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História Geral das Civilizações

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Apresentação em tema: "História Geral das Civilizações"— Transcrição da apresentação:

1 História Geral das Civilizações
Programa Sucinto (1) História e cultura; civilização e civilizações; a dinâmica das civilizações. A civilização ocidental e oriental: da construção do ocidente e do oriente. A Europa; história de uma civilização; das origens greco-romanas ao surgimento e criação da União Europeia. As armas e os barões assinalados História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

2 História Geral da Civilização
Programa Sucinto (2) A América e a civilização europeia no novo mundo O mundo muçulmano: características e perspectivas. O mundo africano e o mundo asiático: características e dinâmicas História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

3 História Geral da Civilização
Módulo 2 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA: Nemo, Philippe (2005). O que é o Ocidente? Lisboa, Edições 70. Goody, Jack (2000). O Oriente no Ocidente, Lisboa, Difel. Buruma, Ian & Margalit, Avishai (2004). Occidentalism. A Short History of Anti-Westernism. London: Atlantic Books. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

4 História Geral da Civilização
Introdução Será que a civilização ocidental possui valores e instituições comuns que superam as divisões geopolíticas dos estados que a compõem? Será ela distinta das civilizações chinesa, indiana, muçulmana e africana? História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

5 História Geral da Civilização
Introdução (2) Nemo argumenta que a civilização ocidental se pode definir a priori pelo Estado de Direito, a democracia, as liberdades intelectuais, a racionalidade crítica, a ciência e uma economia liberal fundada na propriedade privada. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

6 História Geral da Civilização
Introdução (3) Segundo Nemo, houve 5 acontecimentos que estão na origem da civilização europeia: A invenção da Cidade, da liberdade graças ao primado da lei, da ciência e da escola pelos Gregos; A invenção do direito, da propriedade privada, da pessoa e do humanismo por Roma; A revolução ética da Bíblia, a caridade supera a justiça; História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

7 História Geral da Civilização
Introdução (4) A Reforma Gregoriana dos sécs. XI a XIII As Revoluções Democráticas (Americana, Inglesa, Francesa) que promoveram a democracia liberal e pluralismo nas áreas da ciência, política e economia, permitindo que o Ocidente se modernizasse. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

8 História Geral da Civilização
Introdução (5) Se é verdade que estes saltos evolutivos envolveram também civilizações não-ocidentais, não é menos verdade que «o que caracteriza o Ocidente foi ter sido modelado por todos os cinco e por mais nenhum outro» [Nemo]. Este Ocidente não compreende um povo, mas sim povos de diferentes etnias, que assumiram uma mesma cultura. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

9 História Geral da Civilização
Introdução (6) Na Europa cristã diferentes grupos étnicos escolheram, por intermédio das suas elites, apropriarem-se, retrospectivamente, do direito romano e da ciência grega. Adoptaram esses passados, fazendo deles a fonte das suas normas, do seu imaginário e da sua identidade. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

10 A cidade e a ciência gregas (1)
A cidade grega eclodiu no séc. VIII, no seguimento da destruição das monarquias sagradas e centralizadas do período micénico (circa 1200 a.C.) e da Idade das Trevas que lhe sucedeu. Esta mutação tem as seguintes características: Quando a cidade surge o poder mágico-religioso do rei micénico ungido, que reunia na sua pessoa todas as funções sociais, tinha-se dissolvido sendo agora exercidas por diversos magistrados (militares, juízes, governantes, sacerdotes); História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

11 A cidade e a ciência gregas (2)
Se o poder real micénico estava confinado ao segredo do palácio real, o poder dos magistrados na nova urbe é aberto ao público. Aparece a ágora onde se reúnem os cidadãos e a escrita passa a tornar públicos os pensamentos. Com a ágora há uma valorização da palavra e da razão devido ao carácter público que o poder assumiu na cidade nascente. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

12 Fig. 1: Ágora grega Fonte: http://br.geocities.com
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13 A cidade e a ciência gregas (3)
Os membros da sociedade cívica ao acederem ao espaço público convivem como semelhantes. Nasce um homem abstracto (o cidadão grego), igual aos outros perante a lei, a ela submetido mas que participa no seu estabelecimento. A religião torna-se inútil do ponto de vista social. É ao Estado, regido pela razão pública, que passa a caber a ordem social (aplicação das leis, e punição dos crimes). As formas de religiosidade privadas (e.g. confrarias) emergem. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

14 A cidade e a ciência gregas (4)
A lei sendo humana é passível de ser modificada e a ordem social pode ser criticada e modificada pelo homem. Nasce a política, como discussão radical das regras da vida social. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

15 A cidade e a ciência gregas (5)
O Rei-Deus – a encarnação tanto da ordem cósmica como da terrena – desapareceu com a Grécia Antiga, para dar lugar a um governante secular. Passa a existir, assim, uma responsabilidade perante a comunidade e as suas leis. O Estados de direito modernos são devedores dos princípios gregos do governo pela lei e da liberdade individual. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

