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O Estatuto do Saber Pedagógico

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Apresentação em tema: "O Estatuto do Saber Pedagógico"— Transcrição da apresentação:

1 O Estatuto do Saber Pedagógico
VARELA, Júlia In: SILVA, Tomás Tadeu. O Sujeito da Educação: estudos foucaultianos

2 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
OBJETIVO Mostrar brevemente o papel imposto às instituições educacionais, durante as transformações sociais da Modernidade à Ilustração Homem Vitruviano  ( 1492, Leonardo Da Vinci) A Liberdade guiando o Povo (Delacroix, 1830)

3 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
PEDAGOGIZAÇÃO DO CONHECIMENTO Remodelações a partir do Renascimento – novas instituições educacionais Colégios Jesuítas Nova concepção de infância Colégios formados nessas mudanças: novos agentes educativos; serviu como modelo para as demais instituições escolares; educar as crianças em espaços fechados adequados às “capacidades infantis”

4 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
SABER E MORAL SABERES Classificação Programas de dificuldade crescente Submetidos à censuras Em função da sua bondade ou maldade = caráter moral Evitar o perigo moral da mente das crianças TUTELA MORAL

5 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
PEDAGOGIZAÇÃO DO CONHECIMENTO Mestres Jesuítas como autoridades morais Mestres das universidades medievais Estudantes perdem em autonomia – passam a ser escolares PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE “O ensino das ‘boas letras’ e da ‘virtude’ obrigou-os (colegiais) a pôr em prática toda uma série de procedimentos e técnicas que foram gradualmente aperfeiçoando, com finalidade de conferir, tanto aos colegiais, como aos saberes, uma natureza moralizada e moralizante. Essas técnicas e procedimentos converteram-se, nas suas mãos, em instrumentos privilegiados de extração de saberes dos próprios escolares, assim como fonte de exercício de poderes que tornaram possível o surgimento da ‘ciência pedagógica’, do saber pedagógico.” (p )

6 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
EFEITOS DA PEDAGOGIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS    Saber dos Mestres Estudantes Submetidos sem autonomia Cultura Culta Respaldada na Moral (naturalização da Moral) Estatuto da Verdade e Neutralidade Preocupação com a manutenção da ordem Disciplina sobre os corpos

7 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
Ilustração  no campo dos saberes, um intenso combate em relação à formação e exercício de determinados poderes = Reorganização dos próprios saberes Estado  intervém na organização dos saberes desenvolvimento das forças produtivas & necessidade de governar os sujeitos e a população ESTADO Eliminação de saberes plurais, polimorfos, locais Dispositivos para apropriação dos saberes Disciplinarização do saber SABER A SERVIÇO DO ESTADO

8 MUDANÇAS NAS RELAÇÕES DE PODER
FÉ NA INTERPRETAÇÃO DA IGREJA x FÉ NA INTERPRETAÇÃO DA CIÊNCIA Jesuítas Iluministas Cor preta (seminaristas, diáconos e padres), Cor violácea (monsenhores, cônegos e bispos), Cor vermelha (cardeais e patriarcas orientais), Cor branca (para o Papa o Bispo de Roma)

9 EXEMPLO DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA EDUCAÇÃO NAPOLEÃO
Napoleão Bonaparte Le Musée de l'éducation Marquis de Condorcet 1º de Maio 1802: (11 Floreal, ano X – calendário da Revolução Francesa): Lei de 11 X Ano Floreal:  Napoleão Bonaparte criou 28 escolas de ensino médio e bolsas de estudo. A educação é confiada a professores civis do Serviço Civil. Criação de escolas em comunidades (distritos) administrado por mestres pagos pelas famílias. Criação da Escola Especial Militar de Saint-Cyr para ensinar as artes da guerra.

10 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
LUTA ECONÔMICO-POLÍTICA SOBRE O SABER  Eliminação e desqualificação de pequenos saberes “inúteis” e irredutíveis ou economicamente custosos  Tornar os saberes e seus detentores intercambiáveis  Classificação hierárquica dos saberes saberes mais particulares  saberes mais gerais e formais  Centralização piramidal do saber permitindo o seu controle assegurou as seleções e a transmissão de baixo para cima de seus conteúdos Surgimento de iniciativas, práticas e instituições e de agentes legítimos nas diferentes áreas de conhecimento provocando um desbloqueio epistemológico e desapropriação de alguns saberes, proliferação de novas relações entre saberes e poderes

