também esconde que somos nós que promulgamos este sistema através de nosso viver cotidiano. Os sistemas sociais não estão predeterminados nem se comportam com base nas leis da natureza. São antes os nossos hábitos de pensar e atuar que dão forma aos padrões e hábitos coletivos e às realidades institucionais que constituem nossos sistemas maiores. E nisto, é somente através da reflexão de ver esses sistemas que podemos começar a encontrar a liberação. Essa liberação que é formada por nossas formas de viver e que pode ser criada de maneiras diferentes através de novos modos de viver. E somente através disso.” (Peter Senge, agosto/2008).

8 1 - Origens das proposições fundamentais de Humberto Maturana

9 Humberto Maturana Romesín, nascido em 1928, é chileno, começou medicina na Escuela de Medicina de la Universidad de Chile (1948), continuou na Inglaterra (1954). Biólogo, Ph. D. pela Harvard (1958), volta ao Chile (1960) onde continua seus estudos em neurobiologia, estudando a visão de pombos e caracterizando a organização dos seres vivos como sistemas autônomos. A partir da sua descrição do sistema nervoso como sistema fechado e da noção da organização autônoma dos seres vivos, começa a desenvolver a Biologia do conhecer e a Biologia do amar.

10 Maturana começa seus estudos em neurofisiologia estudando o operar sistêmico do sistema nervoso e a organização sistêmica dos seres vivos: Seus artigos sobre anatomia e fisiologia da visão da rã, considerados clássicos, rompem com a visão tradicional que tratava o sistema nervoso como um analisador passivo das dimensões físicas do estímulo. Estas pesquisas, e outras realizadas sobre a visão das cores em pombas, permitiram que ele estabelecesse explicações centrais sobre o sistema nervoso como um sistema fechado.

11 Nos acostumamos a viver, “vivemos como se o mundo que vivemos preexistisse a nosso vivê-lo.” ( HH, p. 217) Uma consequência disso é que não prestamos atenção no que fazemos. Pois, somos ensinados a construir sobre um mundo que preexiste e nos concentramos no que temos que mudar no que preexiste a nós. Centrados no que temos que mudar no preexistente não procuramos ver o que mantemos (conservamos) com o que fazemos no presente contínuo onde estamos. Estendemos esse modo de viver até nossa própria autoconsciência, e tratamos o que sabemos sobre nós como se nós preexistíssemos ao nosso fazer presente, num contínuo presente.

12 O central no desenvolvimento das suas idéias é o entendimento do operar dos seres vivos (inclui os seres humanos) em dois domínios operacionais distintos que se entrelaçam no nosso viver: o domínio fisiológico do organismo, em sua dinâmica estrutural interna, de que faz parte o sistema nervoso, como um sistema fechado, e é onde acontece a autopoiese; e o outro domínio do nosso viver na dinâmica relacional. A separação destes dois domínios é essencial para compreendermos o que ocorre com os demais fenômenos que acontecem em nós e entre nós seres humanos, como, por exemplo, a linguagem, as emoções e a cognição.

13 TEMAS DO HUMANO transformação na convivência (educação)
Ilusão e percepção são indistinguíveis Acoplamento estrutural Curiosidade > conhecer Sistema Nervoso Mudança de pergunta sobre o ser e sobre o fazer Coordenações condutuais e recursão nas coordenações condutuais TEMAS DO HUMANO Filosofia Natural Linguagem Responsabilidade transformação na convivência (educação) Condutas relacionais Estrutura e organização Autopoiese Evolução e deriva natural Emoções Viver no bem estar Entendimento dos seres vivos Mundos que criamos no fazer Comunidades humanas Liberdade Como explicar Conversações Olhar sistêmico Sofrimentos culturais Sofrimento > reflexão Querer em um emocionar e fazer em outro emocionar Conflito de emoções

14 2. Os seres vivos e os seres humanos como sistemas vivos
Não podemos evitar nossa biologia. E, além disso, para quê evitá-la se ela nos constitui? O melhor é conhecê-la. (MATURANA, 1998, p. 72).

