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Transferência e contratransferência Estudo do Processo Psicoterapêutico Discentes: Carolina Félix nº 8483 Lúcia Barrela nº9223 Sandra Miranda nº 10069.

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1 Transferência e contratransferência Estudo do Processo Psicoterapêutico Discentes: Carolina Félix nº 8483 Lúcia Barrela nº9223 Sandra Miranda nº 10069 Universidade de Lisboa Faculdade de Psicologia Lisboa 2012/2013 1 Docente: Profª. Dr.ª. Maria Eugénia Duarte Silva

2 Índice Transferência –História –Definição –Transferência nas psicoterapias breves de orientação dinâmica. –Tipos de transferência –Resistência e transferência –Interpretação –Trabalhar a transferência –Exercício 1 Contratransferência –História –Definição –Importância –Tipos de contratransferência –Manifestações contratransferenciais –Trabalhar a contratransferência –Exercício 2 2

3 Índice Transferência noutras correntes –Terapias não-analíticas –Cognitivo-comportamental –Sistémica –Piagetiana Transferência e contratransferência em psicopatologia –Psicose –Psicossomática –Paranoide –Borderline –Narcísica Transferência e Contratransferência no processo de supervisão Referências bibliográficas 3

4 Transferência 4

5 História S. Freud O termo “transferência” (Ubertragung) surgiu pela primeira vez no artigo “Estudos sobre a histeria” de Freud. 1905 - Importância do fenómeno como fator do processo terapêutico da psicanálise. 1912 - Distingue transferência positiva e negativa. Bem como transferência mista. 1914 - Torna a transferência como o principal instrumento terapêutico do psicanalista. 1920 - “Transferência está ligada a uma necessidade instintiva de repetição”. 1923 - Considerada o mais poderoso auxiliar do tratamento. Ideia de amor transferencial que passou a despertar toda atenção de Freud. 5 Depois de Freud, uma multiplicidade de trabalhos foram dedicado à questão da transferência, esforçando-se todos eles por repensar este conceito em harmonia com as inflexões ou modificações sucessivamente introduzidas na teoria original.

6 História M. Klein Começou a desenvolver as suas ideias a partir da teoria clássica freudiana. É com base na transferência que se pode ver no presente, na relação, o funcionamento psíquico do paciente. As transferências positivas e negativas encontram-se interligadas. Autora deixa muito claro a importância da transferência negativa sendo uma precondição para analisar as camadas mais profundas da mente. Ao longo da sua obra muda o foco em relação à transferência. Em 1946 ao introduzir a expressão “identificação projetiva” modifica a conceção de transferência. 6

7 História D. Winnicott Conceção de transferência como repetição do vínculo materno. O rancor que ocorre no término da sessão, para com o analista, é um ingrediente crucial na mudança do paciente. H. Kohut Criou a noção de transferência narcísica ou transferência especular. O terapeuta é vivido, pelo paciente, como um prolongamento dele mesmo. Enfase nos aspetos benéficos e transformadores da transferência positiva. 7

8 História J. Lacan Aborda os fenómenos transferenciais e contratransferenciais, como discurso encontrado na díade analítica. A transferência pode ser transformadora quando aborda o inconsciente presente no discurso. Definição: uma sequência de inversões dialéticas e sublinhou que os momentos fortes da transferência inscreviam-se nos tempos fracos do analista. A cada inversão, o paciente avança na descoberta da verdade. 1690-1961: introduziu o desejo do psicanalista para esclarecer a verdade do amor transferência. 1961-1962: a transferência surge como a materialização de uma operação do qual o paciente instala o terapeuta no lugar do saber absoluto. 1964: Considera a transferência como um dos quadros fundamentais da psicanálise. 8

