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Prova de Língua Portuguesa Professora: Sandra Mary Foppa

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Apresentação em tema: "Prova de Língua Portuguesa Professora: Sandra Mary Foppa"— Transcrição da apresentação:

1 Prova de Língua Portuguesa Professora: Sandra Mary Foppa
Segunda fase – UFG Prova de Língua Portuguesa Professora: Sandra Mary Foppa

2 Este apanhado de questões tem como objetivo apre- sentar aos estudantes do PVI, PVV e PVN como é for- mulada a prova de Língua Portuguesa da UFG. Para isso, busquei, no site da Universidade as provas de 2008, 2009/1, 2009/2 e 2010/1, as quais serã discu- tidas e analisadas através da interatividade.

3 PROVA DE /12/2007

4 Leia o texto impresso. 1. Explique por que, quanto à composição ortográfica, o texto integra a memória da língua portuguesa escrita. Justifique sua resposta apresentando dois exemplos retirados do texto.

5 Resposta esperada – 1: O texto integra a memória da língua portuguesa porque apresenta uma ortografia que expressa padrões de grafia do Português em 1925, o que demonstra uma fase anterior da língua portuguesa escrita comparada à grafia dos dias atuais. Nessa época, prevaleciam vário padrões de escrita. Por exemplo, a grafia dos vocábulo “phenomenos” e “systhema”, que atualmente são grafados “fenômenos” e “sistema”.

6 OU... A composição ortográfica do texto remete a um padrão escrito da língua portuguesa na primeira metade do século XX, época da produção do texto, e traz palavras e expressões cuja grafia foi alterada ou que estão em desuso no português escrito atual, como por exemplo, “syntheticos” e “atmospherico” (ou exemplos semelhantes).

7 2. “Este novo Julio Verne affirma, em seu livro, que as formigas, como as abelhas, não dormem. E pergunta: — por que não póde fazer o mesmo a humanidade?” Nesse trecho, há duas formas de citação. Considerando essa informação, responda: quais são essas duas formas, como cada uma delas reproduz o discurso citado e qual delas tende a agregar mais efeito de credibilidade ao texto?

8 Resposta esperada – 2: No trecho, o autor usa as citações em discurso indireto e direto. No discurso indireto, opta pela reprodução não literal do discurso citado; no discurso direto, por sua reprodução literal. O discurso direto tende a agregar mais efeito de credibilidade à fala transcrita.

9 3. Escrito em 1925, o texto faz previsões relativas ao ano de 2926
3. Escrito em 1925, o texto faz previsões relativas ao ano de Diferentes formas verbais são utilizadas para representar fatos, acontecimentos e situações nos planos da “certeza“ e da “probabilidade”. Que tempos e modos verbais expressam cada um desses planos? Exemplifique-os com frases transcritas do texto.

10 Resposta esperada – 3: Para expressar o plano da “certeza” são usadas formas verbais no modo Indicativo, nos tempos Presente, Pretérito Perfeito, Pretérito Imperfeito e Futuro do Presente. Exemplos: “Este novo Julio Verne affirma, em seu livro, que as formigas, como as abelhas, não dormem”, “ [...] que farão cahir a cabelelleira que herdamos dos monos” [...], “Dentro de mil annos todos os habitantes da terra, ...

11 homens e mulheres, serão absolutamente calvos”; “O aeroplano de 2
...homens e mulheres, serão absolutamente calvos”; “O aeroplano de será manufaturado de material synthetico, recoberto por uma rêde de fios que, como o nosso systema nervoso, permittirá o controle das forças naturaes, hoje vencidas, em parte, mas que arrastam, constantemente, espaço em fóra, os pesados passaros de aço dos nossos dias”. Para expressar o plano da “probabilidade” são usadas formas verbais no modo...

12 ...Subjuntivo, nos tempos Presente, Pretérito Imperfeito, e, no modo Indicativo, no tempo Futuro do Pretérito. Exemplos: “Dess'arte, nas farras ou defronte á mesa de trabalho, receber- -se-ia, através das vestes, a energia reparadora, sufficiente para que o prazer ou a tarefa continuassem por tempo indefinido, sem o menor cançaço”; ou como no trecho “O professor Low acredita na proximidade dessa invenção, que evitaria ao homem, cançado pelo trabalho ou pelo prazer, a necessidade de um somno restaurador...