15 O que define um ser vivo? O ser vivo acontece como uma dinâmica de produção e reprodução molecular. Nesta dinâmica as diferentes classes de moléculas operam em uma rede fechada. A rede fechada como um sistema que opera em correlações sobre si mesmo e que produz as mesmas classes de moléculas que o constituem.

16 M E M M M E E M M E M M

17 O fluxo de matéria e energia permite a dinâmica de produção molecular mas não a define.
Um sistema vivo constitui-se em continua mudança e transformação – é um ser histórico. Entretanto, estritamente como um sistema determinado estruturalmente, somente vive seu presente na dinâmica da fisiologia.

18 Um ser humano como ser biológico também vive assim
Um ser humano como ser biológico também vive assim. Mas ao viver na linguagem abre-se um “presente” no qual dizemos/falamos sobre passado e futuro. Fazemos isto sempre a partir de uma história de mudanças estruturais subjacente em nossa biologia. Uma história de mudanças estruturais na qual vivemos coerências estruturais que, antes de terem sentido pelo suposto conteúdo do que alguém diz, têm sentido pela história de coerências estruturais que pertence a história evolutiva de seres vivos a que pertencemos.

19 3. Autopoiese e determinismo estrutural
Autopoiese: os seres vivos não tem autopoiese, não usam autopoiese. A contínua produção de moléculas em uma rede operacionalmente fechada de moléculas que produzem-se a si mesmas. Um sistema fechado na produção de si mesmo. Quando vemos que um ferimento cicatriza, não vemos um processo especial para combater um dano em um tecido. Um processo de cicatrização constitui-se como um aspecto circunstancial da autopoiese, ou seja, da produção do sistema vivo por si mesmo. Uma bactéria congelada é um sistema autopoiético?

20 Sobre o “ser histórico”
Ser histórico frequentemente é tido como: algo que “está localizado temporalmente podendo ser transformado”; Seres históricos: somos coerentes. As coerências do nosso viver surgem como resultado das mudanças estruturais que vivemos ao vivermos acoplados ao meio. Isso inclui que vivemos acoplados estruturalmente uns aos outros.

21 Determinismo estrutural: tudo que acontece a um sistema, acontece conforme as coerências operacionais entre seus componentes. Nada externo a ele pode determinar o que lhe acontece. As noções de finalidade, regulação, controle, melhor, pior, vantagens adaptativas não podem ser aplicadas como se fossem parte dos processos biológicos. Noções como estas somente podem ser úteis como elementos que acompanham o que um observador deseja conectar entre o que espera que aconteça com o ser vivo e algum processo biológico.

22 MEIO ORGANISMO SER VIVO Acoplamento estrutural: a relação de congruência estrutural dinâmica entre ser vivo e meio na qual se realiza o viver do organismo.

23 4 - Domínios básicos disjuntos: fisiologia e conduta
Podemos considerar a biologia do observador, se levarmos a sério a sua condição de ser vivo. Como consequência dessas condições biológicas, as operações de distinção nunca podem referir-se a um mundo pré-existente como se fosse um mundo real ou objetivo, por que o real e o objetivo constituem-se nas operações de distinção.

24 O organismo constitui-se como a totalidade relacional no existir do ser vivo em um meio. Uma unidade operacional relacional entre ser vivo e meio. Realiza-se em dois espaços que não se intersectam – são independentes entre si. A relação entre eles é uma relação não instrutiva, não isomórfica, mas gerativa.

25 Um espaço de dinâmicas moleculares na realização da autopoiese
Um espaço de dinâmicas moleculares na realização da autopoiese. Esta dinâmica biológica não determina, nem causa, nem contém o espaço do viver relacional que constitui o viver e o modo de viver do organismo. E, outro espaço da dinâmica de mudanças e transformações estruturais no encontro entre ser vivo e meio. Olhar um organismo como totalidade, não como função de seus componentes.

26 A dinâmica de mudanças estruturais se modula reciprocamente com o curso que seguem suas interações conforme ele realiza seu modo de vida.

27 5 - Evolução: seleção natural ou deriva natural?
O substrato epistemológico do nosso explicar é nosso próprio viver, pois é no viver dos seres vivos humanos, em seu operar relacional.

