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Encontros de Formação Cristã Paróquia de Santa Maria de Carreço

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Apresentação em tema: "Encontros de Formação Cristã Paróquia de Santa Maria de Carreço"— Transcrição da apresentação:

1 Encontros de Formação Cristã Paróquia de Santa Maria de Carreço
30. – Seitas e Novos Movimentos Religiosos (N.M.R.) – um desafio pastoral «Ainda que seja difícil descobrir uma linha de conteúdos comuns em todos eles, é possível traçar sua tendência geral. Nestes movimentos a salvação costuma ser considerada, no geral, como algo exclusivo de um grupo minoritário, guiado por personalidades superiores, que crêem ter uma relação privilegiada com Deus cujos segredos pretendem somente eles conhecer. Também a busca do sagrado apresenta contornos ambíguos. Para alguns trata-se de um valor superior, para o qual o homem tende sem poder jamais alcançá-lo; para outros, ao contrário, está situado no mundo da magia, e buscam atraí-lo a sua própria esfera para manipulá-lo e reduzi-lo a seu próprio serviço (…) As seitas e os novos movimentos religiosos propõem hoje à Igreja um grande desafio pastoral». João Paulo II, na Jornada mundial do Emigrante, 1990 Encontros de Formação Cristã Paróquia de Santa Maria de Carreço

2 30ª sessão – Seitas e N.M.R. – Sumário: um desafio pastoral
1. O fenómeno sectário 2. Um olhar por algumas Seitas e N.M.R. 3. Como “responder” às Seitas e N.M.R. – algumas pistas 4. As Seitas e N.M.R. – um desafio pastoral 5. Bibliografia recomendada (EFC 30)

3 1. O fenómeno sectário

4 1) Um fenómeno abrangente
1 – O fenómeno sectário 1) Um fenómeno abrangente O fenómeno sectário aparece em todos os países do mundo, em maior ou menor grau e todas as religiões tradicionais sofreram (ou sofrem) no seu interior este fenómeno. O fenómeno sectário tem sido analisado pelos sociólogos (começou pelos estudos do alemão Max Weber), e interessado à população em geral (políticos, juízes, jornalistas, universidades, etc.), pelos danos causados nos indivíduos e na sociedade. É até, a par com a droga, o terrorismo, o suicídio e o tráfico humano, um dos grandes problemas de hoje. Interessa também aos homens de Igreja, por implicar uma ameaça aos próprios fiéis (no “corpo” e na “alma”). Não se pense que são «meia dúzia de malucos à solta»! Já há mais de 20 anos eram mais de 108 milhões em todo o mundo! As seitas mais numerosas são as Testemunhas de Jeová, os Mórmones e os Adventistas do Sétimo Dia.

5 1 – O fenómeno sectário 2) O que é uma seita?
Em poucas palavras podemos definir seita como um grupo de indivíduos unidos por um líder ou por uma doutrina. Mas é muito mais do que isso. Há uma confusão na definição dos termos, incluindo o próprio alcance da palavra «seita»; essa confusão é dificultada: pela própria carga pejorativa que o termo reveste-se; pelo facto de existir algum relativismo, uma vez que alguns grupos serem considerados seitas ontem e hoje já não, porque se transformaram em realidades diferentes; e também no seio da Igreja se encontram indivíduos e até grupos com traços sectários. O fenómeno é complexo e a confusão terminológica é grande; fala-se muitas vezes indiferentemente de «igrejas», «cultos» (frequente nos países Anglo-saxões), «denominações» (seita que, com o passar do tempo se institucionalizou e adquiriu respeitabilidade social; «novas seitas» (em França), «novas espiritualidades», «grupos», «novas religiões», «movimentos religiosos alternativos», «religiões da juventude» ou «seitas de jovens» (na Alemanha), «novas espiritualidades», etc. Não existe um acolhimento unânime entre os especialistas. Um olhar para as religiões: são diferentes das seitas. Uma religião é uma crença numa divindade ou numa realidade transcendente que inclua o serviço e adoração a Deus ou aos deuses, expressos na forma de cultos. As principais religiões têm a crença num Ser supremo, têm escrituras sagradas, lugares santos, liturgias ou formas de cultos e crêem e praticam a Lei sagrada. Têm também doutrinas oficiais que explicam as suas práticas e crenças.

6 2) O que é uma seita? (cont.)
1 – O fenómeno sectário 2) O que é uma seita? (cont.) Em termos etimológicos, a palavra «seita» deriva do latim secare = «cortar» (separação radical) ou então de sequor = «seguir» (seguimento). Em termos religiosos, o conceito tem uma carga tradicionalmente pejorativa: «Por oposição à Igreja, a seita designa um pequeno grupo secessionista que reúne os discípulos de um mestre herético» (Alain Woodrow – As novas seitas). Em termos sociológicos, o conceito perde a sua carga negativa, sendo uma definição mais ampla, que pode ultrapassar o estritamente religioso e abranger outros domínios, como o ideológico, social e político, sendo um «agrupamento contratual de voluntários que compartilham de uma mesma crença» (A.Woodrow). Em termos psicológicos, é um movimento totalitário caracterizado pela sujeição de pessoas totalmente dependentes das ideias do líder e pelas doutrinas do grupo dirigidas pelo líder. Em termos do ponto de vista da sociedade, esta entende a seita como um grupo que emprega sofisticados métodos e manipulação e coacção, que atentam contra os direitos do indivíduo. Assim, não será tanto em razão da doutrina que professam, mas pelos meios e pela forma com que são utilizados. A visão da sociedade coincide, no geral, com a definição de «seitas destrutivas» dada pelo Parlamento Europeu.

7 2) O que é uma seita? (cont.)
1 – O fenómeno sectário 2) O que é uma seita? (cont.) NOTA 1: Não podem ser chamadas de «seitas» as Igrejas cristãs que, embora discordando em certos pontos da Igreja Católica, baseiam os seus ensinamentos nas Escrituras e fundamentam-se no amor e seguimento de Cristo. Mas o fenómeno é complexo: há grupos religiosos em que o consenso entre os especialistas está longe de ser unânime: é uma seita ou religião? Por exemplo, alguns baptistas, alguns pentecostais, a Igreja Adventista do Sétimo Dia… Outras vezes depende do local: os Mórmones são considerados seita, mas no Utah, E.U.A., onde são a maioria, tal definição tem sentido? Além disso, há seitas em razão da doutrina, que não se encaixam na ortodoxia corrente; ou então as que, mesmo que se encaixem, possuem em si comportamentos sectários; ou então o grupo possui um número muito reduzido de fiéis, etc. NOTA 2: Ninguém gosta de ser chamado de «seita», porque encerra uma carga pejorativa: a seita é sempre o «outro». Neste EFC será utilizada o termo sem intenção pejorativa, na acepção sociológica, e sem intenções de polémicas, mas de contribuir um pouco para o esclarecimento.

8 3) E o que são os Novos Movimentos Religiosos (N.M.R.)?
1 – O fenómeno sectário 3) E o que são os Novos Movimentos Religiosos (N.M.R.)? Dado que o termo «seita» encerra um valor negativo, explica as intenções pelas quais se pretende substituir o termo por outras expressões sem essa carga: «novos movimentos religiosos», «novas formas de religião», «novas religiões», «religiões marginais», «alternativas», etc. Por um lado, será que convém o qualificativo de «novo» a grupos surgidos nos séculos XVIII-XIX e anteriores? «A palavra «novo» resiste pouco ao desgastar do tempo, e não nos pode deixar minimamente satisfeitos» (Jean-François Mayer – As Seitas). Mas por outro lado, será que certos grupos, como as “seitas” ufológicas (O.V.N.I.), fenómenos de inovação religiosa, ou o Movimento New Age, podem ser chamados de “seita”, nos sentido de separar-se uma Igreja instituída? Novos, na medida quem se apresentam com novas formas e novos modelos simbólicos e ideológicos que se afastam com novas formas e novos modelos simbólicos e ideológicos que se afastam do sistema sócio-religioso instituído. Movimentos, porque é um termo dinâmico, neutro e não redutivo, podendo ser aceite de um modo mais universal. Religiosos, mas no sentido mais global, pretendendo abarcar tanto conceitos espirituais (procura de elevação e alimento para o espírito) como transcendentais (ir mais além de si e realizar um novo nível de existência e de consciência). Concluindo: há quem substitua apenas o termo “seita” por N.M.R. para retirar a carga pejorativa e facilitar o diálogo; e há quem os considere como uma realidade nova, diferente das religiões e das seitas.

9 4) Quais são as características das seitas? E das Igrejas?
1 – O fenómeno sectário 4) Quais são as características das seitas? E das Igrejas? «A seita apareceria como mais um grupo religioso, com a única característica de se ter cindido de outro grupo original maior de que discorda. Mas histórica e sociologicamente a «seita» não é uma associação tão ingénua: tem outras características no seu ser e no seu funcionamento» (Atilano Alaiz Prieto – As seitas e os cristãos). A seitas, são muito diferentes umas das outras: há as teoricamente inofensivas, as humanitárias, mas também as perigosas ou destrutivas; para o Parlamento Europeu as chamadas «seitas destrutivas» são novas organizações (entidades religiosas, associações culturais, centros científicos, grupos terapêuticos e de auto-ajuda, ou revestir natureza comercial ou política) que operam sob a cobertura da liberdade religiosa, que atenta contra os direitos civis e humanos do homem e comprometem a sua situação social. Porém, todas elas têm características que as identificam, mas não de uma forma homogénea: muitas não possuem algumas das características (que lhe podem retirar o título de «seitas perigosas»), outras possuem-nas em maior ou menor grau, etc. Por seu turno as Igrejas têm traços que as separam das seitas, que podem ser melhor vistos em comparação mútua. Em seguida enumeram-se algumas.

10 4) Quais são as características das seitas e das Igrejas?
1 – O fenómeno sectário 4) Quais são as características das seitas e das Igrejas? SEITAS IGREJAS A adesão é voluntária e não sociológica; por exemplo, rejeita-se o baptismo das crianças. Não são necessárias qualidades especiais para a entrada na Igreja. O mundo está dividido em duas partes: eles, a seita, que são os “bons”, os “santos”, os “escolhidos” e que serão os únicos a ser salvos; e os outros, os não-membros, que são os “maus”, que estão nas mãos de Satanás, do mal e que não terão salvação: a não ser que entrem para a seita! A Igreja rejeita o maniqueísmo, que é ver a humanidade dividida entre os “bons” e os “maus”. A atitude da seita é diferente no interior e no exterior: no interior, muitas vezes vivem em comunhão fraternal e até se ajudam, devem ser leais e tudo confessar ao líder; para o exterior surgem como um grupo coeso, fechado, em que impera o secretismo, a mentira, não se comprometem com obras sociais, não melhoram o mundo, nem o diálogo ecuménico. Para manter a “pureza” do seu seio, não hesitam em expulsar os membros fracos, não-comprometidos ou pecadores, os quais para a seita “morreram”. Pelo contrário, a Igreja acolhe a todos, ao santo e pecador, ao justo e injusto; insistem que as pessoas ajudem na construção de um mundo melhor e não que se fechem em si; na Igreja ninguém é autónomo, todos devem preocupar-se pelos problemas da sociedade em que vivemos, lutando por um mundo melhor; ensinam aos seus membros a ser honestos com todo o mundo e a reger-se por uma só moral; dão exemplo de verdade e integridade nas suas práticas.

11 4) Quais são as características das seitas e das Igrejas (cont.)?
1 – O fenómeno sectário 4) Quais são as características das seitas e das Igrejas (cont.)? SEITAS IGREJAS A doutrina da seita é absoluta, têm as respostas para tudo, de uma forma simples, dizem que são infalíveis e as mesmas não podem ser verificadas por pessoas fora do grupo; normalmente, tem carácter milenarista, esperando uma iminente mudança colectiva. Entendem que o mundo é complexo e não há respostas simples; mantêm-se fiel a uma doutrina transmitida durante séculos; as doutrinas são verificáveis por pessoas externas ao grupo e coincide e é coerente com a sua própria história. Idolatrização do líder, que tudo centraliza e domina; costumam ser carismáticos, decididos; autoproclama-se “Messias”, “guru”, “mestre”, “reverendo”, “profeta”, “bispo”, etc.; a palavra decisiva é a dele, não há apelação fora do seu sistema; exige que as suas ordens sejam executadas sem a menor crítica e que o venerem com amor, devoção e adesão; para isso exerce um grande poder de atracção e sugestão, torna-se dono dos corpos, mentes e carteiras dos adeptos; não se pode duvidar da sua palavra, escritos, etc.; muitas vezes não tem formação e preparação formal. Os sacerdotes, rabinos, ministros, líderes democráticos e de movimentos realmente altruístas dirigem a veneração dos seguidores para Deus; as igrejas pedem e buscam que os seus líderes religiosos prestem contas das suas acções; os ministros das religiões têm preparação formal.

12 4) Quais são as características das seitas e das Igrejas (cont.)?
1 – O fenómeno sectário 4) Quais são as características das seitas e das Igrejas (cont.)? SEITAS IGREJAS As seitas têm dois objectivos: o proselitismo acérrimo, utilizando também métodos enganosos (fomentam as decisões rápidas, camuflam a informação, que só é conhecida dos que já estão no grupo, etc), agarrar-se a meia dúzia de ideias…; e a preocupação constante de arrecadar dinheiro. As igrejas têm objectivos absolutamente diferentes. Explicam claramente as suas crenças. As religiões estabelecidas e os movimentos altruístas também podem recrutar e conseguir dinheiro, mas o objectivo é melhorar as vidas dos seus membros e semelhantes e não para o crescimento da própria comunidade; as Igrejas animam as pessoas que pensem detalhadamente antes de aceitar um compromisso; as Igrejas propõem, não impõem nada, respeitam as pessoas e culturas. As seitas exaltam o esforço pessoal, Deus não intervém no mundo para os ajudar: tudo é obra do esforço dos adeptos, da sua concentração. Isto nota-se especialmente nos modelos de desenvolvimento do potencial humano: yoga (seitas hindus), zen (seitas budistas), a meditação transcendental, etc. As Igrejas ensinam que Deus é providente e ajuda os Seus filhos; o homem deve colocar todo o seu esforço na evangelização, mas quem converte é Deus, os frutos dependem de Deus.

13 4) Quais são as características das seitas e das Igrejas (cont.)?
1 – O fenómeno sectário 4) Quais são as características das seitas e das Igrejas (cont.)? SEITAS IGREJAS Exige-se uma adesão total à seita e obediência incondicional ao líder, a entrada na seita é fácil, mas a saída torna-se muito difícil ou impossível. Isto é conseguido por vários meios: Obrigam (sob pressão psicológica) a uma súbita separações e rompimento de todos os laços: familiares, de amizade, sociais, até do trabalho e estudos…, retirando-lhe todos os apoios. É proibido «pensar», ter ideias próprias, a crítica…; por isso, a estrutura é rígida e totalitária para impedir estes desvios. Uso do controlo da mente e técnicas psicológicas, no recrutamento, na doutrinação e na manutenção dos adeptos na seita; por exemplo: tendem a não manifestar claramente o que esperam dos seguidores; utilizam linguagem simples, que apela à emoção; falsos milagres levam a que o iniciante julgue que ali está a verdade; quando é alguém que duvida, diz-se que o “diabo” o está a tentar e necessita com urgência de expulsar essas ideias; usam um vocabulário restrito e próprio, que impede o pensamento livre. As igrejas valorizam a família e dão-lhe o seu apoio; exortam à participação na sociedade; a conversão implica um desdobramento de processos interior; têm expectativas claras no que respeita aos seguidores; além disso, fomentam a integração psicoespiritual da pessoa como um todo; animam as pessoas a interrogar-se e a pensar de forma crítica; respondem às críticas com respeito; respeitam os direitos e as liberdades dos indivíduo; fomentam a participação, sem forçá-la.

14 4) Quais são as características das seitas e das Igrejas (cont.)?
1 – O fenómeno sectário 4) Quais são as características das seitas e das Igrejas (cont.)? SEITAS IGREJAS Pode levar a alterações psíquicas graves do indivíduo ou até a uma completa mudança de personalidade do indivíduo (que é sempre menosprezado em favor da seita). Dependência total do indivíduo em relação à seita: física, psicológica, social; controlam todas as propriedades, todas as liberdades pessoais, o dinheiro, a forma de vestir, o que comer, o que vestir, regras de pureza, etc., enfim toda a sua vida. Quando vivem em comunidade fechada, a alimentação é pobre, dormem muito pouco, trabalham muito, não há espaços de lazer, mentem acerca dos familiares que estão lá fora, controlam a correspondência… Entregam todo o património pessoal e grandes somas de dinheiro… Tudo para aumentar a dependência. A pessoa humana é o maior valor da criação: tem um valor absoluto; a pessoa é um fim, criado e querido por Deus, nunca pode ser meio para alcançar algo; as Igrejas falam no dia de descanso para o homem se encontrar com Deus, com a família, com ele próprio – o Domingo…

15 4) Quais são as características das seitas e das Igrejas (cont.)?
1 – O fenómeno sectário 4) Quais são as características das seitas e das Igrejas (cont.)? SEITAS IGREJAS Por isso a saída é quase impossível: há a dependência física (nada têm lá fora, nada sabem fazer…), psicológica (na seita está a salvação, Deus vai castigar, o fim do mundo aproxima-se…), social (na seita estão os amigos, todos os conhecidos…); há o medo dos castigos, que podem ser físicos, ou morais (muitas vezes assinam folhas com a sua vida em pormenor, detalhes escandalosos, etc., que são usados como chantagem em caso de saída); há as que tratam os ex-adeptos como se morressem, são ignorados, inclusive pelos familiares próximos pertencentes à seita, mas há as mais perigosas que chegam a extremo de os perseguir para lhes tirar a vida. Muitas vezes não aguentam a privação, querem para lá voltar, ou então suicidam-se. Nas igrejas por vezes existe a confissão para ajudar a pessoa e receber as graças de Deus e não para envergonhá-la e usá-la contra si; permitem aos seus seguidores que deixem o grupo sem repercussões.