9 Definição Laplanche e Pontalis (1967/1990): “o processo pelo qual os desejos inconscientes se atualizam sobre determinados objetos no quadro de um certo tipo de relação estabelecida com eles e, eminentemente, no quadro da relação psicanalítica. É classicamente reconhecida como o terreno em que se joga a problemática de um tratamento psicanalítico, pois são a sua instalação, as suas modalidades, a sua interpretação e a sua resolução que caracterizam este”. Coimbra de Matos (2006): “A transferência, repetindo as reações objetais do passado, é não só a recapitulação e revivência da pré-história do individuo como sujeito desejante, como também da sua pré-história como objeto do desejo do outro”. Gilliéron(2001): “A maioria dos sentimentos (positivos ou negativos) experimentados pelo paciente para com o seu psicanalista, de emoções vividas outrora relativamente aos pais”. Douglas (2011): “ Transferência refere-se à soma dos sentimentos que um paciente tem acerca do terapeuta. Alguns desses sentimentos têm haver com as características reais do terapeuta, outros sentimentos, relaciona-se com os sentimentos que o sujeito teve para outros no seu passado que agora estão deslocados para o terapeuta”. 9

10 Transferência nas psicoterapias breves de orientação dinâmica É desejável que o terapeuta compreenda a vertente transferencial da comunicação do paciente. Deve ser observada no “aqui e agora”. O que se deve ser de facto ressaltado e observado é a transferência negativa, porque ela pode inviabilizar o processo terapêutico, na medida em que pode tornar-se uma reação terapêutica negativa. Diferentes atitudes que se podem adotar face aos fenómenos transferenciais: Principais conotações do conceito clínico de transferência que se deveriam incluir em qualquer modelo de PBOD, independentemente do ponto de vista: A transferência é uma realidade fundamental em qualquer relação terapêutica A transferência deve ser compreendida, e por vezes interpretada, dado o risco de vir a ser agida As manifestações transferenciais que mais se prestam a ser interpretadas são: 10 Ponto de vista conservador Ponto de vista radical Ponto de vista radical Direta Indireta

11 Tipos de transferência 11 Transferência relacionada com o afeto. Transferência erótica: refere-se aos sentimentos sexuais ou amorosas que o paciente desenvolve para com o terapeuta. Transferência erotizada: refere-se a tipos específicos de sentimentos sexuais em direção ao terapeuta que podem ser agressivas e/ou sexuais. Transferência idealizante: consiste em perceber o terapeuta como o mais inteligente, amoroso e perfeito do que realmente é. Transferência positiva Transferência negativa Pode facilitar o processo terapêutico Sentimentos afetuosos que são dirigidos ao terapeuta. Transferência de sentimentos hostis em relação ao terapeuta. Existem situações clínicas em que a interpretação da transferência negativa pode ser necessária

12 Tipos de transferência Transferência relacionada com relacionamentos do passado. Transferência deslocada. Quando os sentimentos de transferência são demasiado intensos ou imediatos para se tornarem conscientes, o paciente sente-os como se estivessem relacionados com alguém. Transferência amigável (Coimbra de Matos). Transferência ao serviço do Eu. 12 Neurótica Psicótica Delirante A transferência neurótica começa quando o paciente passa da identificação do terapeuta como um objeto de relação para a sua escolha como o objeto da sua relação. São a procura de um objeto paternal ou maternal. O analista é investido como foi o pai ou a mãe O paciente não sente os seus próprios sentimentos e vê-os nos do analista.

13 Resistência e transferência Transferência Passado no presente Resistência Reexperimenta Lembrança

14 Interpretação Desenvolvimento e a compreensão da transferência são ferramentas fundamentais: São a via pela qual as dificuldades do paciente se inscrevem numa relação intersubjetiva viva. Permitem examinar em profundidade os modos de relação que o individuo estabelece no presente reproduzido aspetos importantes do seu passado, nomeadamente infantis. Graças à transferência, o clínico pode compreender e, na cura-tipo, interpretar ao paciente o que este esqueceu e o que está inconscientemente na origem do sofrimento. Para interpretar a transferência, durante o relato dos pacientes deve-se estar atento: Quem faz o quê, a quem? Quem sente o que, para quem? Como podemos sentir que ouvimos? 14