16 A cidade e a ciência gregas (6)
O cidadão passa a estar liberto do poder arbitrário de um rei, de um ancião, de uma pessoa de casta superior ou de uma pessoa situada acima na hierarquia sócio-cósmica. A lei passa a ser geral - e não particular (só em casos de lacunas na lei) - pública, conhecida a priori, igual para todos e anónima. Ainda que se tenha assistido a uma regressão destes preceitos na Idade Média. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

17 A cidade e a ciência gregas (7)
Com a consolidação do Estado cívico, a religião primitiva, deixa de impor de forma incontestável a sua visão do mundo, criando-se uma alternativa aos sábios para especularem sobre o Kosmos. O saber anterior à Polis grega incide sobre determinados objectos (astros, doenças, números,…), sem contudo se assumir como teoria, i.e. sem enunciar leis universais a que o universo esteja sujeito. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

18 A cidade e a ciência gregas (8)
Assistir-se-á nesta época à maturidade das grandes disciplinas científicas: as matemáticas, a astronomia, a física, a medicina, a fisiologia, a zoologia, a biologia. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

19 A cidade e a ciência gregas (9)
Decorrente da emergência da ciência, nasce no mundo helénico a escola, que representa um salto evolutivo relativamente aos ritos iniciáticos das sociedades primitivas e às escolas de escribas (técnicas) e confrarias de sábios (e.g. sofistas) As escolas primárias, onde o mestre ensina os pupilos a ler, escrever e contar; as escolas secundárias, onde o professor ensina gramática e literatura aos alunos e ainda as escolas superiores de filosofia, retórica e medicina, formam o sistema escolar grego. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

20 A cidade e a ciência gregas (9)
O sistema escolar grego será o veículo de divulgação do espírito científico, ainda que não em toda a sociedade helénica e greco-latina, mas pelo menos nas suas elites. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

21 O Direito Romano e a persona (1)
Os gregos inventaram o «governo pela lei», porém não aperfeiçoaram o direito, prevalecendo ainda as comunidades étnicas adstritas a um direito consuetudinário. Os jurisconsultos e magistrados romanos conceberam um sistema de direito privado altamente elaborado e sem equivalente no passado. Os romanos revolucionaram, assim, a concepção do homem e da pessoa humana. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

22 O Direito Romano e a persona (2)
Roma, na sequência das suas conquistas, havia-se constituído como um estado multiétnico. Para resolver os litígios, o direito dos Quirites – de cariz ritual e mítico – não era aplicável porque estava vedado aos estrangeiros. Era, portanto, preciso utilizar palavras comuns e fórmulas que excluíssem referências a religiões ou instituições étnicas particulares. Tal necessidade levou ao desenvolvimento de um terminologia jurídica cada vez mais abstracta. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

23 Expansão Romana Fonte: wikipédia
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24 O Direito Romano e a persona (3)
Este processo criativo, requeria a confrontação com uma série heterogénea de casos e admitia tentativas de correcção. Reconhece-se, assim, a existência de um direito natural que vigorará sempre que homens de cidades diferentes não puderem ser postos de acordo segundo os códigos positivos das suas cidades respectivas. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

25 O Direito Romano e a persona (4)
Esta lei comum a todos os homens e consciente aos homens honestos, permite consolidar e sistematizar a tarefa dos pretores (magistrado encarregado de aplicar a lei em Roma) que prosseguiu desde o séc. III a. C. até ao fim do séc. I d. C. A fonte do direito já não estava sujeita ao mito, nem tão-pouco ao costume, muito menos à revelação religiosa, mas à natureza humana objectiva, universal e passível de ser desvendada pela razão e pela consciência. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

26 Cícero ataca Catalina no Senado Fonte: wikipédia
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27 O Direito Romano e a persona (5)
O Império prosseguirá a tarefa de codificação das normas do direito, cujo corolário será o Corpus Juris Civilis (corpo de direito civil) de Justiniano, no século VI d. C. O direito civil romano é ainda hoje o fundamento de todos os direitos ocidentais modernos. O avanço introduzido pelo direito romano permitiu definir e circunscrever a propriedade privada no tempo - «é o próprio eu que assume uma dimensão que não tivera em nenhuma outra civilização» [Nemo]. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

28 O Direito Romano e a persona (6)
Assim, as vidas individuais deixam de se dissolver no colectivo. Ao inventar o direito privado, os Romanos conceberam a pessoa humana individual, livre, detentora de uma vida interior singular, um ego. O direito romano criou as condições que permitiram o reconhecimento social e institucional dos direitos, das liberdades e da perenidade da pessoa. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

29 O Direito Romano e a persona (7)
Há uma evolução para uma relação interpessoal que deixa de assentar numa fusão no grupo, de tipo colectivista ou tribal e passa a admitir plenamente o indivíduo e a sua liberdade. A sociedade passa, assim, a reconhecer a existência e a cabal legitimidade da vida privada dos indivíduos. A invenção do humanismo, segundo Nemo, é originalmente romana. O humanismo decorre do direito privado e da protecção jurídica da propriedade; que levou a que a humanidade saísse do Tribalismo. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