16 4) Quais são as características das seitas e das Igrejas (cont.)?
1 – O fenómeno sectário 4) Quais são as características das seitas e das Igrejas (cont.)? Nas seitas destrutivas ou perigosas, os aspectos mais negativos são acentuados, sobretudo relativo à coação e manipulação das pessoas. Por exemplo, entregar grande somas de dinheiro, trabalhar muitas horas sem remuneração ou com remuneração baixa… Ou então, utilizar meios degradantes para os fins da seita, como prostituição, tráfico de crianças, etc. Existe o recurso à lavagem ao cérebro, à manipulação psicológica mediante técnicas de persuasão mental, ao castigo físico, para garantir submissão incondicional. Entre as mais perigosas temos: a Igreja da Cientologia, A Família Internacional (ex-Meninos de Deus), Hare Krishna, Edelweis, O Patriarca, CEIS, a seita de Moon… «Um grupo religioso só vira seita na hora em que começar a fechar-se dentro de si mesmo e os membros desse grupo começarem a achar que só eles vão para o céu, que o mundo não presta, que as pessoas não prestam, são todas pecadoras, só eles é que são santos, só eles conhecem a verdade. A luz da verdade que descobriram é tão forte que os deixa cegos, tão cegos que não são mais capazes de enxergar tudo o que existe de bom e verdadeiro em outros grupos religiosos» (Padre Paulo H. Gozzi – Como lidar com as seitas). «Em todo lugar aonde se vai descobrimos grupinhos de pessoas fanáticas que querem nos salvar de qualquer jeito. E a única maneira de nos salvar deste mundo de pecado é entrar para o grupinho deles» (Padre Paulo H. Gozzi – Como lidar com as seitas).

17 5) Qual é, em traços largos, o perfil do líder sectário?
1 – O fenómeno sectário 5) Qual é, em traços largos, o perfil do líder sectário? Autodenominam-se por “guru”, “mestre”, “pastor”, “reverendo”, “profeta”, “presidente”, “comandante”, “messias”… São perversos e narcísicos: com grande encanto pessoal e poder de atracção, que se converte no dono dos corpos, mentes e dinheiro dos adeptos; estão submetidos a tendências impulsivas sado-masoquistas que utiliza para sair do isolamento que sente; é sádico pois depende dos seus “dominados” para sobreviver psiquicamente; por outro lado, é masoquista, porque acredita que expulsa do seu eu, tudo aquilo que lhe impede ver que ele é o escolhido por Deus; são cruéis, não sentem o menor sentimento de culpa. Possuem a verdade absoluta: Todos sentem-se imbuídos de uma missão especial, para o qual possuem um poder divino e celestial. São fanáticos e intolerantes, apresenta-se como o “ideal”: o líder sectário sabe tudo, prevê tudo; ninguém pode duvidar das suas afirmações, nem dos seus escritos; reina de forma absoluta, pois ninguém pode criticá-lo ou recusar uma ordem sua; se isto sucede, torna-se tenso, excita-se e enfurece-se contra aquele que pensa de modo diferente. São paranóicos: estes delírios paranóicos baseiam-se em desejos ou temores e os principais são: a perseguição, a injustiça, o erotismo e o delírio de grandeza. Alguns dos ditos dos líderes sectários: «De hoje em diante, eu serei o vosso cérebro» (Moon) «Lembra-te que a Jesus Cristo o pregaram na Cruz; a ti vão-te pregar na cama” (David Berg, Meninos de Deus) «A lei impede-nos disso, mas se tomássemos o poder, seriam logo executados», (Rutherford, 2º pres. T. Jeová) São arrogantes e megalómanos: sentem-se destinados a algo especial na vida, que os separa dos seres humanos comuns; «sou maior do que Cristo», diz Moon.

18 7) Como saber se determinado grupo é ou não cristão?
1 – O fenómeno sectário 7) Como saber se determinado grupo é ou não cristão? Todo o cristão aceita as verdades contidas no Símbolo dos Apóstolos, entre elas: acredita na Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo); que Jesus Cristo encarnou, padeceu, morreu e ressuscitou para nos dar a Vida, é o nosso Salvador e Redentor; que Jesus Cristo é Deus (divindade de Cristo); que o Espírito Santo é Deus… Além disso, a Revelação divina terminou com a morte do último apóstolo, estando encerrada. Então alguém pode falar em Cristo, saber muito acerca dele tê-lo até em muita estima, mas se não acreditar como Ele é, se não acreditar que Ele seja Deus, nem que a sua morte tenha valor redentor para a humanidade, nem acreditarem na Trindade, ou então possuírem escritos do seu fundador que têm o mesmo valor ou mais do que a Bíblia, esse alguém NÃO É CRISTÃO. As Testemunhas de Jeová, os espíritas, os Mórmons, a ciência cristã, os moonistas, etc. falam de Cristo, mas não acreditam nele como realmente é, não sendo, portanto, cristãos (pseudo-cristãos).

19 6) Quais são os principais alvos para candidatos das seitas?
1 – O fenómeno sectário 6) Quais são os principais alvos para candidatos das seitas? Os jovens. Eles possuem características que são exploradas pelos sectários (que estão onde circulam os jovens), a saber: idealismo (mudar o mundo), ingenuidade (consideram-se “astutos” para serem enganados, o facto é que o são!), identidade (o que queremos da vida?), indecisão (qual o seu futuro?). Dentro dos jovens, existem características que aumentam a possibilidade de cair nas mãos de uma seita: alto nível de angústia e insatisfação com a vida, carência de um sistema de crenças, sistema familiar moderadamente disfuncional, síndrome da “ausência do pai”, carência de guia, de estrutura e direcção, tendência a uma personalidade dependente, etc. «De modo geral, os membros dos NMRs caracterizam-se assim por uma personalidade psiquicamente sensível, débil, dependente, com tendência à depressão e a manifestações histéricas» (João C. Jorge – Artigo Aspectos psicológicos, Revista Communio, nº 4, 1991) Os idosos. Dado que se encontram mais marginalizados na sociedade, quer pela solidão, quer pelo pouco valor que muitas vezes se lhes dá. As seitas parecem oferecer carinho, acolhimento, uma oportunidade de participarem… Os cenários do Povo de Deus, em que mais se notam os impactos, são os preferidos tanto das seitas, como pelos missionários do Evangelho, por exemplo: A vida paroquial. Ambiente familiar. Ambiente juvenil. Pessoas de meia-idade e da terceira idade. Círculos de intelectuais e universitários. As pessoas perturbadas psicologicamente. Esperam encontrar no grupo um alívio para o seu estado crónico de mal-estar psíquico.

20 8) Por que é que aparecem as Seitas e N.M.R.?
1 – O fenómeno sectário 8) Por que é que aparecem as Seitas e N.M.R.? Por vários motivos e objectivos, mais ou menos claros /variados. Os líderes, normalmente, alegam alguns motivos dos seguintes: Devido a uma busca da Verdade, do Transcendente e de Deus, que o conduziu àquele caminho. Devido ao “fracasso de Cristo” e agora vão acabar a sua obra (Moons, Mórmones, etc.). Devido à traição à mensagem original. Há que regressar à pureza original; já Lutero e Calvino dizem isso da Igreja Católica; mais tarde, os sucessores de Lutero e Calvino fazem-lhes o mesmo, desmembrando-se em cada vez mais grupos. O princípio protestante do livre exame da Bíblia para isto também contribuiu. Devido à caducidade das religiões tradicionais. As religiões tradicionais perderam elementos de valor, ficando só alguns, os quais há que juntar: sincretistas, gnósticos, esotéricos e ocultistas.

21 8) Por que é que aparecem as Seitas e N.M.R.? (cont.)
1 – O fenómeno sectário 8) Por que é que aparecem as Seitas e N.M.R.? (cont.) Contudo, muitas vezes (mas nem sempre) o que lhes está na base são objectivos, que têm por base a cedência às seguintes tentações: Tentação do poder pessoal (honras e autoridade): «Sou maior que o próprio Jesus» (Moon); muitas vezes, dá-se uma cisão devido a um conflito, em que o integrante de um grupo religioso entra em conflito com o(s) dirigente(s) e forma um novo culto. Tentação do poder económico (riquezas): «As colectas de dinheiro que constituem uma das principais tarefas dos Meninos de Deus, são destinadas ao lucro pessoal dos dirigentes» (Alain Woodrow- As nova seitas). Tentação do poder político (poder): «Encontram-se seitas que não são mais do que partidos políticos. O exemplo mais frisante é sem dúvida o de Soka Gakkai, no Japão» (Alain Woodrow – As novas seitas). «Então, o Espírito conduziu Jesus ao deserto a fim de ser tentado pelo demónio» (cf. Mt 4, 1).

22 1 – O fenómeno sectário 9) Quais são as principais razões pelas quais as pessoas aderem a determinada seita? Pode-se ingressar numa seita ou N.M.R. por variadíssimas razões. Contrariamente ao que correntemente se diz, nem todas as pessoas que formam parte destes grupos o fizeram por más razões, isto é: como resultado de manipulação ou técnicas de controlo mental; como resultado de promessas sociais e económicas que digam vir a obter; como resultado de atravessarem dificuldades pessoais e familiares; ou como resultado de um proselitismo feroz. «As seitas atraiem, sobretudo, as pessoas traumatizadas por alterações profundas de ordem psico-somática ou sócio-cultural» (cf. Instrução pastoral CEP As Seitas – um desafio à actividade pastoral da Igreja, nº 6). As seitas oferecem respostas directas e simples às ansiedades mais sentidas. Por exemplo: Necessidade de enquadramento comunitário: as seitas prometem acolhimento e calor humano. «Eu ia à Igreja Católica e achava todos frios e distantes… depois fui a tal sítio, convidado por um amigo, onde todos me saudavam e se interessavam por mim»: é uma frase típica que se ouve. Procura de resposta a dificuldades e angústias da vida: as seitas aparecem a oferecer soluções simples para as mesmas. A mensagem das seitas visa contrariar a solidão de hoje, satisfazer o desejo de novidade e preencher a falta de horizontes para o futuro; as seitas dizem que oferecem: felicidade, sentido de comunidade, identidade, orientação, novos significados…

23 1 – O fenómeno sectário 9) Quais são as principais razões pelas quais as pessoas aderem a determinada seita? (cont.) Desejo de identidade pessoal e de integração cultural: as seitas oferecem espaços e experiências espirituais fortes, com aparente respeito pela herança religioso-cultural das pessoas. Ânsia de afirmação pessoal: as seitas oferecem oportunidade de expressão e intervenção, de pertença a um grupo de elite. Busca do transcendente ou então um pensamento de tipo mágico: as seitas oferecem respostas fáceis a esta busca; regista-se na sociedade também um importante aumento da consciência mágica. «Mestre Taró… amarra e desamarra, faz trabalhos à distância», lemos anúncios parecidos com estes nos jornais. Distanciamento da Igreja /falta de respostas pastorais da Igreja: a falta de formação na própria fé leva a que a pessoa pouco formada caia com frequência nas malhas das seitas.

24 10) Quais são os danos causados por algumas seitas e N.M.R.?
1 – O fenómeno sectário 10) Quais são os danos causados por algumas seitas e N.M.R.? Mas aquilo que é prometido pela seita e esperado pelos seus adeptos quando a ela aderem, não é cumprido. Pelo contrário, não ganha nada, mas perde-se muito. Por exemplo: Fragmentação da família: por exemplo, as Testemunhas de Jeová, os Moon (que consideram o casal Moon como os verdadeiros pais), etc. Abandono e abuso de crianças: as crianças ou são abandonadas, ou são entregues a familiares que não pertencem à seita; ou então, são abusadas como na seita dos Meninos de Deus. Desenvolvimento de perturbações mentais e psicológicas: por exemplo, em determinados grupos pentecostais ao tentarem expulsar o demónio… Escravidão dos seus membros: por exemplo, na Hare Krishna, onde têm de vender determinado número de objectos para voltar à colónia; a Cientologia, que, caso não paguem os “cursos” terão de cumprir trabalho para o movimento…

25 10) Quais são os danos causados por algumas seitas e N.M.R.? (cont.)
1 – O fenómeno sectário 10) Quais são os danos causados por algumas seitas e N.M.R.? (cont.) Negligência pela saúde, feridas, torturas, doenças e até morte dos membros: derivadas da falta de alimentação, de sono, de recusa de tratamentos (como as transfusões de sangue pelas Testemunhas de Jeová); lembramos os 900 seguidores do Templo do Sol, que se suicidaram em 1978; os seguidores de David Koresh, em Waco, Texas; a Ordem do Templo Solar na Suíça e Montreal; a Porta do Céu, em São Diego, E.U.A., etc. Waco (Texas).: em 1993, 54 adultos e 21 crianças morreram num incêndio; mas antes, muitos tinham sido mortos a tiro por fanáticos da própria seita! Danos na sociedade: evasão de impostos; competência desleal com as empresas, quando a seita possui alguma empresa, uma vez que têm adeptos que trabalham de um modo escravo; violação das leis da imigração; desincentivo ou proibição da Educação aos membros; Distorção do destino das “arrecadações caritativas”, pois sob este pretexto, seguem objectivos económicos ou políticos; falsificação do propósito do grupo para prosseguir os interesses da seita (por exemplo, organizar numa universidade um tema de interesse geral para a sociedade, usando-o disfarçadamente como método de doutrinamento); homicídios por encargo; tráfico de armas, incentivo à prostituição, etc, etc.

26 1 – O fenómeno sectário 11) Quais são as principais técnicas de recrutamento e de formação, usadas nos processos de doutrinação? «Certas técnicas e processos, frequentemente muito sofisticados, explicam, em boa medida, o sucesso das seitas. A maior parte das pessoas atraídas por estes meios não se dá conta de que esta abordagem contém muito de encenação, nem se apercebe da natureza do engodo que a vai levar à conversão, nem tão pouco entende os métodos de formação (manipulação social e psicológica) a que vai ser submetida. As seitas impõem muitas vezes as suas próprias normas de pensar, de sentir e de conduta, enquanto a abordagem da Igreja implica consentimento e responsabilidade. Os jovens e os idosos são as presas mais fáceis para estas técnicas e métodos que, frequentemente combinam afeição e decepção» (O fenómeno das seitas ou Novos Movimentos Religiosos, Secretariado para a Unidade dos cristãos). Enumeremos algumas: Respostas feitas, amizades; às vezes força-se a decisão dos candidatos. Processo subtil de apresentação do convertido e descoberta progressiva dos seus verdadeiros interlocutores. Distribuição de dinheiro e medicamentos. Técnicas de dominação: o love-bombing («bombardeamento de amor»), a «oferta de uma refeição gratuita num centro internacional de amigos», o flirting-fishing (prostituição como método de recrutamento). Exigência de um abandono incondicional ao fundador e ao chefe. Lisonja.

27 1 – O fenómeno sectário 11) Quais são as principais técnicas de recrutamento e de formação, usadas nos processos de doutrinação? (cont.) Isolamento: domínio do processo racional de pensamento, eliminação de toda a informação ou influência exterior (família, amigos, jornais, TV, tratamento médico, etc.) que pudesse quebrar o fascínio e o processo de assimilação de sentimentos, atitudes e modelos de comportamento. Afastamento dos candidatos da sua vida passada, insistência sobre certos comportamentos do passado (droga, desvios sexuais…); troça em relação a perturbações psíquicas e falta de relações sociais, etc. Métodos de alteração da consciência conducentes a perturbações do conhecimento («bombardeamento intelectual»); utilização de ideias e expressões feitas que impedem a reflexão; sistemas lógicos fechados; limitação do pensamento reflexivo. Forte concentração sobre o líder; há grupos cristãos que minimizam o papel de Cristo em favor do líder. Manutenção dos candidatos num estado de ocupação contínua, nunca os deixando sós; exortação e formação contínuas, com o fim de alcançar um estado de exaltação espiritual de consciência entorpecida, de submissão automática às directivas; esmagamento das resistência e da negatividade; resposta ao medo de forma a, por vezes, criar mais medo.

28 12) Quando foram fundadas algumas das seitas e N.M.R.?
1 – O fenómeno sectário 12) Quando foram fundadas algumas das seitas e N.M.R.? Os maiores «exportadores» de seitas são os E.U.A., o Japão (onde existem mais de seitas), a Índia e o Brasil. Foi principalmente dos E.U.A. que irradiaram diversos credos religiosos, especialmente a partir do séc. XIX, tais como o pentecostalismo, o mormonismo, o adventismo e dos Estudantes da Bíblia, dos quais derivaram as Testemunhas de Jeová. Mesmo seitas de origem oriental, apesar de dirigidas por indianos, partiram dos E.U.A. à conquista de novos países. Seguem-se alguns dos Movimentos fundados no séc. XIX e XX, das milhares que existem: Ano Movimento País Fundador 1816 Igreja Adventista E.U.A. Willian Miller 1830 Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmones) Joseph Smith 1848 Espíritas Irmãs Fox 1860 Adventistas do 7º Dia Ellen G. White 1865 Exército da Salvação Inglaterra Willian Booth 1866 Ciência cristã Mary Baker Eddy 1874 Estudantes da Bíblia (depois Testemunhas de Jeová) Charles T. Russel 1875 Teosofia Ellen Blavatsky 1901 Igreja Pentecostal Charles Partham 1903 Igreja Presbiteriana Independente Brasil Othoniel C. Mota 1910 Congregação Cristã do Brasil Luigi Francescon 1914 Igreja Assembleia de Deus Hot Springs 1915 Rosa Cruz Harvey Spencer Lewis 1918 Igreja do Evangelho Quadrangular Aimée McPherson 1919 Nazarenos Vários 193 Sokka Gakkai Japão Tsunesaburo Makiguchi

29 12) Quando foram fundadas algumas das seitas e N.M.R.? (cont.)
1 – O fenómeno sectário 12) Quando foram fundadas algumas das seitas e N.M.R.? (cont.) Ano Movimento País Fundador 1945 Igreja Católica Apostólica Brasileira (ICAB) Brasil Carlos D. Costa 1950 Igreja da Cientologia (Dianética) E.U.A. J. Ron Hubbard 1954 Igreja da Unificação (Associação para a Unificação do cristianismo Mundial, os Moons) Coreia do Sul Sun Myung Moon 1955 Cruzada, o Brasil para Cristo Manoel de Mello 1957 Nova Acrópole Argentina Jorge Ângelo Livraga Missão da Luz Divina Índia Guru Shri Maharaj Ji 1958 Meditação Transcendental Guru Maharishi Mahehs Yogi 1962 Igreja Deus é Amor David Miranda 1966 Igreja de Satanás Anton Szandor La Vey Associação Internacional para a Consciência de Krishna (Hare Krishna) A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada 1969 Família Internacional (ex- Meninos de Deus) David Brandt Berg 1972 Centro de Estudos do Yooga Tradicional Tibetano Nyingma China Guru Lama Kunzang 1974 Igreja Católica Apostólica Palmariana (El Palmar de Troya) Espanha Clemente Domínguez Gómez, e Manuel Alonso Corral Movimento Raeliano França Claude Varilhon 1976 Vida Universal Alemanha Gabrielle Wittck 1977 Igreja Universal do Reino de Deus Edir Macedo 1979 Legião da Boa Vontade Alziro Zarur 1988 Ministério «Creciendo en Gracia» José Luis de Jesús Miranda

30 2. Um olhar por algumas Seitas e N.M.R.