15 Trabalhar a transferência 15 Escuta Ouvir entre linhas Ouvir os comentários sobre outros Ouvir os padrões relacionais do paciente Ouvir a nossa contratransferência Reflexão Se o paciente está pronto a trabalhar a transferência? A transferência afeta a sessão? Quando devo interpretar a transferência? O cliente pode falar sobre a qualidade da transferência? A transferência é muito intensa Intervenção BásicaDe apoio Descobrir intervenções ConfrontoEsclarecimentoInterpretação Técnica

16 Exercício #1 16

17 Contratransferência 17

18 História Corresponde às teórias clássicas – a contratransferência é vista com incredibilidade e considerada como um resíduo não analisado do analista, que deve ser controlado através da neutralidade e do silêncio. No qual a contratransferência é vista como a totalidade das emoções e sentimentos que o paciente faz surgir no analista. Estas permitem-lhe compreender o paciente. O terceiro grupo é o da teoria da contratransferência neurótica mas útil. Enfatiza a autoanálise como um fator essencial no processo analítico. A contratransferência é considerada uma componente do campo analítico. Serve para compreender a situação analítica. A transferência e contratransferência são elementos que constituem uma unidade, um processo de trabalho que deve ser lavado a cado em conjunto. 18 Urtebey propõe uma organização teórica que discrimina quatro grupos princípais de teorias sobre contratransferência:

19 História S. Freud 1908 - Freud mencionou pela primeira vez a existência de “transferência”. 1909 - Utilizou pela primeira vez o termo. 1910 - Evocou, a existência da contratransferência que “se instala no médico através da influência do paciente na sensibilidade inconsciente do médico”. Anos mais tarde, Freud notou, no tratamento, o aparecimento de um fenómeno do qual ele deu o nome de amor transferencial. 19

20 História S. Ferenczi Necessidade de um domínio do terapeuta sobre a contratransferência. Desenvolveu a ideia de que a eficácia do analista dependia da harmonia entre as transferências de ambos os intervenientes. Só assim se permitiria que os sentimentos e fantasias surgissem em sintonia com os do paciente. Deutsch Defendia que as associações do paciente dever-se-iam tornar numa experiência interna para o analista. Isto dava azo a que surgissem no analista fantasias e memorias que seriam a base de toda a intuição. 20 Esta orientação permitiu, uma marca nos métodos psicanalíticos ingleses e no desenvolvimento da psicanálise norte-americana.

21 História M. Balint 1939 - introduziu a ideia de uma falta de especificidade da contratransferência. D. Winnicott Pública o “ódio na contratransferência” do qual informava sobre a sua técnica. Enfatiza o importante papel que a contratransferência negativa desempenha no tratamento dos pacientes muito perturbados. 21 Depois da 2ª Guerra Mundial, no momento em que a corrente da Psicologia do Ego ganhou força nos Estados Unidos, o debate sobre a contratransferência passou pelos seus momentos mais intensos, em especial sob o impulso de discípulos de Klein, embora esta não dedicasse nenhuma elaboração teórica específica a esta questão.

22 História P. Heimann “Lançou as bases da utilização analítica da contratransferência”. Enfatizou o valor positivo da contratransferência como ajuda diagnóstica essencial. “ A contratransferência do analista é um instrumento de investigação para os processos inconscientes do paciente”. Os sentimentos contratransferências originam-se no analista como produtos do paciente. M. Little 1951 - tendência do analista para repetir o comportamento dos pais do paciente. sucesso da análise dependia da qualidade do trabalho centrado na patologia do analista. Bion Posição de que a contratransferência é um fenómeno inconsciente e, portanto, não pode ser usada conscientemente pelo analista, pelo menos durante a sessão. 22

