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17. – Noções básicas sobre a Igreja Encontros de Formação Cristã Paróquia de Santa Maria de Carreço «Para cumprir a vontade do Pai, Cristo inaugurou na.

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1 17. – Noções básicas sobre a Igreja Encontros de Formação Cristã Paróquia de Santa Maria de Carreço «Para cumprir a vontade do Pai, Cristo inaugurou na terra o reino dos céus. A Igreja é o reino de Cristo já presente em mistério». CIC nº 763

2 17ª sessão – Noções básicas sobre a Igreja Sumário: 1. Origem e finalidade da igreja 2. A Eclesiologia do Vaticano II: breve apontamento 3. A natureza da Igreja 4. A Igreja vísivel e a sua missão 5. Igreja católica e confissões cristãs 6. A Igreja invisível 7. Bibliografia recomendada (EFC 17)

3 1. Origem e finalidade da Igreja

4 1 – Origem e finalidade da Igreja 1 – Origem e finalidade da Igreja I.O TERMO «IGREJA»: Etimologicamente, «igreja» é um termo que provem do grego ekklesia, que traduz a palavra hebraica qahal e significa «assembleia convocada» ou «assembleia reunida». No Antigo Testamento, significava a «comunidade santa» e «povo de Deus», reunido para culto e louvor de Javé; Nos primeiros cristãos significava: a assembleia litúrgica, as comunidades locais (as diferentes igrejas, Corinto, Éfeso, Tessalónica, etc) e o conjunto de todos os cristãos (esses três significados são inseparáveis, conforme CIC nº 752). II. A IGREJA É UM PROJECTO TRINITÁRIO: a Igreja não surge do acaso, mas nasce do projecto trinitário, nasce do desígnio de Deus Pai, nasce do amor e doação de Jesus Cristo e do projecto do Espírito Santo; desenrola-se na História da Salvação, começando por Adão e Eva, passando pelas sucessivas Alianças, com Noé, com Abraão, com Moisés, mas só com a Nova Aliança, com Jesus Cristo, é que se alcança a Aliança definitiva; estamos no tempo da Igreja, iniciado com a sua fundação por Jesus e a vinda do Espírito Santo até à sua consumação, no final dos séculos. O projecto de Deus-Pai é unir todos os homens num só Povo; a Igreja nasce da existência de Jesus e a Sua obediência em seguir o projecto do Pai; o Espírito Santo renova e impulsiona a Igreja, é a «alma da Igreja».

5 1 – Origem e finalidade da Igreja 1 – Origem e finalidade da Igreja III. A FUNDAÇÃO DA IGREJA»: foi convicção dos primeiros cristãos que Cristo quis fundar a Igreja; Cristo quis e, de facto, fundou a Igreja, não só a nível espiritual, mas ao mesmo tempo visível e hierárquica;; «A Igreja foi fundada pelas palavras e obras de Cristo» (CIC 778). POR PALAVRAS: a mais significativa é Mt 16, 18-19: «Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. Dar- te-ei as chaves do Reino dos Céus e o que atares na terra será atado nos céus e o que desatares na Terra ficará desatado nos céus». Há um vínculo muito forte entre Jesus e Pedro, como se pode constatar ao longo dos Evangelhos. Jesus promete explicitamente fundar a Sua Igreja (…edificarei a Minha Igreja); anunciou hierarquias humanas e visíveis da Sua Igreja (Tu és Pedro e sobre esta pedra…); durará sempre, nada poderá destruí-la (as portas do inferno não prevalecerão contra ela), possuirá plenos de Salvação (Dar-te-ei as chaves do reino), governada por Pedro como vigário de Cristo (recebe poder de outro), as determinações da Igreja terão valor decisivo perante Deus (atar e desatar na terra como nos céus).

6 1 – Origem e finalidade da Igreja 1 – Origem e finalidade da Igreja POR ACTOS: os actos de Jesus são verdadeiros actos fundacionais da Igreja, através de gestos concretos… Eleição dos discípulos:Eleição dos discípulos: chamou os que quis e continua a chamar; há aí uma intenção, chama 12, que simboliza a totalidade do Povo de Deus (assim como as 12 Tribos de Israel que simbolizam o Povo de Israel); Vocação dos apóstolos:Vocação dos apóstolos: «apóstolo» quer dizer enviado, para pregar o Reino de Deus, em missão, dá aos Seus apóstolos poder de salvação (baptizar, perdoar os pecados e celebrar a Eucaristia), promete a Sua presença até ao final do mundo; os Apóstolos têm essa consciência profunda de missão; O primado de Pedro:O primado de Pedro: Pedro tem sempre a primazia («foi contar aos discípulos e a Pedro…»; «Pedro, tu amas-me mais do que a estes?... Apascenta as minhas ovelhas», «Tu és Pedro….», etc.; Acontecimentos pascais:Acontecimentos pascais: na Última Ceia, institui a Eucaristia e o sacerdócio; a Igreja nasce da Cruz, «A Eucaristia faz a Igreja» (CIC nº 1396); a Ressurreição, em que Jesus garante sempre a Sua presença.

7 1 – Origem e finalidade da Igreja 1 – Origem e finalidade da Igreja IV. A FINALIDADE DA IGREJA»: é um fim salvífico, existe para ajudar e salvar, a ser instrumento de Salvação e escatológico, pois só poderá atingir plenamente no outro mundo; a salvação é a comunhão perene com a Trindade, comungar Deus para sempre. “Nascida do amor do Pai Eterno, fundada no tempo por Cristo Redentor, reunida no Espírito Santo, a Igreja tem uma finalidade escatológica e de salvação, que só no século futuro poderá alcançar plenamente”. (GS 40) O fim salvífico da Igreja é: sobrenatural: salvação acima das forças humanas; inalterável: o homem não o pode alterar e Deus não muda os seus planos eternos (a Igreja não é mera instituição assistencial); perpétuo: até à consumação dos séculos (Mt 28, 20); universal: oferece a salvação a todos os homens. A finalidade da Igreja é a de suscitar santos, de dar à humanidade a dimensão da santidade; a santidade é a correspondência entre o dom do Espírito Santo (oferta de Deus) e a minha colaboração. “Queres deveras ser santo? Cumpre o pequeno dever de cada momento, faz o que deves e está no que fazes” (Caminho, nº 815) A IGREJA É SACRAMENTO UNIVERSAL DE SALVAÇÃO: sacramento é um sinal eficaz da graça e sinal eficaz da salvação da presença de Cristo até ao fim dos tempos; a Igreja é instrumento de Cristo e sinal da Sua acção redentora e instrumento ao serviço do Reino; A IGREJA É COMUNHÃO: os homens participam em relação profunda com a Trindade; Deus compartilha Seu amor, a Eucaristia é comunhão no tempo, a comunhão dos santos…

