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Consciência: abordagem neurobiológica de Damásio

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Apresentação em tema: "Consciência: abordagem neurobiológica de Damásio"— Transcrição da apresentação:

1 Consciência: abordagem neurobiológica de Damásio

2 Ausência Carlos Drummond de Andrade
Por muito tempo achei que ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém rouba mais de mim. (do livro "O corpo", editora Record)

3 O que é Consciência?

4 Sentido dicionarizado
Consciência: o que é? Sentido dicionarizado “Percepção do que se passa em nós e à nossa volta; lucidez; capacidade de julgar a moralidade das próprias ações; senso de responsabilidade...” (Marcos Saliba, 2003)

5 Questões mobilizadoras ao longo do estudo da consciência
Como e por que ela surgiu? Qual a sua natureza ontológica? Quais as suas propriedades? O que a sustenta?

6 Alguns problemas na história da investigação da consciência (Searle, 1998)
1.Problema derivado da história da ciência. Século XVII: Descartes e Galileu fizeram distinção entre realidade física e a realidade mental da alma: dualismo. 2. Uma concepção incorreta de causalidade entendida como ocorrendo entre eventos distintos. Searle defende que a causalidade implica a idéia de propriedade e não de entidades separadas.

7 Alguns problemas na história da investigação da consciência (Searle, 1998)
3. Dificuldade na atual situação intelectual de saber como os processos cerebrais (fenômenos objetivos publicamente observáveis) causam estados internos qualitativos de ciência e sensibilidade (particulares aqueles que o possui) 4. Tomar a metáfora da mente como computador. Refutada por Searle.

8 O problema da consciência
Como transformar o mistério da consciência em problema da consciência? (Searle, 1998) O problema consiste em explicar como os processos neurobiológicos no cérebro “causam” os nossos estados subjetivos de ciência e sensibilidade. (hiato explicativo) Searle (1998) concebe que a consciência e seus processos se constituem em fenômenos biológicos, sendo esta uma propriedade emergente do cérebro.

9 O problema da consciência
Atualidade: desenvolvimento de novas técnicas e metodologias para o estudo do sistema nervoso central: fenômenos mentais como agenda das neurociências. Questões: É possível abordar empiricamente os fenômenos mentais? Até que ponto os avanços da neurociência ajudam a compreender os fenômenos mentais, tais como a representação e a consciência?

10 Consciência: perspectiva de Damásio

11 Fundamentos da perspectiva de consciência de Damásio
Assume o pressuposto de que a mente existe dentro de um organismo integrado: Sugere que as “operações fisiológicas” denominadas “mente” derivam de um conjunto estrutural e funcional e não apenas do cérebro (“mente incorporada e não apenas cerebralizada); Os fenômenos mentais são compreendidos na sua relação com o ambiente, o qual em parte é produto da própria atividade do organismo (integração e equilíbrio homem/meio); O cérebro é entendido como possuidor de plasticidade funcional;

12 Fundamentos da perspectiva de consciência de Damásio
O corpo, tal como é representado no cérebro, pode constituir o quadro de referência indispensável para os processos neurais que experimentamos como sendo a mente (Unidade da natureza humana); A questão do self e do conhecimento é o cerne da consciência não sendo suficiente a descrição de como o cérebro cria cenas mentais integradas e unificadas (padrões);

13 Fundamentos da perspectiva de consciência de Damásio
As imagens mentais são acessíveis apenas ao organismo que as possui, mas podem ser cientificamente acessadas a partir dos correlatos comportamentais; Abordagem modular que não se refere ao modelo frenológico: - Propõe que os módulos funcionam de forma integrada e são interdependentes; - Não descarta a relação entre alguns fenômenos mentais: consciência, emoção, memória. Rede funcional/Unidade sistêmica

14 Tenta elucidar o problema do self de uma perspectiva biológica
Consciência 1.Como o cérebro é capaz de transformar um padrão neural (objeto) em um padrão mental (imagem) Dois problemas (Damásio, 2000) 2. Como o cérebro faz emergir um sentido do self no ato de conhecer (quem é o proprietário e observador?) Tenta elucidar o problema do self de uma perspectiva biológica

