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Dom Casmurro DOM CASMURRO (1889) Joaquim Maria Machado de Assis Rio de Janeiro, 1839-1908.

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1 Dom Casmurro DOM CASMURRO (1889) Joaquim Maria Machado de Assis Rio de Janeiro,

2 QUESTÃO 1) (PUC-SP) A respeito de Capitu, personagem do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, é correto afirmar que: a) é a figura central da trama narrativa porque se envolve em uma situação de adultério que leva à destruição de seu casamento com Bentinho. b) tem um papel secundário e insignificante na ordem do enredo, já que todas as ações da narrativa convergem para um desfecho do qual ela não participa. c) é caracterizada pelo agregado José Dias como cigana oblíqua e dissimulada e sobre ela incide ainda a metáfora de “olhos de ressaca”, que lhe é atribuída por Bentinho. d) deixa transparecer uma relação clandestina com Escobar, explicitada nas lágrimas dela no momento da encomendação e partida do corpo do nadador da manhã. e) recaem sobre ela incriminações de ordem moral que a fazem merecedora das desconfianças dos amigos e do fim trágico a que chegou.

3 Enredo Nascimento (Pedro de Alburquerque Santiago e Dona Maria da Glória Fernades Santiago) – fazenda José Dias – médico/homeopata 1o filho – nasce morto; promessa padre; Bento de Alburquerque Santiago (Bentinho) Pai deputado – Rio de Janeiro – rua de Matacavalos Morte pai – 4 anos; Dona Glória – matriarca; casa dos três viúvos – irmão Cosme, prima Justina Revelação promessa de entregar filho igreja; Contrata padre Cabral (evitar separação) Vizinhos – família Pádua (João, Fortunata e Capitolina)

4 Enredo José Dias lembra à D. Glória da promessa; Bentinho, atônito, percebe que amava Capitu. “As pernas desceram-me os três degraus que davam para a chácara, e caminharam para o quintal vizinho. Era costume delas, às tardes, e às manhãs também. Que as pernas também são pessoas, apenas inferiores aos braços, e valem de si mesma, quando a cabeça não as rege por meio de idéias. As minhas chegaram ao pé do muro. Havia ali uma porta de comunicação mandada rasgar por minha mãe, quando Capitu e eu éramos pequenos. A porta não tinha chave nem taramela- abria-se empurrando de um lado ou puxando de outro, e fechava-se ao peso de uma pedra pendente ou uma corda.”

5 Enredo Inscrição no muro
Bentinho revela a Capitu que será enviado ao seminário “- E que interesse tem José Dias em lembrar isto? perguntou-me no fim.” - Acho que nenhum; foi só para fazer mal. É um sujeito muito ruim; mas, deixe estar que me há de pagar. Quando eu for dono da casa, quem vai para a rua é ele; você verá; não me fica um instante. Mamãe é boa demais; dá-lhe atenção demais. Parece até que chorou.” Capitu traça um plano: em vez de ser padre, seria advogado José Dias cria uma imagem da figura (olhos) Capitu “Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada.“ Dias depois… “Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar.”

6 Enredo “Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve.”

7 Enredo Primeiro beijo Bentinho pede à mãe que desfaça a promessa/prazo de 2 meses Juramento do poço “(…) prometo que há de batizar o meu primeiro filho.” “(…) juremos que nos havemos de casar um com outro, haja o que houver.” Seminário – visitava família todo fim de semana; Afeições de D. Glória; Insinuações de J. Dias para conduzi-lo à Europa;

8 Enredo - Questão 2) Qual é a relação de Iago, personagem de Otelo, de Shakespeare, e José Dias, agregado em casa de Dona Glória? Cap. LXII) – Uma ponta de Iago - “Capitu como vai? Tem andado alegre, como sempre; é uma tontinha. Aquilo enquanto não pegar um peralta da vizinhança que se case com ela…” Ezequiel Escobar; doença de D. Glória; Sancha; pai Gurgel; semelhança de Capitu com esposa Gurgel.

