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Poderes, funções e órgãos do Estado
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Objetivando promover o bem público, como sua meta final, o Estado desempenha uma série de funções através dos órgãos que o compõe, determinando um enorme conjunto de atos e serviços variáveis de um local para outro e de acordo com a época analisada. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Essa múltipla atividade gerou a teoria sobre os poderes estatais.
No início concentrada numa pessoa ou coletividade, passou a distribuir-se numa verdadeira divisão de trabalho e atribuições, cujas funções exigem os respectivos órgãos com a missão de exercê-las dentro dos limites das correspondentes competências. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Esse exercício mesmo dentro da unidade estatal obedece a limitações consagradas, que visam evitar a hipertrofia da autoridade. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Aristóteles começou a discernir as três partes do governo com as funções por elas exercidas: a assembleia do povo formada pelos cidadãos em geral, como corpo deliberante e verdadeiro soberano do Estado; a segunda composta de magistrados com ordens especiais encarregados das rendas e defesa do Estado e a terceira integrada por juízes, encarregados do julgamento e da aplicação da justiça. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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John Locke já falava expressamente nos poderes citando o legislativo, executivo, federativo do estado e a prerrogativa. Não confiante na natureza humana considerava perigoso confiar a execução das leis àqueles que a tivessem elaborado, convindo separar o poder legislativo do executivo. Não tratou do judiciário com especialidade e o poder federativo por outros interpretado como confederativo, correspondia ao direito da paz e da guerra, de formar ligas e alianças e de fazer toda espécie de negociações com as pessoas e as comunidades estranhas ao Estado. A prerrogativa referia-se ao poder discricionário que às vezes atingia a arbitrariedade indo de encontro ao bem público. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Foi Charles-Louis de Secondat ( )- Baron de Ia Brède et de Montesquieu que em 1748 elaborou um verdadeiro tratado de Teoria do Estado sob o título De I'Esprit des Lois, quando concluiu que "Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo de principais, ou de nobres, ou do povo, exercessem os três poderes, o que faz leis, o que executa as resoluções públicas e o que julga os crimes ou as desavenças dos particulares". Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Saint Girons distinguia apenas dois poderes: legislativo e executivo, sendo a justiça um ramo autônomo independente do executivo. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Benjamin Constant de Rebecque, escritor e político francês, admitia cinco poderes:
real, executivo, representativo de duração, representativo de opinião e judiciário. Ressalte-se, de logo, que o Brasil na Constituição Imperial, admitiu uma classificação sui generis com o poder moderador acrescido ao legislativo, executivo e judiciário quando mais se aproximou deste autor, com relação ao poder real. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Segundo Silvestre Pinheiro Ferreira, filósofo e estadista português, que escreveu os Princípios de Direito Público, Constitucional, Administrativo e das Gentes, os poderes também seriam cinco: legislativo, executivo, judiciário, eleitoral e conservador. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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o rei, a câmara dos pares e a câmara dos proprietários.
Francois Dominique de Reynaud, o Conde de Montlosier, juntamente com Benjamin Disraeli, o Lord Beaconsfield eram contrários a separação e faziam confusão com esta e o governo misto, afirmavam que os poderes eram: o rei, a câmara dos pares e a câmara dos proprietários. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Etienne Vacherot, filósofo francês em La Démocratie, afirmava serem três os poderes: legislativo, executivo e administrativo, estando a autoridade judiciária compreendida no poder administrativo. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Immanuel Kant, filósofo alemão nos Princípios Metafísicos da Teoria do Direito, viu nos poderes do Estado as três proposições de um silogismo prático: a maior que contem a lei de uma vontade; a menor , a ordem de conduzir-se de acordo com a lei; enfim, a conclusão, a sentença, que decide o que é direito no caso de agir. Estes três poderes são coordenados(completando-se) e interdependentes. O legislativo é irrepreensível; o executivo irresistível e o judiciário é inapelável. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Cada órgão, dentro da sua esfera de ação, exerce a totalidade do poder soberano.
Em outras palavras: cada ato de governo, manifestado por um dos três órgãos, representa uma manifestação completa do poder. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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O Legislativo, o Executivo e o Judiciário, são poderes interdependentes no sentido literal da palavra, já que devem ser harmônicos e coordenados entre si. São órgãos de manifestação do poder de soberania estatal, que é, na sua essência uno e indivisível. Cada um, na esfera da sua função específica, exerce a totalidade do poder. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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O Estado manifesta a sua vontade, o seu poder através desses três órgãos que compõem a sua unidade.
