A apresentação está carregando. Por favor, espere

A apresentação está carregando. Por favor, espere

O período RIO BRANCO.

Apresentações semelhantes


Apresentação em tema: "O período RIO BRANCO."— Transcrição da apresentação:

1 O período RIO BRANCO

2 OS ANOS DE PREPARAÇÃO

3 José Maria da Silva Paranhos Júnior
Nasce no Rio, em 20/4/1845 Morre em 10/2/1912

4 PERÍODO Início do 2º Reinado (1840) Guerra do Paraguai (1864 – 1870)
República: 1889

5 * Abre as portas para o IHGB, o qual presidiria mais tarde.
FORMAÇÃO ACADÊMICA Colégio Dom Pedro II. Universidade de Direito de SP - Universidade de Direito de Recife ( ). 1867: Viaja à Europa Amante de história e geografia. * Abre as portas para o IHGB, o qual presidiria mais tarde.

6 FORMAÇÃO INFORMAL Visconde do Rio Branco:
Ministro das R. Exteriores ( ) Primeiro Ministro ( ) Missões diplomáticas na G. Paraguai

7 FORMAÇÃO INFORMAL Proporcionou a Paranhos Jr.:
Aprendizado político em casa (interesse pelas questões públicas) Postura Aristocrática Inserção política Contato direto com missão diplomática na Guerra do Paraguai

8 CARREIRA E CARREIRAS (1868 à 1876) A dificuldade de se afixar
Prof. no Pedro II (Geografia e História) Promotor público – Nova Friburgo Deputado pelo Mato Grosso (Visconde era senador) Secretário do Visconde em missão diplomática. Jornalista: Redator do “A Nação”

9 Possíveis Motivos para Abandonar Política Interna
Relação amorosa com atriz belga Sombra do pai Dinheiro Esgotamento das possibilidades de crescimento Possível objetivo anterior: carreira política teria sido instrumento para atingir diplomacia?

10 DIPLOMACIA Instrumento de realização das paixões de Paranhos
O Devir Histórico e a Geografia na prática. EMPECILHO: D. Pedro não o achava indicado para a função. O Imperador viaja, e a Princesa Isabel, regente, o nomeia Cônsul em Liverpool (1976)

11 O LONGO ESTÁGIO NO ESTRANGEIRO

12 O Longo Estágio no Estrangeiro
Consulado Geral em Liverpool a partir de 1876 Paris- Liverpool 31 anos Experiência rara

13 Belle Époque – Era Vitoriana Hegemonia Européia
Docas de Liverpool Belle Époque – Era Vitoriana Hegemonia Européia Liberalismo, Constitucionalismo e Nacionalismo Inglaterra- Capitalismo Industrial e liberalismo político Paris- Capital intelectual e convívio com brasileiros Influencia reforçando convicções anteriores

14 Estudo intenso sobre o Brasil
“ enquanto habitou o velho mundo, que foi mais de um quarto de século, só se ocupou do Brasil nos arquivos e bibliotecas” Oliveira Lima “Uma coisa vertiginosa o que ele sabia sobre o Brasil” Eduardo Prado Estudo intenso sobre o Brasil Investigação do passado para compreender o presente Historia, geografia, cartografia Erudito e estadista Arquivo do Pai sobre a vida política de 1840 a 1880 Sucesso para ter sucesso

15 “ Diga ao Rio Branco que ele é bom servidor do país,ao qual terá talvez ocasião de prestar serviço. Deve ficar em seu posto. Que continue a trabalhar pelo Brasil. Eu passo, o Brasil fica. ” Pedro II

16 RIO BRANCO E A DIPLOMACIA: TRÊS EIXOS DE AÇÃO

17 A POLÍTICA TERRITORIAL DE RIO BRANCO

18 A POLÍTICA TERRITORIAL DO BARÃO DO RIO BRANCO
Motivos do Sucesso: Senso das realidades concretas aliado à disposição de adaptar com flexibilidade a essas realidades os métodos, mecanismos e princípios da ação Não era homem de idéias pré-concebidas Princípios Básicos: Os tratados entre Portugal Espanha não passavam de indicação genérica

