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Simone Diniz, Universidade de São Paulo, Coletivo Feminista, Brazil

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Apresentação em tema: "Simone Diniz, Universidade de São Paulo, Coletivo Feminista, Brazil"— Transcrição da apresentação:

1 Simone Diniz, Universidade de São Paulo, Coletivo Feminista, Brazil
Homens, mulheres e economia de cuidado Simone Diniz, Universidade de São Paulo, Coletivo Feminista, Brazil Simpósio Global Engajando Homens e meninos pela igualdade de gênero Rio de Janeiro, 2 de Abril de 2009

2 Dados de pesquisas sobre a economia do cuidado no Brasil e suas repercussões
Reflexões sobre a prática no Coletivo Feminista, na assistência a mulheres e casais, sobre as tensões de gênero no trabalho de cuidar Reflexões sobre uma proposta de ‘experiência cultural’ de gênero no cuidado (pelo homem) da mãe e do bebê: a campanha pelo direito ao acompanhante no parto

3 O marido é cada vez menos importante do que a carreira
As mulheres no Brasil representam metade da população economicamente ativa. Também contabilizam mais de 50% das matrículas da escola básica às universidades. Chefiam uma em cada quatro famílias e aumentam sua participação nos cargos eletivos. Ao mesmo tempo, continuam assumindo desproporcionalmente o trabalho doméstico O marido é cada vez menos importante do que a carreira Um deles é a resistência dos homens em dividir os afazeres domésticos com uma parceira que trabalha fora de casa Araújo e cols. “Novas conciliações e antigas tensões? Gênero, família e trabalho em perspectiva comparada”, - Serving Social Program/Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (Iuperj)

4 O paradoxo explica uma das maiores descobertas da pesquisa:
A maioria dos homens (57%) acha que os casados são mais felizes do que os solteiros. De outro lado, apenas 44% das mulheres consideram que as casadas são mais felizes do que as solteiras. “O casamento deixou de ser central na vida da mulher” Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pelo Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (Iuperj), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

5 Quando perguntados quem lava e passa a roupa, responderam “só eu” 73,9% das mulheres e apenas 2,3% dos homens. Na limpeza da casa “só eu” : 64,3% a 3,7%. Evitar conflito e conformismo da mulher com a dupla jornada: 51% delas disseram nunca entrar em conflito pela falta de participação do parceiro nas tarefas do lar O tempo que as brasileiras dedicam às tarefas do lar é o dobro do tempo das mulheres americanas ou suecas

6 Diferença da média de horas dispensadas no trabalho doméstico no Brasil:
Os homens que trabalham dedicam, em média, 10,6 horas por semana ao trabalho domestico Enquanto as mulheres, mesmo trabalhando fora, dedicam 26,9 horas O “trabalho emocional” das mulheres: acomodar necessidades na família e minimizar conflitos

7 O cuidado dos filhos continua desproporcionalmente
dependente das mulheres Homens mais engajados em atividades de lazer com os filhos Homens têm mais resistência contra atividades consideradas aviltantes (trocar fraldas por. ex.) Para muitos homens o cuidado com os filhos pode ser visto como uma forma de desmoralização, como subalternidade à mulher, como incapacidade de discipliná-la Pais ausentes ou desconhecidos – sequer o registro da paternidade (quanto mais vulnerável, menos a criança ‘tem pai’)

8 Sentimentos de injustiça dos dois lados
Os homens desta geração fazem muito mais do que seus pais faziam Porém fazem muito menos do que as mulheres esperam ou precisam As pesquisas mostram que os homens superestimam o número de horas trabalhadas em casa, pois as consideram quase uma injustiça (ser mandado pela mulher, que não reconheceria seus méritos

9 Cada vez menos motivação para ter filhos
Mudanças nos padrões de fecundidade Muito abaixo das previsões Fecundidade atual: 1,8 filhos por mulher Entre as mais escolarizadas (>12 anos), a fecundidade está em 1,0 filho por mulher, e continua caindo Enormes tensões para acomodar o trabalho remunerado e o trabalho de cuidar. Stress parental e ruptura das relações

10 Uma mudança cultural rápida no lugar simbólico do trabalho de cuidar
Em 2003, 67% das mulheres entrevistadas pelo Ibope concordavam com a frase “Eu me realizo através dos meus filhos” Em 2008, apenas 45% Em 2003, 82% das mulheres concordavam com a frase “O bem-estar dos filhos é mais importante do que o da gente” Em 2008, apenas 56% A “etica do cuidado” X “ética da justiça”

11 Divisão do trabalho de cuidar e violência de gênero
Tensões crescentes nas relações, e a concessão pelas mulheres ao modelo mais conservador para prevenir a violência entre o casal e com os filhos “Violência patrimonial” Convenção Interamericana contra a violência contra a Mulher (Belém do Pará) Todas as formas de coerção que implicam destruição ou redução da capacidade da mulher de gerar renda, propriedades, educação, etc.