9 Enredo Bentinho simula ataque de tuberculose; Escobar sugere que financiassem ordenação de moço pobre; Bentinho: bacharel em Direito; Casamento de Escobar e Sancha; Filha (Capitu, em homenagem); Casamento Bentinho e Capitu; bairro da Glória; filho Ezequiel (homenagem) Moravam próximos; Ezequiel possuía hábito imitar pessoas, principalmente Dias; vê feições do menino no amigo; Morte de Escobar; Capitu chora;

10 “Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida
“Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas... As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela: Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, com a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã.” ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Capítulo 123. São Paulo: Martin Claret, 2004. 3) Responda: A) Ao falar do choro de Capitu, Bentinho se refere a “algumas lágrimas poucas e caladas...” Que sentido tem o adjetivo caladas nessa passagem? O que insinua Bentinho com ele? B) José Dias tinha dito, certa vez, que Capitu tinha “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. Esse comentário encontra justificativa no comportamento de Capitu na cena do velório? Por quê?

11 Enredo Bentinho deve proferir discurso (“Uma comparação”);
fazer questão 4 (p. 155) Suicidar-se, matar Capitu ou o filho; 4) (Cásper Líbero-SP) Leia o trecho para responder à questão: O meu plano foi esperar o café, dissolver nele a droga e ingeri-la. Até lá, não tendo esquecido de todo a minha história romana, lembrou-me que Catão, antes de se matar, leu e releu um livro de Platão. Não tinha Platão comigo; mas um tomo truncado de Plutarco. (...) O copeiro trouxe o café. Ergui-me, guardei o livro e fui para a mesa onde ficara a xícara. Já a casa estava em rumores; era tempo de acabar comigo. A mão tremeu-me ao abrir o papel em que trazia a droga embrulhada. Ainda assim tive ânimo de despejar a substância na xícara, e comecei a mexer o café, os olhos vagos, a memória em Desdêmona inocente; o espetáculo da véspera vinha intrometer-se na realidade da manhã. Mas a fotografia de Escobar deu-me o ânimo que me ia faltando; lá estava ele, com a mão nas costas da cadeira, a olhar ao longe... — Acabemos com isto, pensei. Quando ia beber, cogitei se não seria melhor esperar que Capitu e o filho saíssem para a missa; beberia depois; era melhor. Assim disposto, entrei a passear pelo gabinete. Ouvi a voz de Ezequiel no corredor, vi-o entrar e correr a mim bradando: — Papai! Papai! Leitor, houve aqui um gesto que eu não descrevo por havê-lo inteiramente esquecido, mas crê que foi belo e trágico. Efetivamente a figura do pequeno fez-me recuar até dar de costas na estante. Ezequiel abraçou-me os joelhos, esticou- se na ponta dos pés, como querendo subir e dar-me o beijo do costume; e repetia, puxando-me: — Papai! Papai!” (CXXXVI)

12 Tendo em vista a fábula de Dom Casmurro, o trecho acima refere-se:
a) ao desejo da personagem Bentinho de dar cabo à própria vida, por estar ciente de que uma angústia visceral, que o acompanhava desde a infância, aniquilava-o cada vez mais. b) à tentativa de Bentinho em causar em sua mulher, Capitu, um remorso sufocante pelo fato de ela tê-lo traído com Escobar, seu melhor amigo. c) à recusa de viver da personagem Bentinho, já sufocado pelos muitos desencontros entre seus desejos e a concretização deles. d) ao empenho da personagem Bentinho em pôr um fim à vida, convencido de que sua mulher, Capitu, traiu-o com Escobar, seu melhor amigo. e) à certeza de Bentinho quanto aos seus desajustes e desequilíbrios e quanto à dificuldade em transmitir afeto a Ezequiel, seu filho.