13 ...effeito que elle obteria directamente do ether, por intermedio de suas vestes, perfeitamente apparelhadas com um metal conductor e ondas de radio que lhe proporcionariam a parte de energia necessaria para continuar de pé, por mais um dia”, “É lastimável que não possamos alcançar essa época!”.

14 4. O texto relata a afirmação do escritor A. M
4. O texto relata a afirmação do escritor A. M. Low de que as previsões sobre o futuro não constituem sonho. Que crença a respeito do conhecimento científico e de sua contribuição para a melhoria de vida da humanidade pode ser depreendida dessa afirmação?

15 Resposta esperada – 4: A crença que pode ser depreendida do texto é a de que a evolução as condições de vida da humanidade está diretamente relacionada ao avanço da ciência, ou seja, que o avanço da ciência sempre será positivo para as pessoas, o que nem sempre é verdadeiro. OU O texto traz uma visão otimista, e até ingênua, a respeito dos avanços científicos, pois prevê apenas os benefícios de sua aplicação para a vida das pessoas, sem considerar eventuais malefícios.

16 5. No texto, que imagens são associadas aos homens e às mulheres quando respectivamente comparados com super-homens e Vênus de Milo?

17 Resposta esperada – 5: Segundo o texto, a imagem associada aos homens, quando comparados a super-homens, é a de que os homens são seres saudáveis, poderosos, fortes, belos e geniais; já a associação das mulheres à Vênus de Milo cria a imagem de beleza física, sensualidade e inteligência. Em outras palavras,trata-se de um ideal de perfeição para a raça humana.

18 PROVA DE 2009/1

19 Leia o texto impresso. 1. A tela “Abaporu” (1928), referida no texto 1, inspirou o movimento antropofágico. O diálogo entre as personagens na peça Tarsila caracteriza esse movimento por meio da descrição do Abaporu. A tela “A negra” (1923), é precursora da fase antropofágica. Observando os temas, as formas e a composição das imagens, explique por que a tela “Antropofagia” (1929) dá continuidade ao movimento lançado em 1928.

20 Resposta esperada – 1: A tela “Antropofagia” dá continuidade ao movimento lançado em 1928, por apresentar, como paisagem de fundo, uma vegetação da flora brasileira e por trazer a junção do “Abaporu” e “A negra”, personagens de telas anteriores, o que acentua a brasilidade (ou o nacionalismo ou o nativismo) do tema da tela em questão. É o índio e a negra representando a formação da sociedade brasileira (que também agrega o elemento europeu).

21 Critério de correção: Foi considerada adequada e serviu de referência para a pontuação da questão, a resposta que apresentou clara- mente a temática (brasilidade ou nacionalismo ou nati- vismo), atentou para as formas retratadas (e para a incorporação do elemento europeu) e para a composição híbrida da tela “Antropofagia”, relacionando as formas e a composição às ideias antropofágicas

22 Leia o texto 2 e 3. 2. a) Analisando o texto 3, explique por que a canção “Pau Brasil” (texto 2) pode ser considerada como integrante do movimento da Tropicália. b) Que ato praticado pela personagem, no texto 2, sugere a construção da temática antropofágica? Justifique.

23 Resposta esperada – 2: a) A canção “Pau Brasil” pode ser considerada como integrante do movimento da Tropicália por trazer expressões que remetem à língua, aos tipos (aos personagens), à religião e à cultura do Brasil. A partir da valorização do índio e do rompimento com os preceitos do cristianismo difundidos pelos europeus, a música representa uma resistência aos valores estabelecidos pela colonização europeia e propõe, em sua temática, a consolidação da brasilidade já defendida no movimento antropofágico.

24 Critério de correção: Foi considerada adequada e serviu de referência para a pontuação da questão, a resposta que apontou os elementos da canção (linguagem, tipos (personagens), crença e cultura), justificou a presença desses elemento valorização/conso- lidação da brasilidade e resistência aos valores europeus) e os relacionou, promovendo uma aproximação entre a tropicália e o movimento antropofágico.

