Processamento perceptivo visual:

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1 Processamento perceptivo visual:
função, principais tipos, alterações e orientações Carolina Feng Uei Hun Fabiane Aquino Lourenço de Araujo Gabriela de Oliveira Cassimiro Tatiana Matsushita

2 Breve Introdução A percepção visual é um processo usado pelo sistema nervoso central (SNC) para adaptação ao ambiente. É um processo que integra a visão com a chegada de outros dados sensoriais para adaptação e sobrevivência. Ao adaptar-se ao ambiente, o SNC combina as partes isoladas de informação sensorial que recebe, integrando-as para formar um quadro do ambiente. Este quadro, criado pela entrada de dados sensoriais, torna-se o contexto de uma situação e o indivíduo usa esse contexto para tomar decisões e formular planos para responder a situações diversas.

3 Modelo hierárquico de processamento perceptivo visual
O conceito de função da percepção visual pode ser de uma hierarquia organizada de processos que interagem entre si e se sucedem.

4 Cognição visual: habilidade de manipular mentalmente a informação visual e integrá-la a outras informações sensoriais para adquirir conhecimento, soluções de problemas, formular planos e tomar decisões; Memória visual: habilidade de criar e reter uma imagem do objeto na mente enquanto a analise visual está sendo realizada; Reconhecimento de padrões: envolve a identificação das características evidentes de um objeto e o uso dessas características para distinguir o objeto dentre aquilo que o cerca;

5 Varredura Visual: rápidos movimentos de rotação do olho em direção ao objeto de interesse no ambiente; Busca visual reflexa: prende-se automaticamente a qualquer objeto em movimento e que apareça subitamente dentro do campo de visão Busca visual voluntária: é realizada com um propósito explicito de reunir informações

6 Atenção: capacidade de observar os objetos de perto e cuidadosamente para discernir informações sobre suas características e sua relação com o próprio individuo e com outros objetos no ambiente; Focal ou seletiva: usada para o reconhecimento e identificação de objetos. Permite que o individuo faça a precisa distinção entre os detalhes visuais; Ambiental ou Periférica: voltada para a detecção de acontecimentos no ambiente, sua localização no espaço e proximidade da pessoa. Assegura que a pessoa se mova com segurança no espaço e mantenha a orientação espacial

7 Controle oculomotor: possibilita que os movimentos oculares sejam realizados rápida e precisamente, e assegura a estabilidade perceptiva; Campos visuais: registra uma cena visual para assegurar que o SNC receba informações visuais completas; Acuidade visual: assegura a precisão da informação visual enviada ao SNC;

8 Déficits de atenção e Varredura visual
Perturbações na estratégia normal de busca podem ocorrer após lesão cerebral. As características da perturbação variam dependendo do hemisfério danificado

9 Hemidesatenção – lesão hemisfério direito
Déficits de busca visual associados a lesões do hemisfério direito. O paciente com hemidesatenção ao invés de iniciar o padrão de busca visual normal, da esquerda para a direita, costuma iniciar e restringir a busca ao lado direito do arranjo visual. Assim, o paciente perde informações vitais do lado esquerdo Perde os mecanismos de atenção do SNC (que conduzem a busca por informações visuais do lado esquerdo).

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11 Déficit de Campo Visual (DCV)
O paciente não negligencia o campo visual esquerdo, portanto tenta obter as informações visuais deste lado O defict localiza-se na tentativa de obter a informação visual necessária do lado esquerdo, e por isso a pessoa pode parecer desatenta.

12 Negligência Visual Combinação de hemidesatenção com DCV
Causa uma desatenção grave em direção a metade esquerda do espaço visual ao redor do corpo. Pode ser agravada por negligencia dos membros do lado esquerdo ou por negligencia da entrada de dados auditivos do lado esquerdo

13 Lesão no hemisfério esquerdo
Somente uma mudança na busca visual foi observada após lesão no hemisfério esquerdo, a diminuição simétrica na busca por detalhes quando olha-se para o arranjo visual; Pode ocorrer devido a perturbação na estratégia seletiva de busca “item por item”, medida pelo hemisfério esquerdo; Uma lesão no hemisfério esquerdo não resulta em hemidesatenção ou negligência

14 Déficits funcionais causados por desatenção visual
As atividades mais afetadas pelos déficits funcionais serão aquelas que requerem inspeção e integração de quantidades significativas de detalhes visuais e as realizadas em ambientes dinâmicos A manifestação de uma deficiência na atenção visual após lesão cerebral, dependerá das circunstancias e exigências das tarefas que o paciente precisa realizar

15 Avaliação A ênfase na avaliação recai na observação de como um paciente inicia e realiza a varredura visual para completar uma tarefa que requer busca visual. Durante a avaliação o terapeuta deve responder às seguintes perguntas: O paciente inicia uma estratégia organizada de busca? Ele consegue realizar a estratégia de busca de maneira organizada e eficiente? Obtém informações visuais completas com sua busca? Sua capacidade de buscar informação diminuem à medida que a complexidade visual da tarefa aumenta?

16 Tratamento A informação reunida com a observação do paciente, enquanto ele realiza os testes de busca visual, deve revelar deficiências específicas no padrão de varredura que o paciente usa para obter informações visuais durante a realização das tarefas diárias. Combinando a informação, obtida com os testes de busca visual, com a obtida pela observação do desempenho em AVD, é possível determinar se, e como, o desempenho nas atividades diárias do paciente foi afetado pela falha na busca visual. As metas do tratamento no plano de atendimento devem ser verbalizadas para refletir as atividades diárias específicas afetadas pela desatenção.

17 Antes que um paciente aprenda a reorganizar uma busca visual ele deve entender como mudaram sua busca e atenção visual. A principal estratégia de compensação ensinada ao paciente com hemidesatenção é a reorganização do padrão de varredura para que a busca visual comece do lado esquerdo de um arranjo visual e prossiga para o lado direito. À pacientes com lesões no hemisfério esquerdo deve-se ensinar como iniciar uma cuidadosa busca item-por-item nos arranjos visuais.

18 Estratégias de compensação
As atividades do tratamento devem requerer que o paciente realize a varredura em um espaço visual o mais amplo possível. As atividades do tratamento serão mais eficazes pedindo-se ao paciente que interaja fisicamente com o alvo após sua localização. As atividades do tratamento devem enfatizar a atenção consciente ao detalhe visual e a inspeção, bem como a comparação cuidadosa dos alvos. A estratégia de busca deve ser praticada em um contexto para garantir a transferência de sua aplicação para as atividades da vida diária.

19 É importante para o aprendizado de compensações que o paciente se conscientize da natureza do déficit visual e de como este afetou seu desempenho funcional. Apresentar ao paciente um feedback imediato sobre o desempenho e apontar as deficiências, facilita o processo de detecção de erros. Devido a gravidade de seus déficits alguns pacientes não possuem cognição para se beneficiar da prática de estratégias de compensação. Esses pacientes podem obter benefícios com uma abordagem passiva de tratamento com ênfase na modificação do ambiente para ajudá- los a usar suas capacidades limitadas de atenção.

20 Sugestões de modificações no ambiente
Diminua as estampas do plano de fundo para que os objetos em primeiro plano sejam vistos mais facilmente. Certifique-se de que a iluminação e o aposento sejam adequados para a tarefa. Aumente o contraste entre os objetos do primeiro plano com o plano de fundo para aumentar a visibilidade de itens no ambiente que precisam ser notados.

21 Você consegue ver?

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29 Bibliografia Consultada
WARREN, M. Avaliação e tratamento de deficiências visuais. In: PEDRETTI, L. W.; EARLY, M. B. Terapia Ocupacional: capacidades práticas para as disfunções físicas. São Paulo: Editora Roca pp e