30 História Geral da Civilização
A Ética Bíblica (1) Nemo defende que com a moral judaico-cristã do amor/ compaixão se introduziu uma inédita sensibilidade face ao sofrimento humano, um espírito de luta «contra a ideia de normalidade do mal». A Ética judaico-cristã consiste numa compaixão ardente pelos pobres que supera a justiça clássica de «dar a cada um o que lhe pertence», para abraçar a misericórdia que procura mudar a ordem social fazendo mais pelo próximo. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

31 História Geral da Civilização
A Ética Bíblica (2) Se a justiça que os Antigos, de Aristóteles a Cícero, enunciavam era uma igualdade de termos finitos («dar a cada um o que lhe pertence»); a misericórdia é uma desigualdade já que não é uma troca, ela é uma relação assimétrica. A noção bíblica de pecado original, supõe que carreguemos o fardo dos males do mundo sentindo-nos responsáveis pelo sofrimento no mundo, ainda que não sejamos dele causadores, devemo-nos sentir responsáveis. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

32 História Geral da Civilização
A Ética Bíblica (3) A aceitação duma dívida não contraída e nunca passível de perdão é precisamente o que constitui a humanidade do homem. A salvação só se alcança através do desempenho da caridade. Deve-se ir procurar um mundo ideal que está radicalmente afastado do mundo real. Hoje em dia este sentimento está secularizado, mas há uma crença no progresso e na possibilidade de construir, através da ciência e do desenvolvimento económico, um mundo melhor. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

33 O Fruto Proibido Michelangelo Fonte: Wikipédia
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34 A Reforma Gregoriana (1)
Esta Reforma - que foi o acontecimento sociocultural mais relevante do final do séc. XI - foi realizada não só por Gregório VII (papa entre 1073 e 1085) mas também por papas anteriores e ulteriores, bem como outros clérigos e intelectuais durante muitos anos. Esta reforma reorganizou o conhecimento, os valores, as leis e as instituições não só da Igreja mas da sociedade europeia no seu conjunto. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

35 A Reforma Gregoriana (2)
Nos sécs. X e XI, o feudalismo tinha atingido o seu apogeu e a sociedade europeia estava fragmentada num grande número de entidades políticas de pequenas dimensões. A insegurança imperava, e a sociedade carente de orientação espiritual abraçava o paganismo. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

36 A Reforma Gregoriana (3)
O clero tinha perdido autonomia: eram os reis e os grandes senhores que designavam os detentores de altos cargos eclesiásticos. Os padres eram nomeados pelos pequenos senhores. E os titulares de cargos eclesiásticos encontravam-se enredados num sistema de corrupção e nepotismo (nomeação com favorecimento de parentes para cargos). História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

37 A Reforma Gregoriana (4)
Com o Dictatus Papae de Gregório VII declarou que o papa tinha a autoridade para exercer na Igreja um poder absoluto. Combateu, desta forma, a simonia (corrupção na nomeação de cargos eclesiásticos), o nicolaísmo (vida marital dos padres) e as investiduras laicas. Decidiu que os bispos, os abades e os eclesiásticos em geral seriam nomeados apenas pelas autoridades da Igreja. Decretou o celibato dos padres, estabelecendo assim o clero como corpo social independente. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

38 Fig. 4 – O Dictatus papae Fonte: wikipédia
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39 A Reforma Gregoriana (5)
Reformou ainda o direito canónico. Foram codificados os cânones antigos; e Gregório VII, numa medida de grande repercussão, ordenou o estudo renovado do direito romano antigo, que havia sido votado ao esquecimento desde a Alta Idade Média. Na cidade de Bolonha, o papa mandou Irnério fundar, aproximadamente em 1080, a primeira universidade de direito europeia. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

40 A Reforma Gregoriana (6)
Anteriormente eram os direitos bárbaros, algumas reminiscências do direito romano e a moral cristã que governavam os comportamentos sociais. O novo direito canónico elaborado pelos Decretais e pelos concílios de Latrão e de Leão, nas palavras de Nemo, conseguiu «recristianizar», humanizar o direito romano e «jurisdicizar» (i. e. tornar mais prática) a moral cristã. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

41 A Reforma Gregoriana (7)
Após as escolas de direito, foram criadas faculdades das Artes onde se ensinavam as artes liberais herdadas da Antiguidade (i.e. as ciências). Seguidamente foi criado um sistema completo de faculdades superiores: teologia, direito romano, direito canónico e medicina – é o início da idade de ouro da escolástica. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

42 A Reforma Gregoriana (8)
Tomando a monarquia papal por modelo, os Estados Europeus puderam começar um longo combate contra o feudalismo. Começaram igualmente a legislar, a centralizar as suas administrações, a recolher impostos propriamente estatais e a julgar os recursos dos tribunais senhoriais, aumentando a sua proeminência e o seu controlo sobre o conjunto do país. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

43 A Reforma Gregoriana (9)
Esta expansão dos Estados europeus, levou a que este continente passasse, entre os séculos XI e XIII, por um período de crescimento demográfico, urbano, económico e geopolítico. Foi neste período que a Europa ultrapassou outras civilizações que anteriormente tinham sido iguais ou até superiores a ela – Islão, Índia e China. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