28 5 - Evolução: seleção natural ou deriva natural?
Nós mesmos somos o ponto de partida para nossa compreensão sobre o que fazemos ao explicar nós mesmos. O desenlace dos processos naturais não tem origem em projetos de alguém. Isso inclui todo processo cósmico, portanto, os processos biológicos.

29 O entendimento sobre evolução tem sido evocado como uma sequência de conservação e diversificação do viver. Inclui a reprodução e a formação de linhagens. Dele origina-se a explicação sobre a diversidade biológica.

30 O que se deveria explicar para mostrar os seres vivos em sua diversidade presente?
- a diversidade de formas de viver; - suas semelhanças e diferenças; - coerências operacionais com suas circunstâncias; - como as classificações taxonômicas fazem sentido histórico?

31 A noção de seleção natural de Darwin aponta para um processo de reproduções sucessivas com modificações hereditárias que daria origem à diversificação das espécies. Isto aconteceria como resultado da sobrevivência dos mais aptos em um ambiente competitivo.

32 Seleção natural? A noção de seleção natural implica a aceitação de critérios de preferências estabelecidos por algo ou alguém. A dificuldade está em saber quem seria este algo ou alguém que seleciona.

33 Para Darwin é o meio que seleciona mediante a competição, da qual sobrevivem os mais aptos.

34 O meio não pode especificar mudanças no sistema vivo
O meio não pode especificar mudanças no sistema vivo. Pois o sistema vivo é um sistema operacionalmente fechado. A seleção natural não é um mecanismo gerativo. A seleção natural é um resultado.

35 A deriva filogenética natural (sucessão reprodutiva
A deriva filogenética natural (sucessão reprodutiva...) acontece com a conservação de um modo de vida, de seres que conservaram sua adaptação. Não constitui-se com um processo de seleção genética em um contexto de variação da adaptação.

36 A adaptação não pode ser uma variável no processo evolutivo.
Pois, a adaptação é condição do viver do ser vivo. Sobrevive o adaptado, o não adaptado morre. A adaptação constitui-se na relação de congruência dinâmica entre ser vivo e seu espaço de existência.

37 6 - O observador e o observar e a Biologia do conhecer;
FISIOLOGIA OBSERVADOR CONDUTA SER VIVO MEIO

38 As coerências que vivemos no presente têm origem na história de coerências estruturais vividas pelo indivíduo.

39 Por que. nos leva a buscar uma justificativa
Por que? nos leva a buscar uma justificativa. Iremos a procurar uma trama de probabilidades. Como? Nos leva a um processo. n

40 Segundo encontro 6 - O observador e o observar e a Biologia do conhecer; 7 - Organismo, sistema nervoso e geração da conduta; 8 - Emoções, condutas relacionais e sentires relacionais íntimos; 9 - Humanos na linguagem, no conversar e nas culturas.

41 Experiência do observador
Uma situação do universo (tradicional: ontologias transcendentes) X Um espaço explicativo (Maturana: ontologias constitutivas )

42 Observadores na linguagem
As duas maneiras que observamos

43 7 - Organismo, sistema nervoso e geração da conduta;

44 Organismo Um organismo é um sistema vivo que um observador distingue em um meio que o contém. Um sistema determinado na sua estrutura. Um organismo vive uma dinâmica de mudanças de estados. As mudanças de estados acontecem como mudanças na sua estrutura, instante a instante. Conserva-se a autopoiese enquanto conserva-se a organização que define o organismo.

45 Organismo No encontro entre ser vivo e meio o observador vê uma interação. As mudanças de estado acontecem no organismo e no meio. As mudanças estruturais no organismo são determinadas nele, na sua estrutura. Na interação, ambos mudam a estrutura, entretanto nenhum indica, informa ou determina no outro o que muda. As mudanças acontecem em um e em outro independentemente, pois organismo e meio não admitem interações instrutivas.

46 Organismo Nas interações no meio um organismo mantém-se como organismo (continua vivo) somente enquanto as mudanças na sua estrutura permitem a manutenção da sua autopoiese. Há também mudanças estruturais da dinâmica do próprio organismo como sistema. O organismo constitui-se como uma totalidade que surge com o operar de um ser vivo em congruência com o meio que o contém.