19 Nunca foi um entusiasta das resoluções limítrofes por arbitramento
Princípio do uti possidetis: Apenas a ocupação real e efetiva de um território dá legitimidade a uma dominação, não importando seus direitos " O uti possidetis da época da emancipação das colônias espanholas era a posse natural da Espanha, o que a Espanha possuía, real e efetivamente, com qualquer título ou sem título algum, não o que a Espanha tinha o direito de possuir e não possuía" Andrés Bello Como um critério metodológico, o Barão recusou qualquer engajamento diplomático em negociações multilaterais de fronteira Nunca foi um entusiasta das resoluções limítrofes por arbitramento

20 " Só devemos recorrer ao arbitramento quando for de todo impossível chegarmos a um acordo direto com a parte adversa" Rei da Itália As questões limítrofes foram o foco da Política Externa brasileira neste momento Grande mérito: resolver todas as questões limítrofes de uma das maiores nações em espaço territorial do planeta com dez vizinhos diferentes sem fazer uso do meio militar Feito único na esfera da diplomacia mundial Em apenas 15 anos, o Barão concluiu uma das maiores realizações da história diplomática de qualquer país em qualquer tempo. Delimitou a área onde a soberania do estado brasileiro deve ser exercida

21 RESOLUÇÕES Argentina (1895) Guiana Francesa (1900)
Como Diplomata: Argentina (1895) Guiana Francesa (1900) Como Ministro das Relações Exteriores: Bolívia (1903) Equador (1904) Peru (1904 – 1909) Guiana Inglesa (1904) Venezuela (1905) Guiana Holandesa – Suriname (1906) Colômbia (1907) Uruguai (1909)

22 A QUESTÃO DE PALMAS Antecedentes:
Disputa pela delimitação da fronteira entre Brasil e Argentina na região dos Rios Uruguai e Iguaçú Antecedentes: 1885: Reconhecimento da região limítrofe de Palmas/Misiones como território litigioso 1889: Assinam tratado que determina a solução do impasse pelo arbitramento de Washington 1993: Barão do Rio Branco substitui Barão de Aguiar e Andrada na chefia da comissão brasileira

23 Argumento Argentino: Os rios que definiam a fronteira na região de Misiones (Peperi e o Santo Antonio), definidos no tratado de Madri, eram na verdade rios mais a leste Argumento Brasileiro: Os rios Peperi e Santo Antonio tais como definidos pelo tratado de Madri, são mais a Oeste. O trabalho realizado pelo Barão teve um escopo muito histórico e geográfico. Sua formação histórica e sua paixão pelos mapas o colocou em outro patamar de argumentação em relação à seu adversário argentino, Estanislau Zeballos O laudo realizado pelo presidente Cleveland em 1895 colocou a vitória nas mãos de Rio Branco

24

25

26 A QUESTÃO DO AMAPÁ Antecedentes:
Discussão entre o Brasil e a França em respeito à um porção de terra na região limítrofe, o território do Amapá Antecedentes: 1713: Tratado de Utrecht: França aceitaria como limites de sua Guiana o rio Japoc (Iapoque). Reação da França é o de contestar que o rio Japoc é, na verdade, o rio Araguari 1809: A Guiana é invadia pelas tropas de D João VI e restituída à França em 1814 1841: A região é considerada território neutro 1892: Comissão de brasileiros e franceses é formada para explorar o território litigioso. Ouro é encontrado e motiva freqüentes conflitos

27 Suíça dá a segunda vitória ao Barão de Rio Branco
RIO OIAPOQUE 1897: Barão do Rio Branco escalado para tentar resolver o litígio. Tentou a negociação através de uma possível divisão do território. 1897: É assinado acordo cedendo à Suíça o título de árbitro do contencioso territorial. Suíça dá a segunda vitória ao Barão de Rio Branco RIO ARAGUARI

