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OVINOS E CAPRINOS Prof. Pasquetti - UnB Planaltina.

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Apresentação em tema: "OVINOS E CAPRINOS Prof. Pasquetti - UnB Planaltina."— Transcrição da apresentação:

1 OVINOS E CAPRINOS Prof. Pasquetti - UnB Planaltina

2 Importância do Setor No cenário mundial, a China é o maior produtor com mais de 30% do rebanho, seguido da Índia (19,7%) e da Austrália (12,8%). O Brasil é o 8º produtor de caprinos e ovinos, detendo menos de 3% do rebanho mundial. As exportações de carne caprina representam apenas 0,02% do mercado mundial. O País é também importador de leite de cabra e derivados. Estima-se que a demanda seja de 12 milhões de litros de leite por ano e nossa oferta é de 6,1 milhões de litros. Outro nicho de mercado importante no mercado nacional e internacional não explorados pelos criadores brasileiros é o de peles. Só em 2000, foram importados US$ 15 milhões em peles.

3 Produção Nacional Caprinos - efetivo nos estabelecimentos agropecuários 1970 5.708.993 1975 6.709.428 1980 7.908.147 1985 8.207.942 1996 6.590.646 2006 7.109.052 Ovinos - efetivo nos estabelecimentos agropecuários 1970 17.643.044 197517.486.559 1980 17.950.899 1985 16.148.361 1996 13.954.555 2006 13.856.747

4 Produção Nacional A Região Nordeste concentra 8,9 mil milhões de caprinos e 8,2 milhões de ovinos, na sua quase totalidade deslanados, correspondendo respectivamente a 94% e 54% dos rebanhos nacionais. O efetivo caprino encontra-se, em maior escala, nos estados da Bahia (42,5%), Piauí (14,9%) e Pernambuco (14,4%). A maior concentração de ovinos localiza-se nos estados do Rio Grande do Sul (30,8%), da Bahia (20,3%) e Ceará (11,2%). Cerca de 50% do rebanho de caprinos e ovinos do Nordeste estão em propriedades com menos de 30 hectares. A região Centro Oeste responde por 3,3% do rebanho nacional e Mato Grosso aparece em segundo lugar. Http://cico.org.br/ Video Http://cico.org.br/

5 Produção Nacional Nordeste, a maioria dos rebanhos caprinos, por serem explorados basicamente em sistemas de produção tradicional, apresentam baixa produtividade. Atualmente, a i n t r o d u ç ã o d e n o v a s r a ç a s zootecnicamente selecionadas e a geração ou adaptação de tecnologias têm assegurado maior eficiência aos sistemas produtivos. Programa Nacional de Sanidade dos Caprinos e Ovinos – PNSCO – visa o controle e erradicação das doenças de caprinos e ovinos(ver tabela)

6 Produção Nacional Através da Instrução Normativa Nº 87 da Secretaria de Defesa Agropecuária, de 10 de dezembro de 2004, foi aprovado o Regulamento Técnico do PNSCO. Dentre as estratégias de atuação, destaca-se: o cadastro de estabelecimentos, o controle de trânsito de animais, a certificação de estabelecimentos, o cadastramento de Médicos Veterinários do setor privado e o credenciamento de laboratórios para realização de exames diagnósticos das doenças de controle oficial.

7 Doenças 1. Mastite Ovina 2. Febre Aftosa - Perguntas e Respostas 3. Ordem de ordenha no criatório, manual ou mecânica 4. Hipotermia em cabritos e cordeiros recém-nascidos 5. Toxoplasmose em Caprinos 6. A tenebrosa CAE(Artrite Encefalite Caprina) 7. Como prevenir doenças com vacina 8. Eimeriose (Diarréia) 9. Manejo de ordenha: ponto importante para obtenção de leite de cabra de qualidade 10. Urolitíase (Cálculos) 11. Toxemia da prenhez 12. Verminose 13. Fasciolose (baratinha-do-fígado) 14. Broncopneumonia verminótica 15. Pododermatite (frieira, foot-rot, manqueira) 1. Sarna (psoríase) 2. Carrapatos 3. Boqueira (Ectima contagioso, dermatite pústula) 4. Oestrose (rinite parasitária) 5. Piolho (Pediculose) 6. Bicheiras ou miíases 7. Oftalmia contagiosa (peste de chorar) 8. Pneumonia 9. Enterotoxemia 10. Tétano 11. Brucelose 12. Diarréia dos cordeiros 13. Carbúnculo hemático (antraz) 14. Carbúnculo sintomático 15. Febre Aftosa 16. A Linfadenite Caseosa é uma tragédia

8 Higienize as instalações A higiene é um conjunto de medidas visando preservar a saúde dos animais, sendo constituído de limpeza e desinfecção. A limpeza das instalações deverá ser realizada diariamente ou, pelo, menos a cada dois dias. A desinfecção deve ser feita a cada 30 dias no sistema intensivo, e a cada 60 dias no sistema semi-intensivo. - Faça a limpeza do curral de chão batido. - Limpe o curral usando rodo de madeira. - Varra o curral com vassoura.

9 A DESINFECÇÃO DAS INSTALAÇÕES: A desinfecção consiste na aplicação de produtos químicos para diminuir as chances de ocorrência de doenças. Para desinfetar devem ser utilizados produtos à base de iodo, amônia quaternária, hipoclorito de sódio (água sanitária) ou cresol. Prepare a solução para desinfecção da instalação. a) Prepare solução de iodo - Coloque 20 litros de água em um balde. - Meça 200 ml de tintura de iodo a 10%. - Coloque 200 ml de tintura de iodo no balde. - Misture a solução utilizando um agitador de madeira. b) Prepare a solução de hipoclorito de sódio. --Coloque20 litros de água em um balde. - Meça 200 ml de hipoclorito de sódio a 10%. - Coloque 200 ml de hipoclorito de sódio no balde. - Misture a solução. c) Prepare a solução de cresol. --Coloque20 litros de água em um balde. - Meça 20 ml de creolina - Coloque 20 ml de creolina no balde - Misture a solução. d) Prepare solução de amônia quaternária ( A recomendação do fabricante deve ser seguida.)

10 RETIRE AS FEZES DO CURRAL: A retirada de fezes pode ser feita com carro de mão, balde ou outro recipiente disponível. Coloque as fezes em esterqueira. Quando não houver esterqueira, as fezes devem depositadas em local cercado, para evitar contaminação dos animais. Faça a limpeza do piso ripado. Raspe com espátula as fezes. Limpe o piso ripado com vassoura. As fezes acumuladas abaixo do piso ripado devem ser retiradas periodicamente e levadas para a esterqueira ou para um local cercado.

11 DESINFETE AS INSTALAÇÕES UTILIZANDO VASSOURA DE FOGO A vassoura de fogo é um equipamento também conhecido com lança-chamas, que, ligado a um botijão de gás, funciona como um maçarico. A " vassoura " deve ser passada na instalação uma vez por semana no sistema intensivo, e a cada trinta dias no sistema semi-intensivo. A desinfecção das instalações deve ser feita com uma das soluções citadas anteriormente. Pulverize as paredes, as cercas e o piso das instalações. Precaução: 1) Nos materiais combustíveis ( madeira, plástico, fios) o lança-chamas deve ser passado rapidamente para evitar queima. 2) O registro do botijão deve ser fechado ao final de cada operação

12 RAÇAS E SUAS APTIDÕES RAÇAS CAPRINAS

13 RAÇAS DE LEITE

14 TOGGENBURG É uma raça especializada na produção de leite e originária da Suíça, com animais um pouco menores que os da raça alpina e saanem e relativamente menos produtivos, com presença ou não de barba, chifres e brincos. No Brasil, existem linhagens inglesas e, mais recentemente,canadenses, com produções leiteiras bastante expressivas. Os animais suíços possuem pêlos longos e os ingleses e canadenses, pêlos curtos, sendo estes últimos mais apreciados pelos criadores brasileiros e certamente mais adequados ao nosso clima. Rústica, boa reprodutora, costuma ter gêmeos, excelente leiteira produzindo em média 2,5 Kg de leite por dia.

15 SAANEN Origem de Berna e Appenzel na Suiça. Leiteira por excelência, produz pelo menos três quilos de leite por dia, com período de lactação de oito a dez meses.

16 ALPINA Raça suíça especializada na produção de leite, possuindo número expressivo de animais no Brasil. Os machos pesam em média 80 Kg e as fêmeas, 50 Kg. Essa raça apresenta vários padrões de pelagem: noir, policromada, repartida, mantelée. Para fêmeas serem registradas na categoria Pura por Cruza de Origem Desconhecida - PCOD, só é aceita a pelagem chamoisée. Deve-se tomar cuidado ao importar animais dos Estados Unidos ou Canadá, pois a raça denominada alpina é aqui classificada como alpina americana, de pelagem e características morfológicas bastante distintas, não sendo aceito o cruzamento entre essas duas raças para efeito de registro, exceto os filhos forem registrados como ½ sangue. Nesses países, a cabra considerada alpina no Brasil é denominada oberhasli.

17 CALINDÉ ou CANINDÉ As cabras dessa pelagem chamadas de Calindé foram encontradas em maior número no Vale do Rio Canindé, no Piauí, pouco se tendo notícia das mesmas em sua terra de origem, na Bahia. Assim, o agrupamento técnico denominado Canindé não constitui uma raca, mas apenas uma variedade entre as Alpinas.Ganharam uma cor avermelhada, no lugar do branco, algumas tornaram-se peludas. O nome consolidou-se como Canindé, a partir de então. Além de ser boa reprodutora, fornece uma média diária de leite um pouco acima da observada entre as raças e/ou variedades nacionais. A origem mais provável das cabras Calindés ( ou Canindés) é a Grisonne Negra, dos Alpes suiços. Alí, em altas montanhas, as cabras mantiveram a pureza genética por milênios.

18 RAÇAS DE CORTE

19 BOER Constitui uma das principais linhagens que os criadores têm selecionado para corte. A raça apresenta uma boa conformação, rápida taxa decrescimento. O Boer tradicional tem uma cabeça vermelha (ou marrom) e um corpo branco A pelagem branca é dominante e o vermelho é recessivo. Em resumo o Brasil está começando sua criação de Boer na pelagem tradicional, mas há um grande ou enorme espaço, para o Boer Vermelho.

20 SAVANAH O Savana é uma raça branca, de grande porte, especializada em corte, feita por dedicados especialistas, portanto, é fruto de um programa "profissional" de produtores de carne em condições climáticas adversas, estando aí o seu grande valor. O hábitat destas cabras brancas seria no campo tipo Savana, perto do rio Vaal-Africa do Sul- vivendo em condições extremamente precárias. Os animais começaram a nascer no Brasil no início do ano 2000, prenunciando um novo tempo para a pecuária de caprinos de corte no Brasil. Não é difícil afirmar que a raça Savana poderá vir a ocupar um grande papel no cenário nacional, como a raça bovina Nelore. Os machos podem passar de 130 kg. As fêmeas pesam normalmente entre 60-70 kg.

21 RAÇAS PARA PELE

22 Raça é Raça nativa do Nordeste Brasileiro. Os caprinos desta raça são caracterizados pela pelagem da parte posterior negra dividida ao meio, com duas cores distintas, enquanto a parte anterior é parda ou clara, na maioria dos indivíduos a principal finalidade da raça é a produção de pele com utilização da carne. REPARTIDA O porte é médio e grande, sendo das a maiores entre as variedades do Nordeste. Alguns poucos centros de pesquisa tem se dedicado á Repartida. O cruzamento de Alpina Francesa com animais pardos pode resultar em indivíduos "repartidos" e esse talvez tenha sido o principio da variedade, no Brasil.

23 MAROTA Marota é a descrição de uma cabra alpina de pelagem branca ou clara um pouco maior nos machos e presença de barbas com pequenas pintas nas orelhas de forma alongada, terminando com as pontas arredondadas, sem detalhes ou manchas escuras pelo resto do corpo, nativa no Nordeste brasileiro, que se originou de raças brancas alpinas trazidas pelos colonizadores. Produção: Principalmente de peles, no entanto tem potencial para a produção de leite, precisando ser melhor trabalhada e aproveitada para esta finalidade, para evitar o risco de extinção desta raça.

24 RAÇAS PARA PÊLO

25 ANGORÁ A angorá é uma raça produtora de pêlos, denominados mohair, de alto preço no mercado mundial. Há poucas informações de animais dessa raça no Brasil, embora registrem-se algumas importações, inclusive pela Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo. No interior do Rio Grande do Sul encontram-se alguns exemplares criados de forma extensiva, com alto grau de consangüinidade. Sua pelagem é branca e uniforme, com pêlos finos, brilhantes e sedosos, com 20 a 30 cm de comprimento, cobrindo todo o corpo, com exceção do focinho e chanfro, orelhas e extremidades dos membros, recobertos por pelagem curta, mais sedosa, formando mechas longas e onduladas. Apresenta topete sobre a fronte. A pele é rósea e fina e as mucosas são claras.

26 RAÇAS DE DUPLA OU TRIPLA APTIDÃO

27 ANGLO - NUBIANA Raça de dupla aptidão, produzindo carne e leite. Por conseguinte, dificilmente atinge os níveis de produção das raças já apresentadas (embora existam rebanhos selecionados para produção de leite-Consta que a cabra MIAMI chegou a produzir até 8,0 Kg em duas ordenhas, na cidade de Araraquara SP, conforme citação de Honorato de Freitas em seu livro: Criação de Caprinos".), mas, em contrapartida, são animais considerados como rústicos e prolíficos. São de grande porte, com pêlos curtos e pelagem variada, sendo aceita qualquer cor para efeito de registro genealógico, com certa preferência por animais de pelagem "tartaruga". Os cabritos vão para o abate aos três meses já com 21 a 22 Kg. Adapta-se muito bem no Brasil, produzindo mestiços com boa aptidão leiteira, precoces e com carne de qualidade.

28 BHUJ A Bhuj é uma raça originária de regiões áridas da Índia, sendo lá denominada e cutchi. No Brasil, foi originada pelo acasalamento, ao acaso, entre animais Nubianos e alguns indivíduos que chegaram da Índia desenvolvedo-se um padrão racial diferente do encontrado no país de origem, daí a denominação Bhuj Brasileira, sendo disseminada no Nordeste, onde, além de fornecer carne e peles, é utilizada para melhoramento das raças nativas. Da mesma forma que a moxotó, esta raça é apresentada no padrão homologado pela ABCC como de múltipla aptidão, mas apresenta baixa produção de leite e de carne, apesar da estatura elevada.

29 JAMINAPARI Os animais originários da Índia, podem apresentar qualquer pelagem, exceto o padrão Toggenburg. Esta raça é produtora de pele e carne, embora seja considerada leiteira em sua origem, a Índia. Os pêlos são médios nos machos e curtos nas fêmeas, sendo mais compridos na orelha e parte baixa dos membros posteriores. A pele é escura, solta e flexível, enquanto as mucosas também são escuras, embora rosadas na parte interna da vulva.

30 MOXOTÓ Pelagem branca ou clara, com ventre escuro, com uma faixa dorsal e nas extremidades dos membros e duas faixas longitudinais no rosto. Embora não muito grande, apresenta boa musculatura geral, boa carne e destinada em sua maioria a produção de pele. A cabra Moxotó, ao lado da Canindé, vem sendo apontada como símbolo das cabras nativas do Nordeste, sendo fruto do acasalamento entre a Alpina Francesa com cabras brancas nativas. Esta raça é apresentada no padrão homologado pela ABCC como de múltipla aptidão, produzindo leite, pele e carne, embora sua produção leiteira seja bastante reduzida. É a única raça brasileira com padrão reconhecido e homologado junto à ABCC.

31 MAMBRINA A raça mambrina é originária da Síria e Palestina. Também é apresentado no padrão homolodado pela ABCC como de múltipla aptidão, embora não tenham sido encontrados controles oficiais de sua produção leiteira. Pode apresentar qualquer padrão de pelagem, exceto o característico da raça toggenburg. As mucosas são escuras e a pele é flexível e predominantemente escura.

32 MURCIANA Muito pródiga, dá carne, leite e pele. Dócil e pouco exigente, vive bem num quintal e em regime de estabulação. Prolífera, costuma ter partos duplos e triplos. Em cruzamentos raciais, produz ótimos mestiços. A rentabilidade da criação de cabras no Nordeste está calcada em três fatores principais: a produção do leite, da pele e, por último, da carne. Minimizar o interesse ou mesmo excluir um desses fatores do processo produtivo, certamente trará para o produtor insucessos em sua criação. Nesse caso específico, a agregação de valores nos produtos gerados nesse tipo de pecuária (de múltiplas funções) é a condição vital para o seu sucesso.

33 Os 10 Mandamentos da boa nutrição 1 Garantir água sempre limpa e de boa qualidade, de fácil acesso para todos animais, desde cordeiros recém-nascidos até animais adultos. 2 Fazer sempre rodízio e manejo de pastagem. O pastejo contínuo aumenta a infestação parasitária. 3 Respeitar os períodos de descanso da gramínea pois é essencial para a rebrota. 4 Evitar as braquiárias pois podem causar fotossensibilização no rebanho. 5 Pastagens consorciadas de gramíneas e leguminosas são mais nutritivas. Têm mais proteínas, energia, etc. A sensibilidade da pele à luz, devido à ação de certas drogas, plantas ou outras substâncias, é denominada fotossensibilização (Stedman's Medical 1972). A fotossensibilização hepatógena é a forma mais comum em ruminantes (Fagliari 1982), na qual o fígado é lesado por toxinas, causando distúrbio hepático e impedindo-o de fazer a desintoxicação do organismo

34 Os 10 Mandamentos da boa nutrição 6 Fazer sempre feno e silagem com o excesso de forragem do verão para evitar queda na produção durante o período da estiagem, quando não haverá pasto. 7 Se for possível, então cultivar milho, sorgo, milheto, etc., para baixar o custo da ração. Estes produtos são essenciais para a fabricação de alimentos concentrados. 8 Nunca deixar o rebanho sem sal mineral, pois é de importância fundamental para todas as funções vitais do organismo animal. 9 Nunca fornecer mineral de bovinos, pois o Cobre (Cu) é muito alto e pode causar graves intoxicações e distúrbios renais nos machos. O ideal são níveis entre 300 a 600 mg (PPM) no rótulo (Níveis de garantia por Kg do produto). Não se esquecer também da relação cálcio/Fósforo 2:1 (urolitíase) 10 Sempre testar novos alimentos com alguns animais, para ter certeza da confiabilidade. Só depois do teste, introduzir para todo o rebanho.

35 Os Mandamentos da boa Silagem As principais regras para ter uma boa silagem são as seguinte: 1. As forrageiras devem ser cortadas em estágio de desenvolvimento adequado ao seu equilíbrio nutritivo. Isto acontece quando o teor da matéria for de 30% a 35% e pH de 3,8%. 2. Recomenda-se triturar a forragem em pedaços de 3 a 5cm. 3. O silo deve ser cheio em 24 horas, de preferência. 4. O silo deve ser compactado a cada 20 a 30cm. 5. O silo precisa ser vedado para evitar a entrada de ar. 6. Fazer a avaliação da silagem, observando se está bem fermentada (ácido) quando apresentar cor verde amarelada, cheiro agradável, textura firme, gosto ácido e pH em torno de 3,8%. 7. A silagem estará semi-aquecida quando tiver cor escura, cheiro forte, textura gomosa e pH 5,50%.

36 Os Mandamentos da Boa Silagem 1. A silagem estará super-aquecida quando apresentar a cor marrom, cheiro de açúcar queimado, textura seca e acidez indefinida. 2. Em 12 dias as transformações bioquímicas já aconteceram e a massa ensilada já pode ser servida. 3. Escolher bons produtos para fazer sua silagem. Podem ser milho, sorgo e capins. 4. O milho é a forrageira mais utilizada. O ponto ideal para corte é quando os grãos apresentam 35% de matéria seca. 5. O sorgo é ótima forrageira, tem como valor nutritivo alto rendimento por área, produz em solos de pequena fertilidade, suporta estiagens e tem o rebrote garantindo mais cortes. Quando os grãos estiverem leitosos é hora de cortar para ensilar. 6. Os capins são os mais utilizados para silagem. Destaca-se o capim-elefante que produz ótima quantidade de matéria verde, garantindo vários cortes durante o ano. Ao atingir 1,60 a 1,80 m de altura, antes da floração, está no ponto para a silagem. 7. O fornecimento aos animais deve ser programado em pequenas porções e aumentando gradativamente até atingir 8% do peso vivo, de modo que o animal se adapte ao novo alimento. 8. Diariamente deve ser retirada uma camada de 15cm, de forma uniforme em toda a extensão da massa exposta.

37 Nutrição Dentro da produção animal, três fatores assumem capital importância no desempenho dos indivíduos: a genética, através da raça, da variedade ou da linhagem; o ambiente, através do clima, da alimentação/nutrição, do manejo, etc. e a interação entre eles. No Nordeste, onde se encontram os maiores rebanhos caprino e ovino do País - 92% e 58%, respectivamente, do total existente - a produção é extremamente baixa e grandemente afetada pelo desequilíbrio entre a raça e a nutrição dos animais. A raça tem uma grande parcela no desempenho produtivo dos rebanhos. Mas, mesmo raças especializadas na produção de carne ou leite, sem um manejo alimentar/nutricional terão baixa produtividade.

38 Produção de leite de cabras em pastejo A produção de leite em cabras alimentadas exclusivamente com volumoso de boa qualidade em pastagem pode ser de 2,0 a 3,0 l/dia, sendo que a presença de leguminosa na área permite aumentar a concentração de proteína e cálcio da dieta. Animais de maior produção diária necessitam ser suplementados com concentrado para aumentar a concentração energética da dieta e atingir seu requerimento nutricional (National Research Council, 1981).

39 Horário de Pastejo O conhecimento do hábito de pastejo de caprinos é importante para proporcionar maior conforto aos animais. Estudos realizados no Instituto de Zootecnia em Nova Odessa e Itapetininga mostraram que caprinos apresentam horários de pastejo determinados pela temperatura e umidade ambiente, assim como, qualidade e disponibilidade da forragem. A freqüência de pastejo concentra-se em dois períodos durante o dia: 7h30 - 11h30 e 14h30 - 17h30, variando conforme o local e época do ano. Em Itapetininga, local com temperaturas médias mais baixas e invernos mais úmidos, os animais, no inverno, retardaram o pastejo até as 9h, devido ao excesso de umidade da pastagem, mostrando que caprinos não apreciam tais condições.

40 Os segredos da água Caprinos e ovinos gostam de água mas o consumo diário varia com a natureza da dieta, com o regime de vida, com a temperatura ambiente e com a produção individual. Em média, um caprino consome entre 2,5 a 4 litros de água por quilo de matéria seca da ração. Isso representa entre 6 a 10 litros diários para um animal de 50 kg. Quando o animal come pasto verde e forragens macias ou aquosas o consumo de água como bebida é muito baixo, variando entre 0,5 a 3,0 litros/dia. As cabras em lactação consomem cerca de 50% a mais que os machos e as cabras secas. Em regiões muito frias, a água só pode ser dada juntamente com grande quantidade de forragem fibrosas, pois os animais obtêm calor para o aquecimento do corpo por meio da fermentação dos alimentos fibrosos no rúmen (calor orgânico). Na Europa, é comum servir água aquecida, tanto no inverno como no verão. No Brasil, os animais preferem água fresca.

41 Cuidados com o Recém Nascido Alimentar o recém-nascido O primeiro alimento do cabrito é o colostro, de grande importância porque protege o animal contra as principais doenças. Ao nascer, o cabrito procura logo a cabra para mamar. Se ele não conseguir, o produtor deverá ajudá-lo. Cuidados: Os cabritos devem ficar presos até poderem acompanhar a mãe (vinte a trinta dias de nascido). O cabriteiro deve ser limpo e arejado, com proteção contra os ventos dominantes, chuvas e frio. 1 FORNEÇA O COLOSTRO NA TETA 1.1 CONTENHA A CABRA 1.2 LAVE AS TETAS e ENXUGUE AS TETAS 1.3 COLOQUE O CABRITO PARA MAMA 2 FORNEÇA ÁGUA AO CABRITO 3 FORNEÇA VOLUMOSO AO CABRITO 3.1 PERMITA NO ACESSO DO CABRITO A PIQUETES DE CAPIM: 3.2 FORNEÇA FENO DE BOA QUALIDADE: 3.3 FORNEÇA PALMA PICADA

42 Cuidados com o Recém Nascido A primeira mamada deve ser feita até 30 minutos após o nascimento. Devem ocorrer quatro mamadas por dia. Após o período de colostro, o cabrito continua mamando na mãe, até a apartação. Se ocorrerem problemas com a mãe, deve ser feito o aleitamento artificial. Logo no primeiro dia de vida, o cabrito deve ter água e volumosos (capim ou feno) à sua disposição.

43 Ovinos

44 Ovinos - Comportamento O princípio básico de comportamento dos ovinos é a sociabilidade entre os indivíduos: os ovinos são animais de tipo seguidor, isto é, os cordeiros seguem as mães, os mais jovens seguem os mais velhos e os machos seguem as fêmeas. Os ovinos têm visão binocular para olhar para frente (usam os dois olhos) e monocular para olhar para os lados (usam um olho para cada lado). A visão lateral é responsável pelos entraves na condução dos animais, pois objetos estranhos desviam sua atenção.

45 OVINOS Os ovinos se movimentam com facilidade, quando seguem um caminho conhecido. Por isso, devem ter experiência prévia de movimentação orientada sempre na mesma direção. Ovinos adultos produzem até 1500 kg de esterco por ano

46 Instalações - Ovinos Para o manejo de ovinos há necessidade de: 1. piquetes divididos com cercas de arame liso ou eletrificado, 2. centro de manejo com currais, 3. tronco, 4. pedilúvio, 5. balança, 6. potreiro hospital, 7. abrigos, 8. bebedouros 9. e cochos Tronco de contenção é um corredor em forma trapezoidal, feito de madeira, de 90 cm de altura, com largura superior de 50 cm e inferior de 30 cm, localizado entre dois bretes. Serve para vários manejos (vermifugação, vacinação, descola, seleção, marcação, etc). Pedilúvio é um acessório do curral, em forma de calha, móvel ou fixo, com 10 cm de profundidade, no qual se coloca uma solução de formol a 5%, ou outro desinfetante, para prevenção ou para tratamento das enfermidades das patas dos animais

47 Figura 1 – Piquete com partes altas e baixas e sombreamento. Figura 2 – Dois piquetes com área de 2 ha cada um. No piquete do lado direito foi passado herbicida para depois ser feito o plantio direto.

48 Tronco de contenção é um corredor em forma trapezoidal, feito de madeira, de 90 cm de altura, com largura superior de 50 cm e inferior de 30 cm, localizado entre dois bretes. Serve para vários manejos (vermifugação, vacinação, descola, seleção, marcação, etc).

49 submersos. O pedilúvio tem a função de combater problemas de casco, através de soluções como o sulfato de zinco, onde os cascos dos animais têm que ficar submersos por alguns minutos. É uma depressão que pode estar localizada no piso do brete. A profundidade é de 12-15 cm, sendo que a solução não deve baixar os 7 cm, pois os cascos devem ficar totalmente submersos.

50 BRETE: As medidas do brete são de fundamental importância para o manejo. Se o brete for muito largo os animais podem se virar dentro e complicar o trabalho. Um brete alto demais não permite uma boa contenção, dificultando aplicações de vacinas e vermífugos, visualização do brinco e/ou tatuagem...Por isso, as medidas abaixo devem ser respeitadas no momento da construção: LARGURA SUPERIOR – 50 cm;LARGURA INFERIOR – 35 cm; ALTURA – 80 cm; COMPRIMENTO – 5 a 11 m; As laterais do brete devem ser de tábuas colocadas na horizontal, sem espaço entre elas.

51 BANHEIRA SARNICIDA: Em regiões onde o problema com ectoparasitas é freqüente, recomenda-se a construção da banheira sarnicida. Como é uma estrutura de alto custo, outros métodos como o da pulverização são utilizados para combater piolho e sarna.

52 ESCORREDOURO: O escorredouro é composto por duas baias de 8 m2 cada uma, localizadas na saída da banheira sarnicida. Os animais devem permanecer após o banho neste local, por aproximadamente 10 minutos, para que a água do banho escorra, passe pelos tanques de decantação e volte para a banheira

53 A cerca de arame liso A cerca de arame liso deve ter de 6 a 7 fios de arame, mourões (postes fixos no solo) espaçados de 10 m e de 4 a 5 tramas (balancis) nos intervalos. O primeiro fio de arame deve ficar a 10 cm do solo; o segundo, a 15 cm do primeiro e do terceiro; entre o terceiro e o quarto fios, o espaço deve ser de 25 cm e entre o quarto, quinto e sexto fios, de 30 cm, resultando em 1,30 m de altura, suficiente para conter animais tanto de pequeno como de grande porte.

54 O melhor piso é o ripado, o qual permite que as fezes e a urina caiam e fiquem distantes dos animais. A altura deste piso do chão deve ser o suficiente para que a limpeza seja realizada com facilidade, no mínimo 1,5 m. Recomenda-se que o chão seja cimentado e com um declive de no mínimo 2%. É importante construir um ripado uniforme, seguindo corretamente as medidas para evitar problemas de aprumo, fraturas nas patas dos cordeiros e retenção de fezes. A largura recomendada para as ripas é de 5 cm e a espessura de uma polegada. O espaçamento entre as ripas deve ser de exatamente 2 cm

55 Idades dos Ovinos Cordeiro aos ovinos, de ambos os sexos, com dentição temporária (dentes-de-leite), até 5 ou 6 meses de idade. Borrego dente-de-leite é o cordeiro com idade entre 6 e aproximadamente 15 meses (antes da primeira troca de dentes pelos permanentes). Borrego ou borrega quatro dentes é o ovino adulto, com idade entre 18 e 30 meses, e após a troca do segundo par de dentes. Ovelha, capão ou carneiro seis dentes é o ovino adulto, com idade entre 27 e 42 meses, o que corresponde à presença de seis dentes médios entre os dentes-de-leite. A distinção é feita pelas características da dentição: nos animais dentes-de-leite, os bordos dos dentes são arredondados, ao passo que nos animais extremamente velhos, os dentes terminam em pontas, pelo desgaste natural, podendo ocorrer falhas.

56 O sistema extensivo O sistema extensivo caracteriza-se pelo máximo aproveitamento dos recursos naturais, com pouco investimento de capital e equipamentos. Envolve extensões variáveis de terra, com os ovinos vivendo o ano todo em campos naturais. As benfeitorias consistem na divisão de potreiros, em galpões e currais para manejo

57 O sistema intensivo O sistema intensivo de criação de carneiros consiste no máximo aproveitamento das pastagens, com rotação e maior lotação de animais por área. Esse sistema requer assistência constante, mais trabalho e investimento em instalações do que numa criação extensiva

58 Nutrição - Cordeiro Para cordeiros com idade até 50 dias e desmame nessa idade, sugere-se a mistura com os seguintes ingredientes : Silagem de milho 58,00% Milho desintegrado 18,44% Farelo de soja 22,61% Calcário calcítico 0,59% Sal comum (NaCl) 0,36% Total 100% O consumo de matéria seca é de 0,6 kg/animal/dia Desmame: Em criação extensiva, é aos 90 dias de vida, aproximadamente. Em criação intensiva, utilizando-se o creep feeding, é aos 45 dias Abate: A melhor idade é o ponto ótimo de acabamento da carcaça, aproximadamente aos 5 meses de idade. A ocorrência desse ponto ótimo varia com a raça, sendo algumas mais precoces e outras mais tardias. Depois do ponto ótimo, ocorre um período de menor desenvolvimento muscular, o que aumenta o custo.

59 Nutrição - Gestação No terço final da gestação, ocorre o maior crescimento fetal. Por isso, as necessidades nutricionais aumentam muito. Nos últimos 45 dias, ocorre uma diminuição significativa da capacidade de ingestão de alimentos, causada pela compressão exercida pelo feto no rúmen, recomendando-se o fornecimento de forrageiras com menor teor de umidade e concentrados com maiores teores de energia. Na falta desses nutrientes, recomenda-se um piquete com forrageiras cultivadas, de elevado valor nutricional.

60 Reprodução A melhor época para acasalar o rebanho ovino é o fim do verão e início de outono, quando ocorre a sincronização natural de cios, motivada pela diminuição do número de horas de luz por dia, resultando no nascimento de cordeiros durante a primavera, com pouca diferença de idade, o que proporciona lotes uniformes para comercialização nas festividades de Natal e Ano Novo. As ovelhas em cio são identificadas pelo comportamento inquieto e pela aparência externa da vulva, que fica em tom rosado e com muco cristalino. A ovelha em cio procura o macho, sendo possível observar alguns sinais característicos, como virar a cabeça sobre o flanco em direção ao carneiro, sacudir a cauda e seguir o macho, geralmente em grupos

61 Características das Raças Uma raça é caracterizada pela semelhança transmitida por hereditariedade entre os indivíduos. Os caracteres transmitidos são: Morfológicos (características visíveis e palpáveis como conformação, pelagem, etc). Fisiológicos (relativos a temperamento, instinto, prolificidade, precocidade, etc). Econômicos (aptidão leiteira, laneira, carniceira ou peleteria).

62 Reprodução O período de acasalamento sob monta natural dura aproximadamente 42 dias, para proporcionar um mínimo de três repetições de cio, garantindo assim, que se obtenha um número máximo de cordeiros e se evite possíveis problemas para o carneiro. A idade para início de reprodução das borregas varia conforme o manejo nutricional do rebanho. Borregas com alto nível nutricional podem ser acasaladas a partir de 7 meses de idade, mas nas condições tradicionais de manejo reprodutivo, o acasalamento ocorre aos 18 meses, sendo a matriz utilizada até os 5 ou 6 anos, quando sua fertilidade começa a declinar.

63 Reprodução As borregas devem ser acasaladas em locais separados das ovelhas adultas porque o período de cio das ovelhas mais novas é ovelhas adultas porque o período de cio das ovelhas mais novas é mais curto e difícil de ser percebido. Além disso, as ovelhas adultas são mais agressivas na procura do macho, dificultando a detecção do cio nas borregas, pelos carneiros A indução artificial do cio é feita pela aplicação de esponjas (buchinhas) impregnadas de hormônio ou pela aplicação de hormônio comercial, na mucosa vaginal, 2 dias antes do acasalamento

64 Reprodução A duração do cio é de 30 a 36 horas, com variações de 12 a 72 horas. O cio nas ovelhas adultas é mais prolongado do que nas borregas. Geralmente, no terço final do cio, ocorre a ovulação (liberação do óvulo pelo ovário). A repetição do cio ocorre a cada 17 dias (variando de 14 a 19 dias) da fase reprodutiva, até a fecundação. No cruzamento por monta natural, os carneiros são mantidos com as ovelhas, em piquetes, por aproximadamente 7 semanas, sem interferência direta do criador Aproximadamente 60 dias antes do acasalamento, deve-se fazer a revisão dos carneiros, com exame andrológico, selecionando-se os que apresentam eficiência reprodutiva, para suplementá-los com água fresca e boa pastagem, em potreiros sombreados. Se necessário, aparar seus cascos e proceder ao controle parasitário e sanitário.

65 Reprodução O período de gestação da ovelha, em condições normais, varia de 142 a 152 dias, sendo a média de 147 dias. Os cuidados com recém-nascido a serem observados são os seguintes: Secagem da lã. Tratamento do umbigo. Aquecimento. Alimentação com colostro, se o cordeiro tiver menos de 11 horas de vida. A duração de um parto normal varia de 2 a 4 horas, começando com a mudança de comportamento e terminando com a expulsão da cria. O período de lactação de uma ovelha de duplo propósito, em condições normais, varia de 90 a 150 dias. A idade de desmame dos cordeiros varia conforme o manejo. Em criações intensivas, entre o segundo e o terceiro mês, ao passo que em criações extensivas, o desmame é feito a partir do quarto mês de vida. Em criações para produção de leite ovino, o desmame ocorre entre 28 e 30 dias de vida.

66 Reprodução Os principais defeitos mamários adquiridos durante a vida do animal são: Tetas cortadas durante a tosquia. Tetas obstruídas por tampão de cera. Mamites. O descole dos cordeiros é um procedimento de ordem sanitária, que consiste no corte da cauda, para evitar acúmulo de fezes ou de muco vaginal na lã que reveste a cauda de ovinos lanados. O momento mais adequado para se fazer o descole é entre 24 e 48 horas de vida, aproveitando-se o manejo de curativo do umbigo. Podem ser usadas borrachas (anéis elastradores), formão de ferro em brasa, corte por esmagamento com burdizo e corte com faca afiada.

67 Reprodução Há três métodos de castração de cordeiros: Cirúrgico, que retira os testículos com bisturi ou canivete. Não cirúrgico, por esmagamento dos canais seminais utilizando-se o burdizo. Não cirúrgico, por atrofia dos testículos, utilizando-se anéis de borracha. A castração é um manejo utilizado para evitar cruzamentos indesejados no rebanho, quando o abate do cordeiro for previsto para idade superior a 6 meses. Se os cordeiros vão ser abatidos precocemente, é preferível deixá-los inteiros (sem castração e descole), pois essa medida melhora a conversão alimentar, assegurando incremento de peso

68 Produtos e Tecnologias Os ovinos podem ser criados em gramados decorativos, em áreas destinadas a outras criações como bovinocultura, piscicultura e apicultura ou integrados à agricultura e a outras plantações como café, pomares e reflorestamento, economizando roçadas e capinas, produzindo estrume, um dos melhores adubos naturais para hortas, jardins e pomares. A carne ovina é comercializada em carcaça ou em cortes que variam conforme a região do País. Os cortes comerciais mais utilizados nos supermercados são: Paleta. Pernil. Costelas com lombo. Carré. Serrote. Pescoço. O quinto quarto da carcaça compreende as vísceras comestíveis como fígado, rins, coração, pulmões e língua

69 Produtos e Tecnologias A carne de cordeiro apresenta características superiores de ma-ciez, sabor e pouca gordura muscular, ao passo que a carne de ovino velho caracteriza-se por pouca maciez, muita gordura e sabor forte. A carne ovina pode ser processada e transformada em vários produtos, como charque, peças defumadas e embutidos. O curtimento é um processo industrial ou artesanal, que preserva a pele pela troca da umidade interna por íons de cromo, garantindo amaciamento e durabilidade Pele Astrakan é a pele de cordeirinho da raça Karakul, obtida até 24 horas após o nascimento., é produzido para atender demandas da indústria de vestuário

70 Produtos e Tecnologias Pele decoração é a pele de ovino lanado processada para fins decorativos. É obtida de animais jovens, com até 6 meses de idade, antes da primeira tosquia. Pele hospitalar ou pele medicinal é a classificação comercial atribuída ao processamento – com acabamento para fins terapêuticos – de peles com características especiais relacionadas à cobertura de lã, salientando a suavidade e a densidade das fibras por unidade de área A indústria classifica a lã quanto à qualidade comercial em supra, especial, boa e corrente A qualidade comercial da lã é avaliada conforme as características de finura (espessura), suavidade, cor, comprimento de mecha e uniformidade das ondulações das fibras. Os produtos são: napa, napalã, forrinho, formato e pele decoração, os quais são transformados em artigos para vestuário, decoração ou utili-tários

71 Tipos de Lã Lã de Velo: É a cobertura de lã que reveste o tronco de ovinos. É formada pela união de fibras alinhadas em mechas, o que permite o enrolamento para facilitar o acondicionamento Lã de garra é a classificação comercial para uma lã inferior produzida na região ventral e nas patas de ovinos lanados. Lã de Pata é a classificação comercial para a lã proveniente das patas de ovinos lanados Lã de barriga é a classificação comercial para a lã proveniente do baixo ventre A raça Merino Australiano produz lã de qualidade superior para a elaboração de tecidos para vestuário Lã naturalmente colorida é a lã de tons diversos produzida por ação genética

72 Fatores que influem na qualidade da lã Os fatores que influem na qualidade da lã são: 1. Estado nutricional (animais com deficiência alimentar apresentam lã com pouca resistência e fibras feltradas). 2. Idade (ovinos jovens tendem a possuir lã de melhor qualidade do que os velhos, em virtude do desgaste dos dentes e nutrição deficitária). 3. Sexo (restrição alimentar de ovelhas durante a gestação e a lactação). 4. Verminoses e doenças diversas. O processo de tingimento natural utiliza o cozimento de folhas, raízes, cascas de árvores, grãos, sementes, flores ou frutos durante uma hora para extração dos pigmentos e o mergulho dos fios, em meadas, no chá fervente, por aproximadamente 1 hora, para fixação da cor. O enxágüe e a secagem devem ser feitos à sombra. Para uma tecelagem de qualidade superior, a lã deve possuir suavidade, brilho, comprimento de mecha e resistência à tração.

73 RAÇAS E SUAS APTIDÕES OVINOS

74 RAÇAS DE CORTE

75 TEXEL O Texel foi formado na Ilha de Texel na costa dos Países Baixos, no início do século XIX. Foi introduzido no Brasil por volta de 1972. A característica mais marcante da raça Texel, é o notável desenvolvimento muscular, sendo muito precoce e caracterizando-se pela carne de boa qualidade, com pernil bem desenvolvido e baixo teor de gordura. São animais que também apresentam lã branca e, por isso, são muito utilizadas no cruzamento industrial com matrizes laneiras ou mistas. Em condições de pastagem, os cordeiros machos tem ganhos de peso médio de 300g e as fêmeas de 275g, entre os 30 e 90 dias de idade. A raça Texel é prolífera, pois atinge índices de nascimento de até 160%, com carneiros atingindo o peso entre 110 a 120 quilos e fêmeas adultas com 80 a 90 quilos.

76 DORPER O Dorper é uma raça da África do Sul, sedo utilizadas em regiões extensivas e áridas. Foi desenvolvida através do cruzamento da ovelha Blackhead Persian com o Dorset Horn Dorper, sendo uma raça produtora de carne, entretanto, suas exigências nutricionais não são tão altas. Muito embora, sob condições de boas pastagens e manejo adequado, a ovelha Dorper pode parir três vezes em dois anos. Se for considerada uma taxa de parição de 150% (alta incidência de parto gemelar) e um manejo que permita que a ovelha tenha três partos em dois anos, uma ovelha Dorper poderá produzir 2,25 cordeiros em um ano.

77 BERGAMÁCIA Também conhecida por: Bergamasca, Bergamasker, Gigante di Bergamo. A Bergamácia é originária da Itália, sendo uma raça de lã grossa e curta. Embora seja considerada como produtora de carne, sua alta produção de leite indica que pode ser explorada como uma raça leiteira. São animais pouco exigentes quanto à alimentação vivendo com facilidade nos campos secos da região Nordeste do Brasil. Seus cordeiros apresentam rápidos desenvolvimentos, alcançando no primeiro mês de vida o peso de 12 quilos. Com 18 a 24 meses chegam a atingir com cerca de 130 a 140 quilos, oferecendo um rendimento de 65 a 70 quilos de carne por cabeça.

78 HAMPSHIRE Os ovinos Hampshire adquiriram seu nome do condado agrícola de Hampshire, no sul da Inglaterra, onde foram desenvolvidos. A ênfase principal é dada para os partos múltiplos, peso por idade, pouca cobertura de lã na face, implantação da cabeça, desenvolvimento muscular, ausência de defeitos e doenças. O Hampshire é notado por seu crescimento rápido e eficiente conversão alimentar. É um ovino de porte grande e ativo. O carneiro adulto pesa em torno de 125 Kg ou mais e as ovelhas adultas podem pesar mais de 90 Kg. A raça tem aptidão para a produção de carne, sendo seu velo de baixa qualidade por causa das fibras pretas no meio da lã.

79 SOMALIS É originária da Ásia Central. Encontrada em sua maioria nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte, vem se estendendo, havendo criadores em Pernambuco e até na Bahia. São animais rústicos, de porte médio, cuja característica principal é a cor negra da cabeça e pescoço, admitindo-se também a tonalidade parda. São mochos e possuem pouca lã. Os principais atributos do Somalis são a rusticidade, sobriedade quanto a alimentação e adequação ao clima seco. Apresentam porte médio, cerca de 60 a 70 kg, e pouca ou nenhuma lã. Embora de porte médio, o Somalis apresenta bom rendimento devido á facilidade que a raça tem em ganhar peso. A aptidão da raça é para carne e eventualmente para pele, a qual é extraída e comercializada em forma de pelica.

80 SANTA INÊS A Santa Inês é uma raça deslanada encontrada no Brasil. Surgiu do cruzamento das raças Morada Nova, Crioula e Bergamácia. Foi selecionada para total ausência de lã. Suas cores variam nos tons de vermelho, preto e branco, podendo ocorrer ou não, mistura dessas cores. A sua aptidão é para carne, muito embora produza pele de boa qualidade. Os machos adultos pesam em torno de 80 quilos e as fêmeas em torno de 60 quilos, sendo que os machos, se forem bem alimentados, podem atingir 100 Kg. Não apresentam estacionalidade reprodutiva e são adaptados a regiões de clima quente. Por outro lado, centenas de criadores tradicionais passaram a utilizar outras raças exóticas, como o Texel, o Hampshire, o Ideal, etc. para garantir bons produtos cruzados que acabam sendo vendidos como "Santa Inês".

81 SUFFOLK O Suffolk se originou do cruzamento de carneiros South Down com ovelhas Norfolk Horned. Como resultado deste cruzamento surgiram os Sulfolks, que mantiveram a coloração negra nas pernas e cabeça dos South Down, assim como a boa produção de carne. Animais de bom temperamento, grande resistência e rusticidade, adaptam-se perfeitamente às pastagens mesmo pobres, até úmidas, embora prefiram os campos secos. É uma raça muito explorado no Rio Grande do Sul, mas que já encontra produtores interessados em outros estados como Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. O Suffolk é do tipo carne, com excelente conformação de carcaça, baixo teor de gordura e colesterol, e maior proporção de partes nobres, com rendimento de até 60%. Não é a toa que é a raça mais difundida nos Estados Unidos.

82 SUDÃO A raça Sudão, como o próprio nome indica, é originária do norte da África, e de lá passou para o Egito. O Sudão apresenta uma carcaça longa, chegando a um metro ou pouco mais, com aptidão para produção de carne. A pelagem tem cor muito variada. À distância torna-se muito difícil saber se o Sudão atual trata-se de uma cabra ou de um carneiro. Segundo Sanson, esta raça, quando deslanada, poderia ser um elo de ligação entre os caprinos e ovinos. No Nordeste, muitos são os indivíduos não cIassificados como Bergamácia e também não enquadráveis como Merino. Seriam, portanto, variedades (mestiços) de Sudão, havendo a possibilidade de alguns constituírem um agrupamento étnico específico da região tropical nordestina.

83 RAÇAS PARA LÃ

84 MERINO Esta é uma das representantes principais da raça de lã na Austrália, sendo encontrada em grandes rebanhos na Nova Zelândia e na Europa. Possui aptidão para a produção de lã, embora a seleção para melhorar a qualidade da carcaça, possa tornar esta raça de dupla aptidão. Sua lã é absorvida quase totalmente pelo comércio de têxtil e é caracterizada pela altíssima qualidade. Itroduzida no Nordeste brasileiro, desde o período colonial, esta raça demonstrou sua rusticidade e prolificidade. O Merino nordestino, portanto, é um bizarro primo-pobre do Merino europeu! Na Europa o macho adulto atinge 100 a 130 kg de peso e as fêmeas 40 a 80 kg. Aqui, o peso do Merino varia de 30 a 45 kg, apenas. O tipo atual é um ovino de grande produção, rendimento econômico bem adaptado às condições naturais e ao sistema de exploração extensiva, com um velo de muito peso, e com uma lã extraordinariamente uniforme em finura e comprimento, de cor branca e suavidade ao tato.

85 LEICESTER O ovino Leicester, com a lã longa e de origem inglesa, teve uma grande importância no melhoramento e desenvolvimento de outras raças de lã comprida. No Brasil, dos Leicester, o mais encontrado é o Border. A raça Border Leicester foi criada em 1767 por George & Matthew Culley de Fenton, Northumberland, Inglaterra. O peso do velo das fêmeas adultas varia de 3,5 a 6 Kg com um rendimento de 65 a 80 por cento. O comprimento varia de 12,5 a 25cm com um diâmetro de 30,0 a 38,5 mícrons. O macho adulto pesa em torno de 102-147 Kg e o peso da ovelha varia de 79-124 Kg.

86 RAÇAS DE DUPLA OU MÚLTIPLA APTIDÃO

87 DORSET Merino foram trazidos do Sudoeste da Inglaterra e cruzados com os Horned Sheep de Wales, que produziram Dorset, Somerset, Devon e Wales e foi chamada de Horned Dorset. É a segunda raça ovina mais numerosa nos Estados Unidos, perdendo apenas para a Suffolk. Com aptidão para produção de carne e lã. As ovelhas adultas Dorset pesam de 70 a 90 Kg, podendo ultrapassar este peso dependendo da condição de criação. Os machos adultos pesam em média 100 a 125 Kg. Dorset é uma das poucas raças que tem como característica reprodutiva à "não estacionalidade". As ovelhas são boas mães, e os partos múltiplos são comuns. Dorsets podem ser utilizados em cruzamentos nos rebanhos comerciais, como raça terminal.

88 ILE DE FRANCE O Ile-de-France é o produto do cruzamento do English Leicester e o Rambouillet. A raça é difundida na França e foi introduzida na Inglaterra nos anos de 1970. Foi introduzida no Brasil por volta de 1973 e teve uma boa aceitação, em virtude de produzir lã de melhor qualidade, em relação às demais raças de carne. São animais de grande porte, com bom desenvolvimento de massa muscular nas regiões nobres (pernil, lombo e paleta). As fêmeas apresentam altos índices de fertilidade de prolificidade, com média de 1,40 a 1,70 cordeiros por parto.Os cordeiros são bastante precoces, apresentando ótimo ganho de peso, o que propicia a obtenção de carcaças de boa qualidade.

89 IDEAL O Ideal é um ovino de duplo propósito (lã e carne), desenvolvido em Victoria, em 1880. Ele é 75% Merino e 25% Lincoln. O Ideal responde bem quando colocado em boas pastagens e é encontradado principalmente nas regiões de maiores índices pluviométricos, no Sul da Austrália. A raça foi exportada com sucesso para muitos países, principalmente para a Ámérica do Sul. Ênfase foi dada no sentido de melhorar a quantidade e a qualidade da lã. Além disso, o Ideal tem uma carcaça magra adequada para um grande mercado de exportação. O trabalho de seleção efetuado pelos australianos deu como resultado uma raça com excelente capacidade para produzir lã, aliada à produção de carcaças com desenvolvimento satisfatório.

90 CORRIEDALE O Corriedale foi desenvolvido na Nova Zelândia e na Austrália, através do cruzamento de carneiros Lincoln ou Leicester com fêmeas Merino A raça é largamente distribuída nos diferentes países do mundo. Na América do Sul, a raça Corriedale é a mais numerosa e se expande por toda a Ásia, América do Norte e África do Sul. Depois da raça Merino, é a Corriedale que apresenta maior popularidade no mundo. O Corriedale é um ovino de duplo propósito (lã e carne). Tem um porte grande e uma boa qualidade de carcaça. Embora seja uma raça muito utilizada em cruzamentos com raças produtoras de carne, para produzir cordeiros com altas taxas de crescimento, o Corriedale puro tem apresentado uma boa performance. A dupla aptidão é que torna o Corriedale uma raça popular.

91 ROMNEY O Romney teve seu início em uma região pantanosa no Kent, Inglaterra. Foi melhorada com sangue de Leicester no século XIX e levou o nome de Romney Marsh. O Romney, historicamente é uma raça de dupla aptidão (lã e carne), permanecendo com esta característica até os dias de hoje. Quando adultos os machos pesam 102-124 Kg e as ovelhas 68 - 90 Kg. A carcaça é de alta qualidade e a lã é brilhante. É a raça de maior difusão no Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul, pela rusticidade ao clima úmido e pelo rendimento de carne e lã. Apresenta 40% de potencial para produção de lã e 60% para produção de carne. São essencialmente carneiros de pastagem, vivendo e engordando somente com os recursos naturais, porém exige melhor nível nutricional que as raças já citadas.

92 MORADA NOVA A Morada Nova encontrada no Nordeste do Brasil, provavelmente teve sua origem na África. A raça Bordaleiro, originária de Portugal também está relacionada com a sua formação. A cor predominante varia do vermelho ao creme, mas animais brancos são também encontrados. Produzem carne e, principalmente peles de ótima qualidade. As ovelhas são muito prolíferas, bastante rústicas. Estes animais se adaptam às regiões mais áridas, desempenhando importantes funções sociais. Ambos os sexos não apresentam chifres. No Brasil, foi realizada a seleção dos indivíduos com pouca lã e, atualmente, a Morada Nova faz parte do grupo das raças deslanadas.

93 RABO LARGO A raça Rabo Largo, que tem o seu nome em função do depósito de gordura na cauda, é encontrada no Nordeste do Brasil. Esta raça se originou do cruzamento entre animais deslanados de cauda gorda, trazidos da África, e a raça Crioula. São brancos, malhados ou brancos com a cabeça colorida. Ambos os sexos possuem chifres, com aptidão para carne e pele.

94 RAÇAS PARA PELE

95 KARAKUL O Karakul é nativo da Ásia Central e tem o nome de uma vila chamada Karakul que se encontra no vale do Rio Amu Darja. Deve ser a raça mais velha dos ovinos domésticos. Embora a raça Karakul seja conhecida pela sua especialização na produção de peles, principalmente as de cordeiros novos, este animal é também uma fonte de leite, carne, gordura e lã. Estes animais tem força e longividade, sendo resistentes aos parasitas e se tiverem acesso a uma alta disponibilidade de forragens, são capazes de armazenar energia, principalmente através de sua cauda gorda, para sobreviverem aos períodos subseqüentes de falta de alimentos. Suporta grandes variações de temperatura, do frio ao calor intenso, mas deve ser criada e mantida em locais secos, distante de pastagens alagadiças.

96 Doenças mais comuns As doenças mais comuns de ovinos criados no campo são: 1. Clostridioses (carbúnculo e gangrena gasosa). 2. Manqueira. 3. Linfadenite caseosa. 4. Ceratoconjuntivite. 5. Intoxicações diversas.

97 Predadores Em matilha, os cães matam os cordeiros em série, raramente consomem a carcaça inteira, escolhendo a parte esquelética e eliminando o conteúdo gástrico. As carcaças apresentam lesões disseminadas, podendo- se observar animais ou carcaças com vestígio de lama e cordeiros mortos junto a fontes de água. Em ataques isolados, observam-se um ou mais cordeiros mortos, cujas carcaças faltando a cabeça ou algum membro, ou apenas a existência de um membro no local da predação

98 Exercício de Fixação Manejo Instalações Raças Alimentação por fases Reprodução Aspectos Sanitários ( doenças)


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