23 História J. Lacan Afirmou que interfere diretamente no paciente, e simultaneamente rejeitou o principio da neutralidade técnica. O. Kernberg Assinalou que a reação contratransferencial ocorre como um contínuo em relação à psicopatologia do paciente. H. Racker Identificou a neurose de contratransferência que caracterizava a expressão patológica da contratransferência. Contratransferência operava de três formas: como obstáculo; como instrumento teórico; e como campo em que o analisado pode realmente adquirir uma experiência viva e diferente da que crê. Racker descreveu a neurose de contratransferência a partir de três parâmetros: 1.Distingue reações contratransferenciais diretas e indiretas. 2.Corresponde aos diferentes modos de identificação, que surgem entre analista e paciente, e conduziu a duas formas de contratransferência – concordante e complementar. 3.Reporta-se a duas classes distintas de vivências contratransferenciais: as ocorrências transferenciais posições contratransferenciais. 23

24 História L. Grinberg Estabelece uma classificação que vai da contratransferência concordante à complementar, para chegar á contra-indentificação projetiva. Contra-identificação projetiva passa a oferecer ao analista a possibilidade de vivenciar um espetro de emoções que, bem compreendidas e submetidas, podem converter-se em instrumentos técnicos. H. Kohut Empatia é o elemento chave do instrumento analítico. Indiretamente, enfatizou o papel indispensável que a contratransferência desempenha no trabalho analítico. 24

25 Definição Laplanche e Pontalis (1976/1990): Conjunto de reações inconscientes do analista à pessoa do analisando e mais particularmente à transferência deste. Gilliéron (2001): As emoções vividas pelo analista são consideradas reativas às do paciente, têm então relação com o passado deste e não dizem diretamente respeito à pessoa do psicanalista. Coimbra de Martos (2006): Reação inconsciente do analista que encerra, além de elementos da transferência do analista para o analisando, uma resposta adequada à transferência do analisando para o analista. André Green: É uma reação à transferência., o discurso do analisando produz efeitos de ressonância e de rejeição sobre o que foi insuficientemente ou mal analisado no analista, levando-o a compreender de maneira parcial ou distorcida o que procura transmitir ao analisando”. Douglas (2011): É a soma de sentimentos do terapeuta em relação ao paciente. Inclui sentimentos conscientes e inconscientes. A contratransferência é omnipresente. 25

26 Definição A contratransferência comporta duas dimensões: –Uma é constituída pelas reações inconscientes do analista em referência à sua problemática pessoal, isto é, que o discurso do sujeito pode lembrar ao analista qualquer coisa que ele próprio viveu; –A contratransferência torna-se instrumento diagnóstico; neste caso as reações contratransferenciais induzidas pelo sujeito no analista vão ajudar este último a compreender melhor o seu paciente. Na contratransferência há uma constante interação não verbal em que o paciente atua sobre o terapeuta: Esta pode assumir diferentes formas: Pode ser integrado com outras formas de comunicação dando-lhes ressonância e profundidade emocional. Comunicação de experiências pré-verbais. Pode ser concebida como um ataque de comunicação. A forma como ocorre a comunicação varia de pessoa para pessoa. 26

27 Importância É importante entender a contratransferência porque: 27 Estar ciente dos nossos sentimentos para com os pacientes faz com que seja menos provável agir sobre eles. Pode ajudar-nos a aprender mais sobre nós mesmos e sobre as nossas reações a pacientes. Os sentimentos que temos sobre os nossos pacientes ajudam-nos a fazer avaliações e formular recomendações para o tratamento. Pode ajudar-nos a aprender sobre as relações significativas dos nossos pacientes.