31 2 – Um olhar por algumas Seitas e N.M.R.
Como se classificam as várias seitas e N.M.R.? Dada a imensidão de Seitas e N.M.R. e a complexidade do fenómeno, existem inúmeras classificações; mesmo assim, nem sempre são facilmente identificáveis numa tipologia. A maior divisão é entre seitas destrutivas e não-destrutivas. Podem ser classificadas: pelo número de fiéis, por origem religiosa, por origem geográfica, por distribuição geográfica, por conteúdos, ou combinando origens com com os conteúdos. Uma classificação possível: Movimentos de origem católica. Movimentos fundamentalistas evangélicos. Movimentos de cristãos não-convencionais. Movimentos de pseudo-cristãos. Movimentos de origem e conteúdo judaicos. Movimentos de origem e conteúdo islâmicos. Movimentos de origem e conteúdo orientais. Movimentos de origem e conteúdos satânicos. Movimentos de origem e conteúdo macónicos. Movimentos de origem e conteúdo gnósticos e esotéricos. Movimentos de origem e conteúdo espíritas. Movimentos OVNI. 13. Movimentos de origem e conteúdo afro-americanos. Movimentos de origem e conteúdo afro-brasileiros. Movimentos pseudo-científicos. Movimentos neo-pagãos. Movimento New Age. Segue-se um ligeiro olhar por algumas seitas e N.M.R., no que respeita a um breve resumo da sua história e principais crenças. Para facilitar a organização, as seitas e N.M.R. serão distribuídos conforme a classificação das seitas que seguimos sendo escolhidos os mais significativos de cada classificação.

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Movimentos de origem católica: fundados por sacerdotes ou bispos cismáticos, ordenados ilicitamente (mas validamente), dissidentes, auto-proclamados… Utilizam as mesmas vestes, símbolos e sinais da Igreja Católica, causam confusão em crentes, que muitas vezes acodem às suas cerimónias, desconhecendo a sua desvinculação da Igreja Católica. Por exemplo: os Lefebvrianos, a Igreja Católica Apostólica e Palmariana (Igreja do Palmar de Troya)… Mesmo assim, há muito pouco grupos e sempre com expressão reduzida. Igreja Católica Apostólica Palmariana (Ordem dos Carmelitas da Santa Face) (1974) Fundadores e história: desde 1968 que a Virgem aparecia em El Palmar de Troya (40km de Sevilha), a 4 meninas; em 1972, Clemente Dominguez Gómez e Manoel Alonso Corral, compram o terreno das aparições. Após umas supostas mensagens celestiais, em 1974, convencem o arcebispo vietnamita Ngo-Dinh-Thuc, ressentido com o Vaticano, a ordenar cinco sacerdotes; depois seguem-se bispos. Funda-se a Ordem dos Carmelitas da Santa Face. São excomungados. Quando falece Paulo VI (1978), Clemente diz que o próprio Deus o nomeia Seu sucessor e coroa-se papa: Clemente XVII (segundo ele, o segundo, depois de São Pedro escolhido pelo próprio Deus). Excomunga a Igreja oficial, João Paulo II, a família real espanhola, todos os que viram o filme Jesus Cristo Superstar, etc. Em 1980, o Santo Concílio Palmariano anula o Concílio Vaticano II, voltando a Trento. Canoniza milhares de personagens: Colombo, Franco, Pelágio… Hitler! Em 2005 falece e sucede-lhe Pedro II (Padre Isidoro Maria); alguns não aceitam este papa, e a sede encontra-se vacante. Gregório XVII ( ) Pedro II Organização, recrutamento e crescimento: abadias separadas por sexos, hierarquia rígida, obediência absoluta (ninguém pode sair sozinho da Basílica de El Palmar, confiscações de documentos e roupas frequentes, castigos físicos, comida escassa, etc). Proselitismo entre os viajantes e peregrinos, sessões de orações (que chegam a durar mais de dez horas e de joelhos), práticas sado-masoquistas e homossexuais. Financia-se através de donativos de ultra-consevadores e fanáticos. Diz-se que hoje estão na bancarrota; sofreu inúmeras divisões e abandonos. Principais doutrinas: Encarregues do «retorno glorioso de Cristo para salvar a Igreja e restabelecer a ordem». O fim do mundo aproxima-se e eles são o único caminho de salvação. Leis da «Santa Obediência», a primeira das quais proíbe ficar doente… Restabelece o rito tridentino da Missa para sempre. Tudo o que não está de acordo com Clemente é fruto do diabo e deve ser expulso pela penitência e duros castigos corporais. Credo Palmariano. Os criminais são a maçonaria, comunistas e judeus, infiltrados no Vaticano e a dirigi-lo de facto.

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2. Movimentos fundamentalistas evangélicos: os evangélicos cristãos do tipo pentecostal e do tipo baptista, que têm geralmente carácter fundamentalista; há pesquisadores que sustentam que nem todos os pentecostais e menos ainda os baptistas podem ser classificados como seitas; são grupos fechados, opostos ao diálogo ecuménico e cultural; combatem o materialismo, são anticatólicos; interpretam a Bíblia de um modo fundamentalista: tudo o que lá está não tem erros, até o mínimo detalhe e não só em questões da salvação: política, economia, história, geografia, etc.; mas têm uma fé ardente em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem (Igreja Maná, alguns baptistas, alguns pentecostais, etc.). Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) (1977) Fundador e história: fundada por Edir Macedo, brasileiro, em 1977, ex-caixeiro da lotaria no estado do Rio de Janeiro. Foi católico, depois pentecostal; em 1977, intitula-se “bispo” e funda a IURD. Com o donativo de uma crente, compra 10 minutos de publicidade por dia na Rádio Metropolitana e começa o êxito; foi crescendo a publicidade nos meios de comunicação; em 1982 comprou a primeira emissora de Rádio, Rio Copacabana. Foi preso em 1992 por fraude; foi acusado de ter recebido milhões dos narcotraficantes da Colômbia (Cartel de Cali) e a Igreja local de «lavagem de dinheiro». O seu carisma, técnicas de manipulação e a falta de limites, levaram a um crescimento imparável da IURD. O seu sonho é converter um Brasil num estado religioso e governar com mão dura e messiânica». Edir Macedo (n.1945 ) Principais doutrinas: A luta contra os demónios: Para curar-se vendem-se “água benta do Rio Jordão”, “sal abençoado pelo Espírito Santo”, etc. Nos templos reza-se pela libertação dos demónios nos fiéis; culpa o demónio pela SIDA e pela homossexualidade; A teologia da prosperidade diz que os fiéis devem entregar os seus dízimos para não caírem nas “garras de Satanás”, para que tenha saúde, trabalho, etc. «Quando você dá o seu dízimo, Deus abre as janelas do céu e derrama bênçãos». A felicidade já será nesta vida, quanto mais se der, mais possibilidades se tem de ser rico nesta Terra. Organização, recrutamento e crescimento: Das duas horas do seu culto, cerca de metade é para arrecadar dinheiro. Está organizada de forma piramidal: Edir Macedo, depois um grupo de bispos, que discutem duas vezes por ano as políticas a seguir e mais 7000 pastores que cobram um salário de 700 dólares, recebem casa e carro, este se pastoreiam em mais de um templo. Possui uma imensa estrutura de meios de comunicação (jornais, emissoras de rádio, de TV…). Tem influência partidária: actualmente há já deputados da IURD. A rede Globo mostrou um vídeo onde se observava um pastor da IURD dando pontapés a uma imagem de Nossa Senhora da Aparecida, o que causou a indignação dos católicos. Está presente em mais de 40 países.

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3. Movimentos cristãos não convencionais: embora sejam cristãos, incluem crenças que não são convencionais para o cristianismo, por exemplo: os Adventistas do Sétimo Dia (que aludem à dieta alimentar do Antigo Testamento), os Davidianos, etc. Os Adventistas do Sétimo Dia (1860) Fundador e história: William Miller, americano, pastor baptista, dá o início ao movimento em Miller é considerado o iniciador do adventismo contemporâneo. Membro de uma comunidade baptista, conclui, após complicados cálculos apoiados no Livro de Daniel e do Apocalipse, que o retorno de Cristo («advento») se faria em 1843; após decepção, Miller refaz a leitura e anuncia a data de Março de 1844 e depois 22/10/1844. Diante do novo fracasso, é expulso da Igreja baptista e funda uma comunidade adventista. Mais tarde, a senhora Ellen Gould Harmon White, a princípio metodista, considerada a verdadeira fundadora, organiza o movimento, através das suas visões e livros de reflexão e piedade de Miller. Em 1846, funda a revista “The Advent Review and Sabbath Herald”, com grande difusão. Produz uma vasta produção literária: «O conflito dos conflitos», «A grande controvérsia». «História dos apóstolos», etc, fruto, segundo ela, de revelações de Deus: «O Senhor me disse..». Reinterpreta as fracassadas tentativas de Miller: Cristo de facto, em 1844, passa do lugar santo ao santuário celeste de que fala Daniel (8, 14). Aí, é celebrado o julgamento dos mortos; depois de concluído o mesmo, será a vez dos que vivem ainda na terra. O final está muito próximo. Grandes disputas sobre questões consideradas marginais para outras tradições eclesiais (por exemplo, é um estado de consciência ou inconsciência o dos mortos enquanto esperam a ressurreição), levam a grandes divisões: a principal é a que toma o nome de Igreja Adventista do Sétimo Dia, a partir de 1860. William Miller ( ) Organização, recrutamento e crescimento: A Igreja tem quatro níveis: a Assembleia local, dirigida pelos Antigos, a Conferência, que reúne as assembleias de um mesmo país, a União, que agrupa várias conferências e a Conferência geral mundial (Conferência Geral do Adventismo do Sétimo Dia), cuja sede é em Washington D.C.; esta actua por meio de uma comissão executiva, eleita pelos delegados das diferentes igrejas e reúne-se cada quatro anos. A congregação local elege os seus próprios elders, diáconos e outros responsáveis da Igreja. Através da difusão da Bíblia e de brochuras doutrinais, emissões de rádio, 400 centros de tipo médico, pedidos porta-a-porta para as missões; possuem uma emissora internacional, “The Voice of Profhecy”, que chega a cem países aproximadamente. Ellen White ( )

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Principais doutrinas dos Adventistas do Sétimo Dia: Evangelicamente conservadores; reconhecem como única regra de fé a Escritura (embora tenham em grande apreço as obras da srª White) e professam quase todas as verdades cristãs dentro do espírito da Reforma (Trindade, divindade de Cristo, justificação pela fé); contudo, mostram originalidades, o que faz ser considerados por alguns especialistas como uma verdadeira seita. Contudo, são mais seriamente “bíblica” que a maioria das demais seitas importantes, que começa a dar sinais de instalação. A iminente volta de Cristo (Segunda Vinda) é parte central da revelação bíblica. O fim dos justos e dos ímpios é diferente; contudo, distinguem-se de grande parte do cristianismo por pensarem que a alma não é imortal: só os justos recebem a imortalidade como dom, e os ímpios serão destruídos. A “expiação” e o “milénio” adquirem importância notável. Segundo White, em 1844, Cristo passou para purificar o santuário, apagando os pecados do livro; nesse ano, começa o “julgamento de investigação”, para apresentar ao Pai os que, arrependidos do pecado e cheios de fé, eram dignos de receber os benefícios da expiação; Satanás seria a vítima que carregaria os pecados dos arrependidos. Depois do retorno de Cristo à terra, os fiéis viverão com Ele um reino de mil anos no céu, durante o qual a Terra estará vazia; no final do milénio, os justos voltarão do céu com Cristo; os que morreram no pecado, ressuscitarão para assistir ao juízo universal; os justos viverão na nova Jerusalém na terra, Satanás e os ímpios serão definitivamente aniquilados. Observam estritamente os Dez Mandamentos; por isso celebram o sabbat bíblico no sétimo dia da semana e não no Domingo, como tradicionalmente é feito em todas as igrejas cristãs. O corpo do homem é templo do Espírito Santo e parte integrante da obra de Jesus. Por isso, prosseguem uma alimentação vegetariana; proíbem o álcool e tabaco; desaconselham o café e carne de porco. Prática de oferendas e dízimo. Prática do rito de lava-pés antes da comunhão e baptismo por imersão, reservado apenas para adultos. O Adventismo no geral tem uma participação reduzida ou nula no movimento ecuménico.

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4. Movimentos pseudo-cristãos: utilizam a figura de Cristo, mas não lhes dá o estatuto de Filho de Deus, Messias ou Redentor; para isso servem-se, além da Bíblia, de livros habitualmente escritos pelo fundador do grupo, que tem superioridade sobre a Bíblia; por exemplo: os Meninos de Deus, a Igreja da Unificação (Moon), Mórmones, as Testemunhas de Jeová, «Creciendo en gracia», etc. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmones) (1830) Fundador e história: em 1823, o a norte-americano Joseph Smith foi conduzido pelo Anjo Moroni, até uma colina próxima de Palmira (Ontário), onde lhe mostrou um documento sagrado, gravado em placas de metal, com aspecto de ouro. Isto porque a Bíblia é Palavra de Deus, mas chegou até nós com erros, os quais deviam ser apontados. Nessas placas continha a história religiosa e profana de uma antiga civilização americana. Quatro anos mais tarde, o Anjo Moroni levou as placas novamente para o céu… Daí surge o «Livro de Mórmon», sendo «Mórmon» um dos antigos profetas e historiadores americanos, referido no próprio livro. Em 1830, funda a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, no Estado de Nova Iorque. Mais tarde, mudam-se para o estado do Utah. Smith chegou a ter 27 mulheres. Foi preso e assassinado na prisão em 1844, com 39 anos de idade. Joseph Smith ( ) Organização, recrutamento e crescimento: O chefe da hierarquia é o «Presidente, Profeta e Vidente» e as suas «revelações» são lei para todos os mórmones. O presidente e dois conselheiros são a «primeira presidência», depois o Conselho dos doze apóstolos, encarregado das missões, depois o Conselho dos setenta, com sete presidentes. Todas estes pertencem ao «presbiterado de Melquisedeque», que trata de assuntos espirituais e temporais; já ao «presbiterado de Aarão» podem aspirar todos os mórmones homens e de raça branca e se ocupam apenas de questões materiais. Os jovens mórmones entre os 19 e 21 anos consagram um ou dois anos à evangelização, suportada pela própria família e vão pelas ruas e pelas portas a recrutar pessoas. Os mórmones trabalham com disciplina, salientam a higiene alimentar e os valores familiares. Frequentam reuniões de oração e de aperfeiçoamento mútuo. Desde um princípio tiveram problemas com a sociedade, devido ao aceitarem a poligamia e ao considerarem a raça negra como inferior; foram também acusados de trabalharem para a CIA nos anos 70, e de ter participado na derrocada de Salvador Allende no Chile e do general Torrijas no Panamá.

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Principais doutrinas dos Mórmones: Doutrina baseada na revelação a Smith pelo Anjo Moroni, que originou o «Livro de Mórmon»; Aí conta-se a história de várias civilizações da antiga América, entre 2200 a.C. e 420 d.C., aproximadamente; ficamos a saber que Jesus, após ser crucificado, ressuscitado e ascendido na Terra Santa, foi para a América, onde dá início ao Seu ministério, onde escolhe outros 12 apóstolos, etc. Pelas sucessivas revelações, Smith ficou a saber que após a morte dos Apóstolos, a Igreja fundada por Jesus se corrompeu e que as Igrejas de Roma e Constantinopla eram culpadas de apostasia; a Reforma Protestante, é também culpada de apostasia, pela própria natureza da sua origem. A Igreja original de Cristo deveria ser restabelecida. São nacionalistas: dão a conhecer um profeta, uma revelação, uma «bíblia» dos E.U.A., Cristo visitou o seu país; os E.U.A. são a verdadeira “Terra Prometida”, onde irá ter lugar a reunião das dez tribos dispersas e onde será construída a Grande Sião. Prega as virtudes americanas por excelência: democracia, patriotismo, civismo, honestidade, trabalho, valor do dinheiro, higiene… São paternalistas, porque a Igreja encarrega-se dos seus fiéis, relativamente a quase os aspectos da vida deles; São dizimistas: entregam o dízimo. A família é o pilar básico da fé mórmon: ensinam a fidelidade, a pureza (a poligamia só foi admitida num tempo em que a sobrevivência da própria colónia estava em risco), lutam contra o divórcio e contra o aborto. Afirmam que Deus tem corpo, é casado com uma deusa, geram filhos, têm pais, avós… nada existe que não tenha corpo. O baptismo deve ser feito com efeitos retroactivos para todos aqueles que morreram; por isso, incentivam a pesquisa genealógica, tendo inclusive uma das maiores bases de dados mundiais sobre o assunto. «Quanto ao ecumenismo, o sr. Tanner [autoridade geral da Igreja e presidente da Sociedade genealógica] limita-se a declarar: «Nada de compromisso com as outras Igrejas, porque nós possuímos a verdade» (Alain Woodrow – As novas seitas).

