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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

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Apresentação em tema: "METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO"— Transcrição da apresentação:

1 METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
História da ciência e das universidades Prof. Robson Araujo

2 Importância da disciplina MTA
Todo aluno para se formar deverá apresentar um TCC – trabalho de conclusão do curso – e que este trabalho é acadêmico, deverá retratar o resultado de tudo o que estudou durante os anos de faculdade. Por que quando vamos a um médico, se este receita um remédio, costumamos obedecer e seguir a orientação por confiarmos no profissional. Sabemos que por traz de um remédio tem muita gente envolvida, muitas pesquisas científicas que nos levam a confiar, obedecer, tomar o remédio e esperar até sarar. Da mesma forma, confiamos nos economistas que calculam as taxas de inflação, nos engenheiros que decidem sobre a melhor para estrutura para nossas cidades, nos químicos que cuidam da água que tomamos, e assim por diante.

3 Importância da disciplina MTA
O cientista não é uma pessoa que pensa melhor do que outras, mas é um especialista em determinada área do saber. Da mesma forma que um baterista deve treinar até conseguir usar cada um de seus braços e de suas pernas independentemente, precisamos de anos de treino porque não é fácil se especializar em determinada técnica. Preparar-se para realizar um trabalho científico ou acadêmico requer o desenvolvimento progressivo e longo de atividades que podem se transformar em textos com pequenos conteúdos (os artigos ou as monografias).

4 Algumas lições da história geral da universidade
Na Antiguidade Clássica, o Ocidente, principalmente na Grécia e em Roma, já dispunha de escolas tidas como de alto nível, para formar especialistas de classificação refinada em medicina, filosofia, retórica, direito. Discípulos se reuniam em torno de um mestre, cuja considerável bagagem de conhecimentos era zelosamente transmitida. Aos discípulos cabia aprender do mestre, espelho e modelo de aperfeiçoamento. Cada mestre conduzia a sua escola, fazia escola. A formação básica era nas áreas do Direito, Retórica, Medicina, Matemática e Filosofia. As invasões bárbaras, entre os séculos V e X, interromperam esse processo de ensino "superior". Somente no período entre o final da Idade Média e a Reforma (séculos XI e XV) que nasce propriamente a Universidade, que, de imediato, se torna um órgão de elaboração do pensamento medieval.

5 Algumas lições da história geral da universidade
A Igreja Católica desse tempo, na tentativa de manipular tanto a política quanto a religião, unifica o ensino superior em um só órgão, a "universidade". O clero é a classe mais instruída da época: é o alvo e a fonte do conhecimento científico, pois assim, a Igreja podia continuar a deter o poder e a riqueza em suas mãos. O forte clima religioso, determinado pela Igreja Católica, impunha suas verdades na produção do conhecimento e no ensino. Por outro lado, é nesses tempos que nasce e se cultiva, nas escolas universitárias, o hábito das discussões abertas (embora controladas pelo professor), dos debates públicos, das disputas como elementos integrantes do currículo e especificidade de certas disciplinas. Não podemos falar ainda de conhecimento científico, ao menos como é entendido hoje, porque parte do trabalho intelectual desenvolvido nesses tempos gira em torno das verdades da fé, religião e, por isso, a Filosofia era uma disciplina maior em termos de importância.

6 Algumas lições da história geral da universidade
Aristóteles, Sócrates, Platão e outros filósofos gregos são muito explorados pela escolástica, esta influência no pensamento ocidental é sentida ainda hoje. Entretanto, muitas das qualidades hoje requeridas para o trabalho científico, como por exemplo, rigor, seriedade, lógica do pensamento, busca da prova etc. são introduzidas como forma de estudo e produção do conhecimento nesta época. Os movimentos da Renascença e da Reforma e Contra-Reforma (Século XVI) inauguram a Idade Moderna, e trazem consigo a rebelião burguesa contra a ordem medieval, cujo resultado é, de um lado, o rápido desenvolvimento de uma mentalidade individualista e, de outro, o nascimento da ciência moderna. A partir deste momento que o conhecimento humano se diversifica e os órgãos de transmissão do saber se fragmentam. O conceito de universidade torna-se, então, inconsistente com a realidade, posto que não acompanha o espírito libertador e esclarecedor difundido pela Renascença e pela Reforma.

7 Algumas lições da história geral da universidade
Há sobre os seus quadros certa imposição de uma atitude defensiva, de guarda das verdades já constituídas, definidas e definitivas, estáticas e restritivas, no sentido de não acrescentar aos valores do passado as numerosas descobertas que se faziam. Nessa fase a universidade se caracteriza pelas repetições dogmáticas, ditadas, como verdades incontestáveis. Os dogmas eram impostos - ensinados – por meio de teses que, se contestadas, geravam a ira das autoridades e de instituições como o Tribunal do Santo Ofício, o que implicava sempre em penas que variavam de acordo com a gravidade da contestação, como a fogueira, prisão, afastamento das funções, perda da cátedra, excomunhão, index, etc.

8 Algumas lições da história geral da universidade
No Século XVIII, surge, com os enciclopedistas, o Iluminismo que questiona o tipo de saber estribado nas "summas medievais" e tenta trazer luz à esta mentalidade obscura imposta pela Igreja. Este movimento tem grande apoio, inclusive financeiro, dos Estados, já que as monarquias estão cada vez mais ricas e interessadas no poder político da Igreja, bem como da burguesia ascendente, que também quer ganhar poder e status por meio do conhecimento. Será, porém, somente no século XIX, com a nascente industrialização, que a universidade medieval perde lugar para a universidade napoleônica. Na França, Napoleão Bonaparte cria uma universidade profissionalizante, na linha do espírito positivista, pragmático e utilitarista do Iluminismo, fazendo com que se perca o sentido unitário, de alta cultura e reflexão no meio universitário.

9 Algumas lições da história geral da universidade
A classe intelectual que se encontra nas universidades desperta tentando retomar a liderança do pensamento, para tornar-se centro de pesquisa. É válido lembrar que a universidade além de um centro de pesquisa e divulgação do conhecimento, apresenta um caráter formador de opinião, esta face estava adormecida pelo aspecto utilitarista que o saber tomou na universidade europeia. Assim, em 1810, Humboldt cria a Universidade de Berlim (Alemanha), uma universidade moderna, enquanto centro de pesquisa, que se preocupa em preparar o homem para descobrir, formular e ensinar a ciência, levando em conta as transformações sócio-econômicas e políticas da época. Maria de Lourdes Fávero, ao analisar essa mentalidade, nos lembra que K. Jaspers diz que somente o homem voltado para a pesquisa pode realmente ensinar; pois do contrário, ele reduz seu trabalho á mera transmissão de um pensamento inerte, estático, ou seja, apenas reproduz o conhecimento sem colaborar para a sua evolução.

10 Algumas lições da história geral da universidade
Em 1851, o Cardeal Newman, fundador da Universidade de Dublin, Irlanda, sonha com uma Universidade para o ensino do saber universal. No pensamento de Newman, a aspiração por uma universidade que fosse centro de criação e difusão do saber, da cultura. Até hoje, aspiramos a tais qualidades para os centros universitários: é só repararmos nas propagandas que veiculam na mídia durante os períodos de vestibular e processos seletivos. No entanto, na sociedade atual, com a valorização da informação dentro do mercado, palavras como “conhecimento”, “saber”, “excelência de ensino” e “pesquisa” ganharam valor de mercado. Nesse esforço de construção da universidade europeia do século XIX há, concomitantemente, uma busca pela livre autonomia universitária, como condição indispensável para questionar, investigar, propor soluções de problemas levantados pela atividade humana.

11 A universidade no Brasil
Até 1808 (chegada da família real ao Brasil), os luso-brasileiros faziam seus estudos superiores na Europa, principalmente em Coimbra-Portugal, pois Portugal não permitia, apesar dos esforços dos jesuítas, a criação de uma universidade no Brasil, diferentemente dos demais países da América Latina, de colonização espanhola. Com a vinda de D. João VI e a corte portuguesa para a Colônia e sua instalação no Rio de Janeiro, é instituído aqui o chamado ensino superior em resposta às necessidades militares e sanitárias da Colônia. A Faculdade de Medicina da Bahia (1808) é resultante da evolução de cursos de anatomia, cirurgia e medicina já existentes; As Faculdades de Direito de São Paulo e Recife (1854) resultam dos cursos jurídicos. Em 1874, separam-se os cursos civis dos militares, com a constituição da Escola Militar e Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Logo depois, em Ouro Preto, é inaugurada a Escola de Engenharia. Por volta de 1900, estava consolidado, no Brasil, o ensino superior em forma de Faculdade ou Escola Superior.

12 A universidade no Brasil
A partir de 1930, inicia-se o esforço transformação e reorganização do ensino superior no Brasil: três ou mais faculdades podiam a partir de então legalmente chamarem-se de universidade. É nesses termos que se fundam as Universidades de Minas Gerais (1933) e a Universidade de São Paulo (1934), esta última já expressa uma preocupação de superar o simples agrupamento de faculdades. Em 1935, o Anísio Teixeira pensa uma universidade brasileira como centro de debates livres de ideias. Seria, provavelmente, o primeiro centro realmente moldado no espírito universitário europeu. Mas, com a chegada da ditadura e a implantação do Estado Novo, em 1937, este sonho foi inviabilizado. As ditaduras são regimes incompatíveis com os debates, a livre opinião e o respeito ao docente: elementos básicos do círculo universitário. Até meados dos anos 60, continuamos com os agrupamentos de escolas e faculdades, pois a repressão política foi muito forte na ditadura Vargas.

13 A universidade no Brasil
Somente com Darcy Ribeiro, intelectual e grande estudioso da sociedade brasileira em formação, que o sonho da universidade nos moldes europeus renasce no Brasil. Com uma equipe de intelectuais adequados à nova perspectiva de ensino superior, Darcy Ribeiro elabora o projeto, ganha apoio governamental e funda a Universidade de Brasília. Era a esperança de uma universidade brasileira, nascida a partir de uma reflexão nacional, sobre os problemas nacionais. A ideia tomou corpo e foi bravamente iniciada a sua implantação. Mais uma vez, as forças contrárias à renovação intelectual impedem tomam o poder político no Brasil, e interrompem o desenvolvimento da nascente universidade brasileira. Isso ocorre em com o Golpe Militar de 1964, no qual a totalidade da equipe de professores foi afastada de suas funções de refletir, questionar e de renovar o saber.

14 A universidade no Brasil
Em nosso país, mais que nos países latino-americanos colonizados pelos espanhóis, o processo de transplante cultural, ligado sempre aos interesses do colonizador, o que condicionou as funções das universidades existentes. Sempre importamos técnicas e recursos culturais. Nesses termos, Anísio Teixeira dizia que a preocupação da preparação do estudante universitário brasileiro não passava por critérios de pesquisa, formação da consciência crítica e transmissão de cultura, mas somente com a aplicação do conhecimento para a aplicação em carreiras liberais e técnicas. Já para Darcy Ribeiro, a universidade limitava-se a ser um órgão de repetição e difusão do saber elaborado em outras realidades e que muito pouco contribuía para uma integração nacional, consequência de uma análise crítica de nossa realidade.

15 A universidade no Brasil
As funções da universidade existente no Brasil, mesmo após a dita independência política, com raras exceções, continuam a ser de absorção, aplicação e difusão do saber humano, fruto da atividade intelectual dos grandes centros técnico-científicos das nações desenvolvidas. Existem de centros universitários no Brasil que, sem medir esforços, lutam por conquistar a possibilidade de construção de uma personalidade universitária livre e crítica, aliando a ânsia do mais alto nível do saber à efetiva preocupação com os problemas nacionais. As bases universitárias, insatisfeitas com as tomadas de posição e com as decisões autoritárias, a exemplo da lei (Lei da Reforma Universitária), mantêm acesa a esperança de que seja revitalizado o processo de transformação da universidade brasileira, ao lado do sistema educacional, ao mesmo tempo em que estudam para descobrir como interferir nos rumos da educação nacional. Entre 1971 e 1975 foram criadas mais de 162 IES no País. Algumas destas instituições transformaram-se no período de 1985 a 1997 em universidades.


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