47 Organismo A realização do organismo acontece no domínio da realização autopoietica e no acoplamento estrutural entre ser vivo e meio, este envolve o domínio da conduta.

48 Sistema nervoso O sistema nervoso não opera captando características do mundo, por isso não opera fazendo representações do mundo; Os estímulos externos, vistos por um observador, incitam, mas não especificam as mudanças que ocorrem no sistema nervoso; O sistema nervoso constitui uma rede neuronal fechada sobre si mesma, e opera como uma rede fechada;

49 Sistema nervoso À medida que os componentes do sistema neuronal se tocam com as superfícies sensoras e efetoras do organismo, surgem correlações senso efetoras entre o organismo e o sistema nervoso; A congruência operacional de um organismo com a sua circunstância surge na sua história evolutiva e em seu devir ontogênico (história de mudanças na estrutura), e é resultante das mudanças estruturais que ocorrem entre ele e o meio.

50 SISTEMA NERVOSO COMO SISTEMA FECHADO
Apesar de não interagir com o meio “a estrutura do sistema nervoso segue um trajeto de mudanças que é contingente com o fluir das interações do organismo na realização e conservação de seu viver” (MATURANA, 2001, p. 185). O sistema nervoso opera na rede de interações que ocorre na dinâmica da atividade neuronal. As mudanças de estado de atividade dos neurônios acontecem sem especificação externa (do meio). O sistema nervoso não opera com informações do meio. As mudanças da atividade dos neurônios acontecem sem superfícies de entrada e saída de informações. As mudanças de estado no sistema nervoso só existem para o observador. “Dado um sistema fechado, o dentro e o fora existem somente para o observador que o considera, não para o sistema” (MATURANA, 1997 a, p. 139). Como um sistema fechado, a atividade do sistema nervoso é determinada pela sua estrutura, as circunstâncias ambientais apenas desencadeiam mudanças de estado da estrutura, mas não determinam nela qual a mudança. Por isso, as interações entre organismo e o meio não são interações instrutivas. Não acontece nenhuma gravação de idéias (elementos abstratos) no sistema nervoso, o que ocorre são relações de atividade neuronal conforme a dinâmica que torna possível o viver do organismo, ou seja, uma dinâmica em congruência com o meio. Podemos entender isto, como entendemos que “He sido creado en la interacción, he surgido allí, no he sido creado como una escultura a través de la manipulación sino en la dinámica que lo hace posible” (MATURANA, 2000).

51 8 - Emoções, condutas relacionais e sentires relacionais íntimos

52 - emoções e emocionar: as emoções ou estados de ânimo nos animais ( e nos seres humanos) são vistas como disposições dinâmicas da corporalidade, as quais definem as ações ou domínio de ações que um animal se move. Quando cotidianamente apontamos para nossas emoções diferentes, estamos distinguindo os espaços relacionais em que acontece o nosso viver; como um fluir de mudanças na nossa fisiologia, que acontece acompanhando todo nosso comportamento, as emoções configuram-se em âmbitos relacionais mais contínuos ou em lapsos eventuais;

53 Podemos caracterizar as condutas relacionais caracterizando as distintas emoções em que se constituem nossas condutas nas relações. Assim, cotidianamente, ou através de algum modo mais sofisticado, podemos distinguir classes condutas relacionais. Exemplos: o amar; a agressão; a inveja; a vaidade; a hipocrisia; a superficialidade; a certeza; a ternura; e, a sensualidade. (MATURANA; DÁVILA; 2008, p ).

54 Condutas relacionais - exemplos
O amar: classe de condutas relacionais através das quais o outro, a outra ou alguém a si mesmo, surgem como legítimos na convivência de alguém, sendo que isso acontece de modo espontâneo como um ocorrer biológico sem finalidade nem esforço. A ternura: condutas relacionais nas quais um acolhe o outro ou outra desde o domínio do amar. A sensualidade: condutas relacionais nas quais se amplia a sensorialidade que acolhe ao outro na ternura.

55 Condutas relacionais - exemplos
A certeza: é a classe de condutas relacionais através das quais alguém se comporta de modo que outro ve que ele ou ela não está disposto a refletir sobre os fundamentos do que alguém diz ou faz. A agressão: classe de condutas relacionais nas quais o outro, a outra ou alguém para si mesmo surge negado como legítimo na convivência. A superficialidade: é a classe de condutas relacionais nas quais alguém se comporta de modo que outro vê que este aprecia as aparências de algo na cegueira sobre o que o constitui.

