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A cidade e as serras de Eça de Queirós. Por uma conclusão bem natural, a idéia de Civilização, para Jacinto, não se separava da imagem de Cidade, duma.

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1 A cidade e as serras de Eça de Queirós

2 Por uma conclusão bem natural, a idéia de Civilização, para Jacinto, não se separava da imagem de Cidade, duma enorme Cidade, com todos os seus vastos órgãos funcionando poderosamente. Nem este meu supercivilizado amigo compreendia que longe de armazéns servidos por três mil caixeiros; e de Mercados onde se despejam os vergéis e lezírias de trinta províncias; e de Bancos em que retine o ouro universal; e de Fábricas fumegando com ânsia, inventando com ânsia; e de Bibliotecas abarrotadas, a estalar, com a papelada dos séculos; e de fundas milhas de ruas, cortadas, por baixo e por cima, de fios de telégrafos, de fios de telefones, de canos de gases, de canos de fezes; e da fila atroante dos ônibus, tramas, carroças, velocípedes, calhambeques, parelhas de luxo; e de dois milhões duma vaga humanidade, fervilhando, a ofegar, através da Polícia, na busca dura do pão ou sob a ilusão do gozo - o homem do século XIX pudesse saborear, plenamente, a delícia de viver! Quando Jacinto, no seu quarto do 202, com as varandas abertas sobre os lilases, me desenrolava estas imagens, todo ele crescia, iluminado. Que criação augusta, a da Cidade! Só por ela, Zé Fernandes, só por ela, pode o homem soberbamente afirmar a sua alma!... Capítulo 1

3 SUMA CIÊNCIA SUMA POTÊNCIA SUMA FELICIDADE

4 Jacinto Galeão Dona Angelina CintinhoTeresinha Velho JACINTO PRÍNCIPE DA GRÃ VENTURA PROTAGONISTA JOSÉ FERNANDES NARRADOR – TESTEMUNHA DEUTERAGONISTA

5 Classificação geral da obra: Pertence à fase chamada de Realismo-fantasista. Romance Realista que mescla tendências do próprio Realismo, do Romantismo, do Impressionismo e do Naturalismo. Narrativa metafórica, de significado simbólico. Romance de espaço.

6 Primeira parte – Paris “A cidade” Do capítulo 01 até metade do capítulo 08 Jacinto se deixa vencer por um tédio irresistível e um pessimismo atroz Segunda parte – Tormes “As serras” Da metade do capítulo 08 até o final da obra. Jacinto encontra a felicidade e o entusiasmo na vida simples e no meio rural Poder de ironia e talento caricatural Carga de lirismo com descrições impressionistas

7 -Meus amigos, há uma desgraça... Dornan pulou na cadeira: -Fogo? -Não, não era fogo. Fora o elevador dos pratos que inesperadamente, ao subir o peixe de S. Alteza, se desarranjara, e não se movia encalhado! O Grão duque arremessou o guardanapo. Toda a sua polidez estalava como um esmalte mal posto: -Essa é forte!... Pois um peixe que me deu tanto trabalho! Para que estamos nós aqui então a cear? Que estupidez! E por que o não trouxeram à mão, simplesmente? Encalhado... Quero ver! Onde é a copa? E, furiosamente, investiu para a copa, conduzido pelo mordomo que tropeçava, vergava os ombros, ante esta esmagadora cólera de Príncipe. Jacinto seguiu, como uma sombra, levado na rajada de S. Alteza. E eu não me contive, também me atirei para a copa, a contemplar o desastre, enquanto Dornan, batendo na coxa, clamava que se ceasse sem peixe! O Grão-Duque lá estava, debruçado sobre o poço escuro do elevador, onde mergulhara uma vela que lhe avermelhava mais a face esbraseada. Espreitei, por sobre o seu ombro real. Em baixo, na treva, sobre uma larga prancha, o peixe precioso alvejava, deitado na travessa, ainda fumegando, entre rodelas de limão. Jacinto, branco como a gravata, torturava desesperadamente a mola complicada do ascensor. Depois foi o Grão-Duque que, com os pulsos cabeludos, atirou um empuxão tremendo aos cabos em que ele rolava. Debalde! O aparelho enrijara numa inércia de bronze eterno. Capítulo 4

8 Foco narrativo: Primeira pessoa – não confiável (inviabiliza a classificação do livro como um romance de tese) Narrador-testemunha - deuteragonista Parcialidade – ligação com a terra Reforço da perspectiva impressionista Personagem mais exposto de toda a obra

9 Personagens: Protagonista – representa a elite portuguesa ultracivilizada que se desenraizou do solo e da cultura lusitana. Trajetória sintetizada: [negação do campo / negação da cidade / síntese dialética] Referência ao mito grego de Jacinto, transformado em flor por Apolo. JACINTO

10 ZÉ FERNANDES Representa o fidalgo culto, viajado e perfeitamente identificado com suas raízes rurais lusitanas. Espírito prático e benigno. Temperamento afetuoso e compreensivo Personificação da amizade Caráter energético, marcado pela ironia, malicia e até cinismo. Forma um par com o protagonista Duplo de Jacinto – podem ser considerados uma versão modernizada de D.Quixote e Sancho Pança

11 CARICATURAS Condessa de Trèves Conde de Trèves Efraim – banqueiro judeu Diretor do jornal Boulevard Duque de Marizac Dornan – poeta neoplatônico Madame de Oredal Madame de Oriol Madame Verghane Princesa de Carman Grão Duque Casimiro Madame Colombe Maurício de Mayolle

12 Informações importantes – Parte I No primeiro capítulo acontece a apresentação das origens e das teorias de Jacinto, além de sua relação com Zé Fernandes. Passam-se sete anos entre o primeiro e o segundo capítulo. No reencontro, José Fernandes hospeda-se no 202. A partir do capítulo três o império de Jacinto começa a ruir literalmente. No capítulo quatro, após o fatídico jantar, Jacinto recebe a notícia do acidente em Tormes. Zé Fernandes se envolve com Madame Colombe durante algumas semanas, mas ela o abandona no capítulo cinco. Os amigos fazem um passeio a Mont Martre, à Basílica de Sacré- Coeur e, ao observar Paris, Jacinto diz: - Sim, é tudo uma ilusão... E a cidade a maior ilusão!

13 Retomando o trabalho com Drummond! (lista dos poemas comentados em sala) Morro da Babilônia Congresso internacional do medo Brinde no juízo final Privilégio do mar Indecisão do Méier Bolero de Ravel Os ombros suportam o mundo Mãos dadas

14 MENINO CHORANDO NA NOITE Na noite lenta e morna, morta noite sem ruído, um menino chora. O choro atrás da parede, a luz atrás da vidraça perdem-se na sombra dos passos abafados, das vozes extenuadas. E no entanto se ouve até o rumor da gota de remédio caindo na colher. Um menino chora na noite, atrás da parede, atrás da rua, longe um menino chora, em outra cidade talvez, talvez em outro mundo. E vejo a mão que levanta a colher, enquanto a outra sustenta a cabeça e vejo o fio oleoso que escorre pelo queixo do menino, escorre pela rua, escorre pela cidade (um fio apenas). E não há ninguém mais no mundo a não ser esse menino chorando.

15 Atualizando... Menino chorando na noite Morro da Babilônia Congresso internacional do medo Brinde no juízo final Privilégio do mar Indecisão do Méier Bolero de Ravel Os ombros suportam o mundo Mãos dadas

16 A TRANSIÇÃO - Capítulo 8 Da cidade para a serra

17 PERSONAGENS SECUNDÁRIAS DE MAIOR IMPORTÂNCIA Generalizações que ilustram tipos humanos, modelos gerais de comportamento ou personalidade. Grilo Tia Vicência Silvério Joaninha

18 Jacinto caminhou lentamente para o poial duma janela, onde caiu esbarrondado pelo desastre, sem resistência ante aquele brusco desaparecimento de toda a Civilização! Eu palpava a enxerga, dura e regelada como um granito de Inverno. E pensando nos luxuosos colchões de penas e molas, tão prodigamente encaixotados no 202, desafoguei também a minha indignação: -Mas os caixotes, caramba?... Como se perdem assim trinta e tantos caixotes enormes?... Jacinto sacudiu amargamente os ombros: -Encalhados, por aí, algures, num barracão!... Em Medina, talvez, nessa horrenda Medina. Indiferença das Companhias, inércia do Silvério... enfim a Península, a barbárie! Vim ajoelhar sobre o outro poial, alongando os olhos consolados por céu e monte: -É uma beleza! O meu Príncipe, depois de um silêncio grave, murmurou, com a face encostada à mão: -É uma lindeza... E que paz! Sob a janela vicejava fartamente uma horta, com repolho, feijoal, talhões de alface, gordas folhas de abóbora rastejando. Uma eira, velha e mal alisada, dominava o vale, de onde já subia tenuemente a névoa de algum fundo ribeiro. Toda a esquina do casarão desse lado se encravava em laranjal. E duma fontinha rústica, meio afogada em rosas tremedeiras, corria um longo e rutilante fio de água. -Estou com apetite desesperado daquela água! - declarou Jacinto, muito sério.

19 Informações importantes – Parte II O capítulo oito é o maior do livro e pode ser entendido como o da grande transição. Tanto a decisão da mudança, quanto a viagem e o impacto da chegada na serra estão contidos nele. Jacinto decide ficar em Tormes para o espanto do narrador. No capítulo nove integra-se completamente à vida no campo e é realizada a inauguração da igrejinha e o traslado das ossadas. O contato com a pobreza das serras ocorre no capítulo dez e Jacinto passa a contribuir para o progresso do lugar, decidido que está a construir casas para todos, uma escola, uma creche para os bebês, uma biblioteca, uma farmácia, etc... Há uma referência explícita ao Sebastianismo no capítulo onze, quando Jacinto,já popular na região passa a ser comparado a D.Sebastião, como se tivesse voltado para trazer progresso ao lugar. Os capítulos doze e treze se passam na casa de Zé Fernandes, onde Jacinto é confundido com miguelistas devido ao comportamento de seu avô – Galeão e tratado com frieza pela vizinhança, com exceção de tia Vicência.

20 Tempo: (1820 – 1854) - O avô de Jacinto escorrega em uma casca de laranja e o protagonista nasce. (anos 1870) – juventude entusiasta do protagonista. (fev 1887 – fev 1888) – cotidiano sufocante de Jacinto em Paris. (abr 1888 – mai 1889) – reconquista da alegria de viver no campo. (1894... ) – felicidade familiar de Jacinto com sua mulher e filhos. Cinco blocos de tempo bem definidos

21 Espaço: BLOCO I (DOS CAPÍTULOS I AO VII) CIDADE Mundo da cultura e civilização Espaço do progresso científico e tecnológico Responsável pela humanização do homem CAMPO Domínio da natureza e da selvageria Degradação do homem Redução da condição humana à bestialidade.

22 Espaço: BLOCO II (DOS CAPÍTULOS IX AO XVI) CIDADE Espaço de aviltamento do homem Progresso visto como ilusão Luxo da minoria decorrente da condição miserável da maioria CAMPO Natureza vista como espaço de libertação da inteligência Idealização da vida rural Vida campestre como fonte de paz e felicidade

23 Finalizando... No capítulo 14 o final feliz é preparado com o encontro entre Jacinto e Joaninha e a informação de que os dois se casaram em poucos meses. O capítulo 15 se passa depois de 5 anos de felicidade do casal e o nascimento de dois filhos, a primogênita Terezinha e Jacintinho. No último capítulo, o narrador retorna a paris e encontra a mesma sociedade fútil e superficial. Revê o 202 e se sente como que percorrendo um museu com toda a sua parafernália em inatividade.

24 A CIDADE E AS SERRAS Eça de Queirós – 1900 – Realismo em Portugal Gênero: romance realista português – fase do Realismo fantasista Estrutura: livro dividido em duas partes – 16 capítulos desiguais Foco narrativo: primeira pessoa – narrador-testemunha (deuteregonista) Enredo: a trajetória de Jacinto do progresso da civilização à simplicidade do campo Personagens: esféricos / planos / caricaturais: JACINTO - ZÉ FERNANDES - JOANINHA - GRILO - TIA VICÊNCIA – SILVÉRIO - Tempo: de 1820 até 1894 – divisão em blocos bem definidos. Espaço: considerado “romance de espaço” – o espaço influencia da psicologia das personagens. Linguagem: Parte I - poder de ironia e talento caricatural, Parte II – carga de lirismo com descrições impressionistas


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