8 1 – Origem e finalidade da Igreja 1 – Origem e finalidade da Igreja O Reino de Deus ultrapassa a Igreja e as suas fronteiras, mas não se esgota nela V. IGREJA E REINO: o Reino de Deus é também a finalidade, a Missão e também o dinamismo que a Igreja impõe, sendo uma realidade muito abarcante e alargada. A Igreja é serva deste Reino (LG 3), está ao seu serviço e dentro dele; abrangente, porque abrange todas as religiões, todo o âmbito da história; nos Santos vê-se que já é a realização plena deste Reino. O Reino de Deus ultrapassa a Igreja e as suas fronteiras, mas não se esgota nela. No fundo é o próprio Cristo; dirige-se a todos os seres. A Igreja é uma pequena semente deste Reino, é uma porção. O Reino de Deus é o próprio Cristo dentro de nós. Não existem conceitos humanos para o definir, é «Mistério». Alfred Loisy (séc. XIX e XX) «Jesus anunciou o Reino de Deus e o que surgiu foi a Igreja». Mas na Sagrada Escritura vemos que o Reino de Deus é propagado pela Igreja e só será completado no fim do mundo. É um mistério; o Reino de Deus não é só futuro, mas começa já, não é só pessoal, mas comunitário, não é só celestial, mas também deste mundo; o Reino leveda com o «fermento» na massa; o Reino também não pode ser separado da Igreja; esta está ordenada para o Reino de Deus, do qual é gérmen, instrumento, sinal; a Igreja não é um fim, é um meio, pois o fim dela é o Reino de Deus no coração do homem e do mundo. Anunciaremos Teu reino, Senhor! Teu reino Senhor, Teu reino. Reino de Paz e Justiça, Reino de Vida e Verdade. Reino de Amor e de Graça, Reino que habita em nós. Reino que sofre violência E que não é deste mundo. Reino que já começou, Reino que não terá fim.

9 2. A Eclesiologia do Vaticano II: breve apontamento

10 2 – A Eclesiologia do Vaticano II: breve apontamento 2 – A Eclesiologia do Vaticano II: breve apontamento ECLESIOLOGIA é um estudo ou reflexão sobre a Igreja. Com o Concílio Vaticano II, grande acontecimento na vida da Igreja, a Eclesiologia recebeu nova pujança, nomeadamente com… AUTONOMIZAÇÃO DA ECLESIOLOGIA: a Eclesiologia constitui-se como disciplina autónoma (com fundamento e itinerário próprios) e sistemática (pois tem matérias sobre as quais se debruça). MAIOR DINAMISMO, MAIOR ABERTURA E MAIOR PARTICIPAÇÃO: deu-se um novo dinamismo à Igreja, o que mostra a sua capacidade de renovação; com João XXIII a Igreja começa a abrir-se ao diálogo; João Paulo II pede perdão pelos erros da Igreja; a Igreja deve atender aos sinais dos tempos; há um quebrar do esquema clerical, o poder da Igreja é visto como um serviço, a Igreja é tarefa de todos inclusive dos leigos, todos somos chamados à santidade. PASSA-SE A VER A IGREJA A PARTIR DE CRISTO: a Igreja não é explicada a partir de si mesma, mas vai beber nas fontes, centrando-se na pessoa de Jesus Cristo; o centro da fé é Deus e não a Igreja, que é sinal, instrumento da Sua misericórdia.

11 2 – A Eclesiologia do Vaticano II: breve apontamento 2 – A Eclesiologia do Vaticano II: breve apontamento PASSA-SE VER A IGREJA COMO MISTÉRIO, COMUNHÃO E SACRAMENTO UNIVERSAL DE SALVAÇÃO: MISTÉRIO: é mistério porque tem em si a presença de Deus; vista como sociedade, passa a Mistério, é uma redescoberta desta expressão, já usada pelos primeiros cristãos; a Igreja é uma realidade polifacetada, sendo ao mesmo tempo: divina / humana, terrena / celestial, visível / invisível e temporal / eterna; a finalidade da Igreja é anunciar a Boa Nova, o encontro com Jesus Cristo, a salvação do Homem; COMUNHÃO: a Igreja é «ícone da Trindade» (Bruno Forte); a comunhão, de que a Igreja é sinal, está para além da imagem que ela dá ao mundo, mas nela se participa na comunhão com Deus; o sinal dá-se na comunhão dos homens entre si, visível, com origem em Deus, invisível; SACRAMENTO UNIVERSAL DE SALVAÇÃO: sacramento é um sinal eficaz da graça e da salvação; é sinal da presença de Cristo até ao fim dos tempos; é «sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano» (cf. LG 1) e como seu sinal escatológico «germe e início do Reino» (LG 5). PASSA-SE VER A IGREJA COMO UMA IGREJA AMADA: é amada pela Santíssima Trindade; «Cristo amou a Sua Igreja e se entregou por ela» (Ef 5, 25-27); é amada pelos seus filhos (os mártires, os que se santificam, os movimentos, etc); a linguagem de Deus à Igreja é de amor, como uma Esposa; engrandecer a Igreja é engrandecer Cristo. Apesar das misérias dos homens que a compõem, ela é santa e imaculada, não pode ser reduzida a uma ONG! «Ninguém pode ter Deus por Pai, se não tiver a Igreja por Mãe». SÃO CIPRIANO DECARTAGO (séc. III)

