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Fundação Carlos Chagas/ FCC

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Apresentação em tema: "Fundação Carlos Chagas/ FCC"— Transcrição da apresentação:

1 Fundação Carlos Chagas/ FCC
Engenheira & gerente: desafios enfrentados por mulheres em posição de comando na área tecnológica Maria Rosa Lombardi Fundação Carlos Chagas/ FCC São Paulo Março de 2009

2 Discriminação de gênero nos ambientes de trabalho é um fator relevante para manter a sub-representação das mulheres na Engenharia Segregação horizontal ( áreas e atividades de trabalho) Segregação vertical ( dificuldades para ascender nas organizações)

3 Dificuldades para ascender nas hierarquias atingem toda as
trabalhadoras, mas se acentuam em certas áreas de atividade e nos altos escalões PARCELA FEMININA EM CARGOS DE DIRETORIA POR ÁREAS DE ATIVIDADE BRASIL, 2004 ( em %) ÁREAS % PRODUÇÃO E OPERAÇÃO 21,1 1. indústria e serviços de utilidade pública 9,7 2. serviços de alojamento, alimentação e turismo 26,5 APOIO 29,5 1. pesquisa e desenvolvimento 16,2 2. serviços administrativos e financeiros 32,7 3. recursos humanos e relações de trabalho 44,5 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CULTURA, SOCIAL, PESSOAL 74,9 1. educação 79,2 2. pessoais, sociais e culturais 48,7 Fonte: M.T.E. Relação Anual de Informações Sociais/ RAIS, 2004.

4 Hipótese: além das dificuldades para ascender enfrentadas por todas as trabalhadoras, as engenheiras gerentes tenderiam a ser submetidas a desafios adicionais. Hipótese baseada em resultados de pesquisa realizada entre 2003 e 2004, na França e no Brasil 33 entrevistas,7 engenheiros e 26 engenheiras Alguns deles também sindicalistas, docentes e um diretor de escola de engenharia Várias especialidades da engenharia Fator geracional ( formados na graduação nos anos 1970, 1980, 1990, 2000 a 2002) Considerados na análise engenheiros(as) que exerciam funções de gerência e/ou diretoria

5 Duas ordens de dificuldades se interpõem à ascensão das mulheres a postos de comando:
Padrões empresariais e de relações de gênero vigentes Alguma resistência das próprias mulheres, seja por falta de familiaridade com essas posições , seja em função da condição feminina nas sociedades ocidentais ( responsabilidade maior pela família e casa)

6 Padrões empresariais e de relações de gênero vigentes: alguns diferenciais de gênero entre carreiras masculinas e femininas 1. Ascensão masculina tende a ser linear, contínua e por cooptação no grupo de pares Engenheiro civil, 56 anos, consultor engenharia rodoviária: “... Quando saí da escola ( 1971) surgiram uma porção de oportunidades de emprego e um amigo me chamou... Fui ser engenheiro auxiliar na construção da estrada Cuiabá a Campo Grande.... Depois fui para Porto Velho para trabalhar num projeto... depois voltei para São Paulo....Interessante como experiência profissional, chequei a diretor..” Engenheiro de Produção, Marcos 46 anos, gerente : “... Recebi um convite em fins de 1993, fui para uma empresa de softwares de gestão empresarial para cuidar da área comercial, me nomearam gerente no Brasil... Em 1999 fui convidado para ser gerente numa multinacional de consultoria especializada em softwares... como responsável geral no Brasil... Em 2003 recebi convite de outra empresa na mesma área para ser o responsável na América Latina...”

7 2. Ascensão feminina segue padrão inverso
2. Ascensão feminina segue padrão inverso. No caso das engenheiras da amostra: Tendeu a não ser não linear; Foi menos comum a presença de um grupo de referência profissional; Houve a figura de um homem excepcional que “confiou” nelas; Foi limitada por um “teto de vidro”; Exigiu prova permanente de competência profissional, o que não ocorreu com os engenheiros.