44 A Reforma Gregoriana (10)
A época testemunha uma expansão geopolítica: a Reconquista, as Cruzadas e o Impulso para Leste (Drang nach Osten) dos Alemães na direcção dos países eslavos do Nordeste da Europa. A Reforma Gregoriana irá ditar uma ruptura profunda e duradoura entre o cristianismo ocidental e a ortodoxia. A evolução díspar dos cristianismos provinha da sua separação geográfica e política. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

45 O Grande Cisma do Oriente (1054) Fonte: wikipédia
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46 A Reforma Gregoriana (11)
A mutação espiritual que a Reforma processou cavou entre os dois cristianismos um abismo, uma vez que os teólogos ortodoxos tomaram a adesão dos ocidentais à acção temporal como um sinal de que haviam renunciado à dimensão sobrenatural da vida. Se no domínio da natureza e do progresso económico /tecnológico os cristãos ortodoxos não atingiram o mesmo apuro que os ocidentais, tal se deveu ao facto de os primeiros não terem atribuído à razão, à acção e responsabilidade humanas o mesmo valor que os segundos. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

47 A Reforma Gregoriana (12)
Com a Reforma usar a razão na ciência e no direito torna-se um dever sagrado para o homem ocidental. Se o homem, para Santo Agostinho ( ), depois do pecado original não podia resgatar a sua falta com nenhuma obra humana. Só Deus podia salvar o homem com a sua graça. Já com Santo Anselmo ( ) esta percepção do pecado e do valor da acção humana é alterada. A acção humana passa a contar para o balanço da salvação humana. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

48 A Reforma Gregoriana (13)
O facto de se crer que a salvação possa depender da exacta medida em que realizamos a justiça humana, levou a que no espírito da época se assistisse a um ressurgimento do direito romano e da ciência grega nos sécs. XI a XIII, depois de uma época de olvido. O método escolástico praticado nas Universidades da Idade Média, apoiado na metodologia aristotélica, reanimou o espírito científico da Antiguidade e predispôs os pesquisadores para o procedimento hipotético-dedutivo característico da ciência moderna. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

49 A Reforma Gregoriana (14)
A civilização ocidental será de agora em diante uma síntese entre Atenas, Roma e Jerusalém. Textos há muito disponíveis, guardados e recopiados nos mosteiros do Ocidente, até à Reforma tinham permanecido ocultos porque ainda não se lhes tinha dado o devido valor. O Corpus Juris Civilis; textos de ciência e filosofia grega até agora ignorados no Ocidente e recuperados com a Reconquista (bibliotecas árabes da Espanha) e as Cruzadas (Bizâncio) eram agora reputados de úteis e significativos. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

50 A Reforma Gregoriana (15)
O direito romano e a ciência grega (matemáticas, astronomia, medicina, as ciências políticas e morais gregas) só tiveram utilidade quando se julgou moralmente indispensável conhecer o mundo e o homem em prejuízo de concepções mitológicas. Boa parte da obra de Aristóteles e Hipócrates chegou até nós através de recolhas e traduções árabes. A Europa também beneficiou das suas contribuições científicas originais, designadamente no domínio das matemáticas. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

51 A Reforma Gregoriana (16)
Contudo, e de acordo com Nemo, estes elementos materiais são inferiores em relevância ao espírito (ocidental) que lhes deu significado e que levou à sua apropriação e posterior renovação integral. Este espírito conduziu a uma renovação da ciência, os manuscritos encontrados no Oriente foram a sua causa material, mas «se a causa material tivesse bastado, Galileu teria sido mongol.»[Nemo] História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

52 A Eclosão Democracias Liberais (1)
As insurreições dos protestantes franceses (huguenotes) + A guerra de libertação dos Holandeses contra os Espanhóis A Revolução Puritana e a Revolução Gloriosa em Inglaterra A Revolução Americana A Revolução Francesa Risorgimento italiano = INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS E LIBERAIS DOS PAÍSES OCIDENTAIS MODERNOS História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

53 História Geral da Civilização
Fig. 4 – La liberté guidant le peuple Autor: Eugène Delacroix/ Fonte: wikipédia História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

54 A Eclosão Democracias Liberais (2)
INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS E LIBERAIS DOS PAÍSES OCIDENTAIS MODERNOS = Democracia representativa + Sufrágio universal, individual, livre e secreto Separação de poderes Justiça independente e administração neutra Mecanismos de protecção dos direitos do homem e da propriedade privada Tolerância religiosa; liberdade de imprensa, de associação, livre iniciativa História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

55 A Eclosão Democracias Liberais (3)
O LIBERALISMO INTELECTUAL Foram estas instituições que permitiram a emergência do mundo moderno e possibilitaram ao Ocidente, desde há 2 ou 3 secs. os seus sucessos internos e o domínio geopolítico do mundo. Todas estas reformas promoveram um novo modelo de organização das actividades humanas: a ordem espontânea da sociedade – que se constitui voluntariamente pela combinação das livres iniciativas dos seus membros. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

56 A Eclosão Democracias Liberais (4)
Com a Reforma – e o consequente pluralismo religioso - do séc. XVI, os Europeus iniciaram um longo caminho em direcção à tolerância. Percurso iniciado na Idade Média (e.g. Abelardo) e depois prosseguido com os humanistas do séc. XVI (e.g. Erasmo) e terminado por pensadores como Locke e Voltaire. Posteriormente, através de pensadores como Bayle, Kant e Mill passa-se do conceito de tolerância ao de pluralismo crítico. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

57 A Eclosão Democracias Liberais (5)
Com a contribuição dos autores mencionados e de outros pensadores chegou-se à evidência de que o pluralismo crítico, no domínio do saber, serve melhor a verdade do que a defesa autoritária e dogmática desta. Assim, o cidadão deve ser livre de expressar os seus pensamentos, pelo que se deve garantir constitucionalmente a liberdade de todas as instituições culturais: a edição, a imprensa, a escola, a investigação científica, as artes e os espectáculos. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

58 A Eclosão Democracias Liberais (6)
Para além da liberdade individual, evoluiu-se paulatinamente para uma liberdade institucional, uma sociedade liberal alheia ao Estado e um sem número de organismos economicamente independentes deste. Segundo Nemo, o Estado e as suas instituições internas estão apoiados em certos modelos que não admitem a livre crítica a partir do seu interior, mas somente através de uma sociedade civil a ele exterior. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

59 A Eclosão Democracias Liberais (7)
Estando os investigadores ligados a instituições - pois só aí podem trabalhar de maneira frutuosa - e, estando cada paradigma (modelo) do pensamento e da ciência alicerçado numa instituição, se nelas não houver liberdade não se poderão defender novos paradigmas. Estas ideias tiveram repercussão na evolução da ciência. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

60 A Eclosão Democracias Liberais (8)
Após a Reforma e a Contra-Reforma, o ideal do dogmatismo (i.e. verdade absoluta) foi posto em causa. O cenário universitário foi expandido com a criação, no séc. XVIII das academias científicas. beneficiando da liberdade de publicação estabelecida na Holanda. No século XIX, a investigação científica sofreu um forte impulso com a criação das grandes instituições académicas europeias e americanas a quem é concedida a liberdade de pesquisa, terminando, assim, com a censura eclesiástica e estatal. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

61 A Eclosão Democracias Liberais (9)
Também no século XIX, se afirma, por um lado, a liberdade de imprensa, por outro, a pouco e pouco a liberdade de pensamento (Declaração Francesa dos Direitos do Homem, 1789). Igualmente nesta época surge o primeiro estado moderno laico (E.U.A.). Outras civilizações acolheram, por vezes, o pluralismo religioso, mas nenhuma outra, como o Ocidente fez do pluralismo intelectual algo de valor, digno de ser protegido através de instituições criadas para o efeito. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

62 A Eclosão Democracias Liberais (10)
De acordo com Nemo, houve uma ciência indiana, chinesa, japonesa e árabe, mas que se extinguiram devido à ausência de liberdade crítica. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

63 A Eclosão Democracias Liberais (11)
A DEMOCRACIA A democracia, tida como liberdade no processo de nomeação dos governantes e de tomada de decisão política, apareceu na Grécia e em Roma. Mas foi abolida com a aparição das monarquias helenísticas e do Império Romano. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

64 A Eclosão Democracias Liberais (12)
Depois das invasões bárbaras que assolaram a parte Ocidental do Império Romano e do subsequente estabelecimento de reinos bárbaros, depois dispersos com o feudalismo, só no século XVIII se estabeleceu em Inglaterra a 1ª monarquia constitucional. A Revolução Americana e Francesa (1776 e 1789, respectivamente) foram variantes no mesmo sentido. A Democracia também só no Ocidente eclodiu, porque pressupunha os frutos civilizacionais descritos inicialmente. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

65 História Geral da Civilização
Fig. 5 – Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (Fonte: wikipédia) História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

66 A Eclosão Democracias Liberais (13)
Para que emergisse a democracia foi preciso que desaparecesse da Europa, a ideia da monarquia de tendência absolutista. I. e.: o princípio de que certos homens, eleitos pelos deuses, possuam a capacidade de governar sozinhos e sem controlo, acima do direito comum pois têm o monopólio da Verdade. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

67 A Eclosão Democracias Liberais (14)
Assim é preciso criar instituições para que nenhum governante, sozinho, tenha demasiado poder. O controlo permanente do Estado pela sociedade civil levou à criação do sufrágio universal, à marcação periódica de eleições, e à responsabilidade colegial do governo perante o parlamento. Há uma dessacralização do Estado. Assume-se que o Estado é mais falível do que a sociedade, pelo que é a sociedade que deve ser soberana em última instância. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

68 A Eclosão Democracias Liberais (15)
Houve, contudo, momentos na história contemporânea europeia em que se ressacralizou o Estado, em que o Estado era tido como a única instituição social se poder exprimir em nome do interesse geral (e.g. socialismo, nacional-socialismo, fascismo, jacobinismo) A democracia pressupõe a convicção da falibilidade humana «do direito da humanidade a aspirar um futuro melhor, da ilegitimidade do poder político a assumir por si mesmo este futuro e a constituir o horizonte último da vida humana» [Nemo]. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