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As Testemunhas de Jeová (1874) Fundador e história: surgem do adventismo. O fundador é Charles Taze Russel, americano, nasceu metodista; mais tarde, quase perde a fé; começa a estudar pessoalmente a Bíblia, sem nenhuma preparação; torna-se adventista; em 1874 funda os «Estudantes da Bíblia» («Auroristas do Milénio»); em 1878 funda a revista «A Torre de Vigia de Sião e Arauto da presença de Cristo», hoje «A Sentinela»; em 1881 tornam-se sociedade global, hoje a «Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia»; em 1909, a sede passa a ser em Brooklyn (Nova Iorque). A sua esposa, não aceita algumas das suas doutrinas e acontece o divórcio; mas Russel transfere o seu dinheiro para a sociedade para lhe negar a pensão a que tinha direito; mais tarde, foi acusado de vender “trigo milagroso” por 60 dólares a medida (o preço normal era de 1 dólar), trigo igual a qualquer outro; além disso, vendeu vários medicamentos milagrosos contra o cancro, alguns deles até contraproducentes; comprovou-se em tribunal, apesar de ele dizer que apenas ele tinha conseguido interpretar as Escrituras, que não sabia uma palavra de grego, nem de hebraico. Através de cálculos mirabolantes e forçando passagens bíblicas, conclui que Cristo iria voltar em 1874 (e não 1844, como diziam os adventistas); como não chegasse, disse que tinha voltado, mas de um modo invisível; depois marca 1914 para o regresso de Cristo e início do milénio; nesta altura foi abandonado por muitos; outros deixaram de trabalhar, de se casar, de estudar, etc. porque estava próximo o fim. Morreu em 1916, já depois da data de 1914. Seguem-se os presidentes: Rutherford (juiz autoritário, diz-se que amigo do álcool..), Nathan Knorr, Frederick W. Franz, etc.; as profecias do fim deste “sistema iníquo de coisas” continuam a ser marcadas: em 1925, iriam ressuscitar 70 príncipes justos do A.T., entre eles Abraão, Moisés, etc.; para os receber dignamente constroem a «Casa dos Príncipes», «Beth-Sarim»; claro que eles não chegaram e Rutherford reside na casa (com todas as comodidades) até à sua morte, em Em 1931, tornam-se «Testemunhas de Jeová». Todos eles retiram as testemunhas de Jeová definitivamente da esfera do cristianismo, retirando e modificando tudo o que ainda tinham de cristão, fazendo a sua própria tradução deturpada da Bíblia (1961) Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, modificando continuamente as doutrinas, etc. Charles Taze Russell ( )

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Organização, recrutamento e crescimento: A sua estrutura é uma teocracia, segundo eles próprios falam: Jeová Deus, Jesus Cristo, Classe do escravo fiel e discreto, Corpo Governante (11 membros ungidos), Servo de Zona, Servo de Sucursal, Servo de Distrito, Superintendente ou Ancião da Congregação, Servo Ministerial e Publicador (vendedor). Reúnem-se nos Salões de Reino, onde os anciãos dominam com mão-de-ferro. Eles próprios não se consideram uma seita, dizendo que uma seita «é um grupo de gente que segue a um líder humano», por isso colocam em primeiro lugar Jeová Deus e Cristo para provar que não são uma seita. Quem manda na estrutura é o ditador do terceiro escalão: a «Classe do escravo fiel e discreto», que na verdade é a sede em Brooklyn que tudo dita e deve ser acatado sem a menor crítica. Todos se vigiam entre eles e devem denunciar todas as transgressões, inclusive entre os Pioneiros, a mulher deve denunciar o homem e vice-versa. O recrutamento é feito através de um proselitismo feroz, de casa-em-casa, para pregar a «boa-nova», com um mínimo de horas por mês, que na verdade não é mais do que as revistas que eles levam, que «não vendem», mas podem receber contribuições (isto é, devem); os livros são vendidos a um preço dez vezes superior ao da edição; tanto em Brooklyn, nas oficinas tipográficas, como os próprios vendedores, a mão-de-obra a trabalhar a baixos salários ou gratuitamente é o dia-a-dia; todos cedem os direitos de autor à seita; além disso, os adeptos compram e paga adiantado todos os livros e revistas que logo devem vender porta-a-porta; depois o produto será novamente depositado em local próprio no Salão do Reino. Depois da visita às casas, os “pioneiros” devem preencher estatísticas apuradas sobre as visitas, entregando-as na Congregação; além do mais, têm de pagar esses (e outros impressos) do próprio bolso! Quando é um dirigente que visita um local, a Congregação (ou seja os adeptos) devem arcar com os custos do bolso; quando são os próprios “pioneiros” a visitar outros locais, devem pagar tudo do bolso, etc. A EXPLORAÇÃO DOS ADEPTOS DE BOA-VONTADE É ALGO ÓBVIO. São obrigados a ter um mínimo de reuniões por semana, os adeptos são doutrinados permanentemente, à razão de duas a quatro reuniões por semana, seguem cursos bíblicos, assistem a reuniões de orações e abstêm-se de fazer política, tudo para os manter ocupados e longe do mundo. «Mergulhando no seu livro com o desembaraço de um propagandista a tirar tesoiros da maleta, ele tem uma resposta para todas as curiosidades: o fim do mundo, o número dos eleitos, porque é interdito fazer transfusões de sangue…ou comer morcela» (Alain Woodrow – As novas seitas).

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Principais doutrinas das Testemunhas de Jeová: Doutrina onde o melhor do adventismo está desvalorizado e o pior está hipertrofiado. As suas doutrinas sofreram inúmeras mudanças ao longo dos tempos (a Cruz é símbolo pagão a partir de 1928, por exemplo, pois Jesus morreu numa estaca); as proibições são inúmeras: proibido festejar o Natal, o dia do aniversário, o dia do aniversário das Bodas, não é aconselhável ouvir rádio nem ver, TV, as mulheres não devem usar calças, não se pode acompanhar o casamento de um familiar não-testemunha, não se deve dar esmola aos mendigos, nem participar em campanhas de caridade, não se deve vestir luto, não se deve jogar xadrez, é obrigatório ensinar Bíblia aos filhos (em que seja com o “chicote nas mãos!”), não se deve brindar levantando copos, não se pode caçar ou pescar por desporto, não se pode levar nada em ouro, etc., etc. Deus: são monoteístas, ao estilo dos judeus e muçulmanos, isto é, não acreditam na Trindade; Deus é Jeová; Cristo: não é Deus, é uma criatura criada por Deus (arianismo), é o arcanjo Miguel feito homem; o Espírito Santo não é Deus, por isso escrevem «espírito santo», é a força activa de Deus. A alma: não é imortal, pois com a morte tudo acaba, há o aniquilamento, nem há purgatório, nem inferno; mais tarde, os eleitos voltarão à vida. O mundo: está nas mãos de Satanás, «o príncipe deste sistema de coisas”; tudo à sua volta é satânico, menos eles; por isso recusam-se em saudar a Bandeira Nacional, a cantar o Hino Nacional, a cumprir o serviço militar (e mesmo o civil)… as Igrejas, especialmente a Católica, e as protestantes, são a babilónia, a Grande prostituta e suas filhas. A história tem a data fundamental em 1914: Satanás ainda tem poder, ainda que limitado, pois sabe que «tem um curto espaço de tempo» para tentar o Homem; serão homens salvos para reinar com Cristo no céu (dizem que em 1935, o número destes eleitos está preenchido); as restantes testemunhas viverão na terra, transformada em paraíso; é o início do fim dos tempos dos gentios, com sinais de «terramotos, fomes, guerras, etc» e a geração que vivia em 1914, «não passará até que todas estas coisas tenham acontecido»; a transformação da terra em paraíso será dada pela Batalha do Armagedom, em que os bons derrotarão os maus; contudo, hoje em dia, deitaram essa data de 1914 para o lixo, uma vez que a geração de 1914 desapareceu! Recusam as transfusões de sangue, que dizem que o Levítico as proíbe, pois a «alma é o sangue» (agora, começa a dizer que se pode receber componentes “primários” do sangue, numa grande confusão…). O seu livro base é a Bíblia, embora uma Bíblia mal traduzida e adulterada; na prática, as revistas «A Sentinela» e «Despertai!» e inúmeras publicações têm maior importância do que a própria Bíblia.

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Igreja da Unificação (Moon) (1954) Fundador e história: Sun Myung Moon («Reverendo Moon»), nasceu na Coreia do Sul, foi presbiteriano e depois pentecostal, de onde sai para fundar a sua igreja. Foi preso e torturado pelos comunistas, obrigado a trabalhos forçados, o que lhe valeu um grande ódio ao comunismo. Jesus apareceu-lhe continuamente e pediu-lhe para continuar a sua obra inacabada, e ensinava-lhe ensinamentos não contidos na Bíblia; assim escreve «O princípio Divino». Moon foi preso várias vezes por adultério e bigamia e por prática de «ritos sexuais» na sua igreja; casou quatro vezes e é pai de sete filhos; foi condenado a dois anos de prisão pelos E.U.A. por fuga aos impostos. Em 1960, diz ter encontrado a Nova Eva, estudante de 18 anos, Hak Ja Han, com quem se casou e é a actual «mãe Moon»; os adeptos consideram este casamento como as «núpcias do Cordeiro» (Apoc 19,7). Mora nos E.U.A., é riquíssimo, possui empresas e bens avaliados em milhões de dólares, graças ao trabalho gratuito dos seus adeptos. A Associação do Espírito Santo para a Unificação do Cristianismo Mundial (Igreja da Unificação e Paz Mundial ou Pioneiros da Idade Nova; Moonismo ou Moonistas ou Seita Moon; em 1996, o nome oficial da igreja mudou para a Federação das Famílias para Unificação e Paz Mundial), foi fundada em Pouson, na Coreia do Sul, em 1 de Maio de 1954. Sun Myung Moon (n. em 1920) Organização, recrutamento e crescimento: Forte estruturação; cada novo adepto passa a ser da responsabilidade de um «pai» ou «mãe» espiritual; cada família é dirigida por um chefe e também cada região e cada país; mas todos dependem de Moon. Utilizam o proselitismo na rua, estágios com doutrinação intensa, acompanhada de privações, de alimentos, de sono; trabalham em favor da seita, mendicidade, trabalho em fábrica, enviados para o estrangeiro como missionários. Uma prática comum é a de se fazer passar por outra organização, penetrando nas escolas, universidades e outros sectores, com outros nomes (Cruzada da Unificação Mundial, Fundação Cultural Internacional, etc.). Os jovens são as vítimas principais: levam-nos a participar de festas da comunidade de Moon e paulatinamente mudam o pensamento dos jovens, que se convertem em fanáticos; o próprio pensamento de saírem da seita, lhes faz pensar que é obra de Satanás, cria antipatia pela sua família e pelo seu passado; lá dentro ganha um novo nome; Uma vez por ano, Moon reúne os seus discípulos para dar um balanço do capital adquirido, para verificar o recrutamento de novos adeptos e para unir os casais, até pares (que não se conhecem entre si..); depois instrui os adeptos: «Não pensem! Ajam! Doravante eu serei o cérebro de vocês!». Está presente pelo menos em 250 países, Coreia, Japão e E.U.A…. sendo uma das seitas que mais cresce em todo o mundo.

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Principais doutrinas: Constam no seu livro «Princípios Divinos da Criação e Salvação do Mundo», com cerca de 500 páginas, que Moon considera superior à Bíblia; quando há discordâncias, o seu livro é que deve ser considerado, por se tratar de uma «nova revelação» feita directamente por Jesus a Moon. Define-se como o espírito ou movimento que pretende conseguir a unificação de todas as religiões. O mundo foi criado por Deus para estabelecer a «família perfeita». O pecado entra porque Eva foi seduzida por Satanás, com o qual mantém relações (espirituais) e com Adão mantém relações carnais. Adão e Eva fracassaram; Jesus fracassou, porque cometeu erros: João baptista duvidou d’Ele, os judeus não O reconheceram como Messias e uma vez que morreu – fracassado - na Cruz e não formou família com Maria Madalena; Jesus era um homem, não Deus, não mais voltará à Terra. A História divide-se em três etapas: de Adão a Abraão; deste a Cristo; e de Jesus a Moon. Com Moon inicia-se a última etapa; ele é o «Novo Messias», o «Senhor do Segundo Advento», para acabar a obra de Jesus, que se lhe começou a revelar na Páscoa de Nós somos da linhagem do demónio, os pais são satânicos, os verdadeiros pais, os divinos, cabeça de nova humanidade, são o casal Moon, «o pai Moon», «a mãe Moon», a quem os adeptos devem fidelidade absoluta. O mundo está dividido em dois blocos: de um lado, o Bem, que são os cristãos (liderados pelos E.U.A.; todos aqueles que seguem a sua seita); do outro lado, o Mal, ou seja, todos os comunistas, que «estão ao serviço de Satanás». Nos seus escritos nota-se um forte carga anticomunista e um pró-capitalismo americano: a Salvação consiste em aderir à política e aos interesses dos E.U.A., pioneira no campo da «direita» para lutar contra o campo da «esquerda»; para fundamentar suas ideias, cita Mt 25,32' - "O Filho do Homem, no dia do Juízo Final, colocará as ovelhas à direita e os cabritos à esquerda“ e Lc Dos ladrões crucificados com Jesus, o da direita, arrependido, representa o mundo democrático; o da esquerda, endurecido no mal, simboliza o mundo comunista! O Reino de Deus começou em 1960, por via do seu casamento, a «família perfeita»… Depois da batalha final, o comunismo será derrotado e todos se converterão numa família perfeita, sob Moon e sua esposa e a Coreia será reunificada, a nova terra prometida. A missão de Moon é conseguir a unidade entre a Igreja e o Estado; e enfrentar a Satanás que governa metade da terra através do comunismo. O «pai» e a «mãe» Moon Sobre a seita Moon: «Embuste sobre a natureza, o objectivo e o funcionamento do movimento (…) lavagem ao cérebro (…) terror psíquico (…) ruptura dos laços familiares (…) Os métodos de doutrinação são os mesmos aplicados noutras seitas.» (Alain Woodrow – As novas seitas)

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«Família Internacional» (ex- Meninos de Deus) (1969) Fundador e história: teve vários ao longo dos tempos: os «Meninos de Deus» ( ), depois conhecidos por «Família do Amor» ( ), «A Família» ( ), ou «Família Internacional» (2004 até hoje). Teve origem na Califórnia, em Hintington Beach, em Muitos dos seus primeiros convertidos saíram o movimento hippie. O fundador foi o ex-pastor David Brandt Berg, que se intitulou a si próprio como Moisés David (Mo, como era chamado na intimidade), nascido em 1918, na Califórnia (E.U.A.), no seio de uma família protestante; manteve contacto com o movimento «Jesus people» nos anos 60; colaborou com a organização protestante «Desafio Juvenil» ou «Adolescentes para Cristo» (Teen Chellenge) e forma depois um grupo com o qual se dirige a Arizona, após ter profetizado duas vezes, erradamente, o fim do mundo. Abandonou os E.U.A. após vir à luz pública algumas particularidades da seita (utilização do espiritismo, manipulação sexual dos adeptos, etc.). A partir dos anos 70 a história do Movimento é confusa: diz-se que Mo foi residir para as Canárias, de onde liderava o movimento apenas por carta, consideradas mensagens verdadeiramente inspiradas. Refugiou-se depois na Líbia. Foi acusado pelas suas filhas e netas por terem sido abusadas sexualmente por Berg, ainda em crianças e tentado abusar da sua filha mais velha, já adulta. A sua morte foi ocultada pelos seguidores durante algum tempo. Faleceu em 1994, diz-se que em Portugal. Depois da sua morte, ficou a chefiar a viúva Karen Zerthy («Maria David»), operando-se melhorias benéficas no Movimento. David Brandt Berg ( ) Organização, recrutamento e crescimento: é uma das seitas mais perigosas, considerada pelo Parlamento Europeu e proibida em muitos países. É fortemente estruturado e hierarquizado. É necessário abandonar a família, estudos e profissão e ir morar com a comunidade, que é a “nova família” (cada comunidade tem no máximo 20 pessoas); são acusados de promiscuidade sexual. O iniciante é o «bebé»: sai ás ruas anunciando as mensagens de Mo, proselitismo na rua e mendicidade; quando se liga em definitivo ao Movimento deve assinar um documento, doando todos os seus bens à organização. São submetidos a uma lavagem cerebral: decorar certo número de versículos da Bíblia, privações físicas, crueldades psicológicas, propaganda em torno de Mo, que é o único e verdadeiro profeta de Deus. As sessões de doutrinação vão-se prolongando, tudo é feito sem que se dê tempo às pessoas para reflectir sobre os ensinamentos recebidos ou para falar em particular, etc. O objectivo é subjugar totalmente a inteligência e vontade do adepto ao grupo, transformando-se em verdadeiros robots. As manifestações mais escandalosas é a prática, “método de evangelizar”, ensinado pelo próprio Mo, o flirty fishing, que consiste em prostituir os adeptos em favor da seita; são acusados também de abuso sexuais de menores.

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Principais doutrinas da seita dos Meninos de Deus: Baseia-se nas cartas de Mo (que acreditam inspirados por Deus) e alguns textos da Bíblia escolhidos a dedo. Deus: Deus é pai de todos e criou as coisas para a alegria e prazer dos filhos, especialmente o sexo; usam a expressão bíblica «Todas as coisas são puras para os puros», para justificarem a sua permissividade; negam a Trindade e apresentam o Espírito Santo como uma mulher atraente semi-nua; «Nós temos um Deus sexy e uma religião sexy e um líder muito sexy com um grupo de jovens seguidores extremamente sexy. Se você não gosta de sexo, que vá embora enquanto pode» (palavras atribuídas a Mo). Jesus Cristo: só retiram dele aquilo que lhes interessa; atitudes como mudanças de vida, conversão, santificação e outras, recomendadas por Jesus, não são levadas em consideração. A Volta de Cristo: professa uma doutrina milenarista; Mo calculou algumas datas: que ele morreria em 1989 e que o mundo acabaria em 1993; preferem o Apocalipse, são apocalípticos; um dia a humanidade será uma só família e a terra será habitada por aqueles que, purificados, saberão viver o verdadeiro amor. Odeiam o sistema, rejeitam a família, o Estado, as igrejas, a sociedade e tudo o que é organizado; isso é obra de Satanás; o mundo dividiu-se entre pobres e ricos e a sociedade moderna é uma estrutura formada pelo dinheiro, que é a raiz de todos os males. Os ricos sofrerão castigo matando-se uns aos outros numa guerra atómica que marcará o fim do mundo, e os pobres (eles) estarão livres para constituir a sociedade ideal onde reine o amor. Negam a existência do inferno.   A partir de 1994, têm-se mudado algumas doutrinas, que os aproximam um pouco mais do cristianismo. Depois da morte de Berg, as publicações da seita referem que ele está no céu, tendo sexo: «"36 [...] Agora, só preciso de espaço para Phoebe e India Joy nesta enorme cama boa e confortável! Glória ao Senhor! O que é melhor do que uma linda mulher? - Duas mulheres! Aleluia! 37. vamos lá, vamos divertir-nos um pouco e aumentar a população - afinal não existe enjoos matinais, sensação de peso ou dores de parto aqui em cima! (Apoc. 21:4) [...] Vamos começar já! - Amen! Aleluia! Obrigado Jesus! Glória ao Senhor! - Não é mesmo maravilhoso? - Que lugar! - Como estamos nos divertindo aqui no céu! - Os Meninos do Ceu, [capítulo 14 - A Cidade do Futuro], página 300, item 36 e 37».

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Ministério «Creciendo en gracia» (1988) Fundador e história: foi fundado em Miami, nos E.U.A., em 1988, por José Luís de Jesús Miranda, natural do Porto Rico. Declarou-se a encarnação do próprio Jesus («Jesus Cristo Homem»), em 2004 e utiliza o 666 como símbolo do ministério. Principais doutrinas: Não existe pecado, não existe inferno. Tatuam no corpo o nº 666, que não é – segundo eles -como todos pensam, um número satânico, mas é de sabedoria. Tatuam também SSS (Salvo, Sempre Salvo): estão sempre salvos, pelo que não há pecado, podendo levar uma vida de pecado. Os homens são anjos encarnados; antes de virem ao mundo, os homens existiam como anjos e no céu Deus pregou-lhes o Evangelho da Salvação. Rejeitam a Trindade: Deus manifestou-Se de diferentes modos (heresia do modalismo). O Cristo digno de imitar não é o encarnado, mas sim o Ressuscitado, que identificam com o fundador. José Luís de Jesús Miranda é «Jesus Cristo Homem». Organização, recrutamento e crescimento: em 2004, muitos seguidores abandonaram o líder, quando se declarou Jesus Cristo (incluindo o seu próprio filho). É uma das seitas que mais cresce actualmente. José Luís de Jesús Miranda (n. 1946) A seita, os seus seguidores, as tatuagens, o 666 e o SSS

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5. Movimentos de origem e conteúdo judaico: por exemplo, os judeus messiânicos (judeus que acreditam que Jesus é o Messias). 6. Movimentos de origem e conteúdo islâmico: as principais são o Ahmadismo e o Bahaísmo (Fé Baha’i), embora não exista consenso entre todos os pesquisadores. 7. Movimentos de origem e conteúdo oriental: existem as de origem budista e as de origem hinduísta. Por exemplo: a Hare Krishna, a Missão da Luz Divina, a Sai Baba, a Sahaja Yoga, a Sokka Gakkai, a Verdade Suprema, Ananda Marga, a etc. A Consciência de Krishna (1966) Fundador e história: O indiano Abhay Charan De, mais conhecido por A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, nascido em 1896, fundou a Associação Internacional para a Consciência de Krishna, em 1966; embora tenha surgido na Índia (nos anos 20) só a partir dessa data é que se começa a espalhar, a partir de Nova Iorque. Era um homem culto, estudou filosofia, inglês, economia e religião. Organização, recrutamento e crescimento: Considerada uma das seitas mais perigosas. Os adeptos vivem em estruturas fechadas e devem obedecer cegamente ao guru. Após a morte de Prabhupada em 1978 a seita começou a declinar e caracterizou-se por rupturas e escândalos produzidos por seus novos líderes; foram denunciados por suas técnicas de reforma de pensamentos e por tráfico de jóias e drogas. Muitas vezes têm de sair às ruas mesmo doentes para vender os livros sob o estimulo de que isso os vai fortalecer espiritualmente e que poderão ficar curados. Pessoas que já participaram da comunidade Hare Krishna e conseguiram se libertar contam que embora preguem a pureza, nas comunidades o sexo é praticado constantemente sem que coisa como homossexualidade e prostituição sejam correctamente combatidas. As crianças chegam a morrer por falta de cuidados, enquanto seus pais estão nas ruas a angariar dinheiro. Uma vez que aderem à seita, é feita uma lavagem cerebral nos adeptos; primeiro a repetição obsessiva do mantra; o cheiro do incenso, os cânticos, as aulas, as ferozes pregações ameaçadoras, a alimentação insuficiente (uma refeição por dia e um copo de leite ao deitar); não podem ler mais nada além dos livros indicados. São cerca de 5000 adeptos espalhados por todo o mundo, A.C. Bhaktivendanta Swami Pranhupada ( )

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«Um casal, cujo filho foi atraído pela seita, diz-nos da sua inquietação. (…) Ao entrar para a seita, o jovem foi alvo de: pressões de natureza sensorial – vista: vestuário indiano colorido (… ) ouvido: canto lancinante dos mantras (…) olfacto: incenso (…) gosto: pratos esquisitos (…) No plano afectivo, ensinam-lhe a rejeição de todo o sentimento, o desprendimento total das coisas e dos seres e, portanto, a ruptura definitiva com a família e os amigos. No plano intelectual, há um desprezo pelo conhecimento científico (…) Sobre o jovem é exercida uma pressão constante e discreta, para o convencer de que, fora do templo, não pode amar e servir Deus validamente. Deve fugir dos não – ou maus –crentes, quer dizer, praticamente toda a gente e, se a família se opuser à escolha dele, deve cortar todo o contacto com ela (…) Todo o pensamento pessoal e, a fortiori, todo o espírito crítico devem ser evitados. Quando entra para a seita, o devoto deve fazer voto de obediência incondicional ao «mestre espiritual», sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta swami Prabhupada (…) É aquela em que a repressão da personalidade é mais total, tornando impossível, ou muito raro, todo o desejo de reinserção na realidade (…) As condições no interior desta seita são mais draconianas e mais alienantes do que em Moon» (Alain Woodrow – As novas seitas) Principais doutrinas da seita de Krishna: Deus: Krishna não é uma das incarnações (avatar) de Vixnu, como diz o hinduísmo tradicional, mas é o Deus único, criador de tudo, a pessoa suprema, última morada, verdade absoluta, pessoa divina e eterna. É o deus representado pela figura de uma menina rodeada de flores, com vestes coloridas, tocando uma flauta, que traduz a felicidade. Embora o hinduísmo seja politeísta, a característica principal do Hare Krishna é que sempre se deixou passar a mensagem de monoteísmo, com Krishna sendo Deus. Contudo, tem quatro deuses assistentes. A vida eterna: acreditam que a humanidade está sujeita á lei do karma, a reencarnações sucessivas; contudo, os adeptos de Hare Krishna, graças a Krihna, não precisarão de reencarnar novamente; após a morte, o devoto de Krishna receberá um corpo diferente, transcendental e livre das vicissitudes da matéria. O bhaktiyoga (yoga de devoção): é o caminho que permite, aos adeptos de Krishna, conhecê-lo e amá-lo, praticar os quatro princípios regulativos: não comer carne, não praticar sexo ilícito, não tomar tóxicos, não praticar jogos de azar, não raciocinar; usam vestes especiais laranjas (sandálias, cabeças rapadas, címbalos e campainhas dão um ar exterior «folclórico»), sub-valorização da mulher… Recitam o mantra 1728 vezes durante o dia: «Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare, Hare Rama, Hare Rama, Rama, Rama, Hare Hare». Também devem dar a conhecer Krishna pela venda de livros, revistas e objectos na rua. O fim do homem é alcançar a Consciência e Krishna, a felicidade. Todos os livros sagrados são uma mesma revelação. Dão importância ao Bhagavad Ghita, que é o livro que revela Krishna, única leitura permitida.

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Missão da Luz Divina (1957) Fundador e história: Pratap Sing Rawat-Balyogeshwar, Sadguru Shri Maharaj Ji – o guru Maharaj J, indiano, nascido em O guru Maharaj Ji começou sua fama desde muito pequeno. Aos 13 anos e com apoio de sua família viajou ao Ocidente. É famoso por viver na opulência e a grande quantidade de Rolls Royce que possui. Principais doutrinas: Ele é o «Mestre perfeito, vindo a este mundo conturbado para fazer desaparecer o sofrimento, revelando-nos a mesma meditação espiritual que Jesus, Krishna e Buda anunciavam na sua época. O Mestre perfeito revela quatro coisas – o Verbo, a Luz, a Música celeste, o Néctar – e dá o meio de as sentirmos constantemente pela meditação, que é a experiência directa de Deus. Sadguru Shri Maharaj Ji (1958- ) Organização, recrutamento e crescimento: O grupo que teve seu auge nos anos setenta começa a declinar em meados dos oitenta quando o seu líder se casa com uma loura hospedeira, e frente à oposição de sua mãe, este a expulsa do grupo. Sai Baba Fundador e história: Sathyanarayana Raju (Sai Baba) nasceu em Aos catorze anos declarou-se como a reencarnação de Sai Baba de Shirdi, o denominado santo de Shirdi da região de Maharashtra, que faleceu em Em 1944 realiza a sua primeira viagem como "sábio" à região de Bangalore. Desde este momento começa a vestir uma túnica. Entre 1948 e 1950 construiu o denominado Prasanthi Nilayam ("A Morada da Paz Suprema"), uma espécie de centro de adoração. Entre seus discípulos mais próximos encontra-se o P.V. Narashima Rao e S. B. Chavan até P. N. Bhagwati e T. N. Seshan. A extensão total da propriedade é de 245 hectares. Sai Baba tem outras residências em Whitefiel, próximo a Bangalore e em Kodaikanal, onde passa os meses de Março e Junho. Há Centro denominados "Sai" no estrangeiro. Sathyanarayana Raju (1926- )

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Principais doutrinas: Não se trata de criar uma nova religião, segundo diz Sai Baba, mas o principal fim é "estimular e motivar ao indivíduo na busca da auto-realização". O carácter universal de sua missão está representando no Sarva Dharma o emblema que simbolicamente engloba a todas as religiões. Tornou-se famoso por suas curas, pela materialização de uma variedade de substâncias que distribui entre seu público (incluindo comidas quentes e líquidos), por bilocação, teletransporte, levitação e precognição e por fenómenos luminosos. Foi objecto de estudos por parte de investigadores, que não puderam provar a validade de suas proezas paranormais. Organização, recrutamento e crescimento: num primeiro nível, é um grupo indiano que tem controlo total sobre os fundos e responde só a Sai Baba; um segundo círculo, inclui alguns estrangeiros, tem a função de manter o mito de Sai Baba “vivo” no estrangeiro, angariando fundos, promovendo o espectáculo dos milagres… A recompensa para estes executivos de mais baixo nível por sua "lealdade" é uma entrevista anual com Sai Baba. Alguns acreditam que Sai Baba é "divino" e poderoso; outros sabem exactamente o que está acontecendo e estão somente cumprindo com o seu papel para receber "promoções" como fariam em qualquer outro negócio. Estes são os que preparam todas as conferências. As denúncias: abusos sexuais de crianças e de jovens (dos 8 aos 30 anos), custosos edifícios novos construídos todos os anos, o próprio Baba num Jaguar, Mercedes, BMW dos mais caros, supostos “milagres”… Soka Gakkai Fundador e história: Tsunesaburo Makiguchi ( ), a quem sucedeu Toda Josei e depois Ikeda Daisaku, nascido em 1928, terceiro presidente desde Fundou nos anos 30 a Sociedade criadora de valores ou Nichirem Shoshu. Principais doutrinas: A base é o ensinamento de Nichirem, monge budista do séc. XIII, que ensinava uma versão nacionalista e intolerante do budismo, salientando o sutra de Lótus, a recitação do daimoku (acto de adoração desse sutra) e a devoção ao mandala, o rolo em que se inscrevia essa invocação. Consideram Nichirem o verdadeiro Buda. O objectivo é levar a paz e a felicidade a toda a humanidade. Tsunesaburo Makiguchi ( ) Organização, recrutamento e crescimento: utiliza técnicas fanáticas de evangelização – o shakubuku, ou submissão forçada.

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8. Movimentos de origem e conteúdos satânicos: é difícil determinar as suas proporções, até pelo seu carácter secreto, pelo seu pequeno número de membros, pela diversidade de estilos, etc. A teologia fundamental é: se o mal existe é porque é vingança de Satanás contra Jesus e para que Satanás nos deixe em paz, há que fazer acções “más” que levem Satanás a deixar-nos e paz. Deve-se distinguir os cultos satânicos de culto sacrificial, para agradarem Satan, de outras igrejas satânicas, em cultos sacrificiais. Por exemplo: a Igreja de Satanás (ateus, não acreditam em Satanás, excepto quando fazem os ritos…), Templo de Seth (adoram o Deus do mal, não são ateus), as Irmãs do Halo de Belzebu, o Grupo Astaroth… Os seus integrantes costumam ser pessoas com transtornos psicológicos e uma profunda rejeição à todas as instituições sociais estabelecidas: família, igreja, estado, etc. 9. Movimentos de origem e conteúdos maçónicos: as lojas maçónicas, os Rosa Cruzes (ramo mais esotérico da Maçonaria), o Rotary Clube… Alguns pesquisadores dizem que a maçonaria não deve ser classificada como NMR, uma vez que só prossegue fins políticos e económicos; outros dizem que possuem rituais de iniciação, elementos gnósticos e esotéricos, que são elementos suficientes para a considerar como tal. A maçonaria, no geral, sugere que Deus é o Grande Arquitecto, que fundou a Franco-maçonaria e que teve por patrões a Adão, os patriarcas, reis e filósofos de outrora; Jesus é o Grande Mestre da Igreja cristã; os maçns obrigam-se aos princípios de honra e honestidade em que “todos os homens estão de acordo” («religião universal da humanidade». O ideal é a sociedade maçónica. 10. Movimentos de origem e conteúdos gnósticos e esotéricos: termos gregos gnoses (conhecimento) e esoterós (oculto); já existia no séc. II, mas o actual nasce em 1950; estes movimentos sustentam que existe um conhecimento oculto, reservado a uns poucos, o qual acede-se por uma iniciação ritual e assim aceder à Salvação. A Igreja gnóstica é a «Igreja invisível de Jesus Cristo»: para a ver «há que se viajar em corpo astral e somente nosso movimento pode ensinar esse segredo». Exs: o Movimento Gnóstico Cristão, a Nova Acrópole, CEIS, o Quarto Caminho, a Sociedade Teosófica, etc. 11. Movimentos de origem e conteúdos espíritas: existem duas correntes, a francesa ou kardecista e a inglesa. Espiritismo sempre houve (inclusive a Bíblia fala nele como algo condenável), mas como grupo organizado aparece em 1850, ordenado por Allan Kardec ( ) (escreve 7 livros, entre eles o «Livro dos espíritos» e o «Evangelho segundo o espiritismo»). Mas já em 1848, no lar das irmãs Fox dão-se fenómenos estranhos. Acreditam que os espíritos comunicam-se com os vivos. Acreditam na reencarnação. Não são cristãos porque embora gostem muito de Jesus, não a creditam na Sua divindade, nem no valor redentor do seu sacrifício na cruz para a humanidade. Jesus era um grande médium, fruto de muitas reencarnações.

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12. Movimentos Ovni ou ufonistas (de U.F.O.) («sucupistas», do francês soucoupe, “pires”): propõem contactos com supostos seres extra-terrestres. Por exemplo: Edelweis, a Bem-aventurança cósmica, Missionários do Cristo Cósmico, os Raelianos, Missão «Rama», etc. Jesus Cristo é um extra-terrestre, que habita na sua nave e orbita à voltada Terra! Movimento Raeliano (1974) Fundador e história: Claude Vorillon, jornalista francês, nasceu em 1946, em França. Segundo ele, começou a ter encontros com um extra-terrestre (“Javé”…), desde 13/12/1973, junto da cratera vulcânica “Puy de Lassolas”, em Clermont-Ferrand. As informações que ele transmitiu foram escritas em livro por Claude: «A Mensagem dada pelos Extraterrestres». Diz que foi levado em 1975 para o planeta dos “Elohim”, onde lhe deram o nome de Rael e onde conheceu Jesus, Buda, Joseph Smith e Confúcio e lhe informaram que Rael seria o profeta final, enviado para transmitir uma mensagem de paz e meditação sensual à humanidade, antes do retorno dos Elohim, em 2035. Claude Vorillon, (n. 1946) Principais doutrinas: O Homem não foi criado por Deus, pois este não existe (ateísmo), mas sim por cientistas extra-terrestres (mais avançados do que nós cerca de anos), que nos criaram, os Elohim, tendo o homem confundido os mesmos com Deus ou com deuses; os Elohim são «pequenos seres de forma humana, com pele verde pálida e olhos de amêndoa». Rael é o profeta final, que leva a todos uma mensagem de paz e de meditação sensual, para que a humanidade acolha os “Elohim”, que voltarão à Terra em 2035. Para a volta dos “Elohim” deve construir-se uma Embaixada, para que se encontrem com os políticos da Terra. Além disso, a maioria da humanidade deve aceitar os seus valores: a liberdade sexual, os prazeres da carne e o uso da clonagem humana para sermos eternos. Isto porque os “Elohim” querem que sejamos belos e atraentes e vivamos uma vida sensual, livre das restrições da moralidade tradicional judaico-cristã. As guerras e os sofrimentos de hoje são fruto da frase «em nome de Deus». Organização, recrutamento e crescimento: Apesar de argumentarem que as ofertas são voluntárias e destinam-se a gastos de correio, etc. e à construção da Embaixada, e que ninguém é sustentado por esses donativos (ao contrário do que acontece na Igreja), o certo é que Rael conta que os seus seguidores o sustentem, sendo 10% dos rendimentos a regra (dízimo). Os seus cultos são sessões de meditação sensual (foram acusados de manter «orgias sexuais» nos seus cultos). Promovem os preservativos, a masturbação etc. Diz-se que criaram um bebé, a quem chamaram de “Eva”. São mais de repartidos por 86 países, como França, Japão, Canadá e E.U.A.