Cada um dos três, isoladamente, sem a correlação e a integração dos dois outros, não chegaria a expressar o poder do Estado. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Os três poderes só são independentes no sentido de que se organizam mutuamente na finalidade essencial de compor os atos de manifestação da soberania estatal, mediante um sistema de freios e contrapesos, na expressão dos constitucionalistas norte- americanos, realizando o ideal de contenção do poder pelo poder. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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AS TRÊS FUNÇÕES BÁSICAS DO ESTADO
Não confundir as funções com as finalidades ou objetivos do Estado, que são vários e de natureza militar, policial, econômica, previdenciária, cultural entre outras. Todavia as funções básicas do Estado, mesmo com outras palavras ou acréscimos por parte de uns e concentrações por outros permanecem as mesmas desde Aristóteles aos nossos dias. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Consultiva, que se pronunciava acerca da guerra, da paz e das leis;
O filósofo grego entendia da seguinte maneira as três funções basilares da “polis”: Consultiva, que se pronunciava acerca da guerra, da paz e das leis; Administrativa, através do magistrado incumbido dos restantes assuntos do governo. Judiciária, solucionando as controvérsias; Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Modernamente o Estado consolidou estas três funções que a partir dos pensadores dos séculos XVII e XVIII, passaram a ser exercidas por órgãos correspondentes de forma harmônica e interdependente: Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Legislativa: estabelece normas gerais e abstratas que regem a vida em sociedade, através de manifestação de vontade a ser feita valer toda vez que ocorre o fato descrito na norma. Exemplo: Quem importa mercadoria paga o imposto sobre importação. Esta é uma lei. Executiva: traduz num ato de vontade individualizado a exteriorização abstrata da norma. Exemplo: Cobrar do importador o tributo na quantidade prevista na lei é ato executivo. Judiciária: Dirime as controvérsias que podem surgir na aplicação da lei. Exemplo: Se o importador dos exemplos acima, considera indevido o tributo cobrado surge uma lide a ser resolvida definitivamente pela função jurisdicional. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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ÓRGÃOS E FUNÇÕES DO ESTADO
(IN ADERSON DE MENEZES, Teoria Geral do Estado, 8ª. edição, Rio de Janeiro, Ed. Forense, 1996, fs. 367/373) Preliminarmente cabe distinguir: Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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GOVERNO: “Soberania posta em ação”
GOVERNO: “Soberania posta em ação”. Esmein ou “Direção suprema dos negócios públicos” segundo Barthélemy e Duez. ADMINISTRAÇÃO: Instrumento de efetivação do Governo à qual está subordinada. Realiza a orientação e idéias governamentais. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Sistemas de classificação:
Formais ou subjetivistas levam em consideração os órgãos que desempenham as funções públicas, donde: O Governo é exercido pelos Representes, já a Administração é exercida pelos Agentes. Materiais ou objetivistas levam em consideração as funções que são desempenhadas pelos órgãos públicos: O Governo garante normas, soluciona conflitos, estabelece a ordem pública, já a Administração presta serviços mediante as obras gerais de interesse coletivo. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Órgãos: Indivíduo ou grupo de indivíduos aos quais o Estado confia o papel de desempenharem suas atividades (do Estado). Funções: Atividades estatais em realização, entregues ao mister isolado ou conjunto de indivíduos previamente designados. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Queiroz Lima assevera que o ideal seria que a cada função correspondesse um órgão público, mas, na prática é diferente; às vezes o mesmo sistema de encargos fica disperso em vários órgãos e muitas vezes, um só órgão desempenha várias funções. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Ressalta que: “A chave do sistema constitucional consiste precisamente em distribuir as diferentes classes de atividades do Estado pelos vários órgãos, por forma que a ação de um sirva de aparelho de controle da ação dos outros”. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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A Representação corresponde ao mandato popular.
Representantes ou órgãos de representação, querem em lugar do Estado (nação). A Representação corresponde ao mandato popular. A vontade autêntica do povo (nação) está no corpo eleitoral e se manifesta nas eleições. A vontade de fato é do representante, mas, a vontade de direito é do Estado (nação), não pode ser controlada. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Não exprimem a vontade própria do povo (nação).
Os Agentes são colocados sob a autoridade e controle dos órgãos de representação. Não exprimem a vontade própria do povo (nação). Podem praticar atos jurídicos, mas, nos limites legais fixados (vinculados). Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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A representação pode existir na Monarquia Hereditária e na República onde os Magistrados têm acesso em geral por concursos de provas e títulos, dada a tecnicidade e imparcialidade que se devem revestir as funções jurisdicionais. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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LÉON DUGUIT, tende a retirar o conteúdo autoritário do Estado trazendo o entendimento que: “ele é uma cooperação de serviços públicos organizados e controlados pelos governantes”. ADERSON DE MENEZES, encerra magistralmente, conceituando os serviços públicos como sendo: “o conjunto de atividades e obras pelas quais o Estado atende aos interesses gerais, satisfazendo as necessidades coletivas”. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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O Estado Brasileiro LEGISLATIVO- elabora às leis do estado;
EXECUTIVO- administra o estado através das leis e da execução delas; JUDICIÁRIO- aplica as leis do estado; Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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Interdependência dos poderes do estado brasileiro (sistema de freios e contrapesos)
Algumas relações entre os três poderes: 1-Relações comuns entre os poderes Legislativo e Executivo: O Legislativo julga o executivo nos crimes de responsabilidade art.85 e 86 CF; O Executivo sanciona, promulga ou veta projetos de leis do Legislativo art.84, IV e V. CF. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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2-Relações comuns entre os poderes Legislativo e Judiciário: O Legislativo aprova a nomeação de membros do judiciário art.84,XIV e XVI,CF; O Judiciário processa e julga os membros do Congresso nos Crimes Comuns art.102,I,b. CF. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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3-Relações comuns entre os poderes executivo e judiciário: O Executivo nomeia o Judiciário (STF) e (TS) art.84,XIV e XVI,CF; O Judiciário julga o Executivo nos crimes comuns (STF) art.86 CF. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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4-Relações comuns entre os poderes executivo, legislativo e judiciário: No impedimento do Executivo é ele substituído na sequência após o vice- presidente, pelo Legislativo (Presidente da Câmara) e em seguida pelo Judiciário (STF) art.80 CF. Professor Luiz Andrade -TGE 06/05/2014
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