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Poesias José Paulo Paes Henriqueta Lisboa Mário Quintana

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Apresentação em tema: "Poesias José Paulo Paes Henriqueta Lisboa Mário Quintana"— Transcrição da apresentação:

1 Poesias José Paulo Paes Henriqueta Lisboa Mário Quintana
Vinícius de Moraes

2 Alguns conceitos A poesia é uma das sete artes tradicionais, através da qual a linguagem humana é utilizada com fins estéticos. Tem um caráter abstrato. Num sentido amplo, a poesia identifica-se com a própria arte. É a arte de representar sentimentos por meio da expressão do belo. "Todas as coisas têm seu mistério, e a poesia é o mistério que todas as coisas têm". Garcia Lorca

3 José Paulo Paes José Paulo Paes nasceu em Taquaritinga SP, em Estudou química industrial em Curitiba, onde iniciou sua atividade literária colaborando na revista Joaquim, dirigida por Dalton Trevisan. De volta a São Paulo trabalhou em um laboratório farmacêutico e numa editora. Desde de 1948 escreve com regularidade para jornais e periódicos literários. Toda sua obra poética foi reunida, em 1986, sob o título Um por todos. Em 1987 dirigiu uma oficina de tradução de poesia na UNICAMP. Faleceu no dia

4 Henriqueta Lisboa Henriqueta Lisboa ( ), poeta mineira considerada pela crítica um dos grandes nomes da lírica modernista, dedicou-se à poesia, ensaios e traduções. Nasceu em Lambari, Minas Gerais, em 15 de julho de 1901, filha do farmacêutico e deputado federal João de Almeida Lisboa e de Maria Rita Vilhena Lisboa. Formou-se normalista pelo Colégio Sion de Campanha, MG, e, em 1924, mudou-se para o Rio de Janeiro. Dedicou-se à poesia desde muito jovem. Henriqueta faleceu em Belo Horizonte, no dia 9 de outubro de Seu Centenário foi comemorado ao longo do ano de 2002.

5 Mário Quintana Mário Quintana, poeta gaúcho nascido em Alegrete, em 30 de julho de 1906, e morreu em 5 de maio de 1994, em Porto Alegre. Trabalhou em vários jornais gaúchos. Traduziu Proust, Conrad, Balzac, e outros autores de importância. Em 1940, lançou a Rua dos Cataventos, seu Primeiro livro de poesias. Ao que seguiram Canções (1946), Sapato Florido (1948), O aprendiz de Feiticeiro (1950), Espelho Mágico (1951), Quintanares (1976), Apontamentos de História Sobrenatural (1976), A Vaca eo Hipogrifo (1977), Prosa e Verso (1978), Baú de Espantos (1986), Preparativos de Viagem (1987), além de varias antologias.

6 Vinícius de Moraes Poeta, compositor, intérprete e diplomata brasileiro, nasceu no Rio em 19/10/13 e faleceu na mesma cidade em 09/07/80. Escreveu seu primeiro poema aos sete anos. Fez curso de Direito no Rio e de Literatura Inglesa em Oxford. Ingressou na carreira diplomática, por concurso, em 1943, tendo servido como vice-cônsul em Los Angeles ( ), o que abriu sua temática, posteriormente enriquecida pelo seu interesse em teatro e cinema. Serviu também em Paris (duas vezes) e Montevidéu.

7 O Livro O livro divide-se em seis partes: Gente Animais Coisas Lugares
Tempo Amor

8 Gente

9 Pescaria Um homem que se preocupava demais com coisas sem importância acabou ficando com a cabeça cheia de minhocas. Um amigo lhe deu então a idéia de usar as minhocas numa pescaria para se distrair das preocupações. O homem se distraiu tanto pescando que sua cabeça ficou leve como um balão e foi subindo pelo ar até sumir nas nuvens. Onde será que foi parar? Não sei nem quero me preocupar com isso. Vou mais é pescar.

10 Mamãezinha Mamãezinha, conta, conta uma história
Mamãezinha Mamãezinha, conta, conta uma história! Mamãezinha agora está no fogão fazendo quitutes para o seu neném. Mamãezinha, conta, conta uma história! Mamãezinha agora está no tanque lavando as roupas do seu neném. Conta, Mamãezinha, conta uma história! Mamãezinha agora está no seu sono cansado, sem sonhos.