28 Tipos de contratransferência 28 Concordante Complementar Os mecanismos de introjeção e projeção permitem ao analista identificar o seu ego, de forma concordante, com o ego, o id e o superego do analisando, nas suas diferentes facetas, experiências, impulsos e defesas Produzem-se quando o analista se identifica com os objetos internos (transferenciais) do paciente. Esta resultaria das projeções do paciente para o terapeuta e da reativação da neurose infantil do terapeuta. Ajudam o terapeuta a aprender mais sobre os seus pacientes

29 Manifestações contratransferenciais Ansiedade Clínico esteja calmo em relação aos problemas do outro. Compreender a origem da ansiedade. Distanciamento das suas dificuldades passadas e presentes. Atitude caritativa ou superprotectora Forte desejo de reparação e cura, porém uma atitude superprotectora é prejudicial e impede a autonomização. Agressividade Superar a agressividade do paciente, mas também a sua própria agressividade. Firmeza e distância Manter o equilíbrio entre a distância e a proximidade, pois uma distância demasiadamente rígida pode levar a problemas e o paciente ser sentido como agressivo. Preconceitos e a priori Os preconceitos podem construir uma barreira à relação e ao sofrimento do sujeito; o clinico deve ter esclarecida que as suas referências sociais, culturais e ideológicas devem estar ausentes na relação clínica. 29

30 Trabalhar a contratransferência Interpretação envolve: –O que foi projetada; –Se o terapeuta em vez de pensar se está alguma coisa a acontecer na relação terapêutica é “empurrado” para alguma ação. –As reações emocionais ao comportamento verbal e não-verbal do paciente. –Tentar monitorizar os nossos próprios sentimentos/crenças, de modo a criar espaço mental suficiente para refletir sobre a nossa reação emocional. 30

31 Trabalhar a contratransferência 31 Como se sente em relação ao paciente? Pensar no comportamento em relação ao paciente. Estar atento a semelhanças relacionais. Ouvir A minha contratransferência informa sobre o afeto que o paciente está a sentir? A minha contratransferência está relacionada a uma resistência que eu não tinha conhecimento? A minha contratransferência está relacionada com a minha própria história ou experiência emocional? Refletir Dizer ao paciente sobre a sua contratransferência Pedir aos pacientes para imaginarem os nossos sentimentos. Validar a experiência da contratransferência do paciente Intervir Técnica

32 Exercício #2 32

33 Transferência noutras correntes 33

34 Teorias Não-analíticas A transferência é essencial em todas as relações terapêuticas, sendo importante para o curso da terapia o seu reconhecimento. A maior parte reconhece a transferência como existente, mas diferem na forma como terapeuta deve lidar com ela. Cada vez mais ela é reconhecida noutras formas de terapia, ainda que muitas vezes não seja trabalhada. 34

35 Cognitivo -Comportamental Não reconhece que a terapia surge devido a causas do passado que influenciam o presente; Estudo: terapeutas analíticos e não-analíticos sentiam transferência de formas semelhantes. Mas em terapias Cognitivo-comportamentais não era abordada em terapia. 35

36 Piagetiana Reflexo entre assimilação e acomodação: Transferência como a predominância da assimilação sobre a acomodação; 36 Assimilação Nova informação envolta num esquema mental preexistente Acomodaçã o Esquema preexistente modificado tendo em conta que a nova informação não se encaixa nele

37 Sistémica Importância nos aspectos novos (actualidade e relações do sujeito com o mundo); Enfase da observação externa e da interacção actual (maior valor mundo externo e rede de relação no aqui e agora) O terapeuta é a terceira pessoa na relação a dois, onde é essencial analisar a transferência nessa relação; 37

38 Transferência e Contratransfência na Psicopatologia 38

39 Psicose Desenvolve-se com o risco de quebra de limites do ego e da realidade O terapeuta é alvo das angustias de morte do paciente Caracterizada por uma contratransferência muito forte: –Analista que relata que se sentia como uma criança pequena e inofensiva a ser acusada por uma raiva injusta. 39