11 CONHECIMENTO SOBRE AS ERVAS Erva-de-São-João: na Idade Média e no início da Idade Moderna, ela servia de "fuga daemonum", durante exorcismos Hoje em dia os extratos da planta são administrados contra depressão leve MONGES A utilização de plantas medicinais sempre foi transmitida oralmente para a geração seguinte, às vezes associada a mitos, lendas e feitiçarias. No cristianismo, o cuidado dos doentes era assumido pelos mosteiros, que perpetuaram as velhas práticas e os conhecimentos antigos. Os jardins dos mosteiros e conventos eram farmácias não só de plantas nativas, como também plantas trazidas de outros países. O conhecimento era guardado nos herbários e na botânica, com registro de seus efeitos. Com a imprensa, no século XV, os livros de ervas passaram a ser difundidos fora do círculo fechado dos mosteiros. BRUXARIA Começou no final da Idade Média  com apogeu na Idade Moderna. Santa Inquisição: antigas religiões pagãs e matriarcais eram tidas como satânicas. Mulheres eram queimadas em fogueiras sob o menor pretexto: conhecerem os segredos das ervas medicinais; por serem bonitas; personalidade forte. Bruxa (sânscrito = mulher sábia)

12 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
DA COERÇÃO DA VERDADE (Pedagogização do Conhecimento) À COERÇÃO DA CIÊNCIA (Disciplinalização dos Saberes) CENSURA DOS ENUNCIADOS À DISCIPLINA INSCRITA NA PRÓPRIA ENUNCIAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO DOS SABERES - Busca de limites próprios, estabelecimentos de critérios de verdade e cientificidade - Oposição a outras identidades disciplinares também fechadas Condições para o desaparecimento do “Homem Universal” Emergência do indivíduo atomizado – divisão social do trabalho

13 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE  Século XVIII – “afinidade eletiva” disciplinarização dos saberes & tentativa de construção social de novo sujeito  Formação de determinada personalidade e mentalidade capitalista Importante para surgimento do capitalismo no séc. XVI acumulação primitiva do capital  Sujeito moldado segundo o puritanismo ascético Foucault  formação de capitalistas e produtores

14 PURITANISMO ASCÉTICO Puritanismo: concepção da fé  cristã desenvolvida na Inglaterra por uma comunidade de protestantes radicais depois da Reforma.; "puritano" = tanto o membro deste grupo de presbiterianos rigoristas como aquele que é rígido nos costumes, especialmente quanto ao comportamento sexual (pessoa austera, rígida e moralista); pretendiam purificar a Igreja Anglicana, retirando-lhe os resíduos de catolicismo, de modo a tornar sua liturgia mais próxima do calvinismo. Ascético = devoto João Calvino ( ): teólogo cristão francês. Max Weber defende o estabelecimento de um raciocínio lógico capitalista, comparando a Alemanha do período com outros países civilizados do planeta em condição de desenvolvimento semelhante = existência do capitalismo e de empresas capitalistas. Alemanha protestante: estrutura social, política e ideológica ímpar com a condição ideal para o surgimento do capitalismo moderno Capitalismo moderno: defende a paixão pelo lucro como demonstração de prosperidade, fé e salvação. Uma perfeita puritana, por E. Percy Moran (litografia de 1897). Uma perfeita puritana (E. Percy Moran, 1897).

15 Capitalismo - Século XVIII
Figura 5 - Parque industrial inglês no século XVIII (Fonte: In: A CRISE ECONÔMICA DO SÉCULO XVII

16 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
TECNOLOGIAS DISCIPLINARES  Conformação de sujeitos dóceis e úteis Além da visão econômica foi importante para o sistema de democracia funcional  Estratégia para afirmar a formação de uma sociedade formada por indivíduos individualizados  sujeitos isolados

17 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
PROPOSTA DA AUTORA GENERALIZAÇÃO DO EXAME VIGILÂNCIA HIERÁRQUICA & SANÇÃO NORMALIZADORA Permitiu ao PODER DISCIPLINAR nos sujeitos (CORPO) Objetivação tornou invisíveis as relações de força PODER NÃO VEM DE FORA PODER ESTÁ DENTRO DOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM

18 GENERALIZAÇÃO DO EXAME
Inquérito inventado na Inquisição

19 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
PEDAGOGIZAÇÃO DO CONHECIMENTO, DISCIPLINARILDADE E PERICULOSIDADE  Processo que tenta exorcizar perigos, evitar conflitos sociais Imposição de limites  Naturalizar as relações de força e dominação que determinados grupos sociais exercem sobre outros ESSES PROCESSOS TAMBÉM PRODUZIRAM RESISTÊNCIAS CONTINUAÇÃO DE PRODUÇÃO DE SABERES QUE PÕEM EM QUESTÃO OS EFEITOS DE PODER LIGADOS À ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL SABERES POLIMORFOS QUE PERMITEM RECUPERAR A MEMÓRIA HISTÓRICA DOS ENFRENTAMENTOS E DAS RESISTÊNCIAS

20 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
SABERES PEDAGÓGICOS  Resultado da articulação dos processos Pedagogização do conhecimento & Disciplinamento interno