28

29 A QUESTÃO DO ACRE Complicações:
Começou como um problema histórico jurídico como os antecessores. Porém, logo se transformou em uma questão política complexa. Complicações: Crescente presença de população brasileira em terras onde nossos títulos eram no mínimo duvidosos Interesse econômico na região por conta do boom da borracha Fraqueza do governo Boliviano somada à cobiça econômica das potências levaram ao arrendamento da zona por um consórcio de investidores estrangeiros O Brasil reconhecia explicitamente a soberania boliviana na região

30 Nenhuma das experiências anteriores poderiam ajudar nesta questão
A faísca: Revolta dos brasileiros e decisão do General Pando de responder ao levante belicamente Nenhuma das experiências anteriores poderiam ajudar nesta questão Métodos Políticos e Diplomáticos necessários: o uso adequado do limitado poder disponível e a negociação culminando em permuta de territórios e pagamento de compensações Argumento e Justificativa da Missão: "O problema só se podia ou pode resolver ficando brasileiros todos os territórios ocupados pelos nossos nacionais". – " Se desejamos adquirir o Acre mediante compensação é unicamente por ser brasileira a sua população Outra complicação: O impasse possuía 3 adversários. Sua estratégia era tratá-los separadamente - diferente visão de outros de sua época que não enxergavam as especificidades desta atuação - Pagava-se para adquirir direitos que não se possuíam ou cuja posse era discutível 30

31 Governo Peruano: Rejeitou negociação trilateral com o país
Bolivian Syndicate: Consórcio que dava concessões à empresas americanas e européias para explorar a região. Tinha o apoio potencial do governo americano. O então presidente, Campos Salles, juntamente com o apoio de Rio Branco proibiram a navegação pelo rio Amazonas para alcançar a região do Acre "Era a arma mais forte do Brasil contra o consórcio porque, sem acesso ao Acre a concessão não tinha nenhum valor" Bradford Burns Ao mesmo tempo que usava o poder político, fazia concessões, prometendo indenização aos acionistas Dosagem sábia do uso de poder e de concessões negociadas - Amazonas era a única entrada prática para o acre – justificativa de Rio Branco para ficar com o território - Se não houvesse o bloqueio, o BS jamais sentiria-se pressionado a atender o Brasil. Mas, també, se não fosse um pouco flexível, não conseguiria 31

32 Negociação aberta acarretou no Tratado de Petrópolis de 1903:
Governo Boliviano: Em reposta à repressão militar, Rio Branco ordena ocupação do acre pelas forças armadas "O senhor presidente Pando entendeu que é possível negociar marchando com tropas para o Norte. Nós, negociaremos também fazendo adiantar forças para o Sul" Mescla de Poder e Transigência: Brasil se compromete a compensar a Bolívia pela permuta de territórios Negociação aberta acarretou no Tratado de Petrópolis de 1903: km2 de terras incorporadas ao Brasil km2 de terras dados à Bolívia como forma de compensação - 2 milhões de Libras Esterlinas como compensação pela troca territorial desigual - Compromisso brasileiro em construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré

33 "As decisões dos dois pleitos em que me coube a honra defender os interesses do Brasil não acrescentaram, apenas mantiveram o patrimônio nacional. [...] Verdadeira expansão territorial só há agora [...]. Com sinceridade, afianço a V. Excia. que para mim vale mais esta obra [[...] do que as duas outras, julgadas com tanta bondade pelos nossos concidadãos" Barão do Rio Branco Rio Branco acreditava que a região devia ser brasileira pela sua geografia – "A posição das redes fluviais tornavam o Acre caracterizadamente brasileiro" - Alvaro Lins

34

35 A QUESTÃO DO PERÚ E DO EQUADOR
Perú reclamava além do território do acre, uma considerável porcão do estado do Amazonas Em 1904, aceita-se considerar o território discutido como litigioso No mesmo ano, firma acordo com o Equador, caso ganhasse o território litigioso peruano e colombiano na fronteira com o Brasil Firma acordo com o governo Boliviano em 1909 pelo tratado do Rio de Janeiro Dos km2 reivindicados pelo Perú, forma assegurados pelo ministro.