40 Psicossomática Pacientes marcados por uma vivência “cinzenta”; Como não consegue representar o seu mundo mental o terapeuta também o não consegue aceder; Transferência com uma sensação de vazio; Contratransferência com aborrecimento; 40

41 Paranoide Marcado por mecanismos de defesa muito primitivos, ao analisar a sua transferência pode-se tornar hostil e desconfiado; Ao trabalhar a transferência o paciente começa a ganhar capacidade de reconhecer a sua projeção agressiva e a tomar consciência dos seus pensamentos persecutórios 41

42 Mini- Caso: Paciente que se tinha tornado violenta devido à suspeita de que o terapeuta falava sobre ela fora das consultas e que estava a tentar obter informação privada sobre ela para usar contra ela mais tarde. Com as sessões ela ficou consciente de que este comportamento de devia aos comportamentos violentos e desconfiados da sua mãe e de que ela atribuía ao terapeuta o seu próprio comportamento de espiar os outros para os conseguir controlar. 42

43 Esquizoide Inicialmente a transferência marcada por hostilidade; O grande desafio de transferência e contratransferência é entrar no espaço mental do sujeito sem o ameaçar; O terapeuta não deve ceder à tentação de agir na sua contratransferência; 43

44 Borderline A transferência com clientes Borderline é forte, ambivalente e resistente à interpretação. Caso Sra. M : Vai para terapia para compreender os seus comportamentos autodestrutivos; Repelida/entusiasmada com a relação com o namorado; Necessidade de se cortar para aliviar a tensão Cancelamento da sessão. 44

45 Borderline Interpretação da transferência; Raiva, perda de confiança no terapeuta; Por vezes conseguia-se abrir e confiar, outras vezes a raiva voltava; Confusão entre limites (Terapeuta vs Professor); Termino da terapia Terapia rígida se não confusão de limites; Contratransferência perturbadora; 45

46 Narcísica Habilidade para estabelecer uma relação terapêutica não comprometida; Problema básico: incapacidade de reconhecer a importância da terapia. –Por projeção, podem desenvolver medo de ataques de inveja do terapeuta que, consequentemente, se vai tornar perigoso aos seus olhos. 46

47 Narcísica –Como mecanismo de defesa e resistência pode: –Idealização falsa quando na realidade desvaloriza-o; –Adivinhar o que o terapeuta vai dizer para o descreditar; Mecanismos que esvaziam a situação terapêutica, fazendo com que a analise da transferência se torne frustrante; A contratransferência é uma sensação de se ser ignorado ou uma sensação de inferioridade; 47

48 Transferência e Contra-transferência no processo de supervisão Teoria e Caso ilustrativo

49 Visão de alguns autores Racker (1968): uma das fontes reguladoras do potencial nas reacções de transferência e contratransferência é a relação entre o aluno e o supervisor, bem como os seus antigos professores. Respostas emocionais às figuras de autoridade;

50 Visão de alguns autores Fleming e Benedek (1983): a relação entre a aliança de aprendizagem e a qualidade do aproveitamento das sessões de supervisão. “Distúrbios no equilíbrio da aliança de aprendizagem precisam de receber examinação tanto pelo supervisor como pelo aluno” Exemplo: do aluno que cometeu erros seguidos e que o supervisor começou a exercer a força da sua personalidade para o tentar ajudar, mas os resultados não surgiam.

51 Visão de alguns autores Dewald (1987): existência de uma relação paralela influenciada pelos processos de contratransferência e pela auto-estima do supervisor. Não é raro os sentimentos de contratransferência do supervisor se manifestarem como orgulho nas capacidades do aluno de gerir o caso e obter resultados positivos que vão ajudar também o paciente. O que pode demonstrar necessidade do supervisor de confirmar o seu valor e esforços.