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13. Movimentos de origem e conteúdos afro-americanos: a Santeria cubana, o Vudu haitiano, etc. 14. Movimentos de origem e conteúdo afro-brasileiros: por exemplo, o candomblé, a macumba, a umbanda, quimbanda, etc. São chamados de «baixo espiritismo». No candomblé, por exemplo, não acreditam na reencarnação; faz sacrifícios de animais; entre Deus (Olorum) e o homem estão os orixás, o maior deles é Oxalá (que comparam a Cristo), os orixás cuidam de toda a vida dos homens. São sincretistas, misturam elementos de origem africana, ameríndia, espírita, etc. 15. Movimentos pseudocientíficos: partem de algum elemento científico, ou pseudocientífico, estruturam ao redor de uma concepção religiosa (a Igreja da Cientologia, Meditação Transcendental, Igreja da Ciência Cristã, etc). Instituto de Dianética e Cientologia (1952) Fundador e história. Lafayette Ronald Hubbard, americano, nascido em 1911 e falecido em Em 1952 funda a Igreja da Cientologia. Organização, recrutamento e crescimento: um dos grupos mais destrutivos. Forte hierarquia, severa disciplina interna. Proselitismo na rua, oferecimento gratuito de um «teste de personalidade», seguido de proposta de cursos, a fim de esclarecer a personalidade. Utiliza o livro: «A Dianética: a ciência moderna da saúde mental». Restringido em vários países, porque os adeptos tinham normas que lhes restringia a liberdade; “vendem” pseudo-cursos por quantias exorbitantes, ficando os adeptos vinculados à seita para lhes pagar, inclusive por «milhares de anos», nesta e noutras encarnações! «Dinheiro, dinheiro, dinheiro. Faça que te deêm, consiga-o, seja como for, faça dinheiro», palavras de Hubbard. Lafayette Ronald Hubbard ( ) Principais doutrinas: Mistura conceitos do hinduísmo, budismo, tradições cabalísticas, que servem de fundamento teórico a uma série de técnicas de tipo psicanalítico. A alma é imortal e reincarna, promete aos adeptos aperfeiçoar a aptidão para comunicar, aliviar-lhes os sofrimentos, ensinar-lhes a «manejar as pessoas e o seu ambiente».O adepto deve, após «sessões de esclarecimento» tornar-se capaz de construir um mundo melhor. Apresenta-se como uma «ciência exacta do pensamento que funciona sempre, invariavelmente, e não ás vezes como as curas pela fé ou as terapias tradicionais».

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Meditação Transcendental (1958) Fundador e história: Maharishi Mahesh Yogi, indiano. Fundou o grupo em 1958, a «Ciência da Inteligência Criadora». Principais doutrinas: Forma de meditação, sem ligação com qualquer religião em particular, que «alarga a consciência, desenvolve a inteligência criadora, proporciona um repouso profundo que está na base de uma acção dinâmica, assegura o desenvolvimento total do indivíduo de uma maneira natural». Concentram-se num mantra (fórmula encantatória geralmente monossilábica) pessoal, durante vinte minutos, todas as noites e manhãs. O objectivo é levar o espírito para zonas que, até então, eram inconscientes, de forma a levar uma minoria actuante da humanidade a praticar esta técnica, para transformar o mundo. Maharishi Mahesh Yogi ( ) Organização, recrutamento e crescimento: proselitismo pela publicidade. O líder chegou a ser fotografado com os The Beatles. Ciência cristã (1866) Fundador e história: Mary Baker-Eddy, americana, que fundou em 1866, a «Ciência cristã». Principais doutrinas: Toda a doença pode ser curada espiritualmente, pois o mal e o pecado não existem, nem a matéria: «Deus, que é perfeito Espírito e todo bondade, não pode ter criado nem a matéria, nem o mal». Todos os homens devem ser convertidos para serem curados. O facto é que a fundadora acabou morrendo de doença… Mary Baker-Eddv ( ) Organização, recrutamento e crescimento: proselitismo pela publicidade; o culto consiste em ler alguns versículos da Bíblia e do livro da senhora Eddy, Ciência e Saúde, seguido de hinos. O livro de base é «Ciência com a Chave das escrituras».

54 2 – Um olhar por algumas Seitas e N.M.R.
16. Movimentos neo-pagãos: movimentos de retorno ao paganismo, às antigas religiões – europeias na sua maioria – anteriores à evangelização cristã. Os mais conhecidos são: o dionismo ou irracionalismo religioso; o odinismo, que trata de restaurar as antigas mitologias nórdicas e os ritos a deuses como Odin e Thor; o neodruidismo, com ritos ocultos dos antigos druidas, a Wicca… 17. Movimento New Age (Idade Nova): aqui é que tudo se complica; são grupos sincretistas: são aqueles grupos que retiram elementos de várias origens e as misturam. Não são uma seita, nem igreja, nem religião; Alia a fé tradicional cristã com o monismo oriental, a reincarnação, a paranormalidade e a psicologia ocidental. Não há fé num Deus criador, mas numa energia cósmica, universal; a consciência, o desenvolvimento e a iluminação através de várias técnicas são o deus de cada um; pretensão de anunciar um nova consciência humana e uma nova época de renovação do mundo e das consciências, propondo uma religião unificadora de todas as demais, como fim para as lutas religiosas; quer ser uma síntese de diferentes grupos (reunindo em si um pouco de cada um), mas de modo especial o cristianismo e as religiões orientais. Não há nem mal. Prega o pacifismo, a luta ecológica (Deus é a «Mãe natureza»), a vida de prazeres e saudável, baseada em métodos naturais tais como o relaxamento e a medicina alternativa. Visam preparar o mundo para a chegada do Anti-Cristo, para a Era do Aquário, era de paz e harmonia mundial, segundo eles; prepara-se a Nova Ordem mundial (um só governo, fim do dinheiro, exército mundial, etc.). Estendem-se a inúmeros grupos, tais como: a Sociedade Teosófica, a Nova Acrópole, a Meditação Transcendental, a Grande Fraternidade Universal, a Igreja da Cientologia, etc. «Seitas… houve sempre. Em todas as culturas. Mesmo o cristianismo não começou como uma seita no interior do judaísmo? (…) Há para todos os gostos. (..) Uma juventude desnorteada e ávida de absoluto será atraída pelas seitas utopistas: os Filhos de Deus, os Discípulos de Krishna, os Pioneiros da Idade Nova (AUCM de Moon). Os angustiados serão seduzidos pelas seitas milenaristas: os Adventistas, as Testemunhas de Jeová, os Mórmones. Os sedentos do maravilhoso serão tentados pelas seitas curandeiras: os movimentos de renovação, o pentecostismo, os Três Santos Corações, o Cristo de Montfavet. Os adeptos do ocultismo voltar-se-ão para o Espiritismo, a Astrologia, a Magia, o Satanismo. Os racionalistas serão convertidos pelas seitas científicas: a Ciência cristã, a Cientologia, a Teosofia. Os orientalistas serão atraídos por seitas esotéricas: a meditação transcendental, a missão da luz divina o budismo zen, o vodu…» (Alain Woodrow – As novas seitas).

55 3. Como “responder” às Seitas e N.M.R. – algumas pistas

56 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas
Nota prévia: como encetar o “diálogo” com estes grupos? Na maior parte dos casos, desaconselha-se o “diálogo” doutrinal com os mesmos, uma vez que instrumentalizam os textos à sua maneira, servem-se de outras fontes que não a Bíblia (como o «Livro de Mórmon», os escritos de Ellen White, etc), não são dados ao diálogo, uma vez que a maior parte deles quer que o seu interlocutor ouça calado e respondendo às suas perguntas, não seguem os princípios fundamentais da interpretação bíblica (interpretação fundamentalista, lêem à letra o que lá está, desconhecendo a questão dos géneros literários, etc.; não aprofundam os textos no seu contexto; não conhecem o princípio da progressão da revelação; tomam à letra cada versículo em separado, isolam frases para conseguirem ilustrar algum princípio da sua doutrina, etc). Contudo, se for inevitável, devemos dialogar com estes grupo, começando não pelos aspectos doutrinais, que requerem grande preparação, mas pelos aspectos históricos do próprio grupo, incongruências, falsas profecias, etc. No diálogo doutrinal, deverá usar-se sempre como base a Bíblia, que devemos esforçar por conhecê-la e torná-la parte do nosso dia-a-dia; tanto as Testemunhas de Jeová, como os Mórmones e os Adventistas do Sétimo Dia (e muitas outras), utilizam a Bíblia, ainda que muitas das vezes com interpretações muito livres e tendo como base textos erróneos. Aqui um forte alerta para a Bíblia das Testemunhas de Jeová: primeiro dizem-nos que todas as Bíblias são iguais, e depois tentam impingir-nos a deles: «Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas» (traduzida em 1961); primeiro, sabemos que as Bíblias protestantes têm sete livros a menos no A.T.; mas além disso, na das T.J. os “peritos” que a traduziram não eram reconhecidos por parte dos especialistas das ciências bíblicas, apresentando bastantes textos falsificados para se adaptarem às suas doutrinas, especialmente os referentes os trinitários, cristológicos e sacramentológicos; devemos seguir a nossa própria Bíblia.

57 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas
Nota prévia 2: algumas expressões falseadas na Bíblia das T.J. (Tradução Novo Mundo das Escrituras Sagradas) Referência Bíblia católica Bíblia protestante Bíblia T.J. Observações Gn 1, 2 A terra era informe e vazia, as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. Ora, a terra mostrava ser sem forma e vazia, e havia escuridão sobre a superfície da água de profundeza; e a força activa de Deus movia-se por cima da superfície das águas. Negam o Espírito Santo como pessoa, embora ainda no Gn o autor não se referisse ainda ao E. Santo como a Pessoa da Santíssima Trindade. Mt 16, 18 Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela. Pois, também, eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Também eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta rocha construirei a minha congregação, e os portões do Hades não a vencerão. Não é congregação, é igreja, a igreja católica! Mt 25, 46 Estes irão para o suplício eterno, e os justos, para a vida eterna.» E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna. E estes partirão para o decepamento eterno, mas os justos, para a vida eterna. Decepamento significa que os maus serão aniquilados, o que é falso: eles irão para o tormento ou suplício eterno (inferno). Lc 22, 19 Tomou, então, o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós; fazei isto em minha memória.» E tomando o pão, e havendo dando graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Tomou também um pão, deu graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: isto significa meu corpo que há de ser dado em vosso benefício. Persisti em fazer isso em memória de mim. O pão e vinho na Eucaristia não significam o corpo de Cristo: é o Corpo de Cristo!

58 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas
Referência Bíblia católica Bíblia protestante Bíblia T.J. Observações Lc 23,43 Ele respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.» E disse-lhe Jesus. Em verdade te digo que estarás comigo, hoje, no Paraíso. E ele lhe disse: Deveras eu te digo hoje: Estarás comigo no Paraíso. O ladrão não vai estar no paraíso com Jesus mais tarde (depois do Armagedom e da ressurreição), não: ele vai estar naquele próprio dia, no Reino dos Céus! O que um pequeno sinal : fora do lugar pode dar origem! Jo 1,1 No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o Verbo era Deus. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era deus. Jesus Cristo não é um deus, ele não tem só alguma divindade, como dizem as T.J.: Ele tem a plena divindade, é Deus! Jo 14, 10-11 Não crês que Eu estou no Pai e o Pai está em mim? As coisas que Eu vos digo não as manifesto por mim mesmo: é o Pai, que, estando em mim, realiza as suas obras. 11*Crede-me: Eu estou no Pai e o Pai está em mim; crede, ao menos, por causa dessas mesmas obras. Não crês tu que eu estou no Pai, e o que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim: crede-me, ao menos por causa das mesmas obras. Não acreditas que eu esteja em união com o Pai e que o Pai esteja em união comigo? As coisas que vos digo não falo da minha própria iniciativa; mas o Pai, que permanece em união comigo, está fazendo as suas obra; senão, acreditai por causa das próprias obras. A Bíblia das T.J. transforma a união ontológica (do ser) em simples união moral.

59 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas
Referência Bíblia católica Bíblia protestante Bíblia T.J. Observações Act 1, 8 Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo.» Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há-de vir sobre vós. Mas, ao chegar sobre vós o espírito santo, recebereis poder e sereis testemunhas de mim tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, até à parte mais distante da terra. Eles vão receber uma força (ou virtude) que deriva do Espírito Santo: eles não vão receber o espírito santo, que para as T.J. é só uma força. O Espírito Santo é uma Pessoa, que origina dons e frutos. Cl 1, 16-17 Porque foi nele que todas as coisas foram criadas, no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, os Tronos e as Dominações, os Poderes e as Autoridades, todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele. 17*Ele é anterior a todas as coisas e todas elas subsistem nele. Porque nele foram criadas todas as coisas que há, nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo criado por ele e para ele; E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. Porque mediante ele foram criadas todas as [outras] coisas nos céus e na terra, as coisas visíveis e as coisas invisíveis, quer sejam tronos, quer senhorios, quer governos, quer autoridades. Todas as [outras] coisas foram criadas por intermédio dele e para ele. Jesus não foi um mero instrumento de Deus na criação: por isso não criou somente as outras coisas! Nele todas(e não só algumas) foram criadas. Jesus não é uma criatura de Deus: é Deus! Tt 2,13 Aguardando a bem-aventurada esperança e a gloriosa manifestação do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo. Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo Ao passo que aguardamos a feliz esperança e a gloriosa manifestação do grande Deus e [do] Salvador de nós, Cristo Jesus. Jesus é Deus e Salvador! As T.J. separam a frase em duas partes acrescentando o do, retirando a plena divindade a Jesus Cristo.

60 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas
Referência Bíblia católica Bíblia protestante Bíblia T.J. Observações Hb 1,8 A respeito do Filho, diz: O teu trono, ó Deus, permanece pelos séculos dos séculos e ceptro de justiça é o teu ceptro real. Mas do Filho, diz. Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos, ceptro de equidade é o ceptro do teu reino. Mas, com referência ao Filho: Deus é o teu trono para sempre, e [o] ceptro do teu reino é o ceptro da rectidão. Ao querer dizer que Jesus não é Deus acabam por não conseguir o objectivo: afinal é maior o trono ou Aquele que nele se senta?! 2 Pd 1, 1 Simão Pedro, servo e Apóstolo de Jesus Cristo, àqueles a quem coube em sorte, pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, uma fé tão preciosa como a nossa: Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que connosco alcançaram fé igualmente preciosa, pela justiça do nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo. Simão Pedro, escravo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que obtiveram uma fé, tida por igual privilégio como a nossa, pela justiça de nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo. Idem a Tt 2, 13 2 Pd 3, 8 Mas há uma coisa, caríssimos, que não deveis esquecer: um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um só dia. Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. No entanto, não vos escape este único facto, amados, que um só dia é para Jeová como mil anos, e mil anos, como um só dia. A falsa inclusão do nome Jeová nos textos do Novo Testamento; no Antigo Testamento sabemos que a pronúncia mais correcta seria Javé ou Yahveh. Muitas outras expressões poder-se-iam dar, mas estas bastam para ver que a Tradução Novo Mundo das Sagradas Escrituras, não é uma tradução de fiar!

61 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas.
Como não é possível falar em todas as doutrinas de todos os grupos, serão apenas apontadas algumas linhas de orientação geral. Isto não dispensa um estudo mais aprofundado das mesmas. O grupo em questão funda-se sobre a negação da história. Com a morte do último apóstolo acabou a actuação de Deus na Terra… até que surgiram os seus profetas (Smith, White, Russell, Moon…); Deus ficou inactivo por vinte séculos, esquecendo a Igreja fundada por Cristo, deixando andar no erro milhões de pessoas, decide enviar um profeta, no séc. XIX ou XX, para criar a igreja verdadeiro! Todas as pessoas que contribuíram para a Igreja de Cristo, os Padres da Igreja, os santos, o monacado, os que deram a vida por Cristo, etc., inclusive todos os acontecimentos, Concílios da Igreja, a Renascença, a Reforma protestante, etc., nunca existiram, nada significaram! Se a verdadeira Igreja só apareceu no séc. XIX (ou XX), então Cristo mentiu e os discípulos nada fizeram: terá razão Cristo ou estes homens? «Ide e ensinai todas as gentes, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a observar tudo o que Eu vos mandei. E eis que Eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo» (Mt 28, 18-20) Nós cá, acreditamos antes em Cristo!

62 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas.
2) O grupo em questão vem revelar uma “Nova Verdade”. Todos andaram enganados até aí, mas um anjo do céu ou eles mesmos “repuseram” a verdade, revelando uma “Nova Verdade”, que contradiz radicalmente o que Cristo revelou, o Seu Evangelho e o que dizem as Escrituras, pois só eles é que sabem, só eles detêm a Verdade. Se realmente a verdade foi reposta, então S. Paulo não disse a verdade: terá razão S. Paulo ou esta seita? «Na verdade, não há outro Evangelho; há apenas os que semeiam a confusão entre vós e pretendem perverter o Evangelho de Cristo. Mas ainda que alguém – nós mesmos ou um anjo do Céu – vos anuncie outro evangelho, além do que vos tenho anunciado, esse seja anátema» (Gal 1, 7-8) Nós cá, acreditamos antes em S. Paulo! 3) O grupo em questão actua, muitas vezes, como falsos profetas. Os seus líderes não resistem a lançar profecias que não se realizaram nem nunca se realizarão, especialmente as ligadas à data do fim do mundo, deste “sistema de coisas”, adiantando algumas datas, após cálculos complicados, ou fruto de uma revelação; além disso, apresentam-se como o «Novo Messias», o verdadeiro Cristo, etc. Contudo, depois de verem que se enganaram, nunca admitem o erro, dizendo que era uma ideia de “alguns adeptos” ou então que ainda não tinham as «luzes suficientes».

63 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas.
«Então, se alguém vos disser: «Aqui está o Messias» ou: «Ei-lo ali”, não acrediteis, pois surgirão falsos Messias e falsos profetas que farão sinais e prodígios, a fim de enganarem, se possível, até os eleitos» (Mc 13, 21-22) Então o Messias só agora apareceu? Então o homem sabe quando é o fim do mundo? terá razão Jesus Cristo ou esta seita? «O Céu e a Terra passarão, mas as Minhas palavras não passarão. Quanto a esse dia ou a essa hora, ninguém os conhece, nem os anjos do céu, nem o Filho, só o Pai» (Mc 13, ) Nós cá, acreditamos antes em Cristo! 4) O grupo foca a sua doutrina em alguns aspectos, geralmente apocalípticos. A doutrina das seitas é muito simples, parece responder a todas as questões, focando-se apenas em alguns aspectos da Revelação, que aparecem excessivamente desenvolvidos, especialmente os ligados ao fim do mundo, para infundir o terror nos seus adeptos. E os temas da Criação, da Graça, da eleição do povo de Deus, as Alianças com o Povo, da presença de Deus no meio do Seu povo, os sacramentos, a oração, etc. para quem ficam? O Deus revelado é diferente do Deus das seitas: Quem terá razão? «Louvai o Senhor porque é bom, porque é eterna a Sua misericórdia» (Sl 106, 1) Nós cá, acreditamos no que a Bíblia e o próprio Jesus nos revelou sobre Deus!