11 Menininho doente Na minha rua há um menininho doente. Enquanto os outros partem para a escola, Junto à janela, sonhadoramente, Ele ouve o sapateiro bater sola. Ouve também o carpinteiro, em frente, Que uma canção napolitana engrola. E pouco a pouco, gradativamente, O sofrimento que ele tem se evola Mas nesta rua há um operário triste: Não canta nada na manhã sonora E o menino nem sonha que ele existe. Ele trabalha silenciosamente. . . E está compondo este soneto agora, Pra alminha boa do menino doente. . .

12 Teu nome Teu nome, Maria Lúcia Tem qualquer coisa que afaga Como uma lua macia Brilhando à flor de uma vaga. Parece um mar que marulha De manso sobre uma praia Tem o palor que irradia A estrela quando desmaia. É um doce nome de filha É um belo nome de amada Lembra um pedaço de ilha Surgindo de madrugada. Tem um cheirinho de murta E é suave como a pelúcia É acorde que nunca finda É coisa por demais linda Teu nome, Maria Lúcia...

13 Animais

14 As borboletas Brancas Azuis Amarelas E pretas Brincam Na luz As belas Borboletas Borboletas brancas São alegres e francas. Borboletas azuis Gostam muito de luz. As amarelinhas São tão bonitinhas! E as pretas, então . . . Oh, que escuridão!

15 Pirilampos Quando a noite Vem baixando, Nas várzeas ao lusco-fusco E na penumbra das moitas E na sombra erma dos campos, Piscam, piscam pirilampos. São pirilampos ariscos Que acendem pisca-piscando As suas verdes lanternas, Ou são claros olhos verdes, De menininhos travessos, Verdes olhos semitontos, Semitontos mas acesos Que estão lutando com o sono?

16 Das falsas posições Com a pele do leão vestiu-se o burro um dia. Porém, no seu encalço, a cada instante e hora, "Olha o burro! Fiau! Fiau!" gritava a bicharia... Tinha o parvo esquecido as orelhas de fora!

17 Identificação Seria um siri na Síria Ou um grou da Goenlândia? Uma arara do Ararat Ou uma pata da Patagónia? Seria uma anta da Antártida Ou um hamster de Amsterdã? Um periquito de Quito Ou marmota do Mar Morto? Seria uma rena do Reno? Uma mosca de Moscou? Chinchila da China ou Chile? Lontra de Londres talvez? Seria um bicho do sul? Seria um bicho no norte? Sei lá. Quem quiser saber, Que lhe peça o passaporte.

18 Coisas

19 Coraçãozinho                                       Coraçãozinho que bate tic-tic Reloginho de Papai tic-tac Vamos fazer uma troca tic-tic-tic-tac Relógio fica comigo dou coração a Papai tic-tic-tac.

20 O relógio Passa, tempo, tic-tac Tic-tac, passa, hora Chega logo, tic-tac Tic-tac, e vai-te embora Passa, tempo Bem depressa Não atrasa Não demora Que já estou Muito cansado Já perdi Toda a alegria De fazer Meu tic-tac Dia e noite Noite e dia Tic-tac Tic-tac Dia e noite Noite e dia

21 Cadê Nossa! que escuro! Cadê a luz? Dedo apagou. Cadê o dedo? Entrou no nariz. Cadê o nariz? Dando um espirro. Cadê o espirro? Ficou no lenço. Cadê o lenço? Foi com a calça. Cadê a calça? No guarda- roupa. Cadê o guarda-roupa? Fechado à chave. Cadê a chave? Homem levou. Cadê o homem? Está dormindo de luz apagada.

22 Canção da Garoa Em cima do meu telhado, Pirulin lulin lulin, Um anjo, todo molhado, Soluça no seu flautim. O relógio vai bater; As molas rangem sem fim. O retrato na parede Fica olhando para mim. E chove sem saber por quê... E tudo foi sempre assim! Parece que vou sofrer: Pirulin lulin lulin...

23 Lugares

24 Rua dos Cataventos II Dorme, ruazinha… E tudo escuro… E os meus passos, quem é que pode ouvi-los? Dorme o teu sono sossegado e puro, Com teus lampiões, com teus jardins tranqüilos Dorme… Não há ladrões, eu te asseguro… Nem guardas para acaso persegui-los… Na noite alta, como sobre um muro, As estrelinhas cantam como grilos… O vento está dormindo na calçada, O vento enovelou-se como um cão… Dorme, ruazinha… Não há nada… Só os meus passos… Mas tão leves são Que até parecem, pela madrugada, Os da minha futura assombração…

25 Pomar Menino - madruga o pomar não foge! (pitangas maduras dão água na boca.) Menino descalço Não olha onde pisa. Trepa pelas árvores Agarrando pêssegos. (Pêssegos macios como paina e flor. Dentadas de gosto!) Menino, cuidado, jabuticabeiras novinhas em folha não agüentam peso. Rebrilha, cem olhos agrupados, negros. E as frutas estalam - espuma de vidro - nos lábios de rosa. Menino guloso! Menino guloso, Ontem vi um figo mesmo que um veludo, redondo, polpudo, E disse: este é meu! Meu figo onde está? -passarinho comeu, passarinho comeu...

