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GLOBALIZAÇÃO, SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO, CRISE DA POLÍTICA

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Apresentação em tema: "GLOBALIZAÇÃO, SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO, CRISE DA POLÍTICA"— Transcrição da apresentação:

1 GLOBALIZAÇÃO, SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO, CRISE DA POLÍTICA
Profa. Dra. Carla Giani Martelli

2 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO: NOVIDADE?
Revolução da informação Nova cultura material Mundo sem fronteiras Como chamar esta sociedade? Características: Fluidez Mobilidade Imprevisibilidade Incerteza e risco Complexidade Dinamismo/inovação perpétua Reflexividade

3 GLOBALIZAÇÃO, MUDANÇA E INOVAÇÃO
A globalização sempre existiu? “[…] quanto mais os círculos singulares que atuam uns sobre os outros se expandem, quanto mais o isolamento primitivo das diferentes nacionalidades é destruído pelo modo de produção desenvolvido, pelo intercâmbio e pela divisão do trabalho que surge de maneira natural entre as diferentes nações, tanto mais a história se torna uma história mundial” (Marx; Engels, 1977,p.70) Cada época é singularmente mundial “[…] cada uma das quais explora os materiais, os capitais e as forças de produção a ela transmitidas pelas geraçòes anteriores; ou seja, de um lado, prossegue em condições completamente diferentes a atividade precedente, ao passo que, de outro lado, modifica as circunstâncias anteriores através de uma atividade totalmente diversa” (Marx; Engels, 1977, p.71)

4 SISTEMA DE TÉCNICAS PRESIDIDO PELAS TÉCNICAS DA INFORMAÇÃO
O desenvolvimento da história vai de par com o desenvolvimento da técnica. A cada técnica, uma nova etapa histórica se torna possível. Ao surgir uma nova família de técnicas, as outras não desaparecem, mas o novo conjunto passa a ser usado pelos novos atores hegemônicos. Arquitetura da globalização atual: unicidade da técnica convergência dos momentos a cognoscibilidade do planeta a existência de um motor único na história (mais-valia globalizada)

5 A UNICIDADE DA TÉCNICA técnica da informação por meio da cibernética, da informática e da eletrônica. envolve o planeta como um todo e faz sentir, instantaneamente, sua presença. A unicidade da técnica faz acontecer a unicidade do tempo: o acontecer local sendo percebido como um elo do acontecer mundial. Eixo global-local : “[…] daqui para frente, nada que venha a acontecer em nosso planeta será um fenômeno espacialmente delimitado, mas o inverso: que todas as descobertas, triunfos e catástrofes afetam a todo o planeta, e que devemos redirecionar e reorganizar nossas vidas e nossas ações em torno do eixo global-local” (Beck, 1999, p.31)

6 A CONVERGÊNCIA DOS MOMENTOS
Ter nas mãos o conhecimento instantâneo do acontecer do outro. A história é comandada pelos grandes atores do tempo real que são os donos da velocidade e o autores dos discursos ideológicos. Os homens não são igualmente atores desse tempo real: fluidez potencial e fluidez efetiva. A técnica cria aparentemente para todos a possibilidade da fluidez, mas quem é fluido realmente? Que empresas são realmente fluidas? Que pessoas? Quem, de fato, utiliza a seu favor o tempo real? Ricos globalizados x pobres localizados

7 A COGNOSCIBILIDADE DO PLANETA
Período atual Possibilidade de conhecer o planeta extensiva e aprofundadamente. O homem não apenas utiliza o que encontra na natureza: cria novos produtos e materiais; produz a matéria-prima indispensável para construção de um dado objeto. A cognoscibilidade do planeta constitui um dado essencial à operação das empresas e à produção do sistema histórico atual: as empresas valorizam diferentemente as localizações. Não é qualquer lugar que interessa a tal ou qual firma. Importância dos centros offshore

8 O MOTOR ÚNICO Imperialismo
diversos motores do capitalismo, cada qual com sua força e alcance próprio; empurravam as máquinas e os homens segundo ritmos diferentes, modalidades diferentes, combinações diferentes. Hoje motor único: a mais-valia universal. Como é possível? Produção se dá em escala mundial, por intermédios de empresas mundiais. Novo patamar da internacionalização: mundialização do produto, do dinheiro, do crédito, da dívida, do consumo, da informação.

