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PARA UMA CRÍTICA SOBRE OS DISCURSOS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SUSTENTÁVEL Gustavo Lima

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Apresentação em tema: "PARA UMA CRÍTICA SOBRE OS DISCURSOS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SUSTENTÁVEL Gustavo Lima"— Transcrição da apresentação:

1 PARA UMA CRÍTICA SOBRE OS DISCURSOS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SUSTENTÁVEL Gustavo Lima gust3lima@uol.com.br

2 1. Discursos/teorias de Desenvolvimento Econômico tendem ao economicismo; ▪ Priorizam a dimensão econômica em detrimento das demais; ▪ Os aspectos quantitativos se sobrepõe aos qualitativos (PIB, renda per capita, etc); ▪ A dimensão social relativa à distribuição dos benefícios nem sempre é contemplada; ▪ A dimensão ambiental, base biofísica da economia é desconsiderada no primeiro caso e subordinada no segundo; ▪ As dimensões cultural e política são esquecida em algumas abordagens, resultando em modelos “de cima para baixo” e em experiências de reprodução cultural e tecnológica; ▪ Incorrem em reducionismo ao usar modelo explicativo unidimensional não multidimensional.

3 3. Discursos tendem à normatividade  Estabelecem um modelo ideal e único generalizável a todas as sociedades;  Propõe o ajuste das sociedades consideradas ao modelo;  Procedendo assim desconsideram as particularidades locais;  Impõe de cima abaixo uma opção sem que os interessados possam opinar. 4. Discursos seguem pensamento evolucionista  Evolucionismo supõe progresso inevitável e unidirecional das sociedades esquecendo incertezas e contradições inerentes à realidade, já demonstradas em diversos estudos e evidências; Ex: crescimento  bem-estar industrialização  autonomia  Evolucionismo condiciona a visão e cria expectativas que nem sempre se cumprem;

4 5.Discursos privilegiam os meios (técnica) sobre os fins (ética)  Ao fixar um ideal - único – como objetivo final a ser atingido, reduz o debate social aos meios, aos métodos de como atingir um fim pré-fixado por terceiros;  O debate ético sobre os fins do desenvolvimento implicaria em perguntar: em que tipo de país/sociedade desejamos viver (projeto nacional)? O que desenvolver? A economia capitalista, a vida humana e não-humana? O desenvolvimento deve ser para todos ou só para alguns? (justiça social)  Porque desenvolver? Para elevar a qualidade de vida da população, para sustentar a lucratividade de alguns grupos...  Como desenvolver? Por via autoritária ou democrática? Com ênfase no mercado, no Estado ou na Sociedade civil?(democracia);  Todos os meios são válidos?

5 Considerações sobre o desenvolvimento sustentável Questões do debate ambiental:  É possível um desenvolvimento ilimitado sobre uma base finita de recursos?  Como compatibilizar o tempo econômico e o tempo biológico?  A economia é um sistema auto-suficiente?  Não há recursos naturais suficientes para que todos tenham um padrão de vida norte-americano;  Se os resursos naturais são escassos, sua gestão e as escolhas de prioridades convertem-se em política;  É desenvolvimento sustentável factível numa sociedade capitalista?  Altvater fala em bens oligárquicos, para definir como sustentável a prática social que feita por um pode ser feita por todos;  Diz que, nem um habitante pode usufruir da sociedade industrial sem que todos sejam colocados numa situação pior do que a que se encontrava antes. A industrialização, nesse sentido, é um bem oligárquico como o automóvel.

6  CRÍTICAS FAVORÁVEIS E CONTRÁRIAS AO DISCURSO DS a) Favoráveis: 1. DS não é discurso ingênuo: ainda que retoricamente, traz inovações: a) ao incorporar visão de longo prazo – as gerações futuras; b) ao propor uma abordagem multidimensional: ecológica, econômica, política, social, ético-cultural, tecnológica, etc.; c) ao ir além de uma abordagem técnica do ambiental politizando o debate; c) ao reconhecer os conflitos norte-sul; d) ao introduzir a questão ambiental na agenda global; e) ao evocar um “futuro sustentável” como base ideológica de um “pretenso consenso”.