26 Escola Escola é o lugar onde a gente vai quando não está de férias. O chefe da escola é a diretora. A diretora manda na professora. A professora manda na gente. A gente manda em ninguém. Só quando manda alguém plantar batata. Além de fazer lição na escola,  a gente tem que fazer lição em casa. A professora leva nossa lição para casa dela e corrige. Se a gente não errasse,  a professora não precisava levar lição para casa. Por isso é que a gente erra. Embora não seja piano, nem banco,  a professora também dá notas.  Quem não tem boas notas, não passa de ano. (será que fica sempre com a mesma idade?)

27 A casa Era uma casa muito engraçada Não tinha teto, não tinha nada Ninguém podia entrar nela, não Porque na casa não tinha chão Ninguém podia dormir na rede Porque na casa não tinha parede Ninguém podia fazer pipi Porque penico não tinha ali Mas era feita com muito esmero Na rua dos bobos Numero zero

28 Tempo

29 Convite Poesia é brincar com palavras como se brinca com bola, papagaio, pião. Só que bola, papagaio,pião de tanto brincar se gastam. As palavras não: quanto mais se brinca com elas mais novas ficam. Como a água do rio que é água sempre nova. Como cada dia que é sempre um novo dia. Vamos brincar de poesia?

30 O Espelho E como eu passasse por diante do espelho Não vi meu quarto com as suas estantes Nem este meu rosto Onde escorre o tempo. Vi primeiro uns retratos na parede: Janelas onde olham avós hirsutos E as vovozinhas de saia-balão Como para-quedistas às avessas que subissem do fundo do tempo. O relógio marcava a hora Mas não dizia o dia. O Tempo, Desconcertado, Estava parado. Sim, estava parado Em cima do telhado... Como um catavento que perdeu as asas!

31 O tempo é um fio O tempo é um fio fino bastante frágil. Um fio fino que à toa escapa. O tempo é um fio. Tecei! Tecei! Rendas de bilro com gentileza. Com mais empenho franças espessas. Malhas e redes com mais astúcia. O tempo é um fio que vale muito. Franças espessas carregam frutos. Malhas e redes apanham peixes. O tempo é um fio por entre os dedos. Escapa o fio, perdeu-se o tempo Lá vai o tempo como um farrapo jogado à toa! Mas ainda é tempo! Soltai os potros aos quatro ventos, mandai os servos de um pólo ao outro, vencei escarpas, dormi nas moitas, voltai com tempo que já se foi...

32 Soneto de aniversário Passem-se dias, horas, meses, anos Amadureçam as ilusões da vida Prossiga ela sempre dividida Entre compensações e desenganos. Faça-se a carne mais envilecida Diminuam os bens, cresçam os danos Vença o ideal de andar caminhos planos Melhor que levar tudo de vencida. Queira-se antes ventura que aventura À medida que a têmpora embranquece E fica tenra a fibra que era dura. E eu te direi: amiga minha, esquece... Que grande é este amor meu de criatura Que vê envelhecer e não envelhece.

33 Amor

34 Soneto de Fidelidade De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.

35 Fidelidade                        Ainda agora e sempre o amor complacente. De perfil de frente com vida perene. E se mais ausente a cada momento Tanto mais presente com o passar do tempo à alma que consente no maior silêncio em guardá-lo dentro de penumbra ardente sem esquecimento nunca para sempre doloridamente

36 Mistério do amor É o beija-flor que beija a flor ou é a flor que beija o beija-flor?

37 Um dia acordarás Um dia acordarás num quarto novo Sem saber como foste para lá E as vestes que acharás ao pé do leito De tão estranhas te farão pasmar, A janela abrirás, devagarinho: Fará nevoeiro e tu nada verás... Hás de tocar, a medo, a campainha E, silenciosa, a porta se abrirá. E um ser, que nunca viste, em um sorriso Triste, te abraçará com seu maior carinho E há de dizer-te para o teu assombro: - Não te assustes de mim, que sofro há tanto! Quero chorar - apenas - no teu ombro E devorar teus olhos, meu amor...

38 Autopsicografia O poeta é um fingidor
Autopsicografia                                     O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. Fernando Pessoa


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