Usos do Solo e a Degradação dos Recursos Hídricos no Brasil

Apresentação em tema: "Usos do Solo e a Degradação dos Recursos Hídricos no Brasil"— Transcrição da apresentação:

1 Usos do Solo e a Degradação dos Recursos Hídricos no Brasil
Prof.Ricardo Motta Pinto Coelho Priscila Barbosa Peixoto Novembro 2006

2 Introdução Importância nos assuntos ligados a agricultura e a preservação ambiental. Bacia Hidrográfica: Unidade Básica, complexo de relações em que um sistema atua sobre o outro. Água doce recurso finito. O rio é um integralizador dos fenômenos ocorridos nas vertentes da bacia, que pode ser avaliado pelos parâmetros de qualidade da água. Qualidade vem caindo principalmente pelo uso inadequado do solo. 80% das internações são causadas por doenças de veiculação hídrica, segundo o SUS.

3 Introdução Sem a mata ciliar: a terra esquenta, a água evapora e as nascentes vão perdendo vazão. O desmatamento retira nutrientes, desprotege o solo diminuindo sua fertilidade e proporcionando erosão. Assoreamento de rios e lagos. Impactos causados pela agricultura podem ser observados pelo monitoramento da qualidade das águas.

4 Recursos Hídricos Política Nacional de Recursos Hídricos: lei 9433, conhecida como “Lei das águas”. Essa lei visa a gestão dos Recursos Hídricos no sentido de recuperar e proteger os mananciais. Água passa a ter valor econômico.

5 Fundamentos legais para a gestão dos recursos hídricos
a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; em situação de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; a gestão deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação de políticas e gerenciamento; planejamento e ação; a gestão deve ser descentralizada e contar com a participação do poder público, dos usuários e das comunidades;

6 O sistema de gestão é baseado em três princípios básicos:
1. A Bacia Hidrográfica como unidade de planejamento e ação; 2. O Comitê de Bacia como indutor da participação da sociedade nas decisões descentralizadas; 3. A solidariedade financeira através do pagamento pelo uso/poluição das águas. (fonte: Caderno JB Ecológico n. 1, de ).

7 Uso inadequado do solo: Erosão
Presente em todos os biomas brasileiros. Muitas áreas já deixaram de ser agricultáveis. Desertificação. Causada, pela forma incorreta, da ação antrópica sobre a vegetação.

8 Desmatamento Voçoroca: Ocorre constante perda de material,
com o aprofundamento da voçoroca até o lençol freático

9 Queimada em área desmatada, área agrícola e margem de rio
Fonte:

10 Desertificação Fonte:www.ub.es/geocrit/b3w-287-2.jpg
Fonte:

11 Fonte: www.geografiaparatodos.com.br/img/infografico...

12 Erosão em Minas Gerais Fonte site:

13 Erosão em Escala Global
Segundo a ONU o problema é de escala mundial. Os principais agentes erosivos, segundo a ONU, são: Pastejo excessivo, Descuido com práticas de conservação do solo, Desmatamento.

14 Tipos mais comuns de Erosão

15 Erosão Hídrica Causada pelas águas das chuvas É a mais comum
Conseqüência do desmatamento e superexploração do solo

16 Erosão Eólica Causada pelo vento
Conseqüência de grandes áreas desprovidas de cobertura vegetal Fonte:

17 Alternativa para evitar a erosão em áreas de cultura
Plantas de tamanhos diferentes protegem o solo Fonte:

18 O que é “Uso alternativo do solo”?
Direito que tem o proprietário rural de utilizar sua propriedade para nela implantar culturas, pastagens ou benfeitorias. Com a implantação do Licenciamento Ambiental Integrado, não é mais necessário fazer o “Pedido de licença para desmatar” .

19 Agricultura X Recursos Hídricos
Insumos agroquímicos e criação de animais em confinamento igual à eutrofização e inutilização da água para consumo e outros fins. A poluição causada pela agricultura pode ser: Difusa causada, principalmente, pela lixiviação. Pontual causada pela criação de animais em confinamento.

20 Poluição Pontual Fonte: e

21 Poluição Difusa Lixiviação Eutrofização
Fonte: e ondas3.blogs.sapo.pt/.../ t%20copy.jpg

22 Sistemas agrícolas praticados em ambientes ecologicamente frágeis :
A poluição agrícola nos recursos hídricos pode ser agrupada em três situações: Sistemas agrícolas praticados em ambientes ecologicamente frágeis : Áreas frágeis são consideradas aquelas com declividades, nascentes e margens de rios, áreas de recarga dos aqüíferos, entre outras.

23 Fonte: www.apacapivari.cnpm.embrapa.br/.../foto_14.jpg

24 Sistemas de agricultura intensiva:
A poluição agrícola nos recursos hídricos pode ser agrupada em três situações: Sistemas de agricultura intensiva: É caracterizado pelo uso intensivo da tecnologia, envolvendo a mecanização e o uso de insumos como fertilizantes, herbicidas e inseticidas. A erosão só irá ocorrer com o uso inadequado do solo, devido ao preparo excessivo do solo, a reposição insuficiente de carbono.

25 Fonte: www.idrha.min-agricultura.pt/mecanizacao/Desp...

26 Poluição causada pelas atividades pecuárias:
A poluição agrícola nos recursos hídricos pode ser agrupada em três situações: Poluição causada pelas atividades pecuárias: Esse tipo de poluição é causado por atividades de criação de animais em confinamento como suinocultura, avicultura, criação de gado leiteiro. Fonte:

27 Outros usos inadequados do solo
Mineração: Constituem-se locais onde houve alteração do substrato (frentes de lavra, estradas, depósitos, pátios, etc.). Retirada da cobertura vegetal, Presença de espécies invasoras, Principal agente poluidor: arsênio. Fonte:

28 Outros usos inadequados do solo
Urbanização Construção de residências e resíduos domésticos Industrias e seus resíduos Construção de Hidrelétricas Aterros mal planejados e próximos a lençóis freáticos e mananciais Turismo predatório Fonte: Fonte:

29 Estudos de Casos

30 Estudo de caso 1: Rio Araguari
Região sudeste de Minas Gerais. Nascente na Serra da Canastra. Abastece as cidades: Uberlândia, Araxá e Araguari Principais impactos sofridos: construções de usinas hidrelétricas com conseqüente criação de lagos artificiais, grandes área agricultáveis irrigadas e o consumo urbano.

31 Fig.2 – Unidades Geomorfológicas da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari
Figura 1 –Fundo de vale do córrego Lagoinha onde são observados o resultados de um inadequado planejamento da localização do sistema de transmissão de esgotos, que foi destruído pelo canal fluvial após eventos pluviométricos intensos. Foto Ricardo R. Alves (2001)

32 Unidade Geomorfológica
Principais Atividades Humanas Principais Fontes de Problemas Ambientais Principais Problemas Mudanças no Relevo Devido a Ação Humana Serra da Canastra ·       Parque Nacional (turismo e lazer) ·       Fazendas Vizinhas ·       Visitantes (turistas e moradores vizinhos) ·       Fogo ·       Extinção de Animais ·       Mudanças nos Fluxos Hídricos ·       Diminuição da erosão laminar; ·       Preservação e renovação dos horizontes superficiais do solo. Faixa de Dobramentos ·       Pastagem ·       Agricultura ·       Pequenos núcleos urbanos ·       Mineração ·       Estradas e trilhas ·       Cercas, ·       Caminhos de gado, ·       Solo e sub-solo exposto ·       Erosão do solo e formação de ravinas superficial; ·       Aterramento de vossorocas com lixo e entulho; ·       Crateras abertas por atividades minerarias e abandonadas; ·       Ravinas; ·       Dimensão dos canais e fluxo dágua; ·       Lagos artificiais e lagoas ·       Assoreamento de canais ·       Preenchimento de Voçorocas com entulho e lixo Planalto Vulcano-Sedimentar ·       Cidades e vilas ·       Solo Exposto ·       Fluxos das águas de chuva ·       Áreas Impermeabilizadas ·       Canalização de córregos urbanos; ·       Cicatrizes de erosão nas vertentes ·       Rebaixamento local do lençol freático, ·       Diminuição da vazão de pequenos canais ·       Ressecamento do solo e compactação Canyon do Araguari ·       Barragens ·       Pequenas unidades de conservação. ·       Remoção de florestas; ·       Estradas e trilhas; ·       Fluxos de águas pluviais ·       Mineração (inclusive em leitos fluviais) ·       Depleção do nível de água dos reservatórios; ·       Mudanças no lençol freático.

33 Estudo de caso 2: Córrego do Jabuticabal
Município de Jaboticabal, Estado de São Paulo, Brasil. Compreendendo a Bacia Hidrográfica do Córrego do Jabuticabal Culturas: cana-de-açúcar, áreas de culturas de ciclo curto (como amendoim nas áreas de reformas de canaviais); pomares de citros Campo limpo (pastagem); mata; reflorestamentos; campo-sujo (pastagem).

34 Fonte: Avaliação por Fotointerpretação do Uso/Ocupação do Solo e Erosão Acelerada em Microbacias Hidrográficas Utilizando Sistemas de Informação Geográfica

35 Fonte: Avaliação por Fotointerpretação do Uso/Ocupação do Solo e Erosão Acelerada em Microbacias
Hidrográficas Utilizando Sistemas de Informação Geográfica

36 Fonte: Avaliação por Fotointerpretação do Uso/Ocupação do Solo e Erosão Acelerada em Microbacias
Hidrográficas Utilizando Sistemas de Informação Geográfica

37 Legenda (0) erosão não evidente; (1) erosão até moderada (áreas de erosão não evidente na imagem aérea - culturas); (2) erosão intensa 1 - sulcos raros ou ocasionais; (3) erosão intensa 2 - sulcos comuns; (4)erosão muito intensa – sulcos freqüentes/muito freqüentes; (5) voçoroca. Fonte: Avaliação por Fotointerpretação do Uso/Ocupação do Solo e Erosão Acelerada em Microbacias Hidrográficas Utilizando Sistemas de Informação Geográfica

38 Estudo de caso 3: Município de Bocaina
Município de Bocaina de Minas, localizada na Região sul do Estado de Minas Gerais integrante da Bacia Hidrográfica do Rio Grande e da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul Uso inadequado do solo é cerca de 55,24 % da áreas do município (275,18 Km²)

39 Estudo de caso 3: Município de Bocaina
25,95 % da área do município é de preservação permanente (129,33 Km²). As áreas de margem de rio: 76,3 Km² (59 % das APPs e 15,31 % da área total). As áreas ao redor das nascentes: 2,48 % da área total e 9,56 % da áreas de preservação permanente (12,36 Km²). As áreas com declividade superior a 45º ocupam uma área de 1,09 Km² (0,22 % do município). As áreas com altitude acima de 1800 metros: 30,6 % das APPs e 7,95 % da área total do município.

40 Fonte: Uso conflitivo do solo nas áreas de preservação permanente do município de Bocaina de Minas /MG.

41 % em relação à área total
A Tabela 01 fornece a área de cada classe temática de uso atual do solo mapeada. Classes temáticas Área (Km²) % em relação à área total pastagem 158.43 31.80 campo 19.49 3.91 floresta densa 203.59 40.86 regeneração 101.53 20.38 solo exposto 15.22 3.06 Total 498.26 100.00

42 Fonte: Uso conflitivo do solo nas áreas de preservação permanente do município de Bocaina de Minas /MG.

43 declividade superior a 45º
A Tabela 03 apresenta a área de preservação permanente existente no município. APP Área (Km²) % das APPs margem de rio 76.30 59.00 ao redor das nascentes 12.36 9.56 declividade superior a 45º 1.09 0.84 Altitude acima de 1800 m 39.58 30.60 Total 129.33 100.00

44 Na Tabela 04, são apresentadas as áreas referentes ao cruzamento do uso atual do solo com as áreas de preservação permanente.

45 Conclusão

46 Conclusão Uso do solo e proteger os Recursos Hídricos: importância da criação de planos de ação. Praticas conservacionistas: Controle do escoamento superficial da água para conter a erosão, Curvas de nível, Rotação de culturas, Faixas de vegetação entre as culturas (agroecologia) Proteção das matas ciliares,

47 Conclusão Tratamento correto dos resíduos domésticos, industrias e agrícolas, Turismo consciente, Respeito as leis de preservação.

48 Fonte: Fonte:

49 Referências 1. Pissarra, Teresa C.; Galbiatti, João A.; Borges, Maurício J.; Rosalen, David; Ilha,David. Avaliação por Fotointerpretação do Uso/Ocupação do Solo e Erosão Acelerada em Microbacias Hidrográficas Utilizando Sistemas de Informação Geográfica. Abril, 2005 [online]. [Citado em 08/10/06]. Disponível em: 2. Baruslli, Marcos S. Erosão: um lento e contínuo processo de destruição dos solos. [online] [Citado em 08/10/06]. Disponível em: 3. Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais). O Significado da Expressão "Uso Alternativo do Solo”. [online]. [Citado em 29/08/06]. Disponível em: 4. Barbosa, Cátia F.; Angelini, Joceli Ma G.; Oliveira, José R.G. de; Agarussi, Maria A.S.N.; Garcia,Thaís de A. Sistema de gestão de recursos hídricos através de sistema de gestão ambiental (SGA) em áreas de proteção ambiental municipais (APA ou APAM). [online]. [Citado em 29/08/06]. Disponível em: 5. Rodrigues, Silvio Carlos. Mudanças Ambientais na região do Cerrado. Análise das causas e efeitos da ocupação e uso do solo sobre o relevo.O caso da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari, MG. GEOUSP – Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 12, pp. XX, [online]. [Citado em 31/08/06]. Disponível em: 6. Merten, Gustavo H.; Minella, Jean P. Qualidade da água em bacias hidrográficas rurais: um desafio atual para a sobrevivência futura. Agroecol. e Desenvol. Rur. Sustent. Porto Alegre, v.3, n.4, out/dez [online]. [Citado em 08/10/06].Disponível em: 7. Padilha, José Artur; Zanghetin, Mileine F. de L.; Ortega, Enrique. O Uso da Água nas Micro-Bacias Hidrográficas do Semi-Árido do Nordeste Brasileiro e o Conceito Base Zero. Proceedings of IV Biennial International Workshop “Advances in Energy Studies”. Unicamp, Campinas, SP, Brazil. June 16-19, Pages [online]. [Citado em 08/10/06]. Disponível em: 8. Silveira, Eduarda M. de O.; Carvalho, Luis Marcelo T. de; Silva, Antônio M. da. Uso conflitivo do solo nas áreas de preservação permanente do município de Bocaina de Minas /MG. Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Goiânia, Brasil, abril 2005, INPE, p [online]. [Citado em 29/08/06]. Disponível em: marte.dpi.inpe.br/col/ltid.inpe.br/sbsr/2004/ /doc/1673.pdf 9. CHUEH, Anderson M.; SANTOS, Leonardo José C. ANÁLISE DO POTENCIAL DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PEQUENO EM SÃO JOSÉ DOS PINHAIS/PR, POR MEIO DO DFC - DIAGNÓSTICO FÍSICO CONSERVACIONISTA. R. RA´E GA, Curitiba, N. 10, P , Editora UFPR 61. [Online]. [Citado Em 29/08/06]. Disponível em: Calvados.C3sl.Ufpr.Br/Ojs2/Index.Php/Raega/Article/Viewpdfinterstitial/4987/3777