12 2 – A Eclesiologia do Vaticano II: breve apontamento 2 – A Eclesiologia do Vaticano II: breve apontamento LUMEN GENTIUM (luz dos povos): Constituição dogmática sobre a Igreja, promulgada por Paulo VI em 1964. Neste Documento constata-se a mudança eclesiológica advinda do Vaticano II, especialmente pela sua estrutura, a saber: 1. O Mistério da Igreja (1-8) 2. O Povo de Deus (9-17) 3. A constituição hierárquica da Igreja e em especial o episcopado (18-29) 4. Os Leigos (30-38) 5. A vocação de todos à santidade na Igreja (39-42) 6. Os Religiosos (43-47) 7. A índole escatológica da Igreja peregrina e a sua união com a Igreja celeste (48-51) 8. A bem-aventurada virgem Maria Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja (52-69) O primeiro capítulo trata do Mistério da Igreja (cap. 1), que é o mais importante, pois o povo de Deus surge, não por iniciativa do Homem, mas de Deus Pai, para elevar os homens à participação divina, escolhendo um povo, até que se reúnam todos num só povo de Deus, para glória da Trindade. Por isso, surge antes do Povo de Deus (cap. 2); este surge antes da constituição hierárquica da Igreja e dos leigos, o que mostra que a comunidade eclesial e a vocação comum são prioritários face à diversidade de ministérios e vocações; estes estão ao serviço do corpo eclesial como mistério, a partir de Cristo: há, assim, uma redescoberta do valor do povo de Deus, em detrimento da Igreja vista como hierarquia. A luz dos povos é Cristo: por isso, este sagrado Concílio, reunido no Espírito Santo, deseja ardentemente iluminar com a Sua luz, que resplandece no rosto da Igreja, todos os homens, anunciando o Evangelho a toda a criatura (cfr. Mc. 16,15). (LG 1)

13 3. A natureza da Igreja

14 3 – A natureza da Igreja 3 – A natureza da Igreja Uma definição de Igreja poderá ser: sacramento da comunhão dos homens com Deus e entre si por Cristo e no Espírito Santo. Vejamos várias definições. A IGREJA, MISTÉRIO DE COMUNHÃO: na Lumen gentium começa-se por este tema; «mistério», na Sagrada escritura, não é sinónimo de “oculto”, “secreto”, “intocável”, “desconhecido”; refere-se, isso sim, a realidades que, por serem tão grandes e tão ricas, dificilmente se podem escrever em poucas palavras e se podem perceber de uma só vez ou totalmente; a Igreja, sendo ao mesmo tempo realidade humana e divina, é necessária ligá-la à transcendência, não nos podemos ficar só no terreno. A presença fundacional de Deus e sempre contínua da Trindade nela é a razão do mistério da mesma; a Igreja é fruto da união profunda que deus quer estabelecer com cada homem, com todos os homens e com todas as realidades humanas. A Sagrada Escritura apresenta-nos a Igreja através de várias imagens, como: redil, cuja porta é Cristo, que dá a vida pelas Suas ovelhas (Is 40, 11; Jo 10, 1- 15, etc); vinha de Deus, plantada por Deus, sendo Cristo a videira, nós os ramos, o Pai, o agricultor e o Espírito a seiva (Is 5, 1; Jo 15, 1-5, etc); esposa do Cordeiro (Apo 19, 7-10, etc), etc.

15 3 – A natureza da Igreja 3 – A natureza da Igreja A IGREJA COMO POVO DE DEUS: O Concílio Vaticano II, no 2º capítulo da LG, fala-nos do Povo de Deus; a imagem enraíza-se no Povo de Israel. O sinal é a Aliança, em que Deus estabelece com Moisés a Aliança, tornando Israel o Seu povo de Deus. É uma imagem bíblica extremamente rica. Depois da Aliança definitiva estabelecida por Cristo, a Igreja é agora o novo Povo de Deus. Mas um povo diferente do AT: não interessa a raça; o sacerdócio de Jesus é diferente do Judaísmo, não tem em conta a Tribo de Levi; Ele é oferta, não é vinculado a nenhuma nação, mas é Salvação universalista; Jesus ressuscitou e continua no meio de nós; a Igreja, Povo de Deus é uma iniciativa de Deus, mas também é uma correspondência humana, na medida em que se comprometem. Ou através de imagens mais elaboradas, alusivas a cada uma das Pessoas da Trindade: Segundo o Concílio Vaticano II, a Igreja enquanto Povo de Deus: É um povo sacerdotal que anuncia Suas maravilhas; Tem Cristo como cabeça; A cidadania adquire-se por nascimento do Espírito Santo, que traz a liberdade dos filhos de Deus; A sua lei é o mandamento do amor; A finalidade é aumentar cada vez mais o Reino de Deus; É instrumento de Cristo para a redenção dos homens; É peregrina na terra até à consumação do Reino de Deus nos fins dos tempos. Sobressaem elementos visíveis da Igreja: comum dignidade essencial dos fiéis, o dever de todos prestarem culto a Deus e de contribuírem para a expansão missionária da Igreja. Os elementos invisíveis estão na constituição de povo pelo Pai, o governo de Cristo, e a comunhão de Deus e entre si, de todas as pessoas pelo Espírito Santo.

16 3 – A natureza da Igreja 3 – A natureza da Igreja A IGREJA, COMO CORPO MÍSTICO DE CRISTO: S. Paulo exprime essa imagem muitas vezes, explicando que todos somos um só corpo em Cristo e todos membros uns dos outros, cada um com a sua função específica, tendo Cristo como cabeça da Igreja. Até ao séc. XVI, a teologia hesitou entre aplicar esta imagem à Igreja ou à Eucaristia. Hoje sabe-se que são complementares, pois a Eucaristia edifica a comunhão de todos os fiéis no Corpo de Cristo que é a Igreja. A partir do séc. XVI surge outro problema. Dado, que os protestantes apenas queriam uma Igreja num aspecto espiritual, a Igreja viu-se obrigada a acentuar a Igreja como sociedade humana e a relegar a imagem de Corpo Místico de Cristo, pois essa imagem levanta ressonâncias espirituais (tem implícita a ideia do místico, acréscimo não bíblico). Assim, devido à perseguição de anti-societários, teve que se acertar que Igreja também é uma sociedade. Em 1943 o Papa Pio XII resolveu a questão com a sua encíclica «Mystici Corporis», dizendo que é uma excelente descrição da Igreja, reafirmado pelo Concílio Vaticano II: a nossa íntima relação com Cristo. Através da imagem de Corpo Místico de Cristo, a Igreja reconhece-se como: Organismo espiritual, não se cinge só às estruturas visíveis; Animado pelo Espírito Santo; Dirigido pela cabeça que é Cristo; Igreja Sacramento de Cristo; Os membros são os fiéis cristãos, que se unem com a cabeça e entre si por meio dos sacramentos; Cada membro tem uma função própria e alguns (a hierarquia) tarefas essenciais, o Corpo ressente-se quando um membro sofre; todos somos radicalmente iguais, somos filhos de Deus. Em razão da missão há serviços diferentes. Sobressaem mais os elementos invisíveis da Igreja: a comunhão espiritual que dirigida por Cristo e orientada pelo Espírito Santo se dá entre os fiéis. Mas apresenta-a como sociedade visível, com membros estruturados hierarquicamente.