13 Enredo Separação, Suiça; morte de Capitu; Ezequiel volta ao Rio; morrem J. Dias, D. Glória (“Uma santa”) e Ezequiel (teatro). Bento Santiago permanece só, recluso; “Vivo só, com um criado. A casa em que moro é própria; fi-la construir de propósito, levado de um desejo tão particular que me vexa imprimi-lo, mas vá lá. Um dia, há bastantes anos, lembrou-me reproduzir no Engenho Novo a casa em que me criei na antiga Rua de Mata-cavalos, dando-lhe o mesmo aspecto e economia daquela outra, que desapareceu.” Manda recontruir a casa de Matacavalos, pois seu propósito era “(…) atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência.” Como não consegue, tenta recompor a vida por meio da história.

14 5) Por que a obra se chama Dom Casmurro? Explique.
Capítulo I – Do título 5) Por que a obra se chama Dom Casmurro? Explique. Capítulo I – Do título “Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até o fim do livro, vai este mesmo.”

15 Capítulo II – DO LIVRO “Agora que expliquei o título, passo a escrever o livro. Antes disso, porém, digamos os motivos que me põem a pena na mão. Vivo só, com um criado. A casa em que moro é própria; fi-la construir de propósito, levado de um desejo tão particular que me vexa imprimi-lo, mas vá lá. Um dia, há bastantes anos, lembrou-me reproduzir no Engenho Novo a casa em que me criei na antiga Rua de Matacavalos, dando-lhe o mesmo aspecto e economia daquela outra, que desapareceu. Construtor e pintor entenderam bem as indicações que lhes fiz: é o mesmo prédio assobradado, três janelas de frente, varanda ao fundo, as mesmas alcovas e salas.”

16 Considerações Narração – 1a pessoa; pseudo-autobiografia, já que é personagem fictícia; Auto-análise – provar que não errou; Semelhança de Capitu com a mulher de Gurgel; Simula buscar a verdade – preconceito disfarçado, afirma o contrário do que sente (irônico - Lawrence Sterne - e enganoso); Na velhice, além de esquecido, é omisso (definição de “casmurro”). Tradição luciânica (Luciano de Samósata – Diálogo dos mortos) – obra aberta, ou seja, sem conclusão explícita e definitiva. Convivas de Boa Memória (CAP.LIX) (…) Não, não, a minha memória não é boa. Ao contrário, é comparável a alguém que tivesse vivido por hospedarias, sem guardar delas nem caras nem nomes, e somente raras circunstâncias. (…) Como eu invejo os que não esqueceram a cor das primeiras calças que vestiram! Eu não atino com a das que enfiei ontem. Juro só que não eram amarelas porque execro essa cor; mas isso mesmo pode ser olvido e confusão. E antes seja olvido que confusão; explico-me. Nada se emenda bem nos livros confusos, mas tudo se pode meter nos livros omissos. Eu, quando leio algum desta outra casta, não me aflijo nunca. O que faço, em chegando ao fim, é cerrar os olhos e evocar todas as coisas que não achei nele. Quantas idéias finas me acodem então! Que de reflexões profundas! Os rios, as montanhas, as igrejas que não vi nas folhas lidas, todas me aparecem agora com as suas águas, as suas árvores, os seus altares; (…)

17 Considerações Metalinguagem
Nomes - Bento Santiago (abençoado por Deus) x Capitolina (Capitólio – templo pagão dos romanos) INTERTEXTUALIDADE Iago (Othello ) Príamo (Ilíada) Abraão e Isaac PESSIMISMO Capítulo 9, "A Ópera". Um velho tenor expõe ao narrador sua teoria: "A vida é uma ópera e uma grande ópera". Da exposição minuciosa resulta a idéia de que a vida que vivemos na Terra não passa da encenação de uma grande peça musical, um drama cuja história foi criada por Deus, sendo música e encenação assinados por Satanás. Daí "alguns desconcertos", repetições e imperfeições variadas, uma vez que, embora escrito por Deus, os atores são regidos pelo diabo, os quais empanam o brilho da obra divina.