25 b) É o ato de dar uma dentada na maçã, uma vez que foi desfeita a conotação de pecado em virtude da aprovação desse gesto pelo Deus Tupã. A menina mordeu a maçã (normalmente vista como símbolo de pecado) e saiu cantarolando, sem nenhum sinal de culpa. Seu ato foi, inclusive, estimulado pelas palavras do Deus Tupã, que chamou de “tola” a atitude inicial da menina, ao olhar “a fruta meio de banda como se fosse coisa malsã”, porque o movimento antropofágico recusa as crenças impostas pelos europeus.

26 Critério de correção: Atendeu plenamente ao que foi solicitado e serviu de referência para a pontuação da questão, a resposta que identificou o ato (morder a maçã) e apresentou justificativas coerentes para a construção da ideia antropofágica, mencionando e desfazendo a ideia de pecado ou mencionando o pecado e falando da resistência às imposições europeias (sem culpa, cair na gandaia).

27 3. a) A música “Pau Brasil” (texto 2) reafirma a crítica que Oswald tece às ações dos europeus na formação da cultura brasileira (texto 1). Relacione trechos dessa música à crítica de Oswald a respeito da linguagem herdada dos europeus. b) A expressão “Um belo dia” instaura uma mudança na organização seqüencial do texto 2. Explique que mudança é essa.

28 Resposta esperada: a) Quanto à linguagem, os trechos da música “Olhou a fruta meio de banda como se fosse coisa malsã” e “Deu uma dentada, meteu o dente, e de repente, tchan-tchan-tchan-tchan” e os termos balangandã, aldebarã, cunhã, tupã, gandaia justificam a crítica que Oswald faz à imposição da língua de Portugal, quando ele diz: “Contra o europeu que chegou trazendo a gramática; Vamos nos tornar antropofágicos e lançar oficialmente a Antropofagia Brasileira de Letras!”.

29 Critério de correção: Atendeu plenamente ao que foi solicitado e serviu de referência para a pontuação da questão, a resposta que identificou a crítica de Oswald à imposição da gramática trazida pelos europeus e fez uma relação clara entre a critica e os trechos ou termos de origem brasileira citados da música. (Trechos: “Olhou a fruta meio de banda como se fosse coisa malsã” / “Deu uma dentada, meteu o dente, e de repente, tchan-tchan-tchan-tchan”. Termos: balangandã / aldebarã / cunhã / tupã /gandaia).

30 b) Os três primeiros versos da letra da música constituem uma sequência descritiva e a expressão “Um belo dia” marca a mudança na organização textual, instaurando uma sequência narrativa, na qual são relatadas as ações das personagens . Critério de correção: Foi considerada adequada e serviu de referência para a pontuação da questão, a resposta do candidato que identificou claramente a mudança, dizendo que ela se deu do plano descritivo para o plano narrativo (plano da instauração do conflito ou do desenvolvimento das ações).

31 4. Considere que a peça publicitária é uma releitura
Analise as imagens para responder as questões 4 e 5. 4. Considere que a peça publicitária é uma releitura da obra “Autorretrato em monteau rouge, explique por que a propaganda se configura como uma homenagem tanto a Tarsila do Amaral quanto ao público feminino.

32 Resposta esperada: 4. O perfume é nomeado a partir da junção do nome Tarsila do Amaral e de uma de suas telas, “Autoretrato em manteau rouge”. Assim, o perfume presta uma homenagem à elegância, à atitude e ao brilhan- tismo da artista e de sua representação em seu autorretrato pintado na referida tela. Homenageiatambém a mulher brasileira, comparando-a à grande artista que teve reconhecidos o valor de sua obra e a sua contri- buição à arte brasileira. A propaganda divulga a ideia de que, ao usar o perfume, toda mulher pode ter um pouco de Tarsila do Amaral e isso vai ao encontro dos desejos de consumo do público alvo.