69 A Eclosão Democracias Liberais (16)
LIBERALISMO ECONÓMICO A reflexão teórica sobre os mecanismos de base da economia de mercado iniciou-se no Ocidente, assim que se reiniciou o estudo dos textos gregos antigos, após a Reforma Gregoriana. S. Tomás de Aquino, pôs em causa o preço natural - noção aristotélica - e admitiu que os preços podiam variar em função da oferta e da procura, sem que esta variação fosse imputada à desonestidade do comerciante. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

70 A Eclosão Democracias Liberais (17)
Os escolásticos e os neotomistas das Escola de Salamanca (secs. XVI e XVII) e, posteriormente, um conjunto de contributos de autores italianos, franceses, holandeses e ingleses foram continuadores desta reflexão. Todos estes autores (fisiocratas: Turgot, Say; clássicos ingleses: Smith, Ricardo, Malthus, etc.) pouco a pouco se aperceberam de que a riqueza das nações depende do desenvolvimento da livre troca, da livre iniciativa do comércio livre e da livre circulação de capitais. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

71 A Eclosão Democracias Liberais (18)
No séc. XIX e XX, outros pensadores sociais se empenharam em demonstrar que a liberdade, ao invés de produzir o caos, cria uma ordem económica mais complexa e eficaz do que as ordens tradicionais ou do que as ordens administradas. Segundo Nemo, os comportamentos dos agentes económicos são duplamente coordenados pelo direito – que delimita a esfera da propriedade privada (evita conflitos com outrem) e pelos preços – que dizem o que devemos fazer para responder às nossas necessidades. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

72 A Eclosão Democracias Liberais (19)
A economia é, segundo Adam Smith, um sistema auto-organizado capaz de recuperar constantemente os desequilíbrios decorrentes das mudanças de necessidades, dos recursos e das técnicas. Nenhuma autoridade central necessita de intervir, a não ser para garantir que todos respeitam as leis do jogo. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

73 A Eclosão Democracias Liberais (20)
Este modelo vai impor-se na Europa e na América a partir dos sécs. XVII e XVIII provocando aí um crescimento sem precedentes a que se convencionou chamar revolução industrial. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

74 A Eclosão Democracias Liberais (22)
OS ADVERSÁRIOS DA DEMOCRACIA LIBERAL Os adversários da democracia liberal dividiram-se em dois grupos: a direita, que defendia um retorno à sociedade feudal, monárquica, agrícola e artesanal e a esquerda que advogava uma sociedade imposta artificialmente que era considerada mais justa e racional. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

75 A Eclosão Democracias Liberais (23)
Em ambos os casos, prevalecia a incompreensão e aversão em relação à sociedade democrática e liberal que então florescia. No séc. XX, os regimes totalitários de esquerda (comunismo) e de direita (fascismo, nacional-socialismo) conseguiram derrubar a democracia liberal. Todavia, ambos se revelaram incapazes de gerir a ordem social complexa das sociedades modernas, daí resultou o horror humano e o fracasso prático destes regimes. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

76 A Eclosão Democracias Liberais (24)
De acordo com Nemo, as ideologias totalitárias foram impasses históricos e traições à tradição europeia. Fizeram reviver comportamentos tribais, aquém do civismo grego (negação do estado cívico) e do direito e humanismo romanos (o direito romano é estigmatizado como burguês) e aquém da caridade e da esperança bíblicas. Estes regimes, em suma, constituíram um retrocesso para formas sociais «anteriores aos acontecimentos espirituais na base dos quais o Ocidente se construiu.» [Nemo] História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

77 A Eclosão Democracias Liberais (25)
Para Nemo, a emergência dos totalitarismos na Europa, no passado século, vem provar que os valores e instituições firmadas pela civilização ocidental ainda são frágeis. A civilização humanista, cristã, democrática e liberal foi vitimada pela crise que ocorreu entre Guerras, na Europa. Os totalitarismos terão, por outro lado, ajudado o Ocidente a ter noção dos valores fundamentais da sua civilização. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

78 A Eclosão Democracias Liberais (26)
O nacionalismo, que teve a sua origem na Idade Moderna, havia dividido profundamente a Europa, gerando guerras quase constantes entre os sécs. XVI e XIX. As crises do séc. XX terão «feito abrir os olhos e criado a possibilidade de a identidade em si do Ocidente se tornar uma identidade para si» [Nemo] (exemplo disto é a criação da UE). História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

79 Universalidade da cultura ocidental (1)
DEMOCRACIA LIBERAL, DIVISÃO DO SABER E PRODUTIVIDADE Os 5 elementos constitutivos da cultura do Ocidente vieram permitir que a sociedade aumentasse o seu saber, dividindo o trabalho a uma escala exponencialmente mais ampla em comparação com as civilizações anteriores. Nas civilizações anteriores a divisão de trabalho restrita só possibilitava uma produtividade fraca. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