9 QUATRO ASPECTOS DA GLOBALIZAÇÃO ATUAL: ASPECTO ECONÔMICO
Formação de um mercado mundial e de um capitalismo global Interdependência dos mercados financeiros Vinculação de todas as moedas mundiais implica harmonização das políticas macroeconômicas Nenhum país pode determinar sua política monetária, creditícia ou fiscal, à margem da evolução dos mercados financeiros Disciplina dos mercados sobre as políticas econômicas nacionais significa perda da soberania econômica nacional, ainda que não a perda da capacidade de intervenção Os Estados têm de navegar no sistema financeiro global e adaptar suas políticas às exigências e conjunturas desse sistema Parâmetros macroeconômicos são determinantes sobre a política econômica nacional

10 ASPECTO TECNOLÓGICO Inovação incessante
Tecnologias da informação e da comunicação Conectividade: atividades decisivas num âmbito de ação determinado funcionam como unidade em tempo real no conjunto do planeta Processo novo: última década do século passado constituiu um sistema tecnológico – telecomunicações, sistemas de informação interativos e transporte de alta velocidade em um âmbito mundial, para pessoas e mercadorias

11 ASPECTO SOCIAL Fragmentação: modelos, verdades, convicções, sistemas de procedimento entram em crise. Fragmentação daquilo que se chamava sociedade: técnicas são socialmente neutras. Quebra de lealdades, sentimento de pertença fragilizado. Individualismo : indivíduos se deslocam da coletividade e das instituições. Soltos dos grupos e livres do peso das determinações coletivas, os indivíduos movimentam-se mais: desejam participar das decisões, opinar, discutir, explorar as informações e duvidar de tudo.

12 ASPECTO CULTURAL McDonaldização do mundo: globalização cultural
Redescoberta e valorização das culturas e identidades locais Tribos identitárias Comunidades transnacionais Os mercados globais de bens de consumo e informação impossibilitam a escolha daquilo que deverá ser absorvido, mas a forma da escolha é decidida localmente.

13 ASPECTO POLÍTICO No lugar da bipolarização do mundo do após Segunda Guerra Mundial, há uma multipolar interdependência Novos atores: empresas, organizações governamentais e não-governamentais, movimentos sociais transnacionais “ Estados nacionais vêem sua soberania, sua identidade, suas redes de comunicação, sua chances de poder e suas orientações sofrerem a interferência cruzada de atores transnacionais” (Beck, 1999, p.27) “O Estado é cada vez mais inoperante no global e cada vez menos representativo no nacional” (Castells)

14 ESTADO-REDE “De modo que, após passar minha vida estudando e lutando para modificar meu país, quando enfim chego à Presidência, agora me dizes, Manolo, que o Estado perdeu sua capacidade de ação, Obviamente, não posso aceitá-lo” (FHC, 1994) O Estado : elemento essencial de regulação econômica, de representação política e de solidariedade social, mas dentro de importantes limites estruturais e culturais e com formas de atuação que são historicamente novas. A disciplina dos mercados sobre as políticas econômicas nacionais: perda definitiva da soberania econômica nacional – ainda que não a perda da capacidade de intervenção. Estado-Rede: compartilha a capacidade institucional de negociar e impor uma decisão com uma série de instituições: instituições regionais, locais, supranacionais e organizações não-governamentais. Formação de cartéis políticos de representação de interesses (Mercosul, Alca, União Européia, OMC, ONU etc.)