33 Critério de correção: 4. Foi considerada adequada e serviu de referência para a pontuação da questão, a resposta que apresentou as características de Tarsila (ou da tela ou do casaco ou da obra da artista) e relacionou essas características ao produto anunciado (ao perfume), mostrando que isso exalta a beleza (a atitude, o poder, o brilhantismo, a elegância etc.) da mulher, o que vai ao encontro dos desejos do público consumidor feminino (ser como Tarsila, alcançar status, prazer etc.).

34 5. No campo da publicidade, é comum a utilização de obras de arte em anúncios para a divulgação de diferentes produtos. Explique por que obras de arte são utilizadas como recurso para persuadir o consumidor a usar um determinado produto.

35 Resposta esperada: 5. A obra de arte sugere uma associação ao “bom gosto” e à estética e, por isso, é utilizada como recurso de persuasão para a compra de produtos. Imagens de bom gosto, beleza, sofisticação, cultura, intelectualidade, status e requinte são vinculadas tanto ao produto anunciado quanto ao seu consumidor, como estratégia para persuadir o consumidor a adquirir o produto, ou seja, essas imagens agregam valor ao produto, criando uma identificação entre a obra, o produto anunciado e o público consumidor.

36 Critério de correção: Foi considerada adequada e serviu de referência para a pontuação da questão, a resposta que vinculou as imagens relacionadas às obras de arte (bom gosto ou beleza ou distinção ou requinte ou status ou cultura ou intelectualidade) às características dos produtos anunciados e, nessa vinculação, o candidato demonstrou perceber que há um claro trabalho do publicitário, visando persuadir o leitor a adquirir um produto com o qual se identifica.

37 PROVA DE 2009/2

38 Leia os textos 1, 2 e 3 impressos. 1
Leia os textos 1, 2 e 3 impressos. 1.O filme Hamlet, de Laurence Olivier, é considerado uma adaptação exemplar da clássica peça de Shakespeare, escrita entre 1600 e 1602, e é a grande referência pela qual as futuras versões cinematográficas são julgadas. Considerando a construção textual da sinopse do filme (1948) e da peça teatral Hamlet, de Shakespeare, explique como a voz das personagens é marcada no gênero sinopse e no gênero peça teatral.

39 Resposta esperada: No gênero sinopse, predomina o discurso indireto, caracterizado por representar a fala das personagens com as palavras do nar- rador. Para isso, são utilizados mecanismos de organização dis- cursiva como a 3ª pessoa, a presença de orações subordinadas substantivas cuja oração principal seja um verbo de dizer, altera- ção verbal etc. No gênero peça teatral, predomina o discurso direto, pois os personagens tomam a palavra. As falas das perso- nagens são reproduzidas tal como são proferidas. Para isso, na peça, são utilizados mecanismos de organização discursiva como a 1ª pessoa, a rubrica, o diálogo etc.

40 Critério de correção: Foi considerada adequada, servindo de referência para a pontuação da questão, a resposta do candidato que: relacionou sinopse com discurso indireto e peça teatral com discurso direto, definiu (explicou) cada um desses tipos discursivos e citou (mencionou) mecanismos de organização discursiva que os caracterizam.

41 2. Como forma de despertar no leitor o interesse pelo
filme, a sinopse é uma síntese informativa que antecipa parte de seu enredo. Com base nessa afirmação e no fato de a sinopse ser um gênero narrativo, qual é o tempo verbal predominante na sinopse do filme Hamlet e que efeito é produzido com o uso desse tempo?

42 Resposta esperada. O tempo verbal predominante na sinopse do filme Hamlet é o presente (presente histórico), como se observa no uso de “sente-se”, “casa-se”, “perde”, “morre”, “procura” etc. Esse tempo verbal atribui atualização ao enredo e dinamismo às ações narradas, produzindo o efeito de aproximação entre a história e o leitor. Isso envolve o leitor com a história, desperta a sua curiosidade e o instiga a assistir ao filme.

43 Critério de correção: Foi considerada adequada, servindo de referência para a pontuação da questão, a resposta do candidato que: identificou o tempo verbal presente do modo indicativo, explicou o(s) efeito(s) de sentido produzido(s) pelo uso do presente (atualização ou dinamismo das ações e aproximação (envolvimento) do leitor com o enredo) e relacionou esses efeitos ao objetivo da sinopse: despertar no leitor o desejo de assistir ao filme (persuadir o leitor a assistir ao filme).

