Coração de borboleta História original de Ana Manta

Apresentação em tema: "Coração de borboleta História original de Ana Manta"— Transcrição da apresentação:

1 Coração de borboleta História original de Ana Manta
Adaptada e formatada por Maria Jesus Sousa (Juca)

2 Era uma vez o David, um menino que tinha coração de borboleta
Era uma vez o David, um menino que tinha coração de borboleta. Sabem o que faz um coração de borboleta? Faz com que os meninos não consigam estar quietos e que seja difícil ficar com a cabeça parada no mesmo lugar. Já alguém viu uma borboleta ficar parada muito tempo?

3 Pois bem, o David às vezes até gostava de estar quieto e de mandar no seu corpo… Mas lá vinha o coração de borboleta e mandava-o saltar, voar, andar com a cabeça por bosques e vales, por países de mil cores…

4 Os pais bem lhe diziam: - David, tens de estar mais atento, ouve o que te dizemos. A educadora pedia-lhe: - David, por favor, não saias da mesa, tens uma tarefa para terminar. Toda a gente queria o David mais atento e mais quieto, mas era tão difícil!

5 Certo dia, o David decidiu que queria ser um menino crescido, aprender a ficar quieto, a ouvir uma história até ao fim, a fazer um trabalho com todo o cuidado, a pintar o seu desenho com muitos pormenores… Então, nesse dia, o David parou e resolveu falar com o seu coração de borboleta, pedindo-lhe muito para ser um menino crescido. Assim fez, fechou os olhos e viajou para um país de sonho…

6 Ao chegar lá encontrou o seu coração de borboleta e ainda outros corações de borboleta de outros meninos distraídos e agitados como ele. Então, o pequeno David perguntou a uma borboleta que por ali passava: - Quem és tu? - Sou a borboleta Zeta, a que vive no teu coração. Anda comigo, vem conhecer as minhas amigas…

7 E o menino lá foi… que mundo lindo era aquele em que elas viviam, um mundo cheio de cores, ali não havia relógios, não havia escolas, só brincadeira e diversão. - Isto de ser borboleta deve ser divertido! pensou o David.

8 E perguntou à Zeta: - Vocês não vão à escola. Não fazem trabalhos
E perguntou à Zeta: - Vocês não vão à escola? Não fazem trabalhos? - Não, nós só voamos, voamos até estarmos cansadas, e mesmo assim pouco nos cansamos… - Mas assim não aprendem nada, nem fazem trabalhos giros… - Que trabalhos? É bem mais divertido voar! Respondeu a borboleta que nunca tinha ido à escola. - Sabes David, vivemos pouco tempo, por isso a nossa vida não é igual à dos meninos... Aproveitamos muito o nosso tempo a voar e a dançar pelos campos. A nossa vida é curta mas bastante divertida.

9 Então o David começou a pensar e percebeu que as borboletas não precisavam assim tanto de aprender coisas novas… mas ele, sim! Devia ser divertido ser uma borboleta, mas também era divertido andar na escola, ter amigos, brincar e correr, e aprender coisas novas todos os dias. Foi então que ele pediu às suas amigas borboletas que acalmassem o seu coração apressado e o ajudassem a estar mais atento na escola.

10 O David despediu-se da Zeta e das amigas borboletas e voltou à sua vida, prometendo que, quando percebesse que a sua cabeça começava a esvoaçar, pensava nas borboletas e mandava o seu corpinho estar quieto e atento, para aprender muito. Combinou com a mãe e com a sua educadora que, quando percebessem que a sua cabeça voava demais, elas mostravam-lhe uma borboleta e ele lembrava-se que devia estar mais atento.

11 As borboletas também lhe disseram que ele podia ter outras ideias, que o ajudassem, sempre que tivesse de estar mais quieto e atento, para ser mais fácil conseguir parar e concentrar-se. E o David lembrou-se de usar um frasco que tinha guardado, para fazer um pote da calma…

12 Assim fez e, daí em diante, o David conseguiu estar mais atento e quieto quando era preciso e sentir-se feliz. Mas agora vou contar-vos um segredo: de vez em quando o seu coração de borboleta ainda o leva a voar por sítios que só ele conhece, mundos mágicos e cheios de animação. Afinal, também é bom ter um coração de borboleta! FIM

13 Créditos: Texto original: “David, coração de borboleta” (p.145)
Ana Manta, “Filho, presta atenção”. Lisboa, Clube do Autor, S.A. Imagens: