O Dia de Finados está impregnado de um profundo sentimento religioso no qual se une o afecto familiar com a fé e esperança cristãs. Por isso, suscita.

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3 O Dia de Finados está impregnado de um profundo sentimento religioso no qual se une o afecto familiar com a fé e esperança cristãs. Por isso, suscita sempre um profundo eco no povo de Deus. Rezemos pelos nossos mortos e lembremos a alegre verdade sobre a qual está fundada a nossa fé: a RESSURREIÇÃO.

4 1.Celebramos a vida, não a morte A religião cristã não celebra o culto à morte, mas à vida. Assim o ressalta a Liturgia da Palavra de hoje com suas muitas leituras. Todas elas nos falam de ressurreição e vida; e a referência omnipresente é a Ressurreição de Cristo, da qual participa o cristão pela fé e pelos sacramentos.

5 - Por isso, este dia não é uma comemoração para a tristeza, provocando saudade dos seres queridos que já nos deixaram, mas uma recordação cheia de esperança que expressa e continua a Comunhão dos Santos. Pois "a fé oferece uma comunhão com nossos queridos irmãos já falecidos, dando-nos a esperança de que já possuem em Deus a vida verdadeira". (GS 18,2)

6 2. Lembramos o nosso destino futuro: A Visão cristã da morte dá o verdadeiro valor da vida humana. O discípulo de Cristo identifica a vida futura na qual crê e espera, com um ser vivo, pessoal e amigo que é o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, e de cuja vida participará agora e em seu destino futuro. Instruídos pela Palavra de Deus, cremos que:

7 " O Homem foi criado por Deus para um fim feliz, além dos limites da miséria terrestre... Deus chamou e chama o homem para que ele dê sua adesão a Deus na comunhão perpétua da incorruptível vida divina. Cristo conseguiu esta vitória, pela sua morte, libertando o homem da morte e ressuscitando para a vida. Para qualquer homem que reflecte, a fé dá-lhe uma resposta à sua angústia sobre a sorte futura". (GS 18,2)

8 + Cristo é a Raiz da esperança cristã: Estaremos sempre com o Senhor. Jesus é a razão última do nosso viver, morrer e esperar como cristão. Uma vez que Ele se fez igual a nós em tudo, passou também pela morte para alcançar a Vida perene. Esse é o itinerário que o discípulo deve percorrer.

9 + Cristo é vida e ressurreição para quem nele crê. O próprio Cristo afirma: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá; e aquele que vive e crê em mim, não morrerá para sempre". (Jo 11,25-26). Diante da morte, não devemos pensar numa perda irreparável, mas no destino esperançoso ao qual Deus nos chama: "Vou preparar-vos um lugar, para que onde eu estiver, estejais vós também". (Jo 14,3).

10 As LEITURAS comunicam a alegria de quem recebe do alto a luz da Páscoa, que ilumina cada sepultura. Fixemo-nos nestas três: Na 1.ª Leitura, o Profeta afirma que Deus criou o homem para a VIDA. (Is 25,6-9) A morte será destruída para sempre. O profeta descreve a morte, como a entrada numa festa preparada por Deus para todos os povos.

11 Na 2.ª Leitura, São Paulo, diante da incerteza da nossa salvação futura, afirma que a nossa esperança não se baseia em nossas obras, mas no amor incondicional de Deus, que nos amou e entregou por nós o seu Filho à morte, quando ainda éramos seus inimigos. Quanto mais nos amará agora que fomos justificados. (Rom 11,25-30)

12 A visita aos cemitérios não deve reduzir-se a levar flores aos túmulos, ou acender velas. Convém rezar pelos nossos mortos. "É santo e piedoso costume rezar pelos mortos" (2 Mac 12,45) Cemitério significa dormitório. É o lugar de descanso. Quem está sepultado ali, está como que dormindo, aguardando o dia de se levantar, para ressuscitar. No Evangelho, Jesus convida-nos a vigiar, "pois não sabeis qual será o dia, nem a hora". (Mt 25,1-13)

13 Cemitério significa também hospedaria. Hospedaria é um albergue à beira do caminho, onde o peregrino passa algumas horas, ou uma noite, para depois continuar a viagem. O Cemitério é a hospedaria onde ficamos por um espaço de tempo, até o dia da Ressurreição. Que o dia de hoje reforce a nossa esperança cristã e nos leve a proclamar com fé: "Creio na ressurreição dos mortos e na vida que há de vir" Original: Pe. Antônio G. Dalla Costa CS Adaptação: Pe. Manuel José Torres Lima, 02.11.2008