56 Sentires relacionais íntimos
A conservação dos modos de estar nas relações nós vivemos inconscientemente se não refletimos sobre o que sentimos. Aprofundar o nosso saber sobre a possibilidade de refletir sobre o viver relacional refletindo sobre o que sentimos. Uma reflexão que possa ser guiada pelo saber sobre as origens Biológico-culturais do que vemos que sentimos.

57 Exercício sobre sentires relacionais íntimos.
Por exemplo: Exercício sobre sentires relacionais íntimos. 1) Refletir sobre o que sentimos entre a ternura que nos envolve na corporalidade minha e do outro e o prazer manipulativo do meu corpo e do outro. 2) Procurar distinguir como condutas entrelaçadas no biológico e no cultural, e suas consequências no viver íntimo de cada um.

58

59 9 - Humanos na Linguagem, no conversar e nas culturas

60 Âmbitos do viver e evolução
Um observador vê que os seres vivos vivem em um meio e se realizam em dois espaços: FISIOLOGIA E CONDUTA. Os seres vivos constituem-se em mudanças moduladas reciprocamente entre a FISIOLOGIA E A CONDUTA. A evolução acontece como um fenômeno que envolve isto.

61 Autopoiese e determinismo estrutural
A fisiologia é onde acontece a autopoiese. Não há interação instrutiva entre organismo e meio, e/ou entre organismo e organismo, pois são sistemas determinados na estrutura.

62 Coordenações de coordenações
O que o observador vê como mudanças recorrentes e recursivas, como uma sequência de mudanças nas coerências estruturais entre o organismo meio organismo – constituem-se coordenações de condutas. Coordenações de condutas recursivas em um espaço de coerências entre organismo meio organismo, por isso coordenações de coordenações de condutas. Não acontece nenhuma gravação de ideias (elementos abstratos) no sistema nervoso, o que ocorre são relações de atividade neuronal conforme a dinâmica que torna possível o viver do organismo, ou seja, uma dinâmica em congruência com o meio (outro organismo).

63 Operar relacional Há múltiplos modos de realizar a autopoiese.
Na recorrência das coerências estruturais entre seres vivos surgem coordenações de ações. O viver humano inclui múltiplos modos de realização de coerências estruturais. Entre seres humanos há recorrência e recursividade nas coordenações de ações. E há, por isso, coordenações de coordenações de ações recursivas. Esse coordenar ações é um modo de operar nas interações e define relações – constitui o humano em operações nas relações. A linguagem acontece no operar relacional (viver).

64 Linguagem A linguagem vista como um modo de viver no operar relacional humano constitui-se em coordenações de coordenações de ações (condutas) consensuais. A recursividade na linguagem (nas coordenações ...etc) constitui o pensar.

65 Conversar Conversar constitui o viver humano enquanto passamos de uma emoção a outra na linguagem. O conversar surge na passagem de um emocionear a outro no linguajear.

66 Conversações e cultura
Constituímos com nosso viver no linguajear e emocionrar distintos modos de conversar. Nesses diferentes modos de conversar constituímo-nos humanos em distintas redes conversações. Cada vez que conservamos uma rede de conversações ou modo de conversar, constituímos uma cultura.

67 Múltiplas culturas As culturas acontecem na medida em que são conservados certos modos de conversar como redes de conversações. Cada indivíduo humano realiza, com sua participação em cada uma das inúmeras redes de conversações em que participa, uma cultura, inúmeras culturas.

68 3º Encontro: A Biologia do amar e a preocupação ética Educador social Biologia e psicologia: a gênese das condutas e as dinâmicas relacionais

69 Animais políticos ou animais colaboradores?
Relações surgem definidas com as emoções que surgem com elas. Relações de submissão e dominação não definem relações de cooperação. Relações sociais surgem no respeito e aceitação mútuas e de si mesmo, ou seja, surgem no emocionar que define o amar.