44 3. No poema Hamlet, de Olavo Bilac, quais elementos
recriam a peça de William Shakespeare e por que o poema se configura como uma paródia?

45 Resposta esperada: Os elementos que recriam a peça de William Shakespeare são: o título do poema, os nomes das personagens, o monólogo rea- lizado por Hamleto, a frase ser ou não ser, a estrutura da peça teatral, o dilema etc. O poema pode ser considerado uma paró- dia, pois Olavo Bilac utiliza elementos característicos da obra de Shakespeare para criticar (ironizar, satirizar) a situação polí- tica do Brasil. Ele distorce (recria, reconstrói, faz uma intert- extualidade com) o monólogo de Hamlet para, através do hu- mor, desqualificar o sistema político que instaura o regime republicano, baseado no modelo norte-americano.

46 Critério de correção: Foi considerada adequada, servindo de referência para a pontuação da questão, a resposta do candidato que: identificou mais de um elemento característico da obra de Shakespeare (o título do poema, os nomes das personagens, o monólogo realizado por Hamleto, a frase ser ou não ser, a estrutura da peça teatral, o dilema etc.), definiu a paródia feita por Olavo Bilac como uma releitura (remontagem, recriação, imitação,

47 reconstrução, intertextualidade etc) bem humorada da obra de Shakespeare, e explicou o objetivo da paródia: criticar (satirizar, ironizar, desqualificar) a situação política vivida no Brasil à época da escritura do poema, desqualificando o sistema político que instaurou o regime republicano, de inspiração norte-americana.

48 4. Pode-se afirmar que Olavo Bilac compara o ato de governar uma república com a tragédia de Hamlet. Com base no texto 2, explique o dilema vivido por Hamleto.

49 Reposta esperada. Hamleto vive o dilema de um governante dividido entre a pers- pectiva de governar um país republicano e não acreditar na Repú- blica e seu sistema. Está dividido entre lutar contra o federalismo, a Constituição Republicana, o modelo econômico norte-americano ou defender os princípios republicanos. Instaurado o dilema, a própria fala de Hamleto mostra a tensão (reflexão, inquietude) que ele vive, por não saber mais se é um “Presidente”, um “Ditador” ou um “ca- cique”. Pode desistir da Presidência e “morrer, dormir... dormir... ser deposto... mais nada.”, ou lutar para ser reeleito, e “Cair, degringolar no abismo”, e se submeter às leis da República.

50 Critério de correção: Foi considerada adequada, servindo de referência para a pontua- ção da questão, a resposta do candidato que: identificou o dilema (ser ou não ser republicano, governar ou não governar uma república), mostrou a oposição que expressa o dilema (tristeza, dúvida, questionamento, sofrimento etc), baseada em exemplos de trechos do texto (federalismo versos não-federalismo, constituição ou não-constituição, ser ou não ser imperador, ser presidente ou ditador etc.) e demonstrou consciência de que a própria atividade enunciativa caracteriza o dilema.

51 5. Com base no quadrinho (texto 3) e na história de Hamlet (texto 1), responda: a) No quadrinho, que recursos linguísticos constroem a inter- textualidade entre a fala de Magali e o dilema de Hamlet? b) Mesmo se apropriando do dilema de Hamlet, a personagem Magali mantém traços de sua identidade, o que produz humor. Quais são esses traços e por que o humor é produzido?

52 Resposta esperada: a) A intertextualidade é construída com base na fala de Magali, “Comer ou não comer”, que retoma o dilema de Hamlet, resumido pela célebre frase “Ser ou não ser, eis a questão!!”. Os recursos linguísticos verbais que constroem essa intertextualidade são a antítese, o paralelismo sintático, a conjunção alternativa “ou”, que instaura a dúvida entre fazer e não fazer algo ou entre ser e não ser algo, a repetição dos verbos ser e comer no infinitivo etc; os recursos linguísticos não verbais são o figurino de Magali, sua postura em cena, o palco, o cenário, a substituição do crânio pela maçã etc.