36 A QUESTÃO DO PIRARA GUIANA INGLESA
1842: Território reconhecido como neutro e litigioso 1891: Primeira proposta britânica para divisão das terras 1901: Tratado submetendo decisão ao arbitramento italiano Rio Branco pede à Joaquim Nabuco que o substitua neste conflito Laudo italiano favorável à Inglaterra Aceitação do resultado por Rio Branco, mesmo sendo injusto BR: linha de partilha entre as aguas da bacia de Esquecibo e da amazonica RB: estava em berna por questoes do amapá 36

37 OUTROS GANHOS TERRITORIAIS
Venezuela: Comissões mistas são realizadas para delimitar a região limítrofe Suriname (Guiana Holandesa): Nunca houve problemas já que nunca invadiram território estrangeiro. Fronteira pelo princípio de divortium aquarum Colômbia: decisão das fronteiras sob o princípio de uti possidetis aproveitando a linha geodésica pré-existente na fronteira com o Perú Divortium aquarum: divisao das aguas dos rios que desaguam no atlantico das dos afluentes do amazonas Diferença da relação das guianas com os outros países 37

38

39 GANHOS TERRITORIAIS Grande maioria dos litígios na região amazônica. Territórios inóspitos e despovoados abriam possibilidade para alegação de utis possidetis. Já davam grande importância à região

40 A QUESTÃO DO URUGUAI Tratado em 1909 proposto pelo Brasil ao Uruguai, cedendo-lhe um largo trecho de fronteira na lagoa Mirim e no rio Jaguarão O tratado antigo de 1851 não dava ao Uruguai a possibilidade de navegação nestes cursos d'água Maior golpe diplomático em qualquer ressentimento que ainda poderia existir entre o Uruguai e o Brasil decorrentes da PE dos tempos do império no Prata Característica da americanização de sua política externa

41 Rio Jaguarão

42 RELAÇÕES ASSIMÉTRICAS DE PODER COM AS GRANDES POTÊNCIAS

43 Rio Branco: sinônimo de inovação
As relações brasileiras com outros países divididas em dois eixos: assimétrico e relativamente simétrico. Rio Branco: tentativa de unificação e complementaridade dos dois eixos. Percepção da mudança do centros de poder no SI: vácuo na esfera de relacionamento com as potências preenchido pelos EUA. Afim de ampliar o espaço de manobra da diplomacia brasileira, Rio Branco liga dois movimentos novos no SI – o surgimento dos EUA como potência e o surgimento do multilateralismo contemporâneo – com a defesa do Panamericanismo. “Rio Branco vê o Panamericanismo como uma possibilidade de lidar, com questões hemisféricas, em um plano de igualdade, atendendo ao pedido do mais fraco ao do mais poderoso.” Gelson Fonseca Junior em seu artigo: Rio Branco e o Panamericanismo: Anotações sobre a III Conferência Internacional Americana.

44 Brasil e Estados Unidos: A aliança não-escrita
“Antes, durante o Império, as potências predominantes, Inglaterra, França e Alemanha, estavam do outro lado do Atlântico, envolvidas e emaranhadas em seus jogos de equilíbrio. Agora surgia um poder cada vez mais próximo e cuja força gravitacional passava a se fazer sentir de forma crescente.” Rubens Ricupero Brasil e Estados Unidos: A aliança não-escrita

45 Brasil e Estados Unidos: A aliança não-escrita
Cenário Político: Intervenções: Segundo o Barão, “Washington era o principal centro das intrigas e dos pedidos de intervenção contra o Brasil por parte de alguns de nossos vizinhos, rivais permanentes ou adversários de ocasião.” A solução: criação de “uma barreira invencível na velha amizade que felizmente une o Brasil e os EUA.” Rio Branco em sob o pseudônimo de J. Penn em seu artigo O Brasil, os EUA e o Monroísmo.