15 SOCIEDADE REDE – ESTADO REDE
Estado-Rede: receber e processar sinais do sistema global interconectado e adequá-los às possibilidades do país Idéia de rede : os nós são a localização de funções estrategicamente importantes Espaço de fluxos (não-local) Tempo intemporal: “a intemporalidade navega em um oceano cercado por praias ligadas ao tempo, de onde ainda se podem ouvir os lamentos de criaturas acorrentadas” (Castells, 1999, p.490)

16 MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO
Nova divisão transnacional do trabalho Reestruturação do processo produtivo mundial Reestruturação das empresas Moradia, trabalho, impostos: lugares diferentes Flexibilização dos processos de trabalho e produção Acumulação flexível Crise de lealdades: novo caráter “Como decidimos o que tem valor duradouro em nós numa sociedade impaciente, que se concentra no momento imediato? Como se podem buscar metas de longo prazo numa economia dedicada ao curto prazo? Como se podem manter lealdades e compromissos mútuos em instituiçòes que vivem se desfazendo ou sendo continuamente reprojetadas? Estas as questões sobre o caráter impostas pelo novo capitalismo flexível” (Sennett, 2001, p.10).

17 POR UMA OUTRA GLOBALIZAÇÃO
Mitos: aldeia global : a informação sobre o que acontece não vem da interação entre as pessoas, mas do que é veiculado pela mídia, uma interpretação interessada dos fatos. espaço e tempo contraídos: a velocidade está ao alcance de um número limitado de pessoas; as distâncias têm significações e efeitos diversos, o uso do mesmo relógio não permite igual economia do tempo. Humanidade desterritorializada: cidadania universal: o exercício da cidadania, mesmo se avança a noção de moralidade internacional, é ainda um fato que depende da presença e da ação dos Estados nacionais. Globalização atual é perversa. Dupla tirania: a do dinheiro e a da informação Sistema de técnicas associado ao sistema da política

18 GLOBALIZAÇÃO PERVERSA
Perversidade sistêmica: a instituição da competitividade como regra absoluta; o outro ,empresa, instituição ou indivíduo: obstáculo que deve ser removido. Celebração do egoísmo, alastramento dos narcisismos, a banalização da guerra de todos contra todos, corrupção generalizada. Morte da Política: a condução do processo político passa a ser atributo das grandes empresas; conformação da opinião pelas mídias; substituição do debate civilizatório pelo discurso único do mercado. Ensinamento e aprendizado de comportamentos: ausentes objetivos finalísticos e éticos e noção de solidariedade. Império do consumo. Cidadão é transformado em cliente consumidor Desigualdades interpessoais, de classe, regionais, internacionais

19 QUAL POLÍTICA? Vida e política: o modo como atuamos politicamente retrata os valores fundamentais que embasam nossas vidas Gregos: política era uma atividade maior; englobava as várias dimensões humanas num exercício constante de garantia da vivência em comunidade Idade Média: cristianismo subtraiu a esfera da política ao domínio da vida religiosa; deu origem à contraposição do poder espiritual ao poder temporal Economia mercantil burguesa: hegemonia do econômico sobre o político; a política “atrapalha” o movimento do mercado. Sociedade atual: radicalização da hegemonia do econômico

20 TRÊS FORMAS DE POLÍTICA
1) Política dos políticos: Política com “pouca política” Esfera da atividade política que visa ao poder: sua conquista, sua conservação, sua destruição Realismo e pragmatismo político (cálculo e frieza) Poder como fim em si mesmo Absorve os valores dominantes assumindo uma postura de “salve-se-quem-puder” Interesses pessoais, vaidades, egoísmos, ambição Política como meio de sobrevivência Não vê diante de si uma comunidade a ser governada (comunidade não está educada para a política)

21 2)POLÍTICA DOS TÉCNICOS: política sem política
Política dos técnicos, dos executivos Hipervaloização da técnica, da gestão e da administração sobre o governar, o articular, o participar, o discutir A comunidade estaria interessada apenas em propostas realistas, pragmáticas, pontuais, focadas em resultados Deixa em segundo plano, a palavra, os atos e os conhecimentos dos cidadãos Tecnocracia :a verdade é tecnicamente alcançada Antipolítica: sem participação democrática efetiva Política dos técnicos é a que melhor se afina com a atualidade :a política, se não pensada apenas como função administrativa, só atrapalha o movimento das negociações no mundo global.

