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O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA E O PROJETO DA SAÚDE PÚBLICA

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Apresentação em tema: "O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA E O PROJETO DA SAÚDE PÚBLICA"— Transcrição da apresentação:

1 O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA E O PROJETO DA SAÚDE PÚBLICA
PAULO SABROZA RIO DE JANEIRO SETEMBRO de 2007

2 COMPOSIÇÃO DA BIOSFERA
MATÉRIA ENERGIA -INFORMAÇÃO A QUESTÃO DA UNIVERSALIDADE

3 O QUE É VIDA “como Deus, como música, carbono e energia, é um eixo rodopiante de seres que crescem, fundem-se e morrem.” “É a matéria desenfreada, capaz de escolher sua própria direção para prevenir indefinidamente o momento inevitável do equilíbrio termodinâmico – a morte. A vida é também uma pergunta que o universo faz a si mesmo, sob a forma do ser humano.” ( Margullis e Sagan, 2002) A VIDA PODIA SER BEM MELHOR, E SERÁ MAS ISTO NÃO IMPEDE QUE EU REPITA É BONITA, É BONITA, É BONITA. GONZAGUINHA

4 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DA VIDA E PROCESSO SAÚDE-DOENÇA-CUIDADO

5 A QUESTÃO DA INTEGRALIDADE

6 REPRESENTAÇÕES DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA-CUIDADO
MÁGICA RELIGIOSA FILOSÓFICA CIENTÍFICA

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8 "São os espíritos que causam a maioria das doenças, ao aparecerem para os humanos na floresta, e são eles que ajudam os xamãs a curá-las. Os espíritos são invisíveis, só aparecendo para os doentes e os xamãs em transe. Os seres espirituais estão usualmente em toda parte, menos dentro da aldeia, onde surgem apenas em situações extraordinárias de doença, xamanismo e ritual. Sua relação com os humanos ocorre em bases predominantemente individuais, sob a forma básica da doença. Consideram que todas as doenças decorrem de um contato com o mundo sobrenatural, seja pela atuação de um feiticeiro ou pelo encontro acidental com um espírito." Viveiros de Castro (2002:81),

9 Só no folclore persa havia 99999 demônios para doenças específicas.
Em outras sociedades, onde já se concebia um número limitado de deuses, sempre se encontrava ao menos um para cuidar dos problemas de saúde: - Hórus dos egípcios Asclépio, do panteão greco-romano O orixá Omolu-Obaluaê da Umbanda.

10 A doença passou a ser vista como impureza moral ou pecado, resultado da desobediência a códigos de condutas prescritos pelos deuses e vigiados pelos sacerdotes, sendo atribuída ao indivíduo enfermo toda a responsabilidade tanto por seus sofrimentos como o dos outros. IMPUREZA MORAL DOENÇA CULPA PUNIÇÃO

11 Wislow,1967. The Conquest of the Infectious Diseases p:55
“Os hebreus nos legaram um universo de leis morais, mas os gregos claramente visualizaram, pela primeira vez na história da humanidade, um universo de leis naturais.” Wislow,1967. The Conquest of the Infectious Diseases p:55 O EQUILÍBRIO DOS HUMORES NA MEDICINA DA ESCOLA HIPOCRÁTICA QUENTE SECO FRIO ÚMIDO FOGO TERRA AR ÁGUA BILE AMARELA BILE NEGRA FLEUGMA SANGUE

12 Adaptado de Holligsworth, 1969. Historical Demography
A Dança da Morte, de Hans Holbein the Elder, 1491.

13 Quadro de Reimbrandt - A Lição de Anatomia do Dr. Tulp, de 1632
O corpo humano, depois da morte, já não era mais sagrado, e podia ser objeto de pesquisa das ciências médica e biológica

14 POPULAÇÃO ESTIMADA PARA A EUROPA NO PERÍODO DE 0 A 1900 DC
Nas organizações sócio-espaciais capitalistas a reprodução da vida se faz de modo articulado e simultâneo com a reprodução do capital, mas uma não pode ser reduzida à outra. DIMENSÕES DA REPRODUÇÃO SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES SOCIO-ESPACIAIS CAPITALISTAS

15 O PROJETO DA SAÚDE PÚBLICA
CIÊNCIA POLÍTICA COMPROMISSO ÉTICO

16 MODELO DE EXPLICAÇÃO DAS CAUSAS DAS DOENÇAS NA PRIMEIRA ETAPA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NO SÉCULO XIX

17 “Algumas destas medidas são urgentes como clamores de humanidade e justiça para grandes multidões de nossos irmãos e necessárias, não menos, para o bem estar dos pobres e para a defesa e para a segurança do rico”. Relatório do Comitê Especial para a Saúde das Cidades (Londres, 1840). Citado por George Rosen - Uma história da saúde pública, 1994:173

18 “A maneira como a sociedade atual trata os pobres é verdadeiramente revoltante. Atraem-nos para as grandes cidades onde respiram uma atmosfera muito pior da que na sua terra natal. Privam-nos de todo o prazer, exceto o prazer sexual e a bebida, mas em contrapartida fazem-nos trabalhar diariamente até o esgotamento total das suas forças físicas e morais, levando-os para os piores excessos nos dois únicos prazeres que lhes restam. E se isto não bastar, se resistirem a tudo isto, são vítimas de uma crise que os transformam em desempregados e que lhes retira o pouco que até então tinham deixado.” Friederich Engels, A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. 1998, p.117

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20 Na segunda metade do século XIX, em um período de pouco mais de cinqüenta anos, foram formuladas e admitidas novas concepções científicas que suplantaram completamente os conhecimentos e valores relativos à vida, às doenças e à saúde que haviam prevalecido por mais de dois mil anos: A vida como organização. A célula como nível elementar da vida. A impossibilidade da geração espontânea da vida. A estabilidade do meio interno e a relevância das trocas com o meio externo para a manutenção da vida e da saúde. Causas externas e específicas para cada doença A evolução permanente das espécies vivas por seleção natural ou seleção sexual

21 "A estabilidade do meio interno é a condição da vida livre e da existência independente... Assim, longe dos animais superiores serem indiferentes ao mundo exterior, eles, ao contrário, existem em uma relação precisa de intercâmbio com ele, de tal modo que este equilíbrio resulta de compensações contínuas e delicadas, definidas através do mais sensível dos balanços." Claude Bernard - Leçons sur les phénomènes de la vie communs aux animaux et aux végétaux. Albert Dastre, editor. 2 volumes, Paris, Volume 1 Reedited by G. Canguilhem, Paris, 1966.

22 "a novidade da revolução pasteuriana foi ter constituído objetos de ciência que não se identificam ao homem sofredor e doente da tradição médica neo-hipocrática; foi ter inaugurado disciplinas que transcorrem em outro lugar que não o hospital, segundo regras e métodos que não são os da cura. Disciplinas que se realizam num universo específico - o laboratório, onde a relação do cientista com seu objeto é mediatizada por um conjunto cada vez mais complexo e sofisticado de técnicas e instrumentos. Suas experiências visam, é claro, a compreensão e erradicação da doença, quer seja no homem, nos animais ou no mundo vegetal - mas esse é seu objetivo último, não sua causa ou motivação primeira. Benchimol ,1990 -Origens e evolução do Instituto Oswaldo Cruz no período

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24 Modelo de representação da saúde e da doença como estados decorrentes do equilíbrio ente agentes agressores, as respostas dos hospedeiros e características do meio externo.

25 Práticas de saúde fundamentadas pelo modelo pausteriano
No âmbito mais geral da sociedade, a medicina pasteuriana decantou-se numa multiplicidade de práticas que, com o passar do tempo, acabaram por se incorporar ao cotidiano e ao senso comum das populações, ao menos das que habitam os centros urbanos, onde ainda é mais intensa a medicalização das relações sociais. (Benchimol, J p.7) Práticas de saúde fundamentadas pelo modelo pausteriano Eliminação dos dejetos humanos Pausterização do leite Cuidado no manejo de alimentos Cuidado com a higiene individual Vacinação das crianças Esterilização das mamadeiras Isolamento dos portadores de doenças transmissíveis Assepsia nas cirurgias e nos partos Assepsia das feridas nos campos de batalha

26 "As epidemias artificiais são atributos da sociedade, produtos de uma falsa cultura ou de uma cultura não acessível a todas as classes. São indicativas de defeitos produzidos pela organização política e social e conseqüentemente afetam principalmente aquelas classes que não participam dos benefícios da cultura." (Virchow apud Rosen, George. Da polícia médica à medicina social: ensaios sobre a história da assistência médica. Rio de Janeiro: Graal, p. 84).

27 “enquanto num sentido o mundo estava se tornando demograficamente maior e geograficamente menor e mais global, um planeta ligado cada vez mais estreitamente pelos laços dos deslocamentos de bens e pessoas, de capital e de comunicações, de produtos materiais e idéias, em outro sentido este mundo caminhava para a divisão.” (pg31) “Portanto, ao abordar 1880, estamos menos diante de um mundo único do que de dois setores que, combinados, formam um sistema global: o desenvolvido e o defasado, o dominante e o dependente, o rico e o pobre.” Hobsbawn E. – A Era dos Impérios São Paulo: Editora Paz e Terra, 2006 p.33

28 Segundo o British Medical Journal, o médico e parasitologista inglês Patrick Manson, considerado um dos fundadores da Medicina Tropical, relatou que: "sob a influência das primeiras observações, ele concordava com as opiniões pessimistas então correntes sobre a colonização dos trópicos pela raça branca. Em anos recentes, entretanto, sua visão deste assunto sofreu uma completa revolução. Esta revolução começou com o estabelecimento da teoria mocrobiana das doenças." ( Editorial - The possibility of acclimatization in tropical countries. British Medical Journal, 1:,1168,1898)

29 Oswaldo Cruz. Pintura a óleo por Batista da Costa
Número anual de óbitos de febre amarela ocorridos no Rio de Janeiro

30 “As condições sanitarias do Brazil melhoram de anno em anno, acompanhando de perto as vantagens colhidas na luta contra molestias infectuosas e melhoramentos materiaes emprehendidos no Rio de Janeiro, que constituia o principal fóco de disseminação das infecções por todo Brazil. A acção dos serviços sanitarios locaes dos principaes Estados do Brazil tem conseguido manter as boas condições sanitanias do paiz e de seus portos”. Trecho da apresentação de Oswaldo Cruz, representante do Brasil na 3a Convenção Sanitária Internacional na Cidade do México, em 1907

31 “As epidemias – gripe, varíola, febre amarela, peste, etc – de evolução rápida e caráter agudo ao como os tufões: espaçadamente e com maior ou menor violência vem e vão-se. As endemias- verminoses, impaludismo, tripanossomíase, úlceras, lepra, tracoma, filariose, bouba, sífilis, tuberculose- mantidas estimuladas pelos três flagelos – politicalha, ignorância e alcoolismo – minam permanente, sorrateira e progressivamente a coletividade, corrompem o sangue e o caráter, abatem o organismo e obliteram a inteligência e consciência. As primeiras atacam muitos e eliminam alguns indivíduos; as outras desvalorizam e extinguem lentamente todos os indivíduos, degradam a espécie, degeneram a raça e matam a racionalidade.” Belisario Penna. Saneamento do Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Jacintho Ribeiro dos Santos Página 8.

32 “A uma Era de Catástrofe, que se estendeu de 1914 até depois da Segunda Guerra Mundial, seguiram-se cerca de vinte e cinco ou trinta anos de extraordinário crescimento econômico e transformação social, anos que provavelmente mudaram de maneira mais profunda a sociedade humana que qualquer outro período de brevidade comparável. Retrospectivamente, podemos ver esse período como uma espécie de Era de Ouro, e assim ele foi visto quase imediatamente depois que acabou, no início da década de 80.” Eric Hobsbawm, 1995 – Era dos Extremos. O Breve Século XX pg.15

33 CAPITALISMO MOLECULAR COMPETITIVO
MODELOS DAS ORGANIZAÇÕES SÓCIO-ESPACIAIS DAS CONJUNTURAS CAPITALISTAS NO BRASIL DURANTE A PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX CAPITALISMO MOLECULAR COMPETITIVO 1930

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36 Albert Sabin, médico e microbiologista que desenvolveu a vacina oral contra a poliomielite registrada em 1961 É deste período a identificação, pela primeira vez na história, de produtos industrializados de uso intensivo em saúde pública, de grande eficácia, produzidos e distribuídos em larga escala e capazes de efetivamente modificarem o comportamento dos processos infecciosos: vacinas, antibióticos, novos antimaláricos sintéticos e inseticidas de ação residual, como o DDT.

37 AS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS TIVERAM UM PAPEL CENTRAL NA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIAS APLICADAS À SAÚDE PARA OS PAÍSES PERIFÉRICOS, NA CAPACITAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS E NA COORDENAÇÃO DE CAMPANHAS DE CONTROLE DE DOENÇAS

38 No período entre 1950 e 2000, a população mundial estimada cresceu de 2520 bilhões para 6086 bilhões, representando um aumento de 2,4 vezes. Este aumento, entretanto, ocorreu de modo muito diferente nas diversas regiões da Terra. Nos continentes onde a transição demográfica havia iniciado desde o Século XIX, a população cresceu bem menos neste meio século: 1,3 vezes na Europa e 1,8 vezes na América do Norte Já naquelas regiões periféricas do capitalismo industrial, como a África (3,6 x) a América Latina e Caribe (3,1 x) a Ásia (2,6 x) e a Oceania (2,4 x), o aumento foi muito maior.

39 CAPITALISMO MONOPOLISTA DE ESTADO 1950 – 1990
ESTADO NACIONAL COMO AGENTE DE PLANEJAMENTO ECONÔMICO E SOCIAL -INVESTIMENTOS PÚBLICOS CONCENTRADOS EM POUCOS PÓLOS DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIALIZAÇÃO E PRODUÇÃO ORIENTADA PARA MERCADO INTERNO INTEGRAÇÃO TERRITORIAL ATRAVÉS DE EXTENSA REDE RODOVIÁRIA - SEPARAÇÃO DO CONTROLE SOCIAL ( ESTADO NACIONAL) E CONTROLE DOS PROCESSOS PRODUTIVOS ( AGENTES PÚBLICOS E PRIVADOS ) DESENVOLVIMENTO DESIGUAL E INTEGRADO

40 CAPITALISMO MONOPOLISTA DE ESTADO 1950 – 1990
É INICIADA E SE INTENSIFICA A TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA NO PAÍS, RESULTANDO EM GRANDE CRESCIMENTO POPULACIONAL EM CONSEQÜÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO DE MIGRANTE SUSCETÍVEIS NAS PERIFERIAS DOS CENTROS URBANOS, PASSAM A OCORRER IMPORTANTES EPIDEMIAS NESTAS ÁREAS ESTRATÉGICAS POLIOMIELITE –VARÍOLA – MENINGITES – ROTAVÍRUS – SARAMPO O GOVERNO CENTRAL IMPLEMENTA PROGRAMAS NACIONAIS DE SAÚDE, COM ÊNFASE EM IMUNIZAÇAO, VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÕGICA E DE EXTENSÃO DE COBERTURA DE AÇÕES BÃSICAS NOS CENTROS URBANOS INCORPORAÇÃO DA MEDICINA PREVENTIVA, COM ÊNFASE EM PLANEJAMENTO E EPIDEMIOLOGIA , COM COMPREENSÃO DA SAÚDE COMO INSUMO PARA O DESENVOLVIMENTO MEDICALIZAÇÃO DA POPULAÇÃO COM PROPÓSITO DE REDUZIR NECESSIDADES SOCIAIS A DEMANDAS INDIVIDUAIS

41 DISCIPLINAS ESTRUTURANTES DO ENSINO DA SAÚDE PÚBLICA
CAPITALISMO MOLECULAR COMPETITIVO MICROBIOLOGIA SANEAMENTO HIGIENE CAPITALISMO DE ESTADO II (PREVENTIVISMO) EPIDEMIOLOGIA PLANEJAMENTO CIÊNCIAS SOCIAIS EM SAÚDE CAPITALISMO DE ESTADO I ESTATÍSTICA VITAL ADMINISTRAÇÃO SANITÁRIA EDUCAÇÃO EM SAÚDE

42 TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA NO CAPITALISMO MONOPOLISTA DE ESTADO
A MAIOR REDUÇÃO PERCENTUAL DA PROPORÇÃO DE MORTES POR DOENÇAS INFECCIOSAS OCORREU NO PERÍODO DE 1940 A 1995

43 Brasil: Esperança de vida ao nascer por UF - 1970 / 2002
< 51 anos 51 a 57 anos 58 a 63 anos 64 a 69 anos > 69 anos 1970 1980 1991 2002 Brasil: Esperança de vida ao nascer por UF / 2002

44 Brasil \ Fundação IBGE – Séries Históricas

45 TENDÊNCIA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA: 1823 - 2004 INCREMENTO POPULACIONAL
PERÍODO I: 1,5% (1823 – 1889 ) PERÍODO II: 2,1% (1890 – 1949 ) PERÍODO III: 2,8% (1950 – 1984) PERÍODO IV:1,7% ( _ )

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47 “O circuito superior utiliza uma tecnologia importada e de alto nível, uma tecnologia capital intensivo, enquanto que no circuito inferior, a tecnologia é trabalho intensivo e freqüentemente local ou localmente adaptada ou recriada. Milton Santos, O espaço dividido. Os dois circuitos da economia urbana dos países sub-desenvolvidos. Rio de Janeiro. Editora Francisco Alves.

48 José Carvalheiro, 1986: Processo migratório e disseminação de doenças.
“Não resta dúvida de que a incidência desta doença é determinada historicamente e que o modelo de desenvolvimento do país, mediado pelo processo migratório, está na raiz do problema”. José Carvalheiro, 1986: Processo migratório e disseminação de doenças. In: ENSP, Textos de Apoio de Ciências Sociais I, Rio de Janeiro, ENSP. mimeo

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51 UMA DAS INOVAÇÕES SOCIAIS MAIS IMPORTANTES DO CAPITALISMO DO SÉCULO XX FOI O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL E, INSERIDO NELE, OS SISTEMAS PÚBLICOS DE SAÚDE NESTE CONTEXTO É QUE FOI PROPOSTA A REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA E TEVE INÍCIO A IMPLEMENTAÇÃO DO SUS NATUREZA PÚBLICA UNIVERSALIZAÇÃO INTEGRALIDADE EQUIDADE DESCENTALIZAÇÃO CONTROLE SOCIAL

52 “ O intenso processo de urbanização ocorrido nas últimas duas décadas do século passado gerou um rearranjo populacional, social e cultural. Hoje, mais de 80% da população vive em cidades. Embora as camadas pobres da população permaneçam marginalizadas nas cidades (periferias urbanas e favelas), houve melhoria no acesso aos serviços de saúde, principalmente a partir da organização do SUS, que estendeu a cobertura de serviços médico-sanitários a grandes contingentes da população brasileira de maneira universal e gratuita.” Noronha, JC; Pereira, TR e Viacava, F. As condições de Saúde dos Brasileiros. In: Saúde e Democracia: História e Perspectivas do SUS. Lima, NT, Gerchman, S. Edler, FC e Suárez, JM (orgs.) Editora Fiocruz, Rio de Janeiro p. 154

53 “Nos últimos anos aumentou a consciência sobre a crise atual da saúde pública, entendida como a incapacidade da maioria das sociedades de promover e proteger sua saúde na medida requerida por suas circunstâncias históricas. Neste contexto, a própria concepção de crise se reencontra com suas origens na medicina hipocrática, quando esta a ela se referia como exarcerbação ou debilitamento durante a evolução das enfermidades. Porem a consideremos em toda sua amplitude ambivilalente, como propôs André Béjin, compreendendo “de modo formal o momento da verdade ( em que o objeto se prende a seu espaço atual ) e a emergência evolutiva ( para um espaço potencial ).” Traduzido de Ferreira, 1992 – in OPS - La crisis. in La crisis de la salud publica. Reflexiones para el debate.

54 COMPONENTES DA PRÁTICA DA SAÚDE PÚBLICA QUE ATUALMENTE VEM RECEBENDO MAIOR DESTAQUE
- ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA ATENÇÃO BÁSICA - PROMOÇÃO -MONITORAMENTO - VIGILÂNCIA - AVALIAÇÃO

55 “Paradoxalmente, uma era cuja única pretensão de benefícios para a humanidade se assentava nos enormes triunfos de um progresso material apoiado na ciência e tecnologia encerrou-se numa rejeição destas por grupos substanciais de opinião pública e pessoas que se pretendiam pensadoras do Ocidental.” Eric Hobsbawm, 1995 – Era dos Extremos. O Breve Século XX pg.20 “o Século XX não se sentia à vontade com a ciência que fora a sua mais extraordinária realização, e da qual dependia. O progresso das ciências naturais se deu contra um fulgor,ao fundo, de desconfiança e medo, de vez em quando explodindo em chamas de ódio e rejeição da razão e de todos os seus produtos.” Eric Hobsbawm, 1995 – Era dos Extremos. O Breve Século XX p. 511

56 O que é Globalização?    Unindo-nos: Globalização significa reconectar a comunidade humana “O crescimento exponencial do intercâmbio de bens, idéias, instituições e pessoas que vemos hoje em dia faz parte de uma tendência histórica duradoura. Ao longo da nossa história, o desejo de algo melhor e maior tem nos motivado a mover nossos bens, nossas idéias e nós mesmos por todo o mundo.” Nayan Chanda. Yale Global, 19. November 2002

57 Doenças cerebrovasculares 87344 8,89 Doenças isquêmicas do coração
BRASIL: PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE EM 2002 ANO DE CID-BR-10 ÓBITOS % Doenças cerebrovasculares 87344 8,89 Doenças isquêmicas do coração 81505 8,29 Agressões 49695 5,06 Diabetes 36631 3,73 Doenças crônicas das vias aéreas inferiores 34857 3,55 Acidentes de transporte 33288 3,39 Pneumonia 32712 3,33 Doenças hipertensivas 25464 2,59 Doenças do fígado 21606 2,20 Transtornos do período perinatal 18301 1,86

58 BRASIL: CASOS DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS COM
BRASIL: CASOS DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS COM IMPORTANTE REDUÇÃO NO PERÍODO DE 1980 A 2003 Fonte: SVS - MS

59 BRASIL: CASOS DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS SEM REDUÇÃO RELEVANTE
BRASIL: CASOS DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS SEM REDUÇÃO RELEVANTE NO PERÍODO DE 1980 A 2003 Fonte: SVS - MS

60 DIVERSAS CARACTERÍSTICAS VÃO FAZER COM QUE O ATUAL PERFIL DE MORBI-MORTALIDADE SE DIFERENCIE TANTO DAQUELE ANTERIOR À TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA COMO DO PADRÃO DOS PAÍSES INDUSTRIALIZADOS DESENVOLVIDOS: MORTALIDADE EXCESSIVA POR CAUSAS EXTERNAS ELEVADA TRANSMISSÃO DE DOENÇAS INFECCIOSAS ADAPTADAS AO ESPAÇO URBANO: TUBERCULOSE DENGUE LEPTOSPIROSE CALAZAR MALÁRIA EXPOSIÇÃO A RISCOS QUÍMICOS E RISCOS BIOLÓGICOS DURANTE O TRABALHO, PRINCIPALMENTE EM REAS RURAIS INTENSO DESGASTE DECORRENTE DAS CONDIÇÕES DE VIDA E TRABALHO NO CIRCUITO INFERIOR INTEGRADO

61 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL (IDH-M), 1991
BRASIL : MUNICÍPIOS ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL (IDH-M), 1991 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL (IDH-M), 2000 0,00 - 0,30 (baixo) 0,30 - 0,50 0,50 - 0,65 (médio) 0,65 - 0,80 0,80 - 1,00 (alto) IDH-M

62 PERÍODO IV – CAPITALISMO TÉCNICO-CIENTÍFICO:
1990 – 200_ A SEGMENTAÇÃO SOCIAL E A EMERGÊNCIA DO CIRCUITO INFERIOR URBANO INTEGRADO

63 O processo de globalização e de restruturação traz como conseqüência a forte segmentação da sociedade em pelo menos três pedaços: excluídos, vulneráveis e integrados. Será que transitamos da pluralidade da reforma urbana para a sua fragmentação? ( Ribeiro,L.C.- Globalização, Fragmentação e Reforma Urbana,1994) Uma nova segmentação da população urbana é produzida, com aqueles integrados ao circuito principal, os denominados vulneráveis, por sua inserção no circuito inferior, dinâmico mas inseguro, e os excluídos, aqueles que não com seguem mais trabalho ou outra fonte de renda, e acabam perdendo até mesmo sua condição de cidadania (Sabroza, 1999)

64 O Globo, 25 de abril de 2006, página 9

65 CIRCUITO INFERIOR TRADICIONAL CIRCUITO INFERIOR INTEGRADO
TIPOLOGIA DOS ESPAÇOS SOCIAIS NO CAPITALISMO TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONAL NO BRASIL Ø DOMÍNIOS TRADICIONAIS CONSERVADORES RESERVAS DA BIO E DA SÓCIODIVERSIDADE REGIÕES DE ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS E EXTRATIVAS INTENSIVAS REDE URBANA CIRCUITO PRINCIPAL CIRCUITO INFERIOR TRADICIONAL CIRCUITO INFERIOR INTEGRADO

66 MARCADORES RECENTES DE VULNERABILIDADE GLOBAL
A DIFUSÃO DA PANDEMIA DE AIDS A PERSISTÊNCIA DE BOLSÕES DE MISÉRIA O AUMENTO DAS VIOLÊNCIAS O AQUECIMENTO GLOBAL O RISCO DE UMA NOVA PANDEMIA DE GRIPE O ESGOTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS CRÍTICOS

67 JEFFREY SACHS – O FIM DA POBREZA, 2005

68 DETERMINANTES DA VULNERABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL
AUMENTO DO TAMANHO DA POPULAÇÃO URBANIZAÇÃO E AUMENTO DA DENSIDADE EM PÓLOS URBANOS ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO REDUÇÃO DA RESISTÊNCIA POR EXPOSIÇÃO A PRODUTOS TÓXICOS DESGATE POR OBESIDADE E OUTROS PROBLEMAS DO CONSUMO DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E PERDA DA BIODIVERSIDADE COMERCIO E CONSUMO DE ANIMAIS SELVAGENS AUMENTO DA MOBILIDADE POR INSTABILIDADE NO TRABALHO PERSISTÊNCIA DE BOLSÕES DE MISÉRIA DESIGUALDADE SOCIAL E EXPANSÃO DO CIRCUITO INFERIOR URBANO

69 “A desconfiança e o medo da ciência eram alimentados por quatro sentimentos: o de que a ciência era incompreensível; o de que suas conseqüências, tanto práticas como morais, eram imprevisíveis e provavelmente catastróficas; o de que ela acentuava o desamparo do indivíduo e solapava a autoridade. Tampouco devemos ignorar o sentimento de que, na medida em que a ciência interferia na ordem natural das coisas, era intrinsecamente perigosa.” (pg. 512) Eric Hobsbawm, 1995 – Era dos Extremos. O Breve Século XX Atualmente considera-se que os contextos de grande vulnerabilidade sócio-ambientais decorrem diretamente dos processos produtivos humanos, e portanto decorrem do modelo de desenvolvimento implementado no Século XX, e não da falta de desenvolvimento econômico.

70 E EM RELAÇÃO ÀS INOVAÇÕES SOCIAIS?
NOVOS CONHECIMENTOS E TECNOLOGIAS QUE MUDARAM NOSSA CONPREENSÃO DA VIDA E DOS PROCESSOS SAÚDE-DOENÇA NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX A GENÉTICA MOLECULAR A MICROSCOPIA ELETRÔNICA A COMPUTAÇÃO ELETRÔNICA A NANOTECNOLOGIA A PESQUISA COM CÉLULAS TRONCO A ENGENHARIA GENÉTICA NEUROCIÊNCIAS OS NOVOS ESTUDOS SOBRE A ORIGEM E A EVOLUÇÂO DA VIDA E EM RELAÇÃO ÀS INOVAÇÕES SOCIAIS?

71 O PRÓPRIO MUNDO SE INSTALA NOS LUGARES, SOBRETUDO NAS GRANDES CIDADES, PELA PRESENÇA MISTURADA, VINDA DE TODOS OS QUADRANTES E TRAZENDO CONSIGO INTERPRETAÇÕES VARIADAS E MÚLTIPLAS QUE AO MESMO TEMPO SE CHOCAM E COLABORAM NA PRODUÇÃO RENOVADA DO ENTENDIMENTO E DA CRÍTICA DA EXISTÊNCIA. A GLOBALIZAÇÃO ATUAL NÃO É IRREVERSÍVEL. AGORA QUE ESTAMOS DESCOBRINDO O SENTIDO DE NOSSA PRESENÇA NO PLANETA PODE-SE DIZER QUE UMA HISTÓRIA UNIVERSAL VERDADEIRAMENTE HUMANA, FINALMENTE, ESTÁ COMEÇANDO MILTON SANTOS O RECOMEÇO DA HISTÓRIA, 2000


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