52 Visão de alguns autores Processo de terminação: também pode colorir as emoções e aprendizagens finais de um processo de supervisão; Exemplo: a própria tristeza do supervisor em abandonar o processo devido às demonstrações do aluno de se encontrar perdido e exausto no final de uma longa sessão de supervisão, fez com que o professor não parasse de advertir o aluno para os processos de luto comuns no final de um caso e de que sempre que precisasse procurasse a sua ajuda.

53 Inventários avaliativos da Supervisão Working Alliance Inventory (WAI): inventário composto por sub-escalas informativas sobre o laço profissional, objectivos e tarefas da supervisão;possui versões para supervisores como para o aluno. Supervision Working Alliance Inventory (SWAI): inventário composto por sub-escalas focadas no rapport na supervisão e na medida do foco no cliente; possui versões para supervisores como para o aluno.

54 Caso do G. Supervisor: Theodore J. Jacobs in Alexandri, A. & Vasiamdris, G. (1993).Counter-transference: theory, technique, teaching. Londres: Karnac.

55 Resumo da situação G. – interessado em terapia familiar, inteligente, espontâneo, directo no uso da sua personalidade no paciente para o direcionar, “uma surpresa e um desapontamento” Paciente – ansioso e compulsivo, rígido na sua estrutura de caracter e repulsivo em relação a sentimentos e demonstrações espontâneas. Dado a ruminações obsessivas que o tornavam também teimoso, argumentativo e secretamente rebelde em relação ao processo de terapia.

56 Resumo da situação Como o G. reagiu – “He handled the situation with the subtlety of Mike Tyson” muito interventivo e orientador (afastou uma relação com uma mulher que considerou abusiva demais para o paciente) Como o paciente reagiu a G. – o modo confrontancional de G. levou-o a rebelar-se ainda mais com aqueles sentimentos de autoridade que associava ao estilo relacional que o mesmo tinha com o pai (muito didactorial). Ciclo vicioso passivo-agressivo de resistências que sabotou a terapia. G. tomou a decisão de entrar num processo de terapia. Conseguiu controlar o seu foco nas realidades internas do paciente e menos para os factores do mundo exterior (família) e conseguiu manter-se mais neutro

57 Confronto entre o S. e G. sobre a situação de supervisão Processos de G. G. confessou sentimentos de deslealdade para com o grupo de Terapia Familiar (mentor tinha feito comentários depreciativos em relação ao supervisor). Sentimentos de deslealdade fizeram-no sentir ansioso e zangado. Supervisor Padrasto Tio Mestre de Terapia Familiar Tio Pai Terapia Familiar Terapia Individual

58 Confronto entre o S. e G. sobre a situação de supervisão Processos de S. S. encontrou-se cativado pela maneira de trabalhar de G. e inconscientemente através do seu tom de voz, linguagem corporal e maneirismos encorajava G. a prosseguir com os seus métodos mesmo estes não estando a ter resultado nenhum no paciente. G. foi experienciado como exasperante mas cativador. G. Pai G. Amigo chegado (to play the rebel) “He became my proxy, acting out not only certain secret wishes of mine, but being the recipient of the punishment that I felt I deserved for those wishes.”

59 A pensar… Os processos de transferência e de contra- transferência operam forças poderosas na situação de terapia bem como na situação de supervisão. Tal fenómeno possui raízes múltiplas que chegam a derivar das mais variadas fontes, podendo algumas ser: -Respostas inconscientes do supervisor ao paciente; -Respostas inconscientes do supervisor ao aluno; -Atitudes para com antigos professores e supervisores; -Aceitação do modo de funcionamento do instituto.