46 Brasil e Estados Unidos: A aliança não-escrita
A Doutrina Monroe: Princípio suscetível de variação de acordo com aqueles que a aplicavam. Às vezes idealista, outras, egoísta. “Valeria a Doutrina pelo que valessem os estadistas que a usavam, que lhe davam organismo e substância com seus atos e idéias. (...) Dando-lhe sua colaboração, Rio Branco trabalhou para desfazer prevenções e desconfianças, agiu no sentido de um entendimento mais franco e cordial entre a América do Norte e a América do Sul.” Alvaro Lins em seu livro Rio Branco (O Barão de Rio Branco – )

47 Brasil e Estados Unidos: A aliança não-escrita
A política americana de Rio Branco não excluía a defesa de uma completa autonomia nacional e internacional de cada país. Importante salientar que o monroísmo não significa uma separação da Europa “Ela nos criou, ela nos ensinou, dela recebemos incessantemente apoio e exemplo, a claridade da ciência e da arte, as comodidades da sua indústria e a lição mais proveitosa do progresso.” Rio Branco, discurso de abertura da III Conferência Panamericana.

48 Brasil e Estados Unidos: A aliança não-escrita
Cenário Econômico: 1903: Acordo de Tarifas EUA permitem a livre entrada de café brasileiro enquanto Brasil concede taxa diferencial reduzindo 20% dos impostos sobre certas mercadorias americanas, Em 1909, também têm livre entrada nos EUA o cacau, a borracha e as peles brasileiras. Cenário Econômico: Depois de 1870, os EUA passaram a comprar mais da metade do café brasileiro (algo em torno de 6,1 mi de sacas), 60% de nossa borracha e era o maior importador de cacau brasileiro.

49 Brasil e Estados Unidos: A aliança não-escrita
“Tudo isso predispunha o Barão a buscar o que Bradford Burns denominaria de ‘aliança não-escrita’ com os Estados Unidos, pela qual cada um dos aliados se prestaria mútuo apoio a fim de melhor servir a seus respectivos interesses. Ao agir dessa forma, ele esperava evidentemente poder contar com o apoio americano nas suas relações potencialmente difíceis com dois vizinhos poderosos e incômodos, a Grã-Bretanha e a França, e com outros aventureiros do imperialismo que resolvessem exercitar seu poder em nossas praias (lembrar do incidente do Panther, com a Alemanha)” Rubens Ricupero

50 Brasil e Estados Unidos: A aliança não-escrita
A ampliação do quadro da amizade brasileira com os EUA era essencial e está extremamente relacionada à figura de Rio Branco. A elevação das representações diplomáticas dos dois países à categoria de embaixadas foi só uma prova disso. Segundo Joaquim Nabuco, “um título que vale uma política”.

51 O Paradigma Rio Branco Convergência Ideológica: política e diplomacia americanas na maior parte das vezes serviam para seus próprios fins e objetivos. Aspecto Pragmático: Rio Branco não era lacaio da política norte-americana e discordava destas quando sentiu não poder apoiá-la. Ex: Conferência de Paz em Haia. Esforço constante de uma difícil harmonização entre os interesses dos EUA e da AL: problema às vezes resolvido da subordinação do segundo ao primeiro.

52 RELAÇÕES SIMÉTRICAS DE PODER COM OS PAÍSES VIZINHOS

53 “O Brasil transmitia aos países da América espanhola a impressão de intimidade bastante com os EUA para ser capaz de interpretar suas políticas e aos EUA de ser indispensável para preparar a América hispânica pare receber e até aceitar suas políticas. Ambos os papéis aumentavam o prestígio do Brasil.” Bradford Burns

54 O Brasil e a América Latina
Para o Barão, o Brasil distinguia-se do resto da América Latina. Tinha uma posição de desdém às Repúblicas Hispânicas tão associadas à instabilidade política e guerras civis “A concepção de um Brasil diferenciado no espaço latino- americano comportava o entendimento de que lhe cabia exercer um papel de liderança.” Clodoaldo Bueno – O Barão do Rio Branco e o Projeto da América do Sul. Na concepção de Rio Branco, a melhor maneira de se proteger contra atentados à soberania era a garantir a estabilidade política da região. -> Medo das aspirações imperialistas européias e americanas. Sua política de prestígio despertou competidores na Argentina – o mais conhecido, Zeballos. “O realismo e a concepção de que uma nação necessita de poder militar para impor respeito explicam o fato de Rio Branco ter insistido no aumento da Esquadra brasileira.” Clodoaldo Bueno

55 A Argentina Relações econômicas estáveis: um dos principais países vendedores de gêneros alimentícios para o Brasil, sobretudo trigo em grão e farinha. Relações políticas não seguiam a mesma linha: rivalidade – projeto brasileiro de rearmamento naval, relações Brasil/EUA e Brasil/Prata. A questão alfandegária: “Não é o Brasil que tem de dar compensações ao fraco comprador que é para nós a República Argentina: é ela que deve dar compensações ao grande comprador de produtos argentinos que é o Brasil.” Barão do Rio Branco A questão naval: “A altivez e a preocupação em não permitir o mínimo arranhão no prestígio nacional forma constantes em Rio Branco, durante a administração da pasta. Não seria diferente no relativo aos armamentos.” Clodoaldo Bueno

56 O Triângulo ABC e a noção de influência compartilhada
Imagem recorrente do Brasil: “(...) Brasil exerceria a hegemonia sul- americana por de Delegação norte-americana, assim como esta exercia sobre todo o continente, a pedido e exortação das granes potências em conflito com algumas republiquetas.” Jornal argentino La Prensa. Mudança de tal imagem era preocupação constante tanto dos EUA quanto de Rio Branco. Rio Branco pensa então na criação de um instrumento legal formado pelos principais países da América do Sul que levasse a atitudes voltada para a paz e ordem na região. “Ao aproximar o Brasil das principais nações do segmento sul do continente, buscava também isolar forças e impedir que qualquer uma delas viesse a exercer liderança ou jogar sua influência a favor de outras repúblicas de fala espanhola que tinham pendências com o Brasil.” Clodoaldo Bueno

57 O Triângulo ABC e a noção de influência compartilhada
A entente cordiale. De acordo com Ricupero, o foco do acordo estava no Artigo 1 no qual as partes declaravam que procurariam “proceder sempre de acordo entre si em todas as questões que se relacionem com os seus interesses e aspirações comuns e nas que se encaminhem a assegurar a paz e a estimular o progresso na América do Sul.” Preocupação de Rio Branco com a ordem e a estabilidade na região – atuação conjunta na contenção de formação de milícias, medidas contra insurreições e resposta aos insurgentes.

58 O Triângulo ABC e a noção de influência compartilhada
Detalhe: na concepção do Barão, o projeto do ABC não incluía equivalência naval. Também julgava ser impraticável um acordo entre as 21 repúblicas americanas: “as nações mais fortes e mais progressistas (...) exerceriam influência sobre as demais, evitando as guerras tão freqüentes em alguns países.” “Pensamos que um acordo no interesse geral, para ser viável, só deve ser tentado entre os EUA, o México, o Brasil, o Chile e a Argentina.” Rio Branco em discurso na III Conferência Internacional Americana

59 O Triângulo ABC e a noção de influência compartilhada
O ABC no período de Rio Branco não passou da fase preliminar – sendo concretizado apenas em X. “A título de síntese, pode-se afirmar que a política externa de Rio Branco para a América do Sul fundava-se em premissas, cujo encaixe teórico pertence à geopolítica, uma vez que a diplomacia brasileira s esforçou para evitar embaraços no contexto contíguo, fosse para manter a paz, fosse para evitar o surgimento de hegemonias, fosse para a consolidação do status quo territorial. Cumpre, finalmente, observar que não se incluía a pretensão de hegemonia entre os objetivos brasileiros relacionados à vertente atlântico-platina, mas sim de influência compartilhada com a Argentina.” Clodoaldo Bueno,

60 O LEGADO DE RIO BRANCO

61 O BRASIL NO MUNDO - Qual a essência dos feitos do Barão do Rio Branco?
Grande legado foi definir o espaço internacional do Brasil; ou seja, como nos inserimos no sistema internacional. A delimitação de territórios é o primeiro passo para tal inserção. Mas representa muito mais que isso: integrar o país ao mundo significa interpretar o mundo para o país e interpretar este para o mundo.