17 3 – A natureza da Igreja 3 – A natureza da Igreja A IGREJA COMO TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO: Encontra apoio na Sagrada Escritura, de forma indirecta. S. Paulo diz aos Coríntios: «Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós»? (1 Cor 3, 16-17). É uma imagem menos completa do que as anteriores e menos estudada na Teologia; Santo Agostinho amplia a sua aplicação, dizendo que o templo de toda a Trindade é a Santa Igreja; Santo Ireneu diz que onde está a Igreja, está o Espírito de Deus; O Concílio Vaticano II cita-a sem a desenvolver. A imagem indica a presença da terceira pessoa da Trindade como princípio vital, aglutinador e santificante do Povo de Deus e do Corpo Místico de Cristo. A Igreja é um organismo espiritual, não cingido apenas às estruturas visíveis; é animada pelo Espírito Santo. Templo, no significado corrente, é o edifício, lugar sagrado, em que Deus habita e onde o homem presta culto a Deus. A consagração de uma Igreja significa retirá-la ao profano para a dedicar a Deus; o altar é símbolo de Cristo. Templo do Espírito Santo significa que a Igreja: É o lar familiar da Trindade, fonte do Amor e dons próprios do Espírito Santo (caridade e a generosidade infinitas de Deus para com os homens); dentro da Igreja, o Homem sente-se seguro; Alberga a fé segura do cristão e a esperança permanente do homem; tarefa essencial de serviço e culto a Deus.

18 4. A Igreja visível e a sua missão

19 4 – A Igreja visível e a sua missão 4 – A Igreja visível e a sua missão I. FIÉIS CRISTÃOS: «Fiéis são aqueles que, por terem sido incorporados em Cristo pelo baptismo, foram constituídos em Povo de Deus e por este motivo se tornaram a seu modo participantes do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo e, segundo a própria condição, são chamados a exercer a missão que Deus confiou à Igreja para esta desempenhar no mundo» (CIC, nº 204). São todos os baptizados, os filhos de Deus, todos os membros da Igreja (Princípio da igualdade essencial); mas são chamados a exercer a missão que Deus deu à Igreja, diferenciam-se em função da funcionalidade; direitos iguais, deveres e obrigações diferentes (Princípio da diversidade funcional). Há dois tipos de sacerdócio, ambos com funções santificadoras: o comum, a todas as funções, transmite-se a todo o fiel baptizado, robustecido na Confirmação e Eucaristia; e ministerial: transmite-se pelo Sacramento da Ordem. Os dois sacerdócios «são essencialmente diferentes e não apenas em grau» (LG 10), isto porque o Sacramento da Ordem, pelo «carácter» que imprime em quem o recebe, capacita para actuar «na pessoa de Cristo». Os fiéis podem pertencer à hierarquia, serem leigos ou ainda religiosos. CONFIGURADOS COM CRISTO NO BAPTISMO, SOMOS: PROFETAS: anunciar a Cristo e denunciar o que está mal… SACERDOTES: tornar sagrado as coisas do dia-a-dia… REIS: não num trono, mas no serviço aos outros. «A Igreja peregrina é, por natureza própria, missionária, pois toma a sua origem da missão do Filho e da missão do Espírito Santo, segundo o propósito de Deus Pai». Ad gentes divinitus 2. A missão que a Igreja recebeu de Cristo é de anunciar o Reino de Deus e instaurá-lo em todos os povos (cf. LG 5). A missão da Igreja contem um triplo ofício, face aos quais a Igreja possui os seguintes poderes: ofício de ensinar, de santificar e de governar; ou então ministério profético, ministério sacerdotal e ministério pastoral; para os levar a cabo, a Igreja possui o poder do Magistério, o da ordem e o da jurisdição, respectivamente. Mais do que três funções diferentes, trata-se de uma tripla dimensão da missão de Cristo. Esta missão estende-se a todo o Povo de Deus, cada um na sua condição e a seu modo: «Há diversidade de ministérios mas unidade de missão» (AA 2).

20 4 – A Igreja visível e a sua missão 4 – A Igreja visível e a sua missão II. A HIERARQUIA: « HIERARQUIA» significa autoridade sagrada, sendo na Igreja concebida como um serviço; é denominada de «ministério eclesial» e os seus integrantes são os «ministros sagrados», isto é, servidores; a ela pertencem todos os que receberam o Sacramento da Ordem. O sacramento da Ordem não confere só funções santificadoras, mas também os OFÍCIOS de ensinar e de reger o Povo de Deus e que, juntamente com o de santificar, constitui a “sacra potestas” dos ministros sagrados permite actuar em nome e com a autoridade de Cristo, e outorga os poderes do magistério, da ordem e do governo. O Sacramento da Ordem tem vários GRAUS, não atinge a todos da mesma forma: episcopado, presbiterado e diaconado. Há ainda um elemento diferenciador: a MISSÃO CANÓNICA que é atribuída a cada um dos ordenados; por exemplo, arcebispo, bispo auxiliar, vigário episcopal, pároco, capelão, etc. A ORIGEM DA HIERARQUIA: no Evangelho, vemos várias vezes Jesus a conferir a plenitude de poderes ao colégio dos apóstolos (por exemplo Mt 28, 18-20: «Ide, pois, e ensinai a todas as gentes…sabei que estou convosco até ao fim dos tempos»; Jesus prometeu a Pedro os máximos poderes na Igreja (Mt 16, 18-19) e outorgou-lhos depois da sua Ressurreição (Jo 21, 15-17). Cristo dá uma missão a todos os apóstolos, sobretudo as funções de ensinar, santificar e e reger; outorga os seus poderes aos Doze para levar a cabo a sua missão; põe Pedro à frente da Igreja, como Pastor universal do seu rebanho, como Seu vigário na terra. Cristo será sempre a Cabeça da Igreja, invisivelmente pelo Espírito Santo e visivelmente através dos Doze, presididos por Pedro. Mais tarde, os apóstolos, presididos por Pedro, elegem Matias para substituir Judas, escolhem colaboradores para os ministérios (presbíteros e diáconos), administram os sacramentos, sabem que são ministros do Snehor, pelo que as pessoas reúnem-se à volta dos seus ensinamentos, reúnem-se em concílio, etc. Os Doze exercitam assim colegial e hierarquicamente os poderes recebidos de Cristo. Com a sua morte e porque a missão tinha de continuar, são nomeados sucessores, os Bispos.