70 Relações sociais são relações que surgem no amar: respeito, aceitação, legitimidade espontâneas, mútuas, e por si mesmo. Fora do respeito por si mesmo, etc. não há relação social. Trabalho, política, na medida em com esses termos conotamos compromisso em torno de fazeres, manipulação, sujeição, associação para defender algo, etc.

71 Humanos normalmente se queixam de relações em que desaparecem, não são vistos, não são escutados, não são considerados em sua presença, seja ela em torno do que culturalmente nos diferentes grupos se costuma aceitar como necessário para viver, etc. Estas queixas tem a ver com a realização da biologia do amar, fundamentalmente não tem a ver com os aspectos culturais, pois estes constituem os diferentes modos de realizar a biologia do amar.

72 Óbvio que culturalmente tem sido mantido a negação do amar, como a negação do respeito mútuo espontâneo. Na competição, por exemplo, vive-se em uma relação em que para alguém vencer necessariamente há que haver um modo de negar o outro, e nela nega-se a si mesmo na alienação de obter algo em torno do que se busca para vencer, etc. Entretanto, como se conserva a base operacional/fisiológica/relacional no amar que constitui nossa linhagem, ambas, o amar e o desamar (negação do respeito, etc.) surgem em nós como conflitos entre fazeres/emocionares em oposição que frequentemente não identificamos.

73 O que temos feito é transformar processos constitutivos do humano biológico-cultural em nosso conversar cultural ocidental tradicional em mistérios a serem tratados ideologicamente, filosoficamente, religiosamente, misticamente, etc. Não sabemos sobre eles, pois o que tradicionalmente temos feito é transformar algo que pertence ao nosso operar como seres biológico-culturais em entes substantivos. Abstrações que pertencem a domínios que fazemos surgir, ao abstrairmos de tal modo, que com essas abstrações não evocamos como se constituem os processos que nos fazem humanos. E nisso não temos como agir sobre os processos. Por assim fazer, quase sempre mantemos os conflitos.

74 Como em geral os vertebrados vivem suas relações? (Maturana; Rezepka, p. 59-75)
Em geral os vertebrados mantém dois extremos relacionais. De modo regular e/ou contingente conservam: Um: em relações de respeito mútuo em total aceitação na proximidade corporal. Dois: em relações de negação mútua na dinâmica de dominação e submissão.

75 E nos humanos? Os mamíferos conservam predominantemente e regularmente o primeiro modo de relações, muitas vezes, limitado as relações (materno- infantis) no cuidado com as crias. Quando passam à fase adulta, aparece com maior frequência relações do segundo tipo.

76 E nos humanos? Em primatas como os chimpanzés as relações assemelham-se à dos mamíferos em geral, enquanto nos humanos há um prolongamento das relações da fase infantil e jovem até a fase adulta. Nos chimpanzés há uma conservação com mais ênfase nas relações de dominação e submissão na fase adulta que nos demais mamíferos.

77 E nos humanos? Nos humanos a conservação de características anatômico-fisiológicas e relacionais (Maturana; Rezepka, 2000) de fases jovens na fase adulta configura o fenômeno conhecido na biologia como neotenia. Neo - novo + grego teíno, estender, alargar + -ia A dinâmica no amar das relações materno- infantis nos humanos conserva-e na vida adulta.

78 E nos humanos? As mudanças corporais nos humanos é modulada nesse tipo de convivência relacional neotênica. Por isso, dependemos do amar em todas as idades. Os chimpanzés, não. A vida adulta nos chimpanzés ao contrário expandiu a convivência adulta na infância, ao contrário de outros mamíferos, por isso diz-se (alguns etólogos dizem): são animais políticos.

79 E nos humanos? O domínio a que pertence esta diferença fundamental entre humanos e chimpanzés é o domínio do emocionar. A base que permite esta diferença encontra- se no domínio relacional que tem a ver com a possibilidade de ampliação e expansão da capacidade de consensualidade. A capacidade de consensualidade aumenta com a possibilidade do encontro centrado na cooperação.

80 E nos humanos? O encontro centrado na dominação/submissão (chimpanzé) restringe a possibilidade de consensualidade. Nos humanos em cooperação (co- operar=operar juntos), a possibilidade de consensualidade amplia a possibilidade de recursividade nas coordenações de fazeres e ações.