62 “Uma certa idéia do Brasil...”
O papel fundamental dos valores, convicções e objetivos na constituição da “idéia” de país dão forma, gradualmente, as imagens e projetos de inserção da nação no mundo O Barão e sua idéia de Brasil : a influência da personalidade política e pública (homem do seu tempo) patriota, admirador do pai, conservador, mas contra todo tipo de extremismo, liberal juridicamente, mas realista e entusiasta militar, paixão pelo país e da glória do povo, vocação de historiador

63 PLENAMENTE HOMEM DO SEU TEMPO?
Homem do seu tempo nos valores, objetivos, métodos e estilo Separa-se, nitidamente, do pior da sua época: nacionalismo desmedido, o culto ao poder e da força militar. Quanto a visão de mundo e ao “quadro de referências que condicionava a realização plena do potencial do país”: situava- se entre jurisdicismo radical e realistas cultores do poder puro. Chave: saber usar o poder disponível, aumentando-o e complementando-o através de alianças, negociações, etc.

64 até hoje nos discursos diplomáticos brasileiros
Os principais problemas de fins do século XIX: as questões territoriais e a gestão de antigas desconfianças, tensões e rivalidades. Lidando com tais questões fica evidente a idéia de nação e de projeto nacional e de inserção do Barão: Confiança no direito Cumprimento e defesa de direitos herdados Moderação, transigência. Condenação absoluta do recurso da guerra e ausência de intentos agressivos em relação aos vizinhos (recusa a sonhos hegemônicos) Tais convicções e princípios estão presentes até hoje nos discursos diplomáticos brasileiros

65 Confiança no direito: “(…)Mediation can be a powerful tool to help reach a solution in various stages of a dispute, but we believe the sooner it is used, the better. An effective mediation process does have the ability to assist opponents to settle before the dispute turns into an armed conflict. Once violence flares, making peace becomes more challenging and human costs start rising, often dramatically.(…)” Embaixador Piragibe Tarragô, representante permanente do Brasil na ONU em discurso na Assembléia Geral em 21/04/ Mediation and Settlement of Disputes 2) Cumprimento e defesa dos direitos herdados (...) Bem, gostaria de falar um pouco sobre a Bolívia, embora eu não queira também chover no molhado, mas é importante entender que o Brasil tem com a Bolívia – e essa percepção não é desse Governo, é uma percepção que vem de todos os Governos e que, certamente, esteve presente no Governo imediatamente anterior: a Bolívia é um parceiro estratégico para o Brasil. É a maior fronteira do Brasil. É o único país, creio eu, que tem fronteiras com quatro Estados brasileiros. Então, é um país com o qual nós teremos que nos integrar de uma forma ou de outra. (...) Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim em discurso para o Congresso Nacional, 09/05/2006

66 Celso Amorim em discurso já citado
3) Moderação, transigência e ausência de intentos agressivos em relação aos vizinhos (recusa a sonhos hegemônicos) “(...)Eu diria também que o Brasil procurou sempre, nesse período, trabalhar pela estabilidade da Bolívia, dentro daquilo que nos é possível, sem nenhuma paranóia, sem nenhuma pretensão de que nós é que vamos determinar qual é a realidade em um outro país, isso não é possível. Ninguém pode determinar a realidade nem do seu próprio país, quanto mais de outro país.(...)” Celso Amorim em discurso já citado .