12 Resultados da divisão injusta do trabalho de cuidar
Menor tempo da mulher para atividades de geração de renda e investimentos em sua educação A recusa a pagar pensão (garantida por lei) e a recusa em contribuir com o provimento material leva ao empobrecimento feminino e das crianças Situação é pior onde as políticas de suporte social são mais precárias: creches e pré-escola boas e gratuitas licença maternidade e paternidade transferência de renda e patrimônio etc. A ausência do Estado se reflete nas tensões familiares

13 novas experiências culturais de gênero
O que pode ser feito novas experiências culturais de gênero “Ensaio” de novas relações de gênero e cuidado As instituições (de saúde, educação, serviço social etc.) não enxergam o homem como cuidador, só a mulher Mudar as relações de gênero passa por mudar as instituições Exemplo de política que oferece oportunidades de aprendizado cultural de novas relações de gênero: Acompanhantes na gravidez, parto e pós-parto A campanha, seus limites e potencialidades

14 Direitos no parto – o movimento
Direito à escolha informada (à condição de pessoa) Direito à integridade corporal Direito a estar livre de tratamento desumano, cruel ou degradante Direito a acompanhante da escolha Direito a autonomia, expressão, prazer, privacidade em sua sexualidade REHUNA, etc

15 Acompanhantes - evidências
Há evidências robustas mostrando que o acompanhante durante o trabalho é uma ferramenta poderosa para promover os melhores resultados maternos e neonatais, incluindo mas não limitados a Taxas mais baixas de partos operatórios, Trabalhos de partos mais curtos, Taxas menores de demanda por analgesia, Melhores índices de Apgar menor de sete de nos primeiros 5 minutos, Aumento da satisfação materna com o processo do parto e muito mais. [19] 19. Hodnett ED, Gates S, Hofmeyr GJ, et al. Continuous support for women during childbirth (Cochrane Review). In: Cochrane Library, Issue 2. Oxford: Update Software, 2005.

16 O potencial de ter um acompanhante no parto para prevenir a morbidade e a mortalidade materna deve ser explorada à medida em que se torna uma realidade nos serviços do SUS, pois quando as mulheres têm um acompanhante ao seu lado, elas tendem a ser tratadas melhor. Relatos informais mostram que casos de near miss (mulheres que tiveram complicações graves e sobreviveram), o acompanhante teve um papel fundamental em reconhecer precocemente a deterioração rápida do estado de saúde da mulher após o parto. Bruggemann OM, Osis MJD, Parpinelli MA. Support during childbirth: perception of health care providers and companions chosen by women. Revista Saúde Pública 2007;41(1):44−52

17 Análises dos subgrupos (países em desenvolvimento)
The Cochrane Database of Systematic Reviews from Issue 3, 2007 – 16 ensaios randomizados controlados com 13,391 mulheres. Ellen Hodnett , (Gates, Hofmeyer, Sakala) “Caregiver Support for Women During Childbirth." Análises dos subgrupos (países em desenvolvimento) Maior impacto sobre a satisfação das mulheres do que a peridural O impacto é maior onde não tem peridural (e em populações comparáveis, é melhor que a peridural para a avaliação positiva da experiência) O efeito é melhor quando o acompanhante não faz parte do staff, é da escolha da mulher

18 Acompanhantes: dados brasileiros
Pesquisa Nacional Demografia e Saúde, 2006 13% no total dos parto - 32% no setor privado 9% no SUS (setor público) Grande resistência, preconceitos de gênero (raça, classe, geração): “Homens bêbados, violentos, despreparados” “Vão perturbar o trabalho” “Vem aqui ficar olhando a vagina da outra” “Vão ficar defendendo a mulher”

19 O prazo para ajustar-se à lei 11.108 se encerrou em junho de 2006!
O direito dos cidadãos brasileiros já começa a ser desrespeitado desde o seu nascimento? E pelo próprio SUS?! O direito à equidade O prazo para ajustar-se à lei se encerrou em junho de 2006! Interessados em receber o cartaz / participar da campanha

20 É fundamental incluir como indicador a ser estudado
o impacto que a presença paterna no ciclo gravídico - puerperal tem sobre os homens e a paternagem O homem mais uma vez ‘desaparece’ do cenário dos indicadores, resultados A lei especifica que o acompanhante deve ser aquele da escolha da mulher Nem toda mulher, mesmo com parceiro, o prefere com acompanhante Os homens precisam suporte para enfrentar os desafios: do medo de desmaiar à troca das fraldas, da responsabilidade como provedor - Riscos de medicalização suporte pré-natal para homens “A sociedade moderna precisa ter outra geração de crianças, mas também outra de pais”


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