8 Engenheira civil, 55 anos, diretora de banco francês privado
Engenheira civil, 55 anos, diretora de banco francês privado. Única engenheira na equipe de profissionais e a primeira a assumir uma gerência: “Tive muita sorte de encontrar um chefe que confiou em mim e me ajudou a progredir quando eu era jovem” “...na empresa o sistema de promoção vai da classe 5 à 8, seguidas de níveis “fora de classificação”, destinados a gerentes e diretores de alto escalão.Eu galguei até a classe 8, onde me deixaram 12 anos sem promoção. Recentemente fui reconhecida “fora de classificação” e comecei a entrar na carreira dos gerentes de alto nível do banco, mas na base da escala...é uma promoção honodífica, não terei mais nada até a aposentadoria...é o máximo que vou obter na hierarquia...O teto de vidro é real: os homens têm sempre a possibilidade de progredir na carreira e as mulheres param num certo patamar”

9 “ As mulheres têm que provar muito mais,
Engenheira química, 45 anos, gerente de pesquisa de produto: “ As mulheres têm que provar muito mais, todo dia, que elas conseguem matar dez leões... algumas vezes elas são preteridas colocam um homem... não sei, a gente tem que ser mais completa para merecer aquela posição”

10 3. Insuficiente valorização do trabalho feminino na área tecnológica
Engenheira de produção, 45 anos, chefe do serviço de assistência técnica ao cliente ( França): “Sofro pelo não reconhecimento oficial do meu trabalho na empresa. Numa empresa como esta há maiores perspectivas para uma mulher da área de finanças e marketing do que para uma engenheira se tornar diretora. Quero transformar meu serviço numa diretoria, desagregá-lo do marketing, mas tem sido difícil. Acho que é porque sou mulher, pois os colegas homens em serviços similares em outras empresas já ascenderam a postos de diretoria. È frustrante porque todo o meu trabalho é considerado um “serviço” como o administrativo, o comercial”.

11 4. O papel sócio-profissional dos “clubinhos” masculinos nas carreiras dos homens e a inexistência de similares femininos. Engenheira de Minas, 53 anos, consultora projetos ambientais): “...o mundo masculino tem um conjunto de regras...Num primeiro momento eles seguram a linguagem, não falam palavrão (quando há uma mulher)...eles brincam, falam de hobbies, as mulheres estão sempre mais preocupadas nessa posição ( de comando), que é sempre excepcional, ainda não está incorporada. Então, não vou no mesmo banheiro, não torço para o mesmo time, faz diferença, não é a mesma coisa.” Engenheira de produção, 47 anos, gerente de planejamento e controle num banco privado): “...eles defendem as melhores posições para seus membros...não têm muita predisposição para ouvir as mulheres, falam mais alto nas reuniões, então v. tem que brigar para falar”

12 5. “Mundo executivo” erigido sobre padrões profissionais masculinos: estender o expediente até mais tarde ou viajar com certa freqüência são comportamentos esperados 6. Avaliação de desempenho gerencial das mulheres segue padrões masculinos Engenheira química, 45 anos, gerente depto. pesquisa de produto: “Os homens acham que a gente deveria ser mais combativa..., às vezes eu ouço “ v. é muito da conciliação”... Talvez se fosse um homem conciliador não seria visto dessa maneira... A gente é avaliada por homens, à luz do que é valor para os homens e não para as mulheres..então acho que as organizações vão ter que se moldar, pois tem muitas mulheres em cargos de chefia, executivas...essas réguas foram aplicadas no passado, hoje em dia a régua é outra”

13 7. “Atos falhos” masculinos reafirmando a posição das engenheiras no grupo com base nos estereótipos femininos tradicionais Engenheira civil, 48 anos, diretora empresa pública de saneamento: “ ...tem os mesmos preconceitos de sempre, as loiras burras, as gostosas, as inteligentes feias, a gente tem que lutar. O dia em que tomei posse como presidente da Associação dos Engenheiros na empresa, não tinha café, me pediram para passar um.... Era a única mulher. È ato falho mesmo” Engenheira civil, 53 anos, docente em curso de engenharia: “ se tiver uma reunião de professores e tiver uma mulher, aquela vai ser escolhida para secretariar a reunião; agora, se for um cargo de comando, a mulher é esquecida, ela tem que falar, “eu quero” e ainda assim, eles dizem “ não dá”.