53 Critério de correção: Foi considerada adequada, servindo de referência para a pontua- ção da questão, a resposta do candidato que: relacionou a fala de Magali com o dilema de Hamlet, identificou mais de um recurso linguístico verbal e/ou não verbal auxiliar na promoção dessa intertextualidade, e mostrou que esses recursos contribuem para isso, pois recuperam elementos da célebre frase (Ser ou não ser), que remete à obra.

54 b) Os traços que caracterizam a personagem Magali e que mantêm sua identidade são a gula, a aceitação da gula, a paixão por comida, a fixação por comida, a fome incontrolável, sua predileção por frutas etc. O humor ocorre pelo deslocamento (pela releitura, trans- ferência etc.) do dilema trágico de Hamlet para o dilema cômico de Magali que se coloca diante da dúvida de comer ou não comer uma maçã, ou seja, pela banalização do dilema de Hamlet. O humor é produzido porque a personagem apresenta um falso dilema, pois sua personalidade mostra que ela jamais teria dúvida quando se trata de comer ou não comer qualquer alimento.

55 Critério de correção: Foi considerada adequada, servindo de referência para a pon- tuação da questão, a resposta do candidato que: identificou mais de um traço característicos da identidade de Magali e explicou que o humor é produzido porque é feito um deslo- camento (uma releitura, uma transferência etc.) do dilema trágico de Hamlet para um possível dilema, um falso dilema, vivido por uma personagem gulosa e apaixonada por comida diante da opção de comer ou não comer uma maçã

56 PROVA DE 2010/1

57 Leia os textos 1, 2, 3 e 4 impressos.
1. No texto I, a maioria das personagens faz referência a si mesma em primeira pessoa, mas Pedro faz isso de maneira diferente. Que maneira é essa? Explique as motivações sociais que a justificam.

58 Resposta esperada. Pedro refere-se a si mesmo sempre em terceira pessoa. As motivações sociais para que isso ocorra estão ligadas ao fato de Pedro ser escravo e pertencer a uma classe inferior a de seus senhores. Devido a isso, Pedro não se reconhece como ser que fala, mas sobre o qual se fala, e mostra dis- tanciamento, não identidade, não individualidade, não autonomia, e, por isso, usa a terceira pessoa. Ele não se assume como um “eu”, mas como aquele que é chamado por seus senhores.

59 Critério de correção Foi considerada adequada, servindo de referência para a pon- tuação da questão, a resposta que identificou a 3ª pessoa do singular, justificou esse uso pela condição social de Pedro, ser escravo (servo, negro não livre), argumentando que essa condi- ção leva à coisificação (reificação), à falta de individualidade e de identidade da personagem, logo, ele é visto e se reconhece como uma não-pessoa, algo sobre o qual se fala.

60 2. Na concepção de Eduardo, a carta de liberdade entregue a Pedro significava uma punição (texto I). Explique por quê.

61 Resposta esperada. Na concepção de um aristocrata como Eduardo, o escravo, ao ser libertado, perderia a proteção e o conforto da casa dos senhores e a oportunidade de viver sob valores morais e sem- timentos nobres. Por serem os escravos considerados igno- rantes e incapazes por seus senhores, a liberdade significaria uma aprendizagem e a busca por trabalho, alimentação, moradia e por segurança em lugares desconhecidos, logo, o enfrentamento de dificuldades.

62 Critério de correção Foi considerada adequada, servindo de referência para a pontuação da questão, a resposta que mencionou o papel social de Eduardo, um aristocrata (um escravocrata, senhor de escra- vo, homem branco livre), e, por isso, via na liberdade (um valor positivo) dada a Pedro uma punição, uma vez que considerava o escravo um ser inferior (ignorante, incapaz) que precisava da proteção e da guarda de seu senhor. Ao contemplar essa visão preconceituosa de Eduardo, a resposta adequada ...

63 ...menciona, como consequências da liberdade, a perda das regalias, o enfrentamento de problemas (lutar por alimentação, moradia, trabalho etc.), e o fato de Pedro ter de assumir respon- sabilidade pelos seus atos e aprender a respeito de valores morais, que, segundo Eduardo, não eram visíveis em um escravo.

64 3. Quanto à convivência entre escravos e senhores, que
trecho da peça de Alencar (texto I) se relaciona com a cena doméstica retratada no quadro de Debret “Um jantar brasileiro” (texto II)? Explique essa relação.

65 Resposta esperada. O trecho relacionado com a obra de Debret é o seguinte: “temos no nosso lar doméstico esse demônio familiar. Quantas vezes não partilha conosco as carícias de nossas mães, os folguedos de nossos irmãos e uma parte das afeições da família!”. Essa relação pode ser estabelecida porque ambos os textos remetem a cenas do dia a dia no século XIX, em que brancos e escravos domésticos compartilham momentos de intimidade, mesmo que assimetri- camente, pois ao negro cabe apenas receber um pouco de atenção, de afeto e de comida por parte do branco.

66 nossos irmãos e uma parte das afeições da família!”)...
Critério de correção Foi considerada adequada, servindo de referência para a pontuação da questão, a resposta que identificou o trecho que relaciona a cena retratada na tela de Debret com a peça “O demônio familiar” (“temos no nosso lar domés- tico esse demônio familiar. Quantas vezes não partilha conosco as carícias de nossas mães, os folguedos de nossos irmãos e uma parte das afeições da família!”)...

67 ... e explicou que essa relação mostra uma convivência aparentemente harmônica, mas que de fato é assimétrica, entre escravos e senhores, uma vez que imagens e situ- ações mostradas nos textos sugerem a condição de sub- serviência do negro em relação ao branco.

68 4. Em “Liberdade só posso esperar” (texto III) e em
“Negro é a raiz da liberdade!” (texto IV), o mesmo tempo verbal contribui para a construção de sentidos diferentes. Qual é a diferença de sentidos produzida nos textos?

69 Resposta esperada. Em “liberdade só posso esperar” (texto III), o tempo presente contribui para a construção da ideia de possibilidade, expectativa em relação à liberdade futura. Em “negro é a raiz da liberdade” (texto IV), o tempo presente contribui para demonstrar que a liberdade já foi consolidada e instaurada, uma vez que é inerente à origem do povo negro.

70 Critério de correção Foi considerada adequada, servindo de referência para a pontuação da questão, a resposta que identificou o tempo verbal presente e explicou que, no texto III, ele contribui para a construção da ideia de liberdade como um fato possível (liberdade só posso esperar), ainda não alcançada, e, no texto IV, ele contribui para demonstrar que a liberdade já está consolidada, ou mais que isso, está na própria raiz (origem) do povo negro (negro é a raiz da liberdade).

71 5. A composição do texto IV representa um movimento de retorno à cultura africana. Como esse movimento é retratado na imagem?

72 Resposta esperada. O movimento de retorno à cultura africana é retratado na imagem por meio de uma releitura do mapa da África, elaborada com base em fotografias de afrodescendentes renomados, indicando um movimento inverso àquele que retirou os negros da África no passado escravo. A cultura africana é valorizada por constituir as bases da identidade de outros povos, identidade representada no mapa por pessoas de renome nacional e internacional. A imagem sugere que, embora os escravos tenham sido levados da África, hoje os afrodescendentes espalhados pelo mundo fazem...

73 que aquele continente seja respeitado devido à importância dos
filhos que gerou e distribuiu pelo mundo. Essa importância revela que a liberdade é inerente ao negro, ou seja, está na sua raiz, na sua origem.

74 Critério de correção Foi considerada adequada, servindo de referência para a pontuação da questão, a resposta que trata da composição imagética do texto IV, mencionando que nele o mapa do continente africano é redesenhado a partir de um mosaico feito com a imagem de negros ilustres em diversos setores da sociedade mundial, e explicou que essa composição sugere um movimento de retorno à cultura africana porque ...

75 ... valoriza a contribuição e a importância dos afrodescen- dentes na formação da cultura e da identidade de outros povos, essa valorização revela que a liberdade é inerente ao negro, ou seja, está na sua raiz, na sua origem.

76 Acesse o site: www. colegiodna@hotmail
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