22 3) POLÍTICA DOS CIDADÃOS: política com muita política
Embasada na idéia de busca do bem comum Aproveitamento civilizado do conflito e da diferença Valorização do diálogo, do consenso e da comunicação Defesa da crítica, da participação, da transparência, da integridade Aposta na inesgotável capacidade criativa dos homens Protagonista: o grupo, o partido, o movimento, a massa (e menos a personalidade talentosa de um indivíduo) Educação dos cidadãos: retomada da Paidéia “Paidéia é o requisito dinâmico da agora; espaço da participação democrática exige a aceitação da perspectiva de que todos os que nele adentram são co-responsáveis pelas decisões e pela discussão dos problemas comuns. Trata-se do processo de formação do cidadão, aquele membro da comunidade que, nas palavras de Aristóteles, ‘deve ter os conhecimentos e a capacidade indispensáveis tanto para governar quanto para ser governado’. O cidadão não deriva de uma imposição da natureza, da força ou do direito, mas é produto de um processo educacional, de uma construção consciente. O cidadão educado é ao mesmo tempo um educador” (Nogueira, 2001, p.61-2)

23 POLÍTICA DOS CIDADÃOS EM CRISE
Noção de comunidade: espaço onde há partilha de valores e de crenças, onde as pessoas se reconhecem nas relações e nos lugares. Tudo flui, também os valores e as crenças Como pensar a formação do cidadão num mundo em que uns não se reconhecem mais nos outros, onde os lugares não são mais referências, onde o imediatismo desconsidera as experiências passadas e desencoraja projetos futuros? Como pensar a política de cidadãos sem pensar num projeto longo, duradouro, de educação para a cidadania? O reconhecimento da pólis está comprometido pela lógica espaço-temporal da atualidade

24 CRISE DA POLÍTICA Crise da política: é o domínio do mercado sobre o Estado, o enfraquecimento das instituições e da cultura da “solidariedade”. A combinação de informática, Internet, grandes redes de comunicação, mídia, televisão e indústria do entretenimento deslocam a política: a política perde fôlego na exata proporção em que se espetaculariza, converte-se em show. Debate político enfraquecido: mais importante que saber fazer uso de um bom argumento, de provocar um bom debate, é saber fazer uso do cronômetro, do tempo, das regras formais e técnicas.

25 EM DEFESA DA POLÍTICA Defender a política é defender um outro modo de conceber a vida Apostar na vida em comunidade Política não é só o que fazem os bons e os maus políticos: é uma atividade inerente a cada um dos seres humanos Políticos profissionais são intermediários, representantes, lideranças; vivem e agem no interior de um sistema. A boa ou a má qualidade deles depende da qualidade dos que são por eles representados, dos valores que prevalecem e da armação institucional em que operam.

26 EM DEFESA DA POLÍTICA A política não se submete ao econômico, ao cálculo, ao imediatismo, e só se realiza efetivamente por meio de sujeitos humanos e em contato aberto com a democracia, a ética e a vida comunitária. Grande desafio da política: criar as condições para que se passe da defesa dos interesses particulares para a construção e a defesa do interesse geral. Solicitação da política: pede que os indivíduos e os grupos saiam de si mesmos, moderem-se, ultrapassem-se e ponham-se da perspectiva dos demais. Quais as possibilidades da política na sociedade atual? Quais os caminhos a trilhar em defesa da política?


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