81 E nos humanos? Portanto, possibilita a ampliação dos fazeres linguísticos. Permite uma ampliação dos fazeres em coordenações de coordenações de fazeres: a linguagem. A linguagem ampliada permite o racional, a ampliação da inteligência através da recursividade em coordenações de coordenações em torno dos fazeres na convivência humana centrada no co-operar.

82 Mais Biologia do amar A mão humana, desde as linhagem ancestrais h há mais de 3 milhões de anos permite o mesmo tipo de manipulação atual: órgãos de manipulação, tácteis e de carícia (Maturana). Carícia pois como a língua em outros animais molda-se às superfícies corporais no acariciar comum aos mamíferos. Coletores e comedores de grãos, sementes, raízes, insetos, nozes, pequenos vertebrados e comedores de carnes eventuais, restos de animais mortos por carnívoros.

83 Mais Biologia do amar A agricultura é um modo de permanecer coletor.
O tamanho dos grupos encontrados nos restos paleontológicos é de 5 a 8 indivíduos de todas as idades. Desde o aparecimento das grandes comunidades, mantemos o viver em torno dos grupos com a intimidade familiar em pequenos grupos.

84 Outros modos relacionais/culturais mantidos:
Partilhar comida: A genética não determina o que seremos: apenas define o que podemos ser. Se assim for: partilhar comida é parte de uma história que conservou este modo relacional de conviver em torno de uma arquitetura/fisiologia que se conservou com ela.

85 Outros modos relacionais/culturais mantidos:
Participação do macho no cuidado dos filhos: É parte de nossas características neotênicas. Talvez não poderia ser somente considerado como cultural, pois também faz parte da conduta espontânea de outros primatas na fase juvenil.

86 Outros modos relacionais/culturais mantidos:
As caraterísticas neotênicas mais a expansão da sexualidade feminina possibilitou a constituição dos grupos pequenos. A sexualidade, a sensualidade e a ternura constituem as dimensões relacionais que permitem a constituição familiar. Isto continua assim, mesmo que constituir uma família para muitos é estar voltados à realização de diferentes mandados culturais: classes e castas sociais, propriedade, status social, identidades culturais/intelectuais diversas, etc.

87 Biologia do amar e ética
Embora somos o produto de uma deriva evolutiva em que nada foi necessário, nos preocupamos com o bem-estar do outro. Temos preocupações éticas. As preocupações éticas, a responsabilidade e a liberdade são evocadas em nosso conversar, enquanto vivemos no domínio do amar.

88 Biologia do amar e ética
Somente enquanto alguém pode ver o outro, a si mesmo e as consequências do seu fazerem si mesmo no outro ou no ambiente há possibilidade de querer ou não querer essas consequências. Ver o outro, ver a si mesmo, ver o ambiente, sem necessidade de justificativa, expectativa, ou exigência somente acontece desde o amar.

89 Geração da conduta Um observador que vê dois organismos que interagem pode ver as mudanças estruturais apresentadas pelos seres vivos. O observador vê mudanças na estrutura dos seres vivos e vê mudanças na circunstancias. Ou seja, o observador vê: Um: mudanças nas relações internas moleculares – FISIOLOGIA. Dois: mudanças nas coerências entre as estruturas dos seres vivos - CONDUTA.

90 organismo><meio><organismo
Geração da conduta A CONDUTA surge somente com a interação do organismo com o meio ou entre organismos em um meio. A CONDUTA, portanto, não é uma propriedade do organismo, nem é algo que o organismo faz. Ela aparece como resultado da interação: organismo><meio><organismo

91 Geração da conduta A complexidade da conduta será conforme a história das interações, a história das mudanças na FISIOLOGIA. A história das mudanças estruturais nas coerências estruturais entre organismo meio organismo. Dinâmicas de mudanças recorrentes passam a constituir fenômenos históricos.

92 Geração da conduta O que o observador vê como mudanças recorrentes e recursivas, como uma sequência de mudanças nas coerências estruturais entre o organismo meio organismo – constituem-se coordenações de condutas. Coordenações de condutas recursivas em um espaço de coerências entre organismo meio organismo, por isso coordenações de coordenações de condutas.