67 A inserção do Brasil no Sistema Internacional
Modalidade de inserção escolhida foi particularmente feliz. Atuação de acordo com convicções e idéia de nação. Grande trunfo: detectar emergência dos EUA e ter sido capaz de estruturar relacionamento mutuamente proveitoso Política externa do Barão converteu-se em paradigma supostamente sempre válido e aplicado às mais diversas situações necessidade de atualização; PE criada para alcançar idéia de Brasil em época específica.

68 O GRANDE LEGADO DO BARÃO
Modernizador do conteúdo da Política Externa: Deve-se a ele a sistematização e consolidação do ideário externo do país em termos de objetivos e métodos (confiança no direito,nas soluções negociadas, não interferência). - Corresponde a realidade objetiva? - Completou os componentes internos da “idéia de Brasil”, da identidade nacional, com a dimensão externa essencial que lhe faltava – conteúdo construtivo de colaboração, ao invés de conflito.

69 “Programa de Aprimoramento do País”
Necessidade de eliminar vulnerabilidade latino americana e reduzir o diferencial de poder em relação aos “irmãos do norte” e à Europa. Idéia de nação do chanceler era concepção idealizada para melhor inseri-la no mundo, muito distante da realidade. Não bastava vender essa idéia aos estrangeiros – era preciso criá-la na realidade, transformando a realidade. O Itamaraty deixa de ser instituição puramente diplomática para estabelecer-se como um sistema de organização e definição de valores superiormente nacionais; órgão supremo de irradiação ou afirmação de prestígio do Brasil no continente e no exterior Imagem do Itamaraty e representatividade para o povo brasileiro (“país ideal”)

70 Outras “parcelas do legado”
Construção sólida das fronteiras e configuração territorial atual do país Modernizador também do instrumento – ação concreta, administrativa (reestruturação do Itamaraty). Enfatiza, assim, a necessidade de um Estado brasileiro eficiente, presente. - Objetivo de buscar para o Brasil, na “esfera das grandes amizades internacionais”, o papel ao qual o qualifica a “aspiração da sua cultura” Sementes da integração sul-americana (Tratado ABC) - Inserção como condição que determina a realização do próprio potencial do seu povo

71 Herói Nacional “A confiança pública cresceu dia a dia em torno dele: tudo quanto fizesse ou pensasse estava seguro de aprovação, quase sem exame” Assis Brasil “El nombre de Rio Branco em su pais es más representativo que el de ningún presidente o monarca de la tierra em el suyo, como prestijio, como confianza, como autoridad (...). Más que el nombre de um hombre constituye un simbolo: la abnegación, la imajen viviente de la patria misma (...)” Juansilvano Godoi “Jamais vi exemplo de prestígio semelhante, tão livre de suspeitas, de reservas, de ciúmes.” Manuel Bernárdez, enviado do El Diário de Buenos Aires A dupla identifiação: Rio Branco se confundia com a pátria e conjunto de cidadãos identificava-se com vitórias e prestígio internacional do chanceler. Único diplomata de carreira, realmente funcionário do estado, a assumir status de herói nacional de primeira grandeza.

72

73 Bibliografia ALMINO, João e CARDIM, Carlos Henrique (Org). Rio Branco, a América do Sul e a Modernização do brasil. Rio de Janeiro: EMC Edições, 2002 BITTENCOURT, Liberato.  “Psicologia do Barão do Rio Branco” in: Centro de História e Documentação Diplomática(org.).  O Barão do Rio Branco visto por seus contemporâneos.  1ª ed. Brasília: FUNAG, 2001, p LINS, Alvaro. Rio Branco (O Barão do Rio-Branco) Volumes 1 e 2. Rio de Janeiro: Editora Livraria José Olympio, 1945. RICUPERO, Rubens. Rio Branco: O Brasil no Mundo. São Paulo: Contraponto, 2007. RIO BRANCO, Jose Maria da Silva Paranhos. OBRAS DO BARAO DO RIO BRANCO: Discursos. Rio de Janeiro: MRE, 1945.


Carregar ppt "O período RIO BRANCO."

Apresentações semelhantes


Anúncios Google