14 8. Brechas criadas pelos estereótipos facilitam a ascensão das engenheiras, ao mesmo tempo que contribuem para sua valorização desigual em comparação aos homens, enquanto profissionais da área tecnológica As habilidades “relacionais”, “sensibilidade” para lidar com pessoas, “criatividade”, “paciência”, como pontos valorizados na promoção das engenheiras a chefe, gerente ou diretora. Todas as entrevistadas afirmaram que mulheres têm maior facilidade de relacionamento do que o homens. Daí decorre que, em postos de comando as engenheiras conseguem construir um bom relacionamento com a equipe de subordindados, gerenciam melhor conflitos .

15 Engenheira civil, 48 anos, diretora em empresa pública:
Retração feminina frente à disputa por cargos de comando (responsabilidades familiares; medo da competição etc) Engenheira civil, 48 anos, diretora em empresa pública: “ Principalmente neste meu mundo da engenharia...as mulheres são super prestativas, extremamente responsáveis, não deixam uma tarefa para trás, estão sempre disponíveis. Mas elas se conformam com algumas coisas, como não ter cargos... Se tiverem que disputar abertamente, elas se retraem um pouco...eu procuro sempre puxar as engenheiras ( para cargos de chefia), mas acho que elas são mais frágeis mesmo.” “ ... Vejo o perfil das mulheres que estão em altos cargos atualmente, não têm filhos...as mais novas acho que conseguirão fazer as mesmas coisas sem ter que abdicar de tudo isso”

16 Comando de equipes técnicas masculinas: desafio especial para a engenheira gerente
Engenheira de sistemas de infomação, 40 anos, gerente de assistência técnica ao cliente): “... durante 5 anos eles ( equipe de engenheiros) resistiram à minha presença. Foi o conflito total. ...eles me viam como competidora ... e a saída que encontrei foi me aliar aos clientes. Fazia um tampão entre cliente e equipe técnica... era um serviço pós venda... Deixei a competência técnica para os homens e me desenvolvi como consultora do cliente, sua advogada perante a empresa...Tive sucesso nessa estratégia pois assumi o serviço de atendimento ao cliente em vários países”.

17 Finalizando com uma questão: quais são as especificidades, os desafios particulares das engenheiras gerentes? Como mulheres : menores chances de chegarem a esses postos ( clubinhos masculinos, certa resistência feminina à competição, menor disponibilidade face às obrigações no espaço doméstico)

18 Conflitos explícitos com equipes de engenheiros subordinados
Como engenheiras : Conflitos explícitos com equipes de engenheiros subordinados Algumas tiveram que encontrar “uma brecha” para continuar no posto e, em alguns casos, isso significou abrir mão do desempenho das atividades técnicas propriamente ditas, voltando-se ao exercício de outras atividades , considerada de cunho mais “relacional”– embora eminentemente técnicas e não menos importantes-, mas menos valorizadas na engenharia.

19 Engenheiras gerentes são um fato relativamente novo e é necessária a aceitção da sua autoridade técnica e de comando pelo grupo de homens Elas passam pelo desafio de encontrar uma forma mais feminina de gerenciar, diferenciando-se dos engenheiros, respeitados os estreitos limites que a organização do trabalho impõe a todos . E essa não é uma questão menos importante para as engenheiras gerentes, haja vista a repetição dessa reflexão em todos os depoimentos analisados. De fato, tem a ver com encontrar uma forma mais confortável de estar nos cargos de comando, respeitando a sua identidade de gênero. Como diz Marina ( 44 anos, Eletrônica, Gerente autônoma), que decidiu passar a chefiar “ sendo mulher....agindo como uma mulher numa profissão que é a engenharia”


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