60 Referências Bibliográficas Bénony, H., & Chahraoui, K. (2002). O que é mobilizado na entrevista clínica. In H. Bénony & K. Chaharaoui (Eds), A entrevista clínica (pp. 93-103). Lisboa: Climepsi. Braconnier, A. (2000). Tratamento psicodinâmico. In A. Braconnier (Eds), Psicologia dinâmica e psicanálise (pp. 163-180). Lisboa: Climepsi. Bertrando P. (2002), The presence of the third party: systemic therapy and transference analysis, journal of Family Therapy, 24, 351-368 Cabaniss, D.L., Cherry, S., Douglas, C.J., & Schawartz, A. (2011). Transference. In D.L. Cabaniss, S. Cherry, C.J. Douglas, & A. Schawartz (Eds) Psychodynamic psychotherapy: A clinical manual (pp.218-232). West sussex: Wiley Cabaniss, D.L., Cherry, S., Douglas, C.J., & Schawartz, A. (2011). Countertransference. In D.L. Cabaniss, S. Cherry, C.J. Douglas, & A. Schawartz (Eds) Psychodynamic psychotherapy: A clinical manual (pp.233-241). West Sussex: Wiley Coimbra de Matos, A. (2006). Sobre a transferência. In A. Coimbra de Matos (Eds), Psicanálise e psicoterapias psicanalíticas (pp.177-178). Lisboa: Climepsi. 60

61 Referências Bibliográficas Coimbra de Matos, A. (2006).A contratransferência como resistência do analista e como material do processo psicanalítico. In A. Coimbra de Matos (Eds), Psicanálise e psicoterapias psicanalíticas (pp.29-47). Lisboa: Climepsi. Coimbra de Matos, A. (2006).A neurose de transferência. In A. Coimbra de Matos (Eds), Psicanálise e psicoterapias psicanalíticas (pp.161-162). Lisboa: Climepsi. Coimbra de Matos, A. (2006).Duas notas sobre a transferência. In A. Coimbra de Matos (Eds), Psicanálise e psicoterapias psicanalíticas (pp.134-135). Lisboa: Climepsi. Gelso C. J, Bhatia A., (2012), Crossing Theoretical Lines: The Role and Effect of Transference in Nonanalytic Psychotherapies, psychotherapy, 49, 384-390 Gilliéron, E. (2001). A construção do quadro psicanalítico. In E. Gilliéron (Eds), A primeira entrevista em psicoterapia (pp.23-42). Lisboa: Climepsi. Isolan, L. (2005). Transferência erótica: uma breve revisão. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 27, 188-195. Kernberg, O. F. (2004), Aggressivity, narcissism and self-destructiveness in the psychotherapeutic relations, Londn : Yale University Press Laplanche, J., Pontalis, J.B. (1990) Vocabulário de Psicanálise (P. Tamen, trad). Lisboa: Editorial presença (obra original publicada em 1967). 61

62 Referências Bibliográficas Levy K. N., Clarkin J. F., Scott L. N., Kernberg O. F., (2006), The Mechanisms of Change in the Treatment of Borderline Personality Disorder With Transference Focused Psychotherapy, Journal of Clinical Psychology, 62, 481-501 Leitão, L.G. (2003). Contratransferência: uma revisão na literatura do conceito. Análise Psicológica, 2,157-183. Lemma, A. (2003). Transference and countertransference. In A. Lemma (Eds). Introduction to the practice of psychoanalytic psychotherapy (pp.230-273). West Sussex: Wiley. Levy, K. & Scala, J. (2012). Transference, Transference Interpretations, and Transference-Focused Psychoterapies. Psychoterapy, 49, 391-403 McWilliams N. (1994), Psychoanalytic Diagnosis, New York:Guilford Pimentel, C.B., & Barros, I.P.M. (2009). Transferência e desfecho terapêutico em psicoterapia psicodinâmica breve. Psicologia: teoria e prática, 11,153-166. Segal, H. (1993). Countertransference: theorical and technical aspects. In A. Alexandris & G. Vaslamatzis (Eds), Counter-transference: theory, technique, teaching (pp. 18-24). London: Karnac. Watkins, C. (2011). Toward a Tripartite Vision of supervision for psychoanalysis and psychoanalytic psychotherapies: Alliance, Transference-Countertransference configuration, and real relationship. Psychoanalytic Review, 98, 558-581 62


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