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O Cortiço Aluísio Azevedo. "Desistindo de montar um enredo em função de pessoas, Aluísio atinou com a fórmula que se ajustava ao seu talento: ateve-se.

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1 O Cortiço Aluísio Azevedo

2 "Desistindo de montar um enredo em função de pessoas, Aluísio atinou com a fórmula que se ajustava ao seu talento: ateve-se à sequência de descrições muito precisas, onde cenas coletivas e tipos psicologicamente primários fazem, no conjunto do cortiço, a personagem mais convincente do nosso romance naturalista.” (Alfredo Bosi)

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5 A ação do romance: entre 1872 e 1880. O espaço: bairro de Botafogo - Rio de Janeiro. A narrativa onisciente. As personagens estereotipadas. O Cortiço

6 O homem concebido como síntese das funções orgânicas. O ato sexual: desejo - ódio - comicidade - náusea. O tema central: a degradação motivada pela promiscuidade, álcool e violência. Descreve o mecanismo de formação da riqueza individual.

7 O coletivismo tribal. O nivelamento por baixo. A sujeição ao instinto (código sensorial). Os conflitos: a solução pela eliminação. O Cortiço

8 João Romão: o desejo capitalista. Só tinha uma preocupação: aumentar os bens. Das suas hortas recolhia para si e para a companheira os piores legumes, aqueles que, por maus, ninguém compraria; as suas galinhas produziam muito e ele não comia um ovo, do que no entanto gostava imenso; vendia-os todos e contentava-se com os restos da comida dos trabalhadores. Aquilo já não era ambição, era uma moléstia nervosa, uma loucura, um desespero de acumular; de reduzir tudo a moeda.

9 Bertoleza “Ele propôs-lhe morarem juntos e ela concordou de braços abertos, feliz em meter-se de novo com um português, porque, como toda a cafuza, Bertoleza não queria sujeitar-se a negros e procurava instintivamente o homem numa raça superior à sua.”

10 Miranda: a relação de conveniência e a brutalidade verbal. “— Uma mulher naquelas condições, dizia ele convicto, representa nada menos que o capital, e um capital em caso nenhum a gente despreza! Agora, você o que devia era nunca chegar-se para ela... — Ora! explicava o marido. Eu me sirvo dela como quem se serve de uma escarradeira!”

11 Miranda: Ódio à esposa. Desgosto pela paternidade. O atrito com João Romão:  Negociação do terreno.  Construção do muro.  O desejo de um título.

12 E ela também, ela também gozou, estimulada por aquela circunstância picante do ressentimento que os desunia; gozou a desonestidade daquele ato que a ambos acanalhava aos olhos um do outro; estorceu- se toda, rangendo os dentes, grunhindo, debaixo daquele seu inimigo odiado, achando-o também agora, como homem, melhor que nunca, sufocando-o nos seus braços nus, metendo-lhe pela boca a língua úmida e em brasa. Depois, um arranco de corpo inteiro, com um soluço gutural e estrangulado, arquejante e convulsa, estatelou-se num abandono de pernas e braços abertos, a cabeça para o lado, os olhos moribundos e chorosos, toda ela agonizante, como se a tivessem crucificado na cama.

13 “Era um pobre-diabo caminhando para os setenta anos, antipático, cabelo branco, curto e duro, como escova, barba e bigode do mesmo teor; muito macilento, com uns óculos redondos que lhe aumentavam o tamanho da pupila e davam-lhe à cara uma expressão de abutre, perfeitamente de acordo com o seu nariz adunco e com a sua boca sem lábios: viam-se-lhe ainda todos os dentes, mas, tão gastos, que pareciam limados até ao meio.”

14 A transformação biológica: “E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como larvas no esterco.”

15 O uso da caricatura na construção das personagens. O zoomorfismo (animalização). “Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas.” “A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a “Machona”, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do campo.”

16 “Ao lado da Leandra foi colocar-se à sua tina a Augusta Carne-Mole, brasileira, branca, mulher de Alexandre, um mulato de quarenta anos, soldado de policia, pernóstico, de grande bigode preto, queixo sempre escanhoado e um luxo de calças brancas engomadas e botões limpos na farda, quando estava de serviço.” “Junto dela pôs-se a trabalhar a Leocádia, mulher de um ferreiro chamado Bruno, portuguesa pequena e socada, de carnes duras, com uma fama terrível de leviana entre as suas vizinhas.”