21 4 – A Igreja visível e a sua missão 4 – A Igreja visível e a sua missão COLÉGIO EPISCOPAL. «Assim como, por disposição do Senhor, S. Pedro e os restantes apóstolos formam um só Colégio apostólico, da mesma maneira se unem entre si o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os Bispos, sucessores dos apóstolos» (LG 22). O Colégio episcopal é a instituição que reúne todos os bispos do mundo que permanecem em comunhão com o Papa; o Colégio episcopal é o Colégio apostólico continuado no tempo. Exerce os seus plenos e supremos poderes de duas formas: de modo solene nos concílios ecuménicos aprovados ou aceites pelo sucessor de Pedro; mediante a acção conjunta dos bispos dispersos pelo todo o mundo, sempre que seja promovida, aprovada ou livremente aceite pelo papa. A colegialidade episcopal é sempre universal e indivisível; nas Conferências episcopais os bispos de determinada região ou país reúnem-se para exercer algumas funções pastorais unidos em favor dos fiéis. O ROMANO PONTÍFICE: O Bispo de Roma é o sucessor directo de São Pedro, e ostenta por isso mesmo a autoridade suprema sobre toda a Igreja. É o Vigário de Cristo na terra, a Cabeça do Colégio Episcopal e o Pastor universal. A Tradição unânime da Igreja transmite que quem é eleito bispo de Roma obtém por instituição divina, o Primado de Pedro sobre a Igreja universal. Enquanto sucessor de São Pedro, o Papa, por instituição divina, “é o princípio e fundamento, perpétuo e visível, da unidade de fé e de comunhão” na Igreja (LG 18). O seu ofício próprio está precisamente em servir essa unidade e o bem comum de toda a Igreja, mediante o exercício das suas funções soberanas de magistério, santificação e governo. O poder do Papa é: ordinário (recebido de Cristo); supremo (acima de qualquer poder humano na Igreja); pleno (totalidade poderes de Cristo); imediato (exercido directamente); universal (a todos os fieis); livre (segundo o seu arbítrio).

22 4 – A Igreja visível e a sua missão 4 – A Igreja visível e a sua missão 1º GRAU DO SACRAMENTO DA ORDEM - GRAU DO EPISCOPADO - OS BISPOS: Do grego “episcopos”, “sentinela” ou “inspector”; são, por instituição divina, sucessores dos apóstolos como pastores da Igreja. Cada bispo é depositário dos poderes apostólicos a partir do momento da sua consagração episcopal, pela transmissão que de um a outro opera o Sacramento da Ordem: ininterrupta sequência histórica denominada “sucessão apostólica”. Enquanto sucessor dos apóstolos, qualquer bispo é Cabeça visível e representante pessoal de Cristo na Igreja particular, sobre a qual ensina, santifica e rege. É o Papa que nomeia os bispos. A jurisdição pastoral de um bispo cinge-se exclusivamente ao âmbito da Igreja particular ou da missão canónica que lhe tenha sido encomendada. Mas, ao mesmo tempo, “cada um, juntamente com os outros bispos, é responsável pela Igreja” (Christus Dominus, 6). Há-de permanecer em comunhão com o Papa e todos os seus irmãos no episcopado, e manter uma autêntica solicitude pela Igreja universal, na promoção e defesa da unidade de fé e disciplina comum. Podem ser cardeais, arcebispos, etc. 2º GRAU DO SACRAMENTO DA ORDEM - GRAU DO PRESBITERADO - OS PRESBÍTEROS: “Presbítero”: “ancião”. Possuem também o sacerdócio ministerial, mas dependem deles no exercício das suas potestades. São também seus colaboradores em imensas tarefas. Presbyterorum ordinis 2: “O ministério dos presbíteros, por estar unido à Ordem episcopal, participa da autoridade com que o mesmo Cristo edifica, santifica e governa o seu Corpo”. Os presbíteros não formam na Igreja um colégio universal como os bispos. Mas todos estão unidos entre si por igual participação e comum fraternidade na Ordem. Os que se dedicam ao serviço ministerial de uma mesma diocese ou estrutura eclesiástica, formam um presbitério. O ministério dos presbíteros não se restringe a uma missão local, mas “participa da mesma amplidão universal da missão confiada por Cristo aos apóstolos” (PO 10). Podem ser distinguidos monsenhores, cónegos, etc. Um cabido é o conjunto de cónegos que pertencem à Sé: Conselho do Bispo.