93 A Biologia do amar e a preocupação ética
No ser vivo humano realizam-se o biológico e o cultural na mesma corporalidade. Assim, o que aparece no conversar e o que não aparece no conversar, faz parte do viver humano. O que aparece no conversar constitui-se como o cultural, o que se vive e não aparece no conversar pode passar a ser do viver biológico. Como?

94 O domínio da cultura no conversar e o domínio da biologia embora não sejam redutíveis um ao outro, acontecem na mesma corporalidade. Assim, o que não aparece como sentir na dinâmica relacional ao tornar-se consciente no conversar, continua como mudança inconsciente nas modulações estruturais na biologia.

95 As modulações fisiológico-estruturais passam a ser parte das configurações inconscientes dos sentires que conservam maneiras de pensar e sentir. Assim, inconscientes na modulação fisiológico- estruturais na biologia, configuram modos relacionais de viver. Quando se vive as conversações da negação de si e do outro no desamar, as configurações estruturais que se formam ou modulam com elas, podem ser conscientes no conversar ou inconscientes na biologia.

96 Quando se vive as conversações da negação de si e do outro no desamar, as configurações estruturais que se formam ou modulam com elas, podem ser conscientes no conversar ou inconscientes na biologia.

97 O patriarcado/matriarcado
A cultura patriarcal é vivida na apropriação, desconfiança, controle, dominação e submissão. A cultura patriarcal pode ser vivida desde diferentes modos de relacionar- se. Entretanto, o mais frequente é que as relações são vividas como se nós mesmos e os outros fossem instrumentos para manter superioridade em algum âmbito do viver.

98 O patriarcado/matriarcado
Essa existência centrada na instrumentalização para obter um lugar superior ou dominar algo ou alguém, ao ser vivida vive-se negando a si mesmo e outros. Isso inclui a legitimidade de toda a biosfera, de todos os seres vivos e do mundo físico, mineral, etc. que são transformados em uma conversa sobre recursos. O que se ouve no conversar sobre recursos humanos e naturais? Instrumentos para dominar seres vivos humanos e não humanos e todo o resto no entorno. Entretanto os únicos que se importam somo nós humanos, não o entorno, não os animais, não a biosfera, não o planeta...

99 O patriarcado/matriarcado
Estes são os temas da nossa coexistência. Transformamos nossas relações em relações políticas nas quais tudo desaparece e somente vemos o resultado como dominar e submeter. E dominar e submeter é obtido somente quando nas conversações transformamos tudo em instrumentos e recursos. Se não vemos não estamos no amar.

100 O patriarcado/matriarcado
Não vivemos apenas a luta política. Procuramos manter conversações sobre a convivência democrática. A convivência democrática é uma tentativa de conservar o social como uma convivência na qual operamos na confiança própria do amar. A democracia é um propósito de criar e conservar a confiança imanente dos seres vivos que sempre nascem como se fossem encontrar um meio que os acolhe naturalmente.

101 O patriarcado/matriarcado
Os humanos também nascem na mesma “expectativa” própria de todo mundo vivo. No acolhimento natural materno-infantil que pode ou não ser conservado culturalmente configura-se nos seres que nele vivem um aprendizado. Este aprendizado, tanto como o viver patriarcal, pode ou não ser conservado com os filhos através das gerações. Isto depende de sabermos se queremos saber e depende do que queremos conservar.

102 CULTURA BIOLOGIA CONSIDERAR O OBSERVAR E O OBSERVADOR AUTOPOIESE E
DETERMINISMO ESTRUTURAL EMOCIONAR LINGUAGEM CONVERSAR CONVERSAÇÕES MODO DE VIDA SISTEMAS OPERACIONALMENTE FECHADOS CONDUTAS RELACIONAIS: AGRESSÃO; CERTEZA; INVEJA; AMAR; TERNURA; SENSUALIDADE; ... ACOPLAMENTO ESTRUTURAL EVOLUÇÃO DERIVA NATURAL CULTURA(S): DISTINTAS REDE(S) DE CONVERSAÇÕES GENÓTIPO TOTAL SOBREVIVÊNCIA DO APTO


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