64 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas.
5) O grupo aparta-se do mundo, desiste de lutar por um mundo melhor. Eles são os bons, o mundo é mau; só eles se salvam, fazendo o que a seita prescreve; já não vale a pena lutar por um mundo melhor, comprometer-se socialmente… «Jesus respondeu: “certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu em poder dos salteadores (…) Qual deles três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores”. Respondeu: “O que usou da misericórdia com ele”. Jesus retorquiu: “Vai e faz tu também do mesmo modo”» (Mc 13, 21-22) Vale ou não a pena lutar por um mundo melhor? terá razão Jesus Cristo ou esta seita? Nós cá, queremos seguir antes a Cristo! 6) O grupo fez inúmeras mudanças na sua doutrina ao longo dos tempos. Em muitos casos, a doutrina é mudada inúmeras vezes ao longo da breve história do grupo, facto que é ocultado, normalmente, dos actuais adeptos. Por exemplo, as Testemunhas de Jeová: Transfusões de sangue: apreciadas e aconselhadas antes de 1940, são proibidas em 1945, ainda que custe a vida; hoje, nota-se um novo retrocesso neste tema, podendo os adeptos levar “componentes primários” do sangue (numa verdadeira confusão!): o certo é que neste “vai e volta”, morreram inúmeras pessoas à conta desta lei forjada por Brooklyn; Religião: segundo Russell, o jeovismo é «uma religião»; já Rutherford diz que «a religião é fruto do Diabo»; a partir da sua morte, consideram-se a «religião verdadeira»; Baptismo: até 1955 usavam a fórmula «Eu te baptizo em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo»; depois banem essa fórmula trinitária; Cruz: a princípio estimavam a cruz e muitos levavam uma pequena cruz no casaco, mas desde 1928, Rutherford abole a cruz, pois é «idolatria»; inclusive a palavra «cruz» é substituída por madeiro, pau de tortura, etc; Céu: a princípio acreditavam que eles iriam para o céu (e mais alguns), mas desde 1935 dizem que afinal só irão os eleitos e o resto ficará na Terra!

65 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas.
Então, a doutrina é ou não a mesma desde o princípio? terá razão S. Lucas ou esta seita? «Já que muitos empreenderam compor uma narração dos factos que entre nós se consumaram, como no-lo transmitiram os que desde o princípio foram testemunhas oculares e se tornaram servidores da palavra, resolvi eu também, depois de tudo ter investigado cuidadosamente desde a origem, expor-tos por escrito e pela sua ordem, ilustre Teófilo, a fim de que reconheças a solidez da doutrina em que fostes instruído» (Lc 1, 1-4) Nós cá, acreditamos antes em Lucas! 7) Muitos desses grupos negam as verdades fundamentais do cristianismo: A Trindade. O Mistério da Trindade (aliado ao da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo) é o cerne do cristianismo; há um só Deus, em três Pessoas iguais e distintas. Os grupos que não acreditam nisto, não são cristãos. Que Jesus Cristo é Deus. Já está incluído no anterior; para esses grupos, Jesus é uma mera criatura de Deus, embora tendo alguns “privilégios”, sendo «um deus» menor (caem no politeísmo, sem querer…); negar que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem (tem duas naturezas), invalida a Trindade. Que o Espírito Santo é Deus. No caso das Testemunhas de Jeová, grafam «espírito santo», com minúsculas, para dizer que Ele não é Pessoa Divina. Que Jesus Cristo ressuscitou. Se Jesus não ressuscitou, é vã a nossa pregação e a nossa fé, como nos disse São Paulo. Estas verdades fundamentais já foram estudadas nos EFC 11, 12 e 13, no 2º ano; trata-se de temas complexos, que não podem ser abordados em duas linhas; recomenda-se um estudo mais aprofundado sobre a matéria; segues-e apenas algumas orientações.

66 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas.
a) Ter em conta que há inúmeras expressões bíblicas que nos dizem que Jesus é Deus e que no caso da Bíblia das T.J., como vimos, muitas delas estão truncadas, para fazer “desaparecer” a divindade de Jesus, por exemplo: «No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era deus. Este estava no princípio com o Deus» (versão Novo Mundo, das T.J.) «No princípio já existia o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava, no princípio, com Deus» (correcta tradução, corroborada pelos especialistas em tradução e em todas as bíblias, excepto nas da T.J.). A simples colocação de «deus» em minúscula pretende retirar a divindade a Jesus! Jesus manifesta a Sua preexistência divina ou eternidade aplicando a Si, o nome «Eu Sou», do A.T., que Deus utilizou com Moisés na sarça ardente («Eu Sou aquele que Sou»): «Se não credes que “Eu Sou”, morrereis nos vossos pecados» (Jo 8, 24); «Antes que Abraão nascesse, “Eu Sou”» (Jo 8, 58). As T.J. traduzem assim: «Antes que Abraão nascesse, eu tenho sido”, retirando a conexão com o A.T. e logo a divindade e pré-existência divina de Jesus! «E nós estamos no Verdadeiro, nós os que estamos em Seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna»; vamos “confirmar” numa Bíblia protestante, a de João Ferreira de Almeida: «e no que é verdadeiro estamos, isto é, no seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna», ou na Bíblia Vida Nova: «e estamos no verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna». Vejamos a tradução das T.J.: «E nós estamos em união com o verdadeiro, por meio do seu Filho Jesus Cristo. Esse é o verdadeiro Deus e a vida eterna», para fazer referência às frases mais atrás que falam de Deus e não a Jesus!

67 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas.
b) Os “cavalos de batalha” das T.J.: ao invés, a pobreza de argumentos bíblicos contra a divindade de Cristo é muito reduzida e surgem da incompreensão dos textos e de saber que Cristo tinha duas naturezas: a humana e a divina; como Homem, Jesus cansava-se, tinha sono, comia, etc.; o Jesus homem é que foi visto: Cristo como Deus «ninguém o viu!», pois como Deus, era igual ao Pai; e também do facto de tanto o Pai como o Filho serem Deus, só se diferenciando no facto de um ser o Pai e o outro o Filho; ao aceitarem que o Filho não é Deus, estão a cair no politeísmo: um deus maior e um deus menor. c) JESUS CRISTO É DEUS. Referir apenas: Cristo podia perdoar pecados e fazer milagres (cf. Mc 2, 1-12) e só Deus podia perdoar pecados ou fazer milagres (cf. Por ex. Ex 34, 7; Sl 32, 5…); Cristo já existia antes do mundo: «Glorifica-me, Tu, ó Pai, junto de Ti, com aquela glória que Eu gozava junto de Ti antes que o mundo existisse» (Jo 17, 5); Isabel chama a Maria, antes que Jesus nascesse, de «Mãe do meu Senhor» (cf. Lc 1, 42), ora o Senhor, para os judeus, era Deus; Tomé diz a Cristo: «Meu Senhor e meu Deus!» (20, 28ss); se não fosse Deus, Cristo teria dito a Tomé que não o era, mas então deixou-o no erro? O Evangelho diz que o cego de nascença adorou Jesus (cf. Jo 9, 38): Jesus não o contrariou, mas admitiu esse acto; dirige-se sempre a Deus como «Pai» e não como «Jeová» (ou «Javé»), porque se lhe chamasse Javé, era chamar-se a si mesmo; admite a acusação dos inimigos como verdade: «Não é por alguma obra que Te queremos apedrejar, é por blasfémia, porque, sendo Tu homem, Te fazes Deus» (Jo 10, 33); «Eu e o Pai somos um» (Jo 10, 30).

68 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas.
d) O ESPÍRITO SANTO É DEUS. É um ser pessoal, não uma “força” impessoal; de facto, Ele, que ensina e recorda («mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse é que vos ensinará tudo, e há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse.» (Jo 14, 26), que dá testemunho («Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, e que Eu vos hei-de enviar da parte do Pai, Ele dará testemunho a meu favor» (Jo 15, 26)), dirige a evangelização (Paulo e Silas atravessaram a Frígia e o território da Galácia, pois o Espírito Santo impediu-os de anunciar a Palavra na Ásia. (Act 16, 6), toma decisões (O Espírito Santo e nós próprios resolvemos não vos impor outras obrigações além destas, que são indispensáveis: (Act 15, 28), dá ordens (Estando eles a celebrar o culto em honra do Senhor e a jejuar, disse-lhes o Espírito Santo: «Separai Barnabé e Saulo para o trabalho a que Eu os chamei.»(Act 13, 2), é Deus («Ora, o Senhor é o Espírito e onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade». (2 Cor 3, 17) ), mentir ao Espírito Santo é mentir a Deus (Então Pedro perguntou-lhe: «Ananias, porque é que Satanás invadiu o teu coração, a ponto de te levar a mentir ao Espírito Santo e subtraíres uma parte do preço do terreno? 4Não podias tu conservá-lo sem o vender? E, depois de o teres vendido, não podias dispor livremente do valor em teu poder? Como pudeste conceber semelhante plano no teu coração? Não foi aos homens que tu mentiste, mas a Deus.» (Act 5, 3-4)), etc. e) FÓRMULAS TRINITÁRIAS. Existem inúmeras nos evangelhos e nos escritos apostólicos, onde se enumeram as três Pessoas da Santíssima Trindade; por exemplo: Lc 1, 30-35: Anunciação; Mt 3, 13; Mc 1, 10; Lc 3, 22: Baptismo de Nosso Senhor. Mt 17, 1-13; Mc 9, 1-12; Lc 9, 28-39: Transfiguração. Jo 14, 16.26: Promessa do Paráclito (“Eu pedirei ao Pai e Ele vos enviará outro Paráclito (...). O Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo”). Mt 28, 19: Fórmula baptismal (“Ide e ensinai a todas as gentes, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”). 2 Cor 13, 13: “A graça de Senhor Jesus Cristo e o amor de Deus e a comunicação do Espírito Santo estejam com todos vós”. Ef 1, 3-13: “Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou em Cristo com toda a bênção espiritual dos céus (...). Por Ele também vós (...) fostes marcados pelo Espírito Santo prometido”. Gal 4, 6: “E dado que sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho que clama: ‘Abbá, Pai!”. 1 P 1, 2: “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, e santificados pelo Espírito, para prestarem obediência a Jesus Cristo”.

69 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas.
f) JESUS CRISTO NÃO RESSUSCITOU? «Se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou, e se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé» (1 Cor 15, 42-44). As T.J. advogam que Jesus está no Céu apenas espiritualmente e o seu corpo não ressuscitou, foi apenas “removido por Deus”, não se sabe para onde. «Porque procurais entre os mortos Aquele que está vivo? Não está aqui; ressuscitou…» (Lc 24, 2-8; Mt 28, 6; Mc 16, 14-15; Jo 11, 20-25); «Aquele que ressuscitou e se encontra à direita de Deus…» (Rm 8, 34; Ef 1, 20, etc.); «O Senhor Jesus, depois de ter falado com Eles, subiu aos céus, onde está sentado à direita de Deus» (Mc 16, 19); «Galileus, porque vos detendes a olhar para o céu. Este Jesus que acaba de subir ao Céu, separando-se de vós, assim virá, tal como o contemplastes a subir» (Act 1, 9-11). «De repente, o Senhor apresentou-se no meio deles e disse-lhes: a paz esteja convosco. Dominados pelo espanto e cheios de medo, julgavam ver um espírito. Disse-lhes então, porque estais perturbados e porque surgem nos vossos corações tais pensamentos? Vêde as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo. Apalpai-me e olhai que o espírito não tem carne, nem ossos, como verificais que eu tenho, e, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés» (Lc 24, 36-4).

70 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas.
8) Muitos desses grupos restringem a salvação para eles próprios. As T.J. dizem que, após o Armagedom, a Terra será transformada em um paraíso terrestre pelas T.J.; mas deles irão para o céu, para governar com Cristo; os restantes serão aniquilados para todo o sempre. Assim sendo, negam a alma, a vida eterna, o inferno, o purgatório, etc. O significado dos : situa-se no Livro do Apocalipse, livro altamente simbólico; trata-se das 12 tribos de Israel (que simbolizam o Povo de Deus do A.T.), multiplicado por 12 (os Doze Apóstolos, que simbolizam o Novo Povo de Deus), e multiplicado por 1000 (que significa imensa quantidade, impossível de contar). É como o simbolismo dos 70 x7, quando Jesus disse a Pedro que deveria perdoar sempre (cf. Mt 18, 22). Se verificarmos, até está ao contrário na Bíblia: a «grande multidão» que as T.J. destinam à Terra, está diante do trono de Deus, no céu; os estão sobre a Terra (cf. Ap 7, 1-3) e representam o Povo cristão que Deus protege! A salvação para Jesus Cristo não se reduz a modelos matemáticos: «Bem-aventurados os pobres em espírito porque deles é o Reino dos céus» (Mt 5, 3); «Quem não renascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar no Reino dos Céus» (Jo 3, 5), ou seja, a salvação é aberta a todos; «Deixai que as crianças venham a Mim e não as estorveis, porque delas é o reino dos Céus» (Mc 10, 14); «Vinde benditos e Meu Pai, tomai posse do Reino… Afastai-vos malditos para o fogo eterno…» (Mt 25, 34-40), etc. «Pai, nas Tuas mãos entrego meu espírito» (Lc 23, 46): o que Jesus entregou ao Pai? O corpo foi para o sepulcro, o sangue foi derramado… Jesus entrega a Sua alma espiritual. «Hoje estarás comigo no Paraíso» (Lc 23, 43): o que iria para o Paraíso do ladrão? «Todo aquele que vive e crê em Mim, não morrerá jamais» (Jo 11, 25). Cristo, para provar a ressurreição dos corpos, alega que Deus é Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob: «Ele não é Deus dos mortos, mas dos vivos» (Mt 22, 23). Se Abraão, Isaac, Jacob vivem, é pela alma, pois o corpo está morto e enterrado em Hebron… Mas, segundo as T.J., «no estado morto, tanto homens como animais, estão na mesma condição e inconsciência total». Será que a condição dos animais e do homem é a mesma? «Façamos o homem à Nossa imagem, à Nossa semelhança…» (Gn 1, 26).

71 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas.
9) Estes grupos acusam os católicos de idolatria, de «adorarem imagens». O próprio Deus manda fazer imagens religiosas. Deus ordena a Moisés que construa dois querubins em ouro e os coloque sobre a Arca da Aliança (cf. Ex 25, 18-20), querubins bordados (cf. Ex 26, 1), manda fazer uma serpente de bronze a Moisés e colocá-la sobre uma vara, para que todo aquele que olhasse para ela, ficasse curado (cf. Nm 21,8-9), dois querubins de madeira, para o Santo dos Santos para o Templo de Salomão, touros (crf. 1 Rs 6, 23-28), etc., etc. «Não fabricarás para ti ídolos nem imagem alguma, daquilo que está lá em cima, no Céu, nem daquilo que existe cá em baixo, na Terra, nem daquilo que existe nas águas, debaixo da Terra. Não te prostrarás diante delas, nem as servirás» (Ex 20, 4-5). Esta passagem deve ser tomada estritamente à letra? Se sim, estamos perante uma proibição total de qualquer «imagem e ídolo», seja do que for que exista no «Céu» e na «Terra» e «debaixo da Terra» e portanto, a proibição de querubins, de palmeiras, de leões, etc. . Mas o próprio Deus mandou, como vimos, fazer imagens… Assim, a proibição não é absoluta e o acento cai na última frase: «Não te prostrarás diante delas, nem as servirás». E qual o papel do uso das imagens na Bíblia? Três possibilidades: papel idolátrico (excluído), artístico-ornamental (mas por exemplo, o querubim tinha uma forte conotação fortemente religiosa em todo o próximo Oriente), ou então a «imagem como símbolo religioso», em que a imagem serve para apresentar plasticamente mensagens religiosas e para ajudar o fiel a interiorizar essas mensagens. Por exemplo, os querubins servem para expressar a presença de Javé, pois muitas vezes é dito que Javé está sentado sobre querubins (cf. 1Sm 4,4; 2Sm 6, 2, etc). A Bíblia reprova os touros que Jeroboão erigiu em Dan e Betel, mas acha bem os touros para o templo; os primeiros fomentam o cisma, a idolatria, os segundos não: é contra a Bíblia etiquetar sempre qualquer imagem como idolátrica. No Novo Testamento condena-se a idolatria, mas não se fala nas imagens, pois se Deus Se fez Homem em Cristo, visível, «imagem do Deus invisível» (Cl 1, 15), segue-se que se pode fazer recto uso das imagens. Além do mais, o acto externo torna-se idolátrico (por exemplo ajoelhar-se) só pela intenção de quem o pratica. Imagem é diferente de ídolo: imagem é representação ou fotografia de algo ou alguma pessoa, ao passo que um ídolo é um deus em pintura, ouro ou prata. Esses mesmos grupos também usam imagens de Jesus, de outros personagens bíblicos nas suas revistas. Se qualquer imagem é um ídolo, porque usam essas imagens?

72 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas.
10) Muitos desses grupos proíbem consumir certos alimentos ou então tomar sangue (e consequentes transfusões). Os Adventistas seguem uma dieta que pretende seguir o Levítico; os Mórmones proíbem o álcool, o café, etc.; as Testemunhas de Jeová proíbem comer alimentos com sangue, como as morcelas, chouriços de sangue…; e inclusive as transfusões de sangue; mas elas próprias até 1945 também as levavam, até que foram proibida; hoje fala-se já de certa abertura… Mas, entretanto as pessoas que morreram já não podem vir a beneficiar disto; onde está o amor ao próximo nesta prescrição? Contudo, na dieta levítica do Antigo Testamento, além dos alimentos em si, também entra em jogo a forma de os sacrificar e cozinhar; neste ponto, os Adventistas já não seguem a dieta levítica. Esta dieta é apenas ministrada para os judeus, ficando os não-judeus livres dessas prescrições. Além disso, deveriam seguir todas as outras prescrições do A.T.: circuncisão, apedrejamento dos infractores, etc. Essas prescrições pertencem ao Antigo Testamento, que caducaram com a vinda de Jesus, que era a perfeição da Lei. No Concílio de Jerusalém, em Act 15, 20 pode-se ver que se pede que se abstenham de comer sangue e carnes sufocadas, mas isto e para não escandalizar os cristãos-judeus. S. Paulo explica isso: «Mas pode haver ocasiões em que, para não escandalizar um irmão, eu tenha de me abster de certos alimentos» (Rom 14, 14-15). A razão principal da proibição residia no uso do sangue para os sacrifícios do altar: «Pois o sangue é que expia por uma vida. Eis porque Eu disse aos filhos de Israel. Nenhum de entre vós comerá sangue» (Lev 17, 11-12). Mas uma vez desaparecido o sacrifício antigo, desaparece a lei. O próprio Cristo diz que a lei que regulava os alimentos (e o sangue) caducou: «Não é o que entra pela boca que torna o homem impuro. Mas o que sai da boca é que torna o homem impuro» (Mt 15, 10-11), «declarando puros todos os alimentos» (Mc 7, 18). S. Paulo dá este conselho que resolve o problema: «Comei tudo o que se venda no mercado, sem nada inquirir por motivo de consciência» (1 Cor 10, 26). «O Reino de Deus não é comida, nem bebida, mas, justiça, paz e alegria no Espírito Santo» (Rm 14, 14), diz-nos São Paulo.