23 4 – A Igreja visível e a sua missão 4 – A Igreja visível e a sua missão 3º GRAU DO SACRAMENTO DA ORDEM – GRAU DO DIACONADO - OS DIÁCONOS: Os diáconos (“servidores”), são ordenados, mas não possuem o sacerdócio ministerial. São ajudantes ordenados dos bispos e presbíteros na liturgia, palavra e caridade. Podem ser de transição, em ordem ao presbiterado; ou permanentes, figura restaurada pelo Concílio Vaticano II, já existente no cristianismo primitivo (podem ser ordenados homens casados, mas se enviuvarem, não poderão voltar a casar; os solteiros mantêm-se no estado em que estão e não podem casar; em princípio, deve ter mais de 35 anos e ser dado o consentimento da esposa; o diácono deve viver também a sua vida matrimonial e familiar em plenitude). MISSÃO DA HIERARQUIA. São vários os ofícios da hierarquia: - Magistério: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura» (Mc 16, 15): ofício de ensinar, guardar a doutrina ou o depósito da fé (contido na Tradição e na Escritura); interpreta autenticamente a Palavra de Deus; proclamar os princípios morais, etc.; pode ser extraordinário (quando o Colégio episcopal reunido em concílio ecuménico com o Papa ou o Papa como pastor supremo da Igreja, ex cathedra) ou Ordinário (conjunto dos bispos com o Papa exercido quotidianamente em comunhão com ele); há uma infalibilidade, que exclui a possibilidade de falhas na exposição da doutrina revelada, na fé e moral (infalibilidade in credendo, a totalidade dos fiéis não se pode enganar; infalibilidade in docendo, própria do Magistério). - Ordem: ofício de santificar, administrar os sacramentos; compete aos Bispos: celebrar a Eucaristia, conferir a Ordem a Confirmação; regulamentar a disciplina sacerdotal na Diocese, etc.; aos presbíteros: celebrar a Santa Missa; administrar o Baptismo, Penitência e Unção dos doentes, Assistência aos matrimónios, sacramentais, etc.; aos diáconos: administrar o Baptismo, distribuir a Eucaristia, Assistir ao Matrimónio, presidir ao rito dos funerais, etc; os diáconos surgem no tempo dos Apóstolos; tratam das questões sociais e da Palavra de Deus. - Governo: ofício de governar (a promessa do “atar e desatar”); o Papa pode nomear Bispos, promulgar as leis gerais da Igreja, convocar, aprovar concílios, etc.; os Bispos exercem poderes legislativos, delegam as funções executivas e judiciais, designam presbíteros, administram os bens eclesiásticos, etc. A Cúria Romana, Sínodo dos Bispos, os Núncios Apostólicos, ajudam o papa; a Cúria Diocesana, os arciprestados, as paróquias, os vários conselhos, presbiteral, o cabido, etc., ajudam o Bispo; nas paróquias, o Concelho pastoral paroquial, o conselho para os assuntos económicos, etc., ajudam o pároco.

24 4 – A Igreja visível e a sua missão 4 – A Igreja visível e a sua missão III. LEIGOS. A LG define o leigo no sentido negativo, por aquilo que não é. Elementos positivos que caracterizam os leigos: Estão chamados por Deus a viver no mundo (Secular); o êxito do mundo relaciona-se com o êxito do leigo, é uma presença vital, de forma activa, fundamental para uma sociedade feliz; santifica o mundo a partir de dentro; é próprio do leigo Gerir os assuntos temporais. Ofícios: ofício de ensinar (dar a conhecer o Evangelho), ofício de dirigir (ordenar para o Reino de Deus as estruturas temporais de toda a sociedade humana), ofício de santificar a Igreja. Pode exercer vários ministérios e serviços. Ministério (ministerium e diakonia = serviço); serviços são as funções que se realizam na comunidade, a fim de responder a necessidades pontuais; ministérios são exercidos por pessoas determinadas, habilitadas e escolhidas, com ordem a cumprir de modo responsável e permanente, alguns dos serviços mais importantes da comunidade; há três níveis: os serviços ocasionais, os ministérios instituídos e os Ministérios ordenados. Os «ministérios e serviços laicais» movem-se nos dois primeiros. Ministérios estáveis: Ministério da Palavra, ministros extraordinários da comunhão; ensinar ciências teológicas e religiosas (direito canónico, EMRC, etc.), delegados para assistir a casamentos. A Igreja pode pedir-nos algo concreto, por ex, convidados para ser juízes ou ministros no tribunal eclesiástico; formar parte dos Conselhos episcopal e pastoral; outros ministérios (leitores, acólitos, etc.); pastoral (catequese, coral…); há ainda a possibilidade, pontual, do cân.517.2: certas paróquias podem ser geridas por leigos (em África sucede muito isso); as Assembleias Dominicais na Ausência de Presbíteros, em que leigos formados para tal presidem às Celebrações da Palavra, etc. IV. VIDA (OU ESTADO) CONSAGRADA: (frades, freiras, comunidades religiosas; opção de vida radical de entrega a Deus; seguem os conselhos evangélicos: obediência, castidade e pobreza; os Jesuítas têm ainda um quarto, a fidelidade ao Papa). Os religiosos podem ser leigos ou ministros ordenados. Sinais da vida consagrada: Forma estável de viver; consagração a Deus; testemunho público da nova e eterna Vida que é Deus; professam-se mediante votos ou outros vínculos sagrados. Podem-se dividir em: Institutos da vida religiosa e Institutos da Vida secular, sendo estes novidade, pois vieram com o dinamismo do Vaticano II. Os institutos religiosos têm emissão de votos públicos, vida em comunidade e afastamento do mundo (este nem todos). Os institutos seculares são os consagrados no mundo. Dedicam-se totalmente a Deus; procuram a perfeição na caridade; profissão dos conselhos evangélicos.

25 4 – A Igreja visível e a sua missão 4 – A Igreja visível e a sua missão V. IGREJA UNIVERSAL E IGREJAS PARTICULARES A comunhão católica realiza-se a três níveis: - IGREJA UNIVERSAL: é todo o povo de Deus, isto é, a comunidade de todos os baptizados reunidos em comunhão plena «mediante os vínculos da profissão de fé, dos sacramentos e do governo eclesiástico» (CDC, cân 205). - IGREJA PARTICULAR: é a porção do povo de Deus «em que está verdadeiramente presente e operante a Igreja una, santa, católica e apostólica» (CDC, cân 369). É antes de mais a diocese, á qual se assemelha «a prelatura territorial e a abadia territorial, o vicariato apostólico e a prefeitura apostólica bem como a administração apostólica estavelmente estabelecida» (CDC 368). Ordinariatos castrenses ou militares: têm por finalidade o atendimento religioso dos fiéis vinculados ao exército de uma nação. Temos ainda a prelatura pessoal, actualmente apenas existe uma: Prelatura pessoal da Santa cruz e Opus Dei, erigida em 1982. Nela encontra-se e opera verdadeiramente a Igreja de Cristo. - IGREJA LOCAL: é a parte do povo de Deus que normalmente é guiada por um presbítero (comunidade local, paróquia, etc.). Além disso, é designada por IGREJA DOMÉSTICA a família (LG nº 11; christifidelis laici, nº 62). Por exemplo, a nossa Diocese de Viana do Castelo é uma IGREJA PARTICULAR.