80 Universalidade da cultura ocidental (2)
O escambo pressupõe um direito comercial que reja as trocas económicas; um direito civil que salvaguarde a propriedade privada e os contratos; um Estado-árbitro, neutro capaz de aplicar o direito e reprimir os delitos. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

81 Universalidade da cultura ocidental (3)
Tudo isto só é possível em sociedades onde a pessoa humana individual e a liberdade sejam tidas em alta consideração; num universo onde a razão crítica se superiorize à mentalidade mágico-religiosa. «Foram estes universos que foram construídos pelo Ocidente» [Nemo] O desenvolvimento da economia de trocas facilitou a inventividade técnica e o crescimento da indústria, quebrando o ciclo vicioso do não desenvolvimento. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

82 Universalidade da cultura ocidental (4)
Segundo Nemo, não foram tanto as invenções da mule jenny (tear mecânico) e da máquina a vapor que permitiram a revolução industrial, mas sobretudo as inovações introduzidas pelos grandes pensadores da democracia liberal (Smith, Turgot, Kant, Locke,…). Foi, então, o desenvolvimento no âmbito das ciências morais e políticas, que ao permitir a economia de mercado a grande escala, criou as condições para o avanço das ciências da natureza e das tecnologias. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

83 Tempos Modernos: Chaplin
História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

84 Universalidade da cultura ocidental (5)
EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA E O SEU SIGNIFICADO O primeiro resultado do aumento da produção, proporcionado pela adopção da economia de mercado foi o enorme surto demográfico. Esta expansão demográfica que se originou na Europa foi inclusive uma das causas principais para a migração de populações deste Velho Continente para o Novo Mundo (América e Oceânia) e África. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

85 Universalidade da cultura ocidental (6)
O grande crescimento demográfico do Terceiro Mundo irá coincidir com a colonização europeia. A Europa traz consigo novas técnicas – higiene, medicina, etc. – e faz entrar na órbita da economia mundial regiões até então isoladas que, embora estejam sujeitas a termos de troca desiguais, beneficiam de recursos alimentares em quantidades inéditas. Antes desta expansão, a população das sociedades tradicionais estava submetida a uma lógica inalterada desde há milénios: estava limitada pela escassez de víveres. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

86 Universalidade da cultura ocidental (7)
Os intelectuais de esquerda e de direita, a partir do séc. XIX, alvejaram o capitalismo por ter empobrecido os homens. Para Nemo, o que esse fenómeno fez, isso sim, foi uma multiplicação dos pobres, um crescimento das populações no limiar da pobreza. Na Europa, no séc. XIX, os progressos no aparelho produtivo serão utilizados para viver melhor, enquanto a população cresce modestamente. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

87 Universalidade da cultura ocidental (8)
O Terceiro Mundo ainda permanece na primeira fase desta transição demográfica multiplicando-se a nível populacional, sendo portanto a sua pobreza mais impressiva do que passado (o aumento da produção não acompanha o aumento demográfico). O índice de reprodução de uma espécie, sempre ameaçada no seu meio ambiente, pela luta pela sobrevivência (Darwin), é um sintoma objectivo do seu sucesso na selecção natural. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

88 Universalidade da cultura ocidental (9)
População Mundial: 250 milhões de pessoas no tempo de Cristo, mais que dobrou até ao séc. XVIII, de 1750 a 2000 a população cresceu de 700 milhões para 6 mil milhões (quase decuplicou). Se é pacífico que esta explosão demográfica teve o seu início na Europa e depois se alastrou aos outros continentes, à medida que eles contactavam com a Europa, a explicação para tal fenómeno é, para Nemo, a modificação interna das sociedades europeias. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

89 Universalidade da cultura ocidental (10)
VALOR UNIVERSAL DA SOCIEDADE DE DIREITO E DE MERCADO A emergência da sociedade de direito e de mercado diz respeito, no entender do autor, directamente ou de forma indirecta a toda a espécie humana. Tal invenção radica no Ocidente. As sociedade não-ocidentais, no futuro, serão levadas a viver numa civilização técnica de origem ocidental e numa economia globalizada que funciona com instituições jurídicas, económicas e monetárias internacionais que têm o timbre ocidental. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

90 Universalidade da cultura ocidental (11)
Na história todas as sociedades que fomentaram uma arte de viver por si altamente estimada, tomaram os seus vizinhos por bárbaros, fazendo deles seus dependentes, recolhendo tributos ou tratando-os com desprezo. No Ocidente, a consequência da maldade humana universal e perpétua foi exponenciada pelo poder científico e económico que esta parte do globo atingiu. A experiência do colonialismo é disso testemunho. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

91 Universalidade da cultura ocidental (12)
As civilizações não ocidentais que no passado se quiseram modernizar fizeram-no ocidentalizando-se de algum modo. Mustafá Kemal Ataturk, primeiro presidente da República Turca, fez a escolha de modernizar a Turquia secularizando-a. O Japão também procurou modernizar-se, ocidentalizando-se com grande rapidez desde a era Meiji. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