18 – Não, retorquiu o Senhor, não quero ouvir nada. – Mas, senhor...
CAPÍTULO IX A Ópera “Deus é o poeta. A música é de Satanás, jovem maestro de muito futuro, que aprendeu no conservatório do céu. Rival de Miguel, Rafael e Gabriel, não tolerava a precedência que eles tinham na distribuição dos prêmios. (...). Tramou uma rebelião que foi descoberta a tempo, e ele expulso do conservatório. Tudo se teria passado sem mais nada, se Deus não houvesse escrito um libreto de ópera, do qual abrira mão, por entender que tal gênero de recreio era impróprio da sua eternidade. Satanás levou o manuscrito consigo para o inferno. Com o fim de mostrar que valia mais que os outros – e acaso para reconciliar-se com o céu –, compôs a partitura, e logo que a acabou foi levá-la ao Padre Eterno. – Senhor, não desaprendi as lições recebidas, disse-lhe. Aqui tendes a partitura, escutai-a, emendai-a, fazei-a executar, e se a achardes digna das alturas, admiti-me com ela a vossos pés... – Não, retorquiu o Senhor, não quero ouvir nada. – Mas, senhor... – Nada! nada!

19 – Ouvi agora alguns ensaios!
CAPÍTULO IX A Ópera Satanás suplicou ainda, sem melhor fortuna, até que Deus, cansado e cheio de misericórdia, consentiu em que a ópera fosse executada, mas fora do céu. Criou um teatro especial, este planeta, e inventou uma companhia inteira, com todas as partes, primárias e comprimárias, coros e bailarinos. – Ouvi agora alguns ensaios! – Não, não quero saber de ensaios. Basta-me haver composto o libreto; estou pronto a dividir contigo os direitos de autor. Foi talvez um mal esta recusa; dela resultaram alguns desconcertos que a audiência prévia e a colaboração amiga teriam evitado. Com efeito, há lugares em que o verso vai para a direita e a música para a esquerda. (...)”

20 PERSONAGENS As personagens machadianas possuem densidade moral. Com isso, não se pretende exprimir juízo de valor, ou seja, não se cogita se são boas ou más do ponto de vista ético. Bentinho: pseudo-autor, narrador e personagem. Há um espírito dividido (no passado: mãe e namorada; no presente: entre o passado e o presente; acusa e louva Capitu). Sabe-se somente que é mais baixo que a esposa e como diz tio Cosme: “é a cara do pai”. Capitu: Apesar de ser uma das mais intrigantes personagens da Literatura Brasileira, sabe-se pouco de seu físico. Capitu, assim como Bentinho, são personagens esféricas: quase nunca são escritas fisicamente e seus traços psicológicos são apresentados aos poucos. Escobar - relação afetuosa com Bentinho: “Um amigo supria assim um defunto, e tal amigo que durante cerca de cinco minutos esteve com a minha mão entre as suas, como se me não visse desde longos meses.” “Fiquei tão entusiasmado com a facilidade mental do meu amigo, que não pude deixar de abraçá-lo. Era no pátio; outros seminaristas notaram a nossa efusão; um padre que estava com eles não gostou. (cap. 93) - A modéstia, disse-nos, não consente esses gestos excessivos; podem estimar-se com moderação.” (cap. 94) “Uma só vez olhei para o retrato de Escobar. Era uma bela fotografia tirada um ano antes. Estava de pé, sobrecasaca abotoada, a mão esquerda no dorso de uma cadeira, a direita metida ao peito, o olhar ao longe para a esquerda do espectador. Tinha garbo e naturalidade. A moldura que lhe mandei pôr não encobria a dedicatória, escrita embaixo, não nas costas do cartão: ‘Ao meu querido Bentinho o seu querido Escobar ’ ” (cap. 120)

21 PERSONAGENS José Dias: homem esperto (agregado da família Santiago). Representa aquelas pessoas que viviam junto a famílias abastadas do Brasil imperial, mas que acabavam influindo em algumas decisões dessas famílias. Era um charlatão arrependido e o grande parasita da obra machadiana. Usava constantemente os superlativos para impressionar os ouvintes: “José Dias amava os superlativos. Era um modo de dar feição monumental às idéias; não as havendo, servia a prolongar as frases.” Dona Glória - mãe de Bentinho. Trata-se de um fiel retrato da mulher oitocentista brasileira: primorosa, superprotetora, matriarca poderosa. A relação de Bentinho com D. Glória é um tanto freudiana (complexo de Édipo) Justina: prima de D. Glória, viúva pobre e ressentida Cosme: tio de Bentinho, advogado bonachão Pádua: pai de Capitu; funcionário público pobre e fracassado Dona Fortunata: mãe de Capitu; típica dona de casa Sancha: amiga de Capitu e esposa de Escobar; passa a ser leitora em um momento da obra. Ezequiel: filho de Capitu e Bento (ou Escobar?). Assim como Bento, é obcecado pelo passado (arqueologia)