26 5. A Igreja Católica e as confissões cristãs

27 5 – A Igreja Católica e as confissões cristãs 5 – A Igreja Católica e as confissões cristãs Cristo fundou uma só Igreja; «Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja»; a expressão «minha» explicita bem a questão. Pedro recebeu o poder de atar e desatar, até ao ponto de as suas decisões terrenas serão vinculantes até para Deus; a Igreja será também indestrutível perante os adversários, as forças do Inferno não prevalecerão contra ela (é um dogma de Fé fundado na Palavra de Deus). Em Jo 10, 1-16 há a ideia de uma só Igreja, de unidade, nas parábolas, um só rebanho, um só pastor, na da videira e das vides. Em Jo 21, 15-16, diz a Pedro: «apascenta as minhas ovelhas». Em Jo 17, 20-26, na Última Ceia, Jesus pede ao Pai que conserve os discípulos unidos, «Que eles sejam um»; em Lc 22, 31-31, pede a Pedro que confirme seus irmãos nos momentos de tribulação. S. Paulo diz que «somos um só corpo em Cristo» (Rom 12, 5): S. Paulo detesta as divisões. O Vaticano II afirma: «a única Igreja de Cristo... subsiste na Igreja Católica» (LG 8). As Notas da Igreja ou propriedades, essenciais são: 1) Una: unidade- ausência de divisão interna; não é forçar tudo da mesma maneira, há lugar para a diversidade; a Igreja foi-se inculturando, levando o Evangelho. O seu modelo supremo é a unidade de um só Deus Pai e Filho no Espírito Santo, a Trindade. Como se manifesta a unidade da Igreja? Na profissão de uma mesma fé, recebida dos Apóstolos e transmitida pelo Magistério, compreendida nos credos; a celebração comum dessa fé no culto divino sobretudo com os sacramentos; a comunhão com o Papa e com os bispos, sucessores de Pedro e dos Apóstolos à frente da Igreja. 2) Santa: a santidade é a finalidade primitiva da Igreja, para levar a um crescimento, à santidade; apesar de homens e mulheres pecadores, a Igreja é santa; vê-se isso na grande quantidade de Santos que a Igreja canonizou; não são os únicos santos que estão no Céu, pois há também os santos não canonizados: assim, muitos dos seus filhos já está no Céu. 3) Católica: carácter universal. Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça, recebendo dele a plenitude dos meios de salvação. Além disso, a missão redentora do Verbo encarnado não se limita a alguns, mas dirige-se a todos: «Ide por todo o mundo e ensinai o Evangelho a todas as criaturas», sendo os Apóstolos enviados a todos. Por isso consegue integrar na sua unidade todas as riquezas das culturas, purificando-as. O entrelaçado de unidade com a diversidade dá a comunhão; pode assumir os aspectos positivos que têm outras culturas. Por exemplo, os ritos vigentes na Igreja são: na Igreja Católica, o rito latino (o romano, o ambrosiano, o bracarense, etc.); nas Igrejas Católicas Orientais, os ritos bizantino, alexandrino, etc.; contudo, as Igrejas com esse rito devem-se manter em comunhão com o Romano Pontífice. 4) Apostólica: identificação da Igreja com os Apóstolos; fundado sobre os Apóstolos. Trata-se de uma vontade precisa que a sucessão apostólica acontecesse, para manter inalterados ao longo dos séculos a doutrina, os meios de santificação, os órgãos de governo e a missão.

28 5 – A Igreja Católica e as confissões cristãs 5 – A Igreja Católica e as confissões cristãs Só na Igreja Católica se dão essas quatro Notas na sua plenitude; são características da Igreja verdadeira, confessadas desde sempre no Credo. Nas outras confissões também se podem encontrar muitos elementos de verdade, mas não com esta plenitude. «Fora da Igreja não há salvação»: é uma frase recebida da Tradição. Não se pode interpretá-la em sentido radical, excluindo todos aqueles que não pertencem à organização visível da Igreja. De facto, existem muitas circunstâncias de ignorância não culpável; vai contra o que disse São Paulo e condenado por Pio XII. Significa que a Igreja é sempre necessária para a salvação: o vínculo entre Cristo e a Igreja é grande. Não há dicotomia entre os dois. Cristo assegurou: «o que crer e for baptizado, salvar-se-á, mas o que não crer, condenar-se-á» (Mc 16, 16). Os não-católicos salvam-se? Deve-se ver os graus de pertença à Igreja. A incorporação pode ser: plena: todos os baptizados, mesmo noutras confissões cristãs com baptismo válido, que se convertem ao catolicismo, que salvaguardem os vínculos da profissão da fé, dos sacramentos e governo e a comunhão com o Papa e Bispos; mesmo quem pertença à Igreja e não está nela de coração, não pratica caridade, há católicos que não se salvam; ou não plena (depende do grau de comunhão, pois liga-se em muitas coisas a outras Igrejas cristãs, mas não professam integralmente a fé; a comunhão é maior com as Igrejas Ortodoxas do que com os Protestantes; os Ortodoxos consideram o Papa um «Pai na fé», admiram-no, mas não a sua autoridade em termos vinculativos; a não aceitação do Papa é no essencial o que os separa dos Católicos). Deve-se atender à ordenação à Igreja, tendência geral de encaminhamento para a Igreja. Aqui enquadram-se os judeus, muçulmanos e os que procuram a Deus entre sombras. O Concílio Vaticano II diz que os que não conhecem Deus ou praticam religião não cristã podem salvar-se, desde que ignorem sem culpa própria o Evangelho de Cristo e Sua Igreja; e esforcem-se por levar vida recta, mas sem os meios de santificação dados por Cristo é mais difícil perseverarem. ECUMENISMO: a divisão entre os cristãos «contradiz abertamente a vontade de Cristo, é um escândalo para o mundo». O ecumenismo da Igreja assenta no princípio que a unidade da única Igreja de Cristo subsiste, indefectível, na Igreja Católica. A Igreja sente o dever de chamar os cristãos à unidade. DIÁLOGO INTER- RELIGIOSO: É um diálogo com as religiões não cristãs. Este assunto será aprofundado no EFC 20: «Relações Igreja- mundo: Doutrina Social da Igreja e Ecumenismo.

