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2. O objecto de estudo da Linguística
2.1. O conhecimento intuitivo dos falantes; o conhecimento da língua como um saber regular: regra e Gramática
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Bibliografia Chomsky (1986, 1994) Fromkin & Rodman (1988)
Raposo (1992) Pinker (1995) Faria et al. (1996) Fromkin (2000) Mateus et al. (2003)
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Todos os seres humanos que falam uma língua sabem ‘gramática’ – todos sabemos usar as palavras num contexto lógico, conhecemos o seu significado geral, sabemos formar frases, etc. Mas será que este conceito de ‘gramática’ é equivalente àquele a que estamos habituamos a referir-nos??
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A este conceito de ‘gramática’ equivale o conhecimento implícito que todos temos sobre a nossa própria língua; Antes de prosseguir, importa distinguir e realçar aqui esta nova noção de Gramática, por oposição às noções tradicionais:
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A visão tradicional de ‘Gramática’
Gramáticas prescritivas / normativas – ‘Conjunto de regras impostas por um grupo socioculturalmente aceite a um ou vários grupos de falantes’ (in Xavier e Mateus, Dicionário de Termos Linguísticos) Associadas à ideia de que a mudança linguística é uma espécie de ‘corrupção’ da língua (purismo); Defendem e aconselham ao uso de formas consideradas ‘correctas’ que todas as pessoas ‘educadas’ devem utilizar; O objectivo é prescrever (i.e. normativizar) e não descrever; Tentam impedir o desenvolvimento de variedades marginais da língua (ex.: ‘black english’, línguas populares).
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Em Portugal não há nenhuma gramática normativa, uma vez que não existe uma entidade normativizadora reconhecida legal e institucionalmente como tal.
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A visão tradicional de ‘Gramática’
Gramáticas descritivas – ‘Estudo abrangente, sistemático, objectivo e preciso dos sistemas e do uso de uma língua ou dialecto específicos num dado momento. A gramática descritiva não prescreve normas para o uso da língua.’ (ibidem) Procuram dar conta de um modelo da capacidade linguística dos falantes; O objectivo não é dizer como se deve falar, mas dizer como se fala, na realidade; Procura-se formalizar (com base numa teoria) e sistematizar a gramática dos falantes; Nesta abordagem, todas as gramáticas de todas as línguas, são igualmente complexas e lógicas;
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Em Portugal há várias gramáticas descritivas (cf
Em Portugal há várias gramáticas descritivas (cf. Programa – Bibliografia): Cunha e Cintra (1984, 1996), para uma abordagem da gramática no modelo tradicional; Mateus et al. (2003), para uma abordagem da gramática no modelo generativo.
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Nova visão de ‘Gramática’
Gramática Generativa - Modelo teórico desenvolvido a partir do final dos anos 50 (Chomsky, 1957), cujos pressupostos eram os de que o nosso conhecimento (implícito) da língua é uma espécie de ‘gramática’. A partir desse conhecimento da língua ‘geramos’ as estruturas possíveis na nossa língua. O objectivo da GG era simular/formalizar, por meio de regras transformacionais, a geração dessas estruturas
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Gramática Generativa ‘Proposta teórica de gramática explícita que compreende um conjunto de regras formais, de princípios e de parâmetros universais subjacentes ao conjunto infinito de enunciados’ (Xavier e Mateus, Dicionário de Termos Linguísticos).
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Gramática Generativa e Gramática Universal
Gramática Universal – ‘Objectivo principal da investigação linguística integrada numa teoria que procura especificar, de um modo preciso, a forma possível de uma gramática nas línguas naturais, com especial referência às restrições formais a que essa gramática está sujeita.’ (ibidem)
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O objectivo da GG é descobrir o conteúdo da GU.
O objectivo da GG é constituir os Princípios que regem a GU e estabelecer os Parâmetros que são fixados para a Gramática particular de cada língua. O objectivo da GG é descobrir o conteúdo da GU.
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2 noções-chave Língua-I vs. Língua-E
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Língua I Gramática interiorizada / interna / implícita – ‘Sistema linguístico entendido como elemento mental de quem domina uma língua e a usa como falante/ouvinte.’ (Xavier e Mateus, 1989, Dicionário de Termos Linguísticos.) Competência
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Língua E Gramática exteriorizada / externa / explícita – ‘Termo utilizado para referir o objectivo da linguística teórica, em particular da análise generativa, pelo qual se visa construir uma gramática que dê conta, de um modo completo e preciso, das regras, condições e princípios subjacentes aos enunciados.’ (ibidem) Performance
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GG - programa de investigação (Chomsky, 1957, 1986)
3 questões fundamentais dominavam o programa de investigação da GG: a) O que constitui o conhecimento da língua? b) Como é adquirido o conhecimento da língua? (ponto 1.2. do programa da disciplina) c) Como é usado o conhecimento da língua?
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GG - O programa de investigação
A linguagem passa a ser encarada como um fenómeno mental/cerebral; Todos possuímos a ‘faculdade da linguagem’ porque nascemos com um mecanismo biológico (equiparável a um ‘orgão’) que nos permite adquirir espontaneamente uma língua (LAD – Language Acquisition Device), desde que estejamos expostos a ela;
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O processo de aquisição é feito pela especificação de um conjunto de parâmetros relativamente a determinados princípios universais, ou seja, existe uma Gramática Universal (conjunto de princípios universais que todos possuímos num estado inicial de aquisição de uma língua) que é restringida à medida que vamos interagindo com o input (dados que recebemos).
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