92 Universalidade da cultura ocidental (13)
A modernização não exige uma completa ocidentalização, porém o desenvolvimento técnico a ela associado pressupõe uma divisão do saber e uma liberalização das trocas intelectuais e económicas, bem como um sistema fiável de direitos de propriedade. Para muitas culturas não-ocidentais isso é inadmissível pois redundaria numa transformação do conjunto das suas mentalidades e das suas instituições sociais. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

93 Universalidade da cultura ocidental (14)
As sociedades que passaram por os cinco acontecimentos que temos vindo a relatar foram a Europa Ocidental e a América do Norte. A cultura da sociedade americana, canadiana, australiana e neo-zelandesa não difere da sua congénere europeia na sua essência. Todas estas sociedades possuem facetas civilizacionais comuns que se impõem às suas diversidades regionais. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

94 Universalidade da cultura ocidental (15)
Para Nemo, os países da América Latina, da Europa Central, do mundo ortodoxo e Israel, são países com uma cultura quase ocidental. Nestes países ter-se-ia registado somente um ou dois dos cinco acontecimentos que temos vindo a abordar. Os países da Europa que estiveram sob a influência do fascismo e do comunismo não conheceram nem implementaram instituições democráticas e liberais, só com a queda do Muro de Berlim e a entrada na U.E. se processará essa integração no Ocidente. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

95 Universalidade da cultura ocidental (16)
Na América Latina, ainda subsistem populações indígenas de cultura ameríndia que não foram radicalmente transformadas pela cultura ocidental e que reivindicam amiúde uma identidade autóctone e mestiça. Os países ortodoxos, por seu turno, não conheceram a Revolução Papal. Assim, a laicização, o desenvolvimento do Estado de direito e a racionalização das mentalidades, não ocorreu no seu seio ao mesmo ritmo que na Europa Ocidental. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

96 Universalidade da cultura ocidental (16)
Israel tem uma situação geopolítica particular: Quanto aos judeus espalhados pelo mundo ocidental, estes são ocidentais e tiveram um papel de relevo na promoção das instituições democráticas e liberais a partir do séc. XIX. Aquando da sua criação, em 1948, o Estado de Israel foi um país quase ocidental: criou instituições análogas às dos Estados europeus onde os imigrantes tinham nascido e vivido antes da sua imigração (Polónia, Alemanha, Europa Central, Rússia, etc.) História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

97 Universalidade da cultura ocidental (17)
Contudo, a grande imigração oriunda dos países árabes e da ex- U.R.S.S., favoreceram um certo tradicionalismo religioso, que contesta, pelo menos em parte, os valores do Estado de direito laico e pluralista. O mundo árabico-muçulmano relaciona-se somente com o Ocidente através da Bíblia, mas a Ética judaico-cristã foi em muito modificada por Maomé profeta de Alá. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

98 Universalidade da cultura ocidental (18)
A filosofia islâmica do séc. IX ao séc. XII desenvolveu-se com a filosofia grega, nesta relevando sobretudo questões metafísicas e místicas que, para Nemo, não são as que tiveram um papel determinante na constituição dos valores ocidentais modernos. É inegável que os Árabes se reapossaram dos resultados científicos dos Gregos e deram contributos originais à ciência, mas é igualmente incontestável o facto de que a ciência não se enraizou de forma durável. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

99 Universalidade da cultura ocidental (19)
A cultura islâmica e a cultura ocidental divergem, razão pela qual a imigração em massa de muçulmanos não aculturados pela civilização ocidental para os países ocidentais coloca graves problemas. Igualmente são alheios à cultura ocidental aqueles países que não testemunharam nenhum dos cinco acontecimentos: mundo africano, indiano, chinês e japonês, a não ser na medida em que acolheram a civilização técnica. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

100 Universalidade da cultura ocidental (20)
De facto, em países como o Japão, China, Taiwan, Coreia do Sul esta adopção da tecnologia é já profunda e bem sucedida ao ponto de algumas destas sociedades ultrapassarem já no domínio técnico e científico o Ocidente. Há uma proximidade da civilização material destas sociedades com o Ocidente, mas perduram entre elas barreiras culturais sensíveis. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

101 Universalidade da cultura ocidental (20)
Contudo, a Europa e os Estados Unidos também se distinguem. Essa distinção é principalmente a nível político: a América é bem mais liberal, e a Europa tendencialmente mais social-democrata. É evidente que mesmo sendo líquido que a modernização implique um determinado grau de ocidentalização, as civilizações podem percorrer caminhos diversos do ocidental. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

102 Universalidade da cultura ocidental (20)
Afirmar o contrário seria dizer que «a imagem do homem promovida pelo Ocidente representa por si só todas as possibilidades humanas, o que é manifestamente falso.» [Nemo] Contudo, não é de esperar que as trocas económicas, as cooperações políticas, as viagens, o turismo e as migrações, só por si possam produzir uma visão do mundo comum a todos os povos. A globalização antes exacerba os problemas decorrentes da heterogeneidade das culturas do que os ajuda a resolver se não for acompanhada por um diálogo cultural. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA


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