29 6. A Igreja invisível

30 6 – A Igreja invisível 6 – A Igreja invisível Até ao dia da segunda e definitiva vinda de Cristo no final dos tempos, “os seus discípulos, uns peregrinam na terra; outros, já defuntos, se purificam; enquanto que outros estão glorificados, contemplando claramente ao próprio Deus, uno e trino, tal como é” (Lumen gentium 49). Estas três porções do Povo de Deus compõem uma mesma e só Igreja: a única Igreja de Cristo. Mas cada uma é um dos estados da Igreja: triunfante, purgante e militante. A Igreja triunfante é a do céu, constituída por todos os que morreram na graça de Deus e estão devidamente purificados. 1 Cor 2, 9: “nem olho viu, nem ouvido ouviu...”. É o modelo da Igreja na terra, e a sua meta: o objectivo final da missão que Cristo lhe confiou. A Igreja purgante é a formada por todos os que precisam de uma última purificação: CIC 1030: «os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas imperfeitamente purificados, ainda que estão seguros da sua eterna salvação, sofrem depois da sua morte uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu». A Igreja militante é a formada pelos que caminham ainda na terra. É sempre “missionária”. OS TRÊS ESTADOS DA IGREJA:

31 6 – A Igreja invisível 6 – A Igreja invisível Na Igreja existe uma íntima união entre todos os seus membros, estejam onde estiverem: na terra, no purgatório ou no Céu, a chamada Comunhão dos santos. É como uma espécie de corrente interior de graça e de vida divina, que circula entre todos os membros da Igreja e a todos junta. Tem dois significados estreitamente relacionados: comunhão nas coisas santas = os fiéis da terra participam nos bens espirituais da Igreja; comunhão entre as pessoas santas = compenetração que se dá entre todos os fiéis: “a união dos membros da Igreja peregrina com os irmãos que dormiram na paz de Cristo não se interrompe de nenhuma maneira” (Lumen gentium 49). Os modos de participar na Comunhão dos santos são distintos,conforme a situação e o estado de cada um: 1. Os fiéis da Igreja militante em estado de graça podem intervir a favor dos outros e das almas do purgatório, com a sua oração e o mérito das suas boas obras. 2. Os membros da Igreja purgante podem receber a ajuda dos restantes para a sua purificação e, por sua vez, interceder a favor dos fiéis da terra («as benditas almas do Purgatório»). 3. Os bem-aventurados da Igreja triunfante já alcançaram a sua meta e não necessitam de auxílios. Mas ajudam muito aos fiéis da Igreja peregrina e da purgante com a sua intercessão diante de Deus. A COMUNHÃO DOS SANTOS: Por este dogma, da comunhão dos Santos, «Creio na Comunhão dos Santos», cobra sentido as intenções das Missas por defuntos…

32 6 – A Igreja invisível 6 – A Igreja invisível Não pode faltar ou desaparecer: não só no sentido de perseverança no tempo, mas também no de persistência em ser tal e como Cristo a quis e fundou, até ao fim dos séculos. Verdade de fé baseada em duas promessas de Jesus: Mt 16, 18: «as portas do inferno não prevalecerão contra Ela», e Mt 28, 20: «Eu estarei convosco todos os dias até ao fim do mundo». Lumen gentium 48: “A Igreja... só logrará a sua plenitude consumada na glória do céu, quando chegue o tempo da restauração de todas as coisas e quando, juntamente com o género humano, também toda a criação... fique perfeitamente renovada em Cristo”. Ignoramos por completo quando acontecerá o fim do mundo (cfr. Mc 13, 32). Mas sabemos que vários acontecimentos precederão a consumação ou perfeição final da Igreja. 1. A Igreja ver-se-á submetida a uma grande prova: Mc 13, 19-23. 2. Ressuscitarão os corpos de todos os homens: CIC 990: “a ‘ressurreição da carne’ significa que, depois da morte, não haverá somente vida da alma imortal, mas que também os nossos ‘corpos mortais’ voltarão a ter vida”. 3. Cristo glorioso virá para julgar todos os homens. É a chamada Parusia. CIC 1039: “Será posta ao nu definitivamente a verdade da relação de cada homem com Deus”. Então a Igreja alcançará a sua meta e a sua consumação ou plenitude. INDEFECTIBILIDADE DA IGREJA: CONSUMAÇÃO DA IGREJA:

33 6 – A Igreja invisível 6 – A Igreja invisível Lumen gentium 54: Maria é quem, “depois de Cristo, ocupa na Santa Igreja o lugar mais alto e ao mesmo tempo o mais próximo de nós”. Desde o Calvário e até ao final dos tempos, Maria Santíssima leva a cabo, junto a Cristo, uma singular missão maternal entre os membros do povo de Deus. Da sua maternidade divina provêm todos os seus títulos e privilégios. MARIA, MÃE DA IGREJA: A Igreja sempre considerou Maria, além de Mãe de Deus, também Mãe dos fiéis cristãos na ordem da graça. 1. Precede à Igreja, porque a sua concepção imaculada é o primeiro acto redentor de Cristo, e a sua fé e obediência livre são requisitos prévios para a entrada de Jesus no mundo. 2. Está activamente presente a todo o momento da fundação da Igreja (encarnação, vida, morte, ressurreição de Jesus e Pentecostes). 3. “Com a Assunção ao Céu, não deixou esta missão salvadora, mas com a sua multíplice intercessão continua a obter-nos os dons da salvação eterna” (Lumen gentium 62). Em 21.XI.1964, Paulo VI proclamou Maria “Mãe da Igreja”. No seu discurso de encerramento da terceira sessão do Concílio Vaticano II afirmou: “Por ser Mãe d’Aquele que desde o primeiro instante da encarnação no seu seio virginal se constituiu na Cabeça do seu Corpo Místico que é a Igreja… Maria, pois, como Mãe de Cristo, é também Mãe dos fiéis e dos pastores, quer dizer, da Igreja”.

34 7. Bibliografia recomendada (E.F.C. 17) Números 751-945 Cap. 14Caps. XX e XXI TODO O LIVRO Cap. 1


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