22 Questões (FUVEST) A narração dos acontecimentos com que o leitor se defronta no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, se faz em primeira pessoa, portanto, do ponto de vista da personagem Bentinho. Seria, pois, correto dizer que ela se apresenta: a) fiel aos fatos e perfeitamente adequada à realidade; b) viciada pela perspectiva unilateral assumida pelo narrador; c) perturbada pela interferência de Capitu que acaba por guiar o narrador; d) isenta de quaisquer formas de interferência, pois visa à verdade; e) indecisa entre o relato dos fatos e a impossibilidade de ordená-los.

23 Questões 2) (UFPB) No romance Dom Casmurro, ao lembrar o dia da revelação do amor de Capitu, o narrador escreve: “Confissão de crianças, tu valias bem duas ou três páginas, mas quero ser poupado. Em verdade, não falamos nada; o muro falou por nós. Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se. Não marquei a hora exata daquele gesto. Devia tê-la marcado; sinto a falta de uma nota escrita naquela mesma noite, e que eu poria aqui com os erros de ortografia que trouxesse, mas não traria nenhum, tal era a diferença entre o estudante e o adolescente. Conhecia as regras do escrever, sem suspeitar as do amar; tinha ‘orgias de latim’ e era virgem de mulheres.”

24 Questões 2) (...) Nesse trecho do romance verifica-se que:
a narrativa é construída a partir dos registros escritos do narrador. b) a passagem nega o comportamento ingênuo de Bentinho. c) a frase “sinto a falta de uma nota escrita naquela mesma noite” supõe que o narrador, agora velho, não confia inteiramente naquilo que narra. d) o registro de detalhes é sinal inequívoco do desprezo do narrador pela personagem Capitu. e) a passagem aponta para o desnível intelectual existente entre Bentinho e Capitu.

25 Questões 3) (Cásper Líbero-SP) Leia o trecho para responder à questão:
O meu plano foi esperar o café, dissolver nele a droga e ingeri-la. Até lá, não tendo esquecido de todo a minha história romana, lembrou-me que Catão, antes de se matar, leu e releu um livro de Platão. Não tinha Platão comigo; mas um tomo truncado de Plutarco. (...) O copeiro trouxe o café. Ergui-me, guardei o livro e fui para a mesa onde ficara a xícara. Já a casa estava em rumores; era tempo de acabar comigo. A mão tremeu-me ao abrir o papel em que trazia a droga embrulhada. Ainda assim tive ânimo de despejar a substância na xícara, e comecei a mexer o café, os olhos vagos, a memória em Desdêmona inocente; o espetáculo da véspera vinha intrometer-se na realidade da manhã. Mas a fotografia de Escobar deu-me o ânimo que me ia faltando; lá estava ele, com a mão nas costas da cadeira, a olhar ao longe...

26 Questões 3) (...) — Acabemos com isto, pensei.
Quando ia beber, cogitei se não seria melhor esperar que Capitu e o filho saíssem para a missa; beberia depois; era melhor. Assim disposto, entrei a passear pelo gabinete. Ouvi a voz de Ezequiel no corredor, vi-o entrar e correr a mim bradando: — Papai! Papai! Leitor, houve aqui um gesto que eu não descrevo por havê-lo inteiramente esquecido, mas crê que foi belo e trágico. Efetivamente a figura do pequeno fez-me recuar até dar de costas na estante. Ezequiel abraçou-me os joelhos, esticou- se na ponta dos pés, como querendo subir e dar-me o beijo do costume; e repetia, puxando-me:

27 Questões 3) (...) Tendo em vista a fábula de Dom Casmurro, o trecho acima refere-se: a) ao desejo da personagem Bentinho de dar cabo à própria vida, por estar ciente de que uma angústia visceral, que o acompanhava desde a infância, aniquilava-o cada vez mais. b) à tentativa de Bentinho em causar em sua mulher, Capitu, um remorso sufocante pelo fato de ela tê-lo traído com Escobar, seu melhor amigo. c) à recusa de viver da personagem Bentinho, já sufocado pelos muitos desencontros entre seus desejos e a concretização deles. d) ao empenho da personagem Bentinho em pôr um fim à vida, convencido de que sua mulher, Capitu, traiu-o com Escobar, seu melhor amigo. e) à certeza de Bentinho quanto aos seus desajustes e desequilíbrios e quanto à dificuldade em transmitir afeto a Ezequiel, seu filho.

28 Questões 4) (PUC-SP) A respeito de Capitu, personagem do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, é correto afirmar que: a) é a figura central da trama narrativa porque se envolve em uma situação de adultério que leva à destruição de seu casamento com Bentinho. b) tem um papel secundário e insignificante na ordem do enredo, já que todas as ações da narrativa convergem para um desfecho do qual ela não participa. c) é caracterizada pelo agregado José Dias como cigana oblíqua e dissimulada e sobre ela incide ainda a metáfora de “olhos de ressaca”, que lhe é atribuída por Bentinho. d) deixa transparecer uma relação clandestina com Escobar, explicitada nas lágrimas dela no momento da encomendação e partida do corpo do nadador da manhã. e) recaem sobre ela incriminações de ordem moral que a fazem merecedora das desconfianças dos amigos e do fim trágico a que chegou.

29 Questões 5) (ITA-SP) O romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, é comumente lido como uma obra que apresenta um problema a ser resolvido: Capitu traiu ou não Bentinho? Sobre esse problema, de difícil solução, considere as seguintes afirmações: I. Capitu acusa Bentinho de “ter ciúmes até dos mortos”, o que é uma forma de ela se defender da acusação do marido, já que ele não acredita ser o pai de Ezequiel. II. A semelhança física de Ezequiel com Escobar é relativizada no romance, uma vez que Capitu também é muito parecida com a mãe de Sancha e não há, aqui, nenhum laço de parentesco. III. Em momento algum do livro, Capitu e Escobar aparecem em situações comprometedoras. IV. Bentinho, o narrador da história, relata parcialmente os fatos e com muito rancor por Capitu e Escobar, os quais, segundo ele, foram amantes.

30 Questões 5) (...) Estão corretas as afirmações: ( ) I, II e III.
b) ( ) I e III. c) ( ) II, III e IV. d) ( ) III e IV. e) ( ) todas.

31 Questões 5) (...) A questão não apresenta resposta logicamente sustentável porque as afirmações II e III estão incorretas, e não há alternativa que contemple essa hipótese. O erro da asserção II consiste em dizer que a semelhança física entre Ezequiel e Escobar é relativizada, fazendo supor que, em algum momento da narrativa, a semelhança deixasse de ser tão ostensiva quanto em outros momentos. Ao contrário, segundo a percepção de Bentinho, o aspecto físico de Ezequiel cada vez mais se aproxima do de Escobar, chegando ao extremo da coincidência de gestos e maneiras. Logo, a identidade física de Capitu com a mãe de Sancha não relativiza a outra semelhança: na trama do texto, essa segunda semelhança enfraquece o argumento de que a identidade física pudesse ser utilizada como índice de adultério.