17 “Seguia-se a Paula, uma cabocla velha, meio idiota, a quem respeitavam todos pelas virtudes de que só ela dispunha para benzer erisipelas e cortar febres por meio de rezas e feitiçarias. Era extremamente feia, grossa, triste, com olhos desvairados, dentes cortados à navalha, formando ponta, como dentes de cão, cabelos lisos, escorridos e ainda retintos apesar da idade. Chamavam-lhe ‘Bruxa’.”

18 “Depois seguiam-se a Marciana e mais a sua filha Florinda. A primeira, mulata antiga, muito seria e asseada em exagero (...). A filha tinha quinze anos, a pele de um moreno quente, beiços sensuais, bonitos dentes, olhos luxuriosos de macaca. Toda ela estava a pedir homem, mas sustentava ainda a sua virgindade e não cedia.”

19 “Dona Isabel (...) tinha uma cara macilenta de velha portuguesa devota, que já foi gorda, bochechas moles de pelancas rechupadas, que lhe pendiam dos cantos da boca como saquinhos vazios; fios negros no queixo, olhos castanhos, sempre chorosos engolidos pelas pálpebras. Puxava em bandos sobre as fontes o escasso cabelo grisalho untado de óleo de amêndoas doces.”

20 “A filha era a flor do cortiço. Chamavam-lhe Pombinha. Bonita, posto que enfermiça e nervosa ao último ponto; loura, muito pálida, com uns modos de menina de boa família. A mãe não lhe permitia lavar, nem engomar, mesmo porque o médico a proibira expressamente.”

21 “Fechava a fila das primeiras lavadeiras, o Albino, um sujeito afeminado, fraco, cor de espargo cozido e com um cabelinho castanho, deslavado e pobre, que lhe caia, numa só linha, até ao pescocinho mole e fino. Era lavadeiro e vivia sempre entre as mulheres, com quem já estava tão familiarizado que elas o tratavam como a uma pessoa do mesmo sexo.”

22 Jerônimo “Era um português de seus trinta e cinco a quarenta anos, alto, espadaúdo, barbas ásperas, cabelos pretos e maltratados caindo-lhe sobre a testa, por debaixo de um chapéu de feltro ordinário: pescoço de touro e cara de Hércules, na qual os olhos todavia, humildes como os olhos de um boi de canga, exprimiam tranquila bondade.”

23 A mulher chamava-se Piedade de Jesus; teria trinta anos, boa estatura, carne ampla e rija, cabelos fortes de um castanho fulvo, dentes pouco alvos, mas sólidos e perfeitos, cara cheia, fisionomia aberta; um todo de bonomia toleirona, desabotoando-lhe pelos olhos e pela boca numa simpática expressão de honestidade simples e natural.

24 O domingo no cortiço A chegada de Rita Baiana. A festa: a recusa de Jerônimo. As reclamações de Miranda. A chegada dos mais pobres. A história de Libório: o dinheiro escondido. A cantoria de Jerônimo: lembranças da Europa. O chorado baiano de Firmo: a sedução da cultura brasileira.

25 Rita Baiana “(...) No seu farto cabelo, crespo e reluzente, puxado sobre a nuca, havia um molho de manjericão e um pedaço de baunilha espetado por um gancho. E toda ela respirava o asseio das brasileiras e um odor sensual de trevos e plantas aromáticas. Irrequieta, saracoteando o atrevido e rijo quadril baiano, respondia para a direita e para a esquerda, pondo à mostra um fio de dentes claros e brilhantes que enriqueciam a sua fisionomia com um realce fascinador.”

26 A dança de Rita e as sensações de Jerônimo: “Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebolando as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal, num requebrado luxurioso que a punha ofegante; já correndo de barriga empinada; já recuando de braços estendidos, a tremer toda, como se fosse afundando num prazer grosso que nem azeite, em que se não toma pé e nunca se encontra fundo.”

27 Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo;

28 ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando- lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.

29 Jerônimo doente Os cuidados de Rita (café e parati). A comparação de Jerônimo (Piedade X Rita). A desconfiança de Piedade - o instinto feminino: “A portuguesa não dizia nada, sorria contrafeita, no intimo, ressentida contra aquela invasão de uma estranha nos cuidados pelo seu homem. Não era a inteligência nem a razão o que lhe apontava o perigo, mas o instinto, o faro sutil e desconfiado de toda a fêmea pelas outras, quando sente o seu ninho exposto.”

30 Leocádia e Henriquinho O encontro no capinzal. A vontade de engravidar (ama de leite). O flagrante de Bruno – violência. O socorro de Rita.