73 3 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas.
11) Deve-se guardar o Sábado ou o Domingo (Adventistas do Sétimo Dia)? Neste ponto são “originais” em relação ao resto dos cristãos. Não foi a Bíblia que levou os Adventistas a guardarem o Sábado, mas sim uma revelação particular de Ellen White, a sua profetisa: em 1847 viu os Dez Mandamentos com uma auréola de resplendor especial que rodeava o mandamento do Sábado. «Portanto, que ninguém vos condene pela comida e pela bebida, pelas festas, luas novas ou sábados. Tudo isso não é mais do que a sombra do que virá. A realidade é o corpo de Cristo» (Cl 2, 16): Paulo diz que já não estamos sujeitos aos preceitos dos judeus nas festividades; Paulo apenas cumpriu a lei, como bom judeu, para não causar escândalo (cf. 1 Cor 9, 19-23). Se temos de cumprir toda a lei, os Adventistas também deveriam ser circuncidados, como manda a boa lei judaica… Os primeiros cristãos guardavam o Domingo e não o Sábado: Jesus ressuscitou no Domingo, primeiro dia da semana, marcando de forma especial esse dia (cf. Jo 20, 1); Jesus apareceu, pela primeira vez, a todos os Seus discípulos, num Domingo (cf. Jo 20, 19ss); a segunda aparição de Jesus a todos os discípulos também foi num Domingo (cf. Jo 20, 26ss); a vinda do Espírito Santo, no Pentecostes, foi ao Domingo (cf. Act 2, 1ss); foi ao Domingo que Pedro, o primeiro dos Apóstolos, fez o seu primeiro sermão de evangelização e entraram os primeiros convertidos na Igreja (cf. Act 2, 14ss e 2, 41); a Igreja não judaica reunia-se ao Domingo; nesse dia, Paulo pregou no meio de uma assembleia eucarística (cf. Act 20, 6-7); a Igreja fazia as colectas da caridade ao Domingo (cf. 1 Cor 16, 2); «Num Domingo, fui arrebatado em êxtase» (1 Cor 16, 2). Segundo vários escritos e testemunhos, o Dia do Senhor é o Domingo;, como nos diz a Epístola de Barnabé (escrita entre 70 e 120 d.C.), a Didaké (entre 70 e 110 d.C.), testemunho Santo Inácio (nos anos 80), Justino Mártir (por volta de 150 d.C.).

74 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas.
12) A cruz e as Testemunhas de Jeová Vimos que até 1928, as próprias T.J. tinham devoção pela cruz, levando algumas até no casaco, uma pequena cruzinha pregada. Por que foi mudada? Por que é os católicos buscam tanto a cruz, se foi a arma que matou Jesus? Foi o instrumento que permitiu a Jesus entrar na glória: «Respondeu-lhes Jesus: “É chegada a hora para o Filho do homem ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto» (Jo 12, 23-24). Por que é que os católicos adoram a Cruz na Sexta-feira Santa? Na Sexta-feira Santa os católicos não adoram a cruz material, mas sim o «Mistério da Cruz», isto é, Cristo que por nós morreu na cruz. Jesus morreu numa cruz ou numa estaca (madeiro)? Antes de mais, dizer que apenas as T.J. seguem esta crença, de dizer que «Jesus morreu numa estaca», ao contrário de todos os cristãos; além disso, elas próprias tinham devoção pela cruz, como vimos, até 1928. Historicamente, está provado que os romanos crucificavam os condenados dos piores crimes (malfeitores, agitadores da ordem pública, etc.) Quando se diz na Bíblia só quatro vezes) «madeiro», significa que a cruz era de madeira. «Por cima da sua cabeça penduraram um escrito com o motivo da sua crucificação: “Este é Jesus, o rei dos Judeus” (Mt 27, 37). Se se tratasse de uma estaca, Jesus estaria com as mãos juntas em cima da cabeça e diria que o letreiro estava sobre as mãos e não sobre a cabeça. Diz Tomé em Jo 20, 24: «Se não vir o sinal dos cravos nas Suas mãos…»; então é que havia mais do que um prego.

75 3 – Como “responder” às seitas e N.M.R. – algumas pistas.
13) Os dias festivos e as Testemunhas de Jeová «Não se deve celebrar o Natal»: Então, qual a razão de as próprias Testemunhas de Jeová o celebrarem, como todo bom cristão, até 1928? (No tempo do pastor Russell, celebrava-se o Natal na velha Casa Bíblica de Allegheny, na Pensilvânia. Sullivan Wakefield recorda que, pelo Natal, o irmão Russell dava aos componentes da família da Casa Bíblica moedas de cinco ou dez dólares de ouro. (…) Em vez do acostumado «Bom dia a todos», o irmão Russell augurava «Bom Natal a todos», Giuseppe Crocetti). A verdadeira doutrina não consiste em dizer ontem sim e hoje não!. «Jesus não nasceu em Dezembro, é uma data baseada em conceitos pagãos, visto que os pastores estavam nos campos e nessa época faz muito frio em Israel»: A Igreja celebra a obra da salvação que o nascimento de Jesus nos apresenta na sua primeira fase, não uma data em específico - «nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é o Cristo Senhor» (Lc 2, 10-14); além disso, sabemos perfeitamente, que nessa data os romanos celebravam a festa do Sol; o cristianismo penso – e bem – cristianizar essa festa e deu-lhe um novo significado: Cristo nasceu, Cristo é o Sol, a Luz do mundo!« «Não se deve celebrar o aniversário… Na Bíblia, por ocasião do seu aniversário, o faraó aplica a justiça aos seus dois servos, punindo um e reabilitando o outro, Gn 40, 20-22; além disso, o rei Herodes Antipas por ocasião do seu aniversário, por um juramento , mandou decapitar João Baptista, Mc 6, 17-29; isto mostra que não se deve celebrar aniversários.». Assim como o Natal, as próprias Testemunhas de Jeová celebravam o aniversário natalício, a princípio: «Sim, nos primeiros tempos, os Cristãos Dedicados (= Testemunhas de Jeová) festejavam o seu aniversário» (Anuário das Testemunhas de Jeová, 1976). Se lermos bem essas passagens, a censura não está no aniversário, mas a conduta que Herodes Antipas teve, ao fazer um juramento que foi obrigado a cumprir. «Não se deve celebrar as festas que têm como finalidade idolatrar certas pessoas («pais, mães, «santos», etc…), porque são contrários aos princípios bíblicos». Onde está isso na Bíblia? A vida é o grande dom que Deus nos concede, mediante os pais; a alma tem a necessidade de exprimir, num dia particular do ano, a alegria gratificante, relativamente àqueles de quem Deus Se serviu para nos dar a vida.

76 4. As Seitas e N.M.R. – um desafio pastoral

77 4 – As Seitas e N.M.R. – um desafio pastoral
«Apesar de todas as tentativas para o secularizar, o homem permanece um «animal religioso». (Alain Woodrow – As novas seitas). «Declínio das Igrejas institucionais, nova subida da religião «selvagem»: haverá relação de causa e efeito?» (Alain Woodrow) «À necessidade de pontos de partida, numa época em que todas as certezas vacilam, em que todas as tradições voltam a ser postas em causa, as seitas são respostas claras e simples a questões directas.». (Alain Woodrow). Os especialistas dizem que as seitas vêm encher os vazios que, por vários motivos, acontecem nas Igrejas. Por essa razão, as seitas têm mais êxito em ambientes descristianizados. Quais são essas carências pastorais? Excessivo elitismo e sentido corporativo de parte da hierarquia. A renovação eclesial, fruto do Vaticano II, provocou alguma desorientação em algumas comunidades. A falta de preparação religiosa e bíblica dos nossos fiéis. Falta (ou excessiva) participação do leigo nas tarefas pastorais e organizativas da Igreja. Na indiferença ecuménica da maior parte dos fiéis. Na excessiva burocracia e institucionalização das paróquias. Grande interesse pela parte temporal da fé, descurando a dimensão espiritual.

78 4 – As Seitas e N.M.R. – um desafio pastoral
Qual deve ser a atitude correcta face às seitas e aos N.M.R.? Em 1995, a Conferência Episcopal Portuguesa publicou uma Instrução Pastoral acerca da problemática: «As Seitas – Um Desafio à Actividade Pastoral da Igreja». Este documento fornece-nos algumas propostas para encarar esse desafio. «Podemos perguntar: porque será que as seitas têm tanto poder atractivo, ao contrário do que parece estar a acontecer com a verdadeira Igreja de Cristo? É nisto que elas são um desafio à Igreja» (cf. Nº 11 da referida Instrução). Antes de mais, deve-se denunciar as seitas, seus erros e suas consequências nefastas para a fé e salvação eternas dos fiéis. Urge evangelizar as culturas, segundo o pensamento da Exortação Evangelli Nuntiandi, de Paulo VI. «Desta evangelização depende o clima ambiental favorável à vida equilibrada, honesta, solidária e aberta ao transcendente para a generalidade das pessoas». A atitude correcta é a que está de acordo com as exigências do Evangelho, pelo testemunho, pelo diálogo e pela atitude ecuménica.

79 4 – As Seitas e N.M.R. – um desafio pastoral
Qual deve ser a atitude correcta face às seitas e aos N.M.R.? De respeito, serenidade e precaução: De respeito, porque as pessoas entram nas seitas, no fundo, para serem felizes; a maior parte delas entrou por “boas razões”, isto é, porque está convencido que encontrou a verdade e actua de boa-fé; por exemplo, quando uma Testemunha de Jeová lhe bate à porta e lhe diz que o “fim deste sistema iníquo está próximo”, ela lhe quer comunicar algo em que sinceramente acredita e realmente ao fazer isto, ela quer salvá-lo de perecer. Não se pode confundir a sinceridade da maior parte dos seguidores, dos líderes que os exploram! Separar sempre o erro da pessoa. De serenidade, porque o fenómeno sectário, que em parte está a preencher as lacunas da Igreja, nos leva a reflectir melhor sobre aquilo em que a Igreja pode crescer e melhorar. De precaução: pois muitas vezes é desaconselhável o diálogo doutrinal, devido a falta de preparação religiosa inerente a grande parte dos fiéis. Doutrinalmente, as seitas são um obstáculo à nossa fé católica, propagam erros; Sociologicamente, nem todas são iguais: algumas são até benéficas (poucas), como o Exército de Salvação; o mesmo não se pode dizer da Hare Krishna, por exemplo; dado que os danos no indivíduo e na sociedade são diferentes entre eles, não podemos pô-las todas “dentro do mesmo saco!” Também se deve distinguir entre os objectivos que alguns grupos dizem ter, dos fins e métodos que empregam para o conseguirem. Atitude dos pais: devem criar em casa o calor que as seitas possam proporcionar-lhes. No caso que os filhos ingressem em alguma seita: os pais devem manter com os filhos a maior comunicação possível e não rompê-la; tratar que eles falem com algum ex-membro da seita em questão ou com especialista na matéria; munir-se de informação crítica sobre o grupo para que consigam romper os laços com o grupo.

80 4 – As Seitas e N.M.R. – um desafio pastoral
Qual deve ser a atitude correcta face às seitas e aos N.M.R.? Um apelo para que todo o cristão adopte uma atitude de conversão permanente e sincera do Evangelho. Talvez as nossas igrejas não sejam autenticamente comunidades fraternas, nas quais haja lugar para todos; cada um deve responsabilizar-se pela sua participação eclesial e vocação cristã. Por sua vez, a paróquia deve, ao saber de um problema sectário na sua zona, rever a praxis pastoral em relação aos ambientes mais afastados da paróquia. Num ambiente de afastamento, de desorientação e marginalização, o terreno é propício às seitas. Deve rever os métodos catequéticos que utiliza. Os convertidos às seitas dizem que: gostam de escutar a pregação dos seus líderes porque é clara e simples, com abundância de referências bíblicas; que amenizam a mensagem com cânticos que aprofundem essa mensagem; porque notam certo estilo profético. As estruturas paroquiais também podem ser revistas, para que se torne uma comunidade de comunidades, sem prosseguir apenas numa direcção pastoral. Levar a cabo medidas de reconversão da paróquia, tais como (cf. Nº 12): Imprimir na paróquia forte dimensão comunitária, para que se torne comunidade de fé, de amor, de celebração, de missão: comunidade aberta, acolhedora, fraterna, viva, atenta a todos e aos problemas de cada um. Cuidar muito da formação dos fiéis, formação contínua, cuidada, inculturada, actualizada, que dê resposta às interrogações da vida; concretamente, a catequese deve contemplar de modo acessível: as fontes da fé cristã, a visão da fé cristã sobre Deus, Jesus Cristo, a Igreja e a Graça, as fontes da vida cristã, o sentido cristão do sofrimento, da doença, da morte e da vida eterna.

81 4 – As Seitas e N.M.R. – um desafio pastoral
Qual deve ser a atitude correcta face às seitas e aos N.M.R.? Tornar mais vivas e vividas a oração e a liturgia, com pregações mais bíblicas, menos moralizantes, purificando a pastoral sacramental dos elementos que se pareçam com magia. Prestar renovada atenção às expressões da piedade popular, purificando-as do que for necessário, e enriquecendo-as com conteúdos bíblicos, catequéticos e devocionais; cultive-se uma esclarecida devoção aos santos, e particularmente a Nossa Senhora. Responsabilizar pastoral e apostolicamente os fiéis, prepará-los convenientemente, dando atenção especial à pastoral das vocações, a estruturas de diálogo e participação… Renovar a imagem do padre (pároco), que seja afável, disponível, entregue à sua missão, sem clericalismo ou autoritarismo; que ele e a paróquia se abram também ao diaconado permanente para descobrir a importância deste ministério ordenado. A presença das seitas pode ser um sinal de Deus, uma chamada de atenção para um maior aprofundamento da fé, uma maior entrega ao serviço, um maior compromisso com a comunidade. A resposta às seitas resume-se à prevenção, por um lado e ao testemunho individual nos ambientes em que cada um se encontra.

82 4 – As Seitas e N.M.R. – um desafio pastoral
Qual deve ser a atitude correcta face às seitas e aos N.M.R.? Aqui pode ter um papel especial os movimentos eclesiais católicos. «São a versão cristã, humanizada e humanizadora das seitas, expurgada de aberrações, radicalismos e egoísmos das seitas. (…) Graças a eles muitos cristãos regressaram à vivência da fé e muitos outros não abandonaram a Igreja» (Atilano Prieto – As seitas e os cristãos). Por exemplo: Caminho Neo-catecumenal, Movimento dos Cursilhos de Cristandade, Renovamento Carismático Católico, Focolares, Movimento de Taizé, Equipas de NªSenhora, Convívios Fraternos, etc.. Algumas das suas características: Coincidem com as seitas no seu carácter carismático; a instituição é funcional, ágil, flexível, de serviço, ordenada ao fim que se destina. Têm forte dinamismo missionário. Vivem intensamente a dimensão comunitária. Há uma decisiva influência do líder. Os membros têm uma atitude participativa. Predomina o afectivo, o emocional sobre o racional. A actividade celebrativa é intensa, espontânea e criativa. É um facto que alguns apresentam certos traços sectários, embora em grau muito atenuado: alguns vivem um certo narcisismo e fecham-se sobre o seu próprio grupo; alguns vivem demasiado sob a polarização paternalística do líder; alguns são apodados de fundamentalistas; uns criticam em demasia a hierarquia, mas outros vivem uma submissão acrítica e servil. «Estes novos movimentos eclesiais são, sem dúvida, um dom inestimável à Igreja e à sociedade actual. Mas também dom marcado pelas limitações e unilateralismo de toda instituição humana. Por isso precisam da crítica interna e externa para a sua purificação» (Atilano Prieto).

83 4 – As Seitas e N.M.R. – um desafio pastoral
«As seitas e os novos movimentos religiosos propõem hoje à Igreja um grande desafio pastoral tanto pelo mal-estar espiritual e social em que fundam suas raízes, como pelas instâncias religiosas das quais são instrumentos. Essas instâncias, tiradas do contexto da doutrina e da tradição católica, frequentemente são levadas a conclusões muito distantes das originárias. O difundido milenarismo, por exemplo, evoca as temáticas da escatologia cristã e os problemas relativos ao destino do homem; querer dar respostas de carácter religioso a questões políticas ou económicas revela a tendência a manipular o verdadeiro sentido de Deus, chegando de facto a excluir Deus da vida dos homens; o zelo quase agressivo com que alguns buscam novos adeptos indo de cada em casa ou detendo aos transeuntes nas esquinas das ruas, é uma falsificação sectária do zelo apostólico e missionário; a atenção que se presta ao indivíduo e a importância que se atribui a sua abordagem à causa e ao desenvolvimento do grupo religioso, além de responder ao desejo de valorizar a própria vida sentindo-se úteis à comunidade a que pertencem, constitui uma expressão desviada do papel activo próprio dos fiéis, membros vivos do Corpo de Cristo, chamados a trabalhar pela difusão do reino de Deus. Olhai a que ninguém vos engane – adverte-nos o Senhor – “Virão muitos usurpando meu nome e dizendo "eu sou", e enganarão a muitos...Se alguém vos disser: "Olhai o Cristo aqui". "Olhai-o ali" , não credes. Pois surgirão falsos profetas"(Mc 13, ). E também nos diz: "Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes“ (Mt 7, 15-16). (Mensagem de S. S. João Paulo II, na Jornada mundial do Emigrante, Vaticano, 25 de Julho de L'Osservatore Romano, 34 (1990), p. 1 e 2). Muito mais haveria de dizer sobre as seitas e N.M.R., mas fiquemo-nos pelas palavras de João Paulo II:

84 5. Bibliografia recomendada (E.F.C. 30)


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