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Reforma do Estado e política
Ciclo de debates “Estado e sociedade. Questões, desafios e oportunidades”. Vitória-ES, 16 maio 2006. Reforma do Estado e política Marco Aurélio Nogueira Universidade Estadual Paulista - UNESP Campus de Araraquara, SP – Brasil
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Mas como conseguir isso sem um Estado?
O desafio do século XXI: construir sociedades que sejam modernas em termos econômicos, sociais, políticos e cívicos. Mas como conseguir isso sem um Estado? Como conseguir isso com o Estado que se tem? Com qual padrão de convivência, de governo e de gestão pública?
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Convicções de uma época
Diminuir a relevância do Estado em benefício do mercado e da sociedade civil. Tratar o Estado como “mal necessário”. Desconstruir o Estado.
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Por que então reformar o Estado?
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1. Porque o Estado é um recurso social indispensável.
2. Porque o Estado apresenta falhas que o impedem de funcionar como um parâmetro para os cidadãos.
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3. Porque o Estado atual não consegue dirigir a globalização e responsabilizar os mercados.
4. Porque o Estado sempre responde à sociedade e a sociedade mudou muito nos últimos tempos.
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Protagonizamos uma imponente e complicada transição.
► A vida se refaz com rapidez, soterrando situações, pensamentos, estruturas, instituições, práticas e relacionamentos.
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Como qualificar o modo de vida atual?
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► Globalizado ► Fragmentado ► Diferenciado ► Individualizado ► Dinâmico, veloz e conectado ► Hipermercantilizado ► Reflexivo ► Democrático e participativo
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Uma vida “desterritorializada”
► Espaços físicos mais porosos e fluídos, mais sensíveis e expostos a flutuações “externas”. ► Perda de força dos centros e dos núcleos de direção.
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Sociedade da informação Revolução tecnológica Exacerbação do mercado
globalização da mídia globalização econômica Revolução tecnológica Exacerbação do mercado globalização do crime e da contestação Risco, incerteza Enfraquecimento do Estado
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Problematização das estruturas políticas de autoridade.
► Redução da soberania dos Estados ► Riscos globais ► Quebra e recriação de identidades ► Despolitização ► Crise da representação ► Nivelamento democrático ► “Excesso” de informações
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Efeitos gerais ► Demandas, direitos e reivindicações
► Governos “fracos” ► Processos decisórios tumultuosos ► Ineficiência, desgaste e ineficácia ► Instabilidade e turbulência ► Menor transparência das diferenças políticas e ideológicas
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► “Sofrimento organizacional”: organizações gastam muita energia para funcionar e ganhar alguma estabilidade, mas não conseguem eliminar a insatisfação e a apatia que tomam conta de seus integrantes.
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Para pensar a reforma é preciso tratar o Estado como complexo.
► Estado-aparelho: organização, gestão, prestação de serviços. ► Estado-político: dominação, coerção, regulamentação. ► Estado-ético: consenso,direção, educação. Um instrumento e um ambiente.
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Padrões reformadores REFORMAS QUALITATIVAS REFORMAS QUANTITATIVAS
Foco: custo do Estado REFORMAS “FRACAS” Gerencial Organizacional “Constitucional” REFORMAS QUALITATIVAS Foco: finalidades do Estado REFORMAS «FORTES» Política Sentido do Estado Cidadania Contrato social
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Tem prevalecido uma dinâmica reformadora concentrada no Estado-aparelho e no plano “quantitativo”.
Essa dinâmica cria um novo Estado-ético (mais “liberal”) e esvazia de sentido o Estado-político.
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Padrão prevalecente de reforma
Busca de efeitos imediatos Perspectiva tópica, não-totalizante Pressupostos quantitativos: custos Ênfase na moralização Reformas contra o servidor público Incapacidade de mobilizar apoios Descontinuidade
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Valorização unilateral do argumento técnico-racional
► Despolitização do Estado e da gestão pública: um Estado livre da “ingerência” dos políticos. ► Um Estado mais permeável aos interesses “racionais” do mercado que aos interesses “passionais” do social.
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Essa perspectiva parece esgotada: é incapaz de impulsionar um novo esforço reformador.
Em que direção seguir?
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A REFORMA NECESSÁRIA Reforma é mais que mudanças constitucionais ou inovação tecnológica. 2. Depende de um consenso sobre o país e da mobilização política da sociedade Seus resultados surgem no longo prazo e na medida em que se renovem as relações entre Estado e sociedade.
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A REFORMA NECESSÁRIA As pessoas como recurso estratégico
Capacitadas para pensar a crise navegar na complexidade gerenciar a incerteza humanizar e dirigir a mudança integrar a sociedade impulsionar as capacidades comunitárias
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Para a reforma democrática do Estado
Um novo pacto ético-político Reforma política e reforma da política Democracia substantiva Recuperar a função do planejamento Revolucionar a Administração Pública Um Estado inteligente
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Fim
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