15 Consciência Concepção de Damásio (2000, p. 19)
“[...] função biológica crítica que nos permite saber que estamos sentindo tristeza ou alegria, sofrimento ou prazer, vergonha ou orgulho [...]” É um estado qualitativo de primeira pessoa. Não é separada da emoção Depende de regiões que são mais antigas evolutivamente É o resultado de integrações de atividade neural entre regiões

16 Consciência: Método O acesso à mente humana pode ocorrer por três vias: Manifestações externas do observado: vigília, emoções de fundo, comportamentos específicos. Manifestações internas relatadas por aquele que está sendo observado; Manifestações internas que os observadores podem verificar em si mesmos quando em circunstâncias equivalentes às do observado. Fatores internos (relato) e externos (comportamento), e interpretação de quem observa (experiências pessoais)

17 Consciência: Método Pressupostos
Estudo da base biológica da mente. Duas etapas: Experimento: medição da ações ou dos relatos ou ambos. Medição dos fenômenos neurobiológicos no âmbito das moléculas, dos neurônios, dos circuitos neurais ou de sistemas de circuitos; e relação com as ações ou relatos. Pressupostos Os processos da mente, incluindo os da consciência, baseiam-se em atividade cerebral; O cérebro é parte de um organismo integral com o qual ele interage continuamente; Os seres humanos têm características biológicas semelhantes no que se refere à estrutura, organização e função de nosso organismo

18 Consciência Central

19 Se eu me sentir sono - Fernando Pessoa
Se eu me sentir sono, E quiser dormir, Naquele abandono Que é o não sentir, Quero que aconteça Quando eu estiver Pousando a cabeça, Não num chão qualquer, Mas onde sob ramos Uma árvore faz A sombra em que bebamos, A sombra da paz.

20 Consciência central Tipo mais simples de consciência, que fornece um sentido de self concernente a “um momento agora- e a um lugar –aqui”, e um campo de ação aqui e agora (Damásio, 2000, p. 33) Manifestações externas Sinais externos de condições internas compatíveis com a ocorrência de consciência: estado de vigília, emoção de fundo e atenção básica. Para o sentido de self não há uma manifestação externa precisa: inferido a partir da influência que exerce sobre o comportamento externo.

21 Consciência central: estado de vigília
Estado de vigília e consciência andam juntos. Quando um desaparece a outra também desaparece. Exemplo: sonho sem sonho; anestesia e coma. Exceção: 1.Sono com sonho; 2. Crise de ausência, da epilepsia: desperto e privado de consciência.

22 Consciência central: atenção e comportamento intencional
“A atenção básica precede a consciência central; é necessária para acionar os processos que geram esta última. Mas o processo da consciência central orienta a atenção superior para um foco.” (Damásio, 2000, p. 124)

23 Consciência central: atenção e comportamento intencional
A consciência favorece o comportamento intencional duradouro e adequado, mas a presença da primeira não é suficiente para garantir o segundo. Exemplo: Idiotas. O estado consciente é sempre acompanhado de algum grau de emoção. Exemplo: sono sem sonho  sonho com sonho.

24 Fontes de informação do comprometimento da consciência
Consciência central Pacientes com crises de ausência e automatismo Fontes de informação do comprometimento da consciência Mutismo acinético Estágios avançados da doença de Alzheimer

25 Consciência central O que as fontes de investigação apontam:
Comprometimento da consciência central, com estado de vigília e atenção, e comportamento mínimo preservados (automatismo epilético e mutismo acinético); Comprometimento da consciência central, com estado de vigília preservado, mas com o comprometimento da atenção e do comportamento mínimo (crises de ausência e estado vegetativo persistente);

26 Aspectos separados Consciência central
O que as fontes de investigação apontam: Comprometimento da consciência central, acompanhado de comprometimento do estado de vigília (coma, sono profundo sem sonho, anestesia profunda, desmaio). Aspectos separados Estado de vigília, atenção e comportamentos breves que podem sobreviver ao comprometimento da consciência A emoção que se perde juntamente com o sentido do conhecimento e do self.

27 Consciência central Depende de um número restrito de estruturas cerebrais filogeneticamente antigas Não se fundamenta na memória operacional. Tem estreita relação com a emoção Oferece um sentido do self referente ao momento e lugar presentes: self central. Proto-self

28 Consciência Ampliada

29 Consciência Ampliada A consciência ampliada apresenta qualidade indistintamente humana em seus níveis mais elevados. Lida com diferentes níveis de tempo: aqui e agora, passado e presente em relação; Diferentemente da consciência central, a ampliada é significativamente influenciada pela cultura e pela linguagem. Cresce com a evolução e as experiências que cada indivíduo tem ao longo da vida e está vinculada ao self autobiográfico.