31 A transformação de Jerônimo Abrasileiramento. Desdenha a esposa. A participação das festas. Piedade recorre à Bruxa – tentativa de reconquistar o marido.

32  A gravidez de Florinda.  A proposta de João Romão a Domingos – o salário pelo dote.  A chegada de Juju.  Miranda e o baronato > a inveja de João Romão.  Marciana reclama a João Romão – a fuga de Florinda.

33 A cólera de João Romão: o choque das vontades: Guardar ou gastar. O vislumbre da vida abastada e a escassez da linguagem. A reclamação sobre Jerônimo. O convite de Miranda.

34 O conflito: A dança de Rita Baiana: sedução e ciúme. A luta entre Jerônimo e Firmo – navalhada. A chegada da polícia. O incêndio na casa 12 (Bruxa). O interrogatório na delegacia – a força da solidariedade. Jerônimo sob os cuidados de Rita e Piedade.

35 Pombinha e a descoberta do corpo: Indisposição – lembrança do dia anterior. A visita a Léonie: sedução. O passeio pelo capinzal > sonho (o sol e a borboleta) > a chegada da menstruação. O vestido manchado > a celebração no cortiço. Enxoval de casamento.

36 “Pombinha arfava, relutando; mas o atrito daquelas duas grossas pomas irrequietas sobre seu mesquinho peito de donzela impúbere e o rogar vertiginoso daqueles cabelos ásperos e crespos nas estações mais sensitivas da sua feminilidade, acabaram por foguear-lhe a pólvora do sangue, desertando-lhe a razão ao rebate dos sentidos. Agora, espolinhava-se toda, cerrando os dentes, fremindo-lhe a carne em crispações de espasmo; ao passo que a outra, por cima, doida de luxúria, irracional, feroz, revoluteava, em corcovos de égua, bufando e relinchando.“

37 A consciência do poder feminino: “E continuou a sorrir, desvanecida na sua superioridade sobre esse outro sexo, vaidoso e fanfarrão, que se julgava senhor e que no entanto fora posto no mundo simplesmente para servir ao feminino; escravo ridículo que, para gozar um pouco, precisava tirar da sua mesma ilusão a substância do seu gozo; ao passo que a mulher, a senhora, a dona dele, ia tranquilamente desfrutando o seu império, endeusada e querida, prodigalizando martírios que os miseráveis aceitavam contritos, a beijar os pés que os deprimiam e as implacáveis mãos que os estrangulavam.”

38 A reflexão de Pombinha: A carta de Bruno à Leocádia: saudade e submissão. A atitude dos homens. A aversão ao casamento. O desenvolvimento intelectual supera o florescer físico.

39 Casamento de Pombinha: Os votos dos moradores. A reclamação de Libório. O pedido de Neném > uma flor da grinalda.

40 Cabeça de Gato X Carapicus: rivalidade. A transformação de João Romão: vestuário – leitura – entretenimento – investimento.  O convite de Miranda: aniversário de Estela.  As conversas entre Botelho e João Romão: intermediar o casamento com Zulmira.  O jantar no casarão.  A reflexão de João Romão sobre a mudança de vida: nojo de Bertoleza – a imagem da morte da escrava.

41 Rita Baiana e Firmo: e relação arrefecida. O retorno de Jerônimo: Firmo promete vingança. A desejo pelo café de Rita > a tristeza de Piedade. A vingança de Jerônimo: espancamento de Firmo.

42 “(...) desde que Jerônimo propendeu para ela, fascinando-a com a sua tranquila seriedade de animal bom e forte, o sangue da mestiça reclamou os seus direitos de apuração, e Rita preferiu no europeu o macho de raça superior. O cavouqueiro, pelo seu lado, cedendo às imposições mesológicas, enfarava a esposa, sua congênere, e queria a mulata, porque a mulata era o prazer, era a volúpia, era o fruto dourado e acre destes sertões americanos, onde a alma de Jerônimo aprendeu lascívias de macaco e onde seu corpo porejou o cheiro sensual dos bodes.”

43 O reflexo romântico “(...) arriscar espontaneamente a vida por alguém é aceitar um compromisso de ternura, em que empenhamos alma e coração; a mulher por quem fazemos tamanho sacrifício, sela ela quem for assume de um só vôo em nossa fantasia as proporções de um ideal.”

44 Cortiço X Sobrado simples complexo instinto racional animal cultural horizontal vertical violência troca

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