32 Questões

33 Questões

34 (PUCPR – 2011) Leia o trecho abaixo da obra Dom Casmurro, de
Machado de Assis. Em seguida considere as assertivas. Capítulo II- A denúncia (...) --Mas, Sr. José Dias, tenho visto os pequenos brincando, e nunca vi nada que faça desconfiar. Basta a idade; Bentinho mal tem quinze anos. Capitu fez quatorze a semana passada; são dois criançolas. Não se esqueça que foram criados juntos, desde aquela grande enchente, há dez anos, em que a família Pádua perdeu tanta coisa; daí vieram as nossas relações. Pois eu hei de crer?. . . Mano Cosme, você que acha? Tio Cosme respondeu com um "Ora!" que, traduzido em vulgar, queria dizer: "São imaginações do José Dias os pequenos divertem-se, eu divirto-me; onde está o gamão?" --Sim, creio que o senhor está enganado. --Pode ser, minha senhora. Oxalá tenham razão; mas creia que não falei senão depois de muito examinar... --Em todo caso, vai sendo tempo, interrompeu minha mãe; vou tratar de metê-lo no seminário quanto antes. I. Esse trecho deixa clara a situação de José Dias na narrativa, pois foi ele quem atrapalhou todo o namoro de Bentinho e Capitu. II. Segundo o texto, a família de Capitu, como era pobre, incentivava o namoro dos jovens como uma possibilidade de ascensão social. III. Depois do dia lembrado no capítulo 2, Bentinho foi para o seminário, sem questionar. IV. Tio Cosme é caracterizado como alguém interessado pelos acontecimentos que o rodeiam. V. A ideia da ida de Bentinho para o seminário surgiu nesse momento. Assinale a alternativa CORRETA: A) Somente as assertivas I, II e III são verdadeiras. B) Somente as assertivas I e V são verdadeiras. C) Todas as assertivas são falsas. D) Somente as assertivas II e V são falsas. E) Somente a assertiva V é falsa.

35 (PUCPR – 2011) Considere as assertivas sobre Dom Casmurro, de
Machado de Assis. I. O romance faz parte de chamada literatura realista machadiana. II. O adultério de Capitu tem sido colocado em dúvida também em função da construção do texto, que permite a possibilidade de outra leitura. III. Publicado em 1900, o romance se filia a uma temática comum à época: o adultério feminino. IV. O fato de ser narrado em terceira pessoa permite que Bentinho crie a dúvida quanto à exatidão de suas lembranças. V. A duplicidade, encontrada na leitura dessa obra, é uma constante na obra machadiana. Assinale a alternativa CORRETA: A) Somente as assertivas I, II e III são verdadeiras. B) Somente as assertivas I e V são verdadeiras. C) Somente a assertiva IV é falsa. D) Somente as assertivas II e V são falsas. E) Somente a assertiva IV é falsa.

36 Leia o trecho de Dom Casmurro para marcar o item
correto sobre essa obra, entre os listados abaixo. Capítulo CXXXV- OTELO “Jantei fora. De noite fui ao teatro. Representava-se justamente Otelo, que eu não vira nem lera nunca; sabia apenas o assunto, e estimei a coincidência. (...)O último ato mostrou-me que não eu, mas Capitu devia morrer. Ouvi as súplicas de Desdêmona, as suas palavras amorosas e puras, e a fúria do mouro, e a morte que este lhe deu entre aplausos frenéticos do público. - E era inocente(...) que faria o público se ela deveras fosse culpada, tão culpada como Capitu?” Fonte: Assis, Machado. Dom Casmurro. São Paulo: Catania Editora, s/d. I. O trecho mostra por que é um romance tipicamente Realista, pois fala de traição. II. O trecho nos mostra como o autor constrói a ambiguidade em torno da personagem, ao afirmar sua culpa, mas apresentar como referência uma personagem inocente. III. A intertextualidade com a obra de Shakespeare é presença constante no texto machadiano. Neste romance, ela aparece como um recurso narrativo, dirigindo a leitura do texto. IV. O trecho selecionado aponta para o leitor machadiano, crítico suficiente para entender a referência a Desdêmona como uma possibilidade para a personagem brasileira. V. O importante não é se houve traição, mas como a dúvida se constrói. A) Somente a alternativa I está correta. B) A alternativa V está incorreta. C) As alternativas I, II e IV estão corretas. D) Somente a alternativa I está incorreta. E) Todas alternativas estão todas corretas.


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