7 b) Desfavoráveis  1. Contradição semântica: o termo desenvolvimento sugere crescimento, acumulação e expansão da produção enquanto o termo sustentabilidade supõe continuidade, estabilidade ou tendência ao equilíbrio; 2. Persiste ênfase economicista; 3. Discurso é ambigüo e contraditório:  Pode significar mudanças profundas ou superficiais (campo de disputas);  Há contradições entre os tipos de mudança propostos (economia x ecologia) e em como realizar essas mudanças no contexto do capitalismo;  Ambiguidade coloca necessidade de diferenciar propostas, identificando os objetivos e interesses de cada uma delas;

8 4. Tom conciliatório camufla conflitos e despolitiza o debate:  Uso de categorias genéricas – “o homem”, “a humanidade” - responsabiliza todos indistintamente;  Problemas ambientais são manifestações de conflitos que tem a natureza como suporte (Acselrad). São resultantes de conflitos sociais e políticos não acidentes impessoais;  Há tendência à reduzir problemas ambientais à esfera privada e sugerir mudanças individuais e comportamentais; 5. DS se apóia em otimismo tecnológico: Crê que tecnologia tem recursos inesgotáveis; Desconsidera o potencial de riscos tecnológicos; Ênfase técnica (meios) elimina debate ético (fins);

9 6. DS é discurso universalizante e impositivo: Desconsidera particularidades de cada contexto; Por isso há autores que sugerem noção de Sociedade sustentáveis; DS sacrifica a democracia – supõe participação tutelada que apenas executa o já decidido por outros 7. DS revela muitas lacunas entre retórica e ação. Como passar de uma à outra no contexto do capitalismo?  Requer respostas a questões éticas e políticas:  O que sustentar? A economia capitalista, o meio ambiente, a democracia?  Porque sustentar?  Para quem sustentar? Para alguns ou para todos?  Como sustentar? Por via autoritária ou democrática? Através do mercado, do Estado ou da Sociedade civil?

10 Diante do exposto como proceder?  DS é discurso hegemônico, não podemos negá-lo, ignorá-lo;  Podemos descontruí-lo pela crítica, diferenciá-lo e apontar seus limites e contradições;  A partir da crítica é possível reconstruir uma outra sustentabilidade complexa – multidimensional, participativa (democrática) e ética

11 Outras questões:  Sustentabilidade pode ser vista como produto acabado ou como processo:  Ver como produto ideal leva à imobilismo, pessimismo;  Ver como processo aponta para o possível, traz constatação de que ainda estamos longe, mas em construção, movimento;  Sustentabilidade mostra maior viabilidade no nível micro:  Ex: unidades de conservação, escolas, comunidades, prefeituras, unidades familiares.  Encontra maior resistência no nível macro estrutural  Ex; nível estadual, nacional, internacional

12  Maiores avanços surgem por iniciativa ou pressão da sociedade civil  Estado e mercado tendem a defesa de interesses particularistas;  Por este motivo, Acselrad afirma que as lutas ambientais têm por objetivo atribuir caráter público ao meio ambiente comum, justamente por entender que a crise ambiental é resultado da invasão da esfera pública pela esfera privada.

13 Bibliografia ACSELRAD, H.. Cidadania e meio ambiente. In: ACSELRAD, H. (org.).Meio Ambiente e Democracia. Rio de Janeiro: IBASE, 1992. ALTVATER, Elmar. O preço da riqueza: pilhagem ambiental e a Nova (dês) ordem mundial. São Paulo: Editora UNESP, 1995. BUARQUE, Cristovam. A desordem do progresso: o fim da era dos economistas e a construção do futuro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. DIEGUES, Antonio Carlos. Desenvolvimento sustentável ou sociedades sustentáveis: da crítica dos modelos aos novos paradigmas. São Paulo em Perspectiva. 6 (1-2): 22-29, jan/jun, São Paulo, 1992. GUIMARÃES, Roberto P.. O desafio político do desenvolvimento sustentado. Lua Nova, nº 35: 113-136, São Paulo, CEDEC, 1995. HERCULANO, Selene Carvalho. Do desenvolvimento (in) suportável à sociedade feliz. In: GOLDEMBERG, M. Ecologia, ciência e política: participação social, interesses em jogo e luta de idéias no movimento ecológico. Rio de Janeiro: Revan, 1992. LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. LIMA, Gustavo F. da Costa. “O discurso da sustentabilidade e suas implicações para a educação”. Ambiente & Sociedade, NEPAM/UNICAMP, Campinas, vol. 6, nº 2, jul-dez, 2003. MORIN, Edgar & KERN, Brigitte. Terra-Pátria. Porto Alegra: Sulina, 1995.. PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. O desafio ambiental. Rio de Janeiro: Record, 2004. RIST, G.; RAHNEMA, M. ET alii. Desfazer o desenvolvimento para refazer o mundo. SP: Ed. Cidade Nova, 2009. SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2002. SCOTTO, G. & CARVALHO, I. C. M. Desenvolvimento sustentável. Petrópilis, RJ:Vozes, 2007 VIOLA, Eduardo & LEIS, Héctor. “A evolução das políticas ambientais no Brasil, 1971-1991: do bissetorialismo preservacionista para o multissetorialismo orientado para o desenvolvimento sustentável”. In: HOGAN, D. J. & VIEIRA, P. F.. Dilemas socioambientais e desenvolvimento sustentável. Campinas, SP: UNICAMP,. p. 73-102, 1995.

14 FIM, OBRIGADO.


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