30 Consciência Ampliada É conseqüência de duas contribuições capacitadoras: Capacidade de aprender e, com isso, guardar registros de uma infinidade de experiências, conhecidas previamente graças à consciência central; Capacidade de reativar esses registros de modo que, como objetos, também possam gerar “um sentido do self no ato de conhecer e ser conhecido.

31 Consciência Ampliada A consciência ampliada e memória operacional não se confundem, embora esta seja um instrumento importante no processo da primeira. A memória operacional permite que numerosas representações permaneçam na mente por um longo período de tempo, bem como sejam relacionadas.

32 Consciência Ampliada A consciência ampliada não se confunde com inteligência, mas é um pré-requisito desta: Consciência: torna o organismo ciente de maior esfera de conhecimento possível; Inteligência: capacidade de manipular conhecimentos com êxito, de modo que as respostas inéditas possam ser planejadas e executadas.

33 Consciência Ampliada Um organismo dotado de consciência ampliada dá mostras de : 1. Que atenta para uma grande esfera de informações que estão presentes não só no meio externo, mas também no interno; 2. De planejar comportamentos complexos, não só no momento presente, mas no decorrer de intervalos de tempo maiores. É necessária para mobilizar ampla quantidade de conhecimentos evocados em diferentes sistemas e modos sensoriais e manipulá-los na resolução de problemas ou para recorrer a eles.

34 Consciência ampliada Duas capacidades possibilitadas pela consciência ampliada: Capacidade de elevar-se acima dos ditames da vantagem e da desvantagem impostos pelas necessidades de sobrevivência; Percepção crítica de discordâncias, que leva à busca da verdade e ao desejo de criar normas e ideais para o comportamento e para a análise dos fatos (consciência moral – ápice da distinção humana)

35 Consciência Ampliada Quando a consciência central é removida, a ampliada desaparece. Exemplo: crise de ausência. O comprometimento da consciência ampliada é compatível com uma consciência central preservada. Amnésia global transitória; Durante a evolução de Alzheimer Anosognosia (não reconhecimento de doença no organismo) Assomatognosia (falta de reconhecimento do próprio corpo) Comprometimento de comportamentos que dependem de conhecimentos substanciais sobre o passado e o presente, e das emoções ligadas a esses comportamentos.

36 Consciência Ampliada “Na consciência central, o self surge de um sentimento fugaz e sutil de conhecer, construído de novo a cada pulso. Já na consciência ampliada, o sentido do self surge na exibição consistente e reiterada de algumas de nossas memórias...” (Damásio, 2000, p ).

37 Consciência Ampliada Self-central
Depende da memória operacional e da consciência central Fornece ao organismo uma identidade, dando-lhe uma história Oferece um sentido de self que integra o tempo presente, o passado e o futuro: self autobiográfico Self-central

38 Self em mudança e permanente
Self central: transitório, efêmero, precisa ser refeito e renascer continuamente; Self autobiográfico: sentido permanente de self – baseia-se em um repertório de memórias de fatos fundamentais em uma biografia individual, que pode se reativado (continuidade e permanência)

39 Consciência “A consciência central é uma necessidade fundamental. Tem precedência na esfera evolutiva e na individual, sobre a consciência ampliada... E, no entanto, sem a consciência ampliada, a consciência central não teria ressonância do passado e do futuro” (Damásio, 2000, p )

40 Algumas questões ainda a considerar...
O cérebro continua a ser um universo por descobrir. É, por isso, um dos grandes desafios atuais das neurociências  limites da compreensão neurobiológica da mente humana; 2) Damásio contribuiu decisivamente para o reencontro originário e originante da ciência com a filosofia, da qual proveio; 3) Ao trazer a emoção como estruturante da racionalidade e indissociável da consciência, propõe um novo paradigma do ser humano (integral) e favorece o caráter transversal e interdisciplinar dos saberes nos dias atuais.

41 Sem a pequena morte de toda noite como sobreviver à vida de cada dia?
Hino ao sono – José Paulo Paes Sem a pequena morte de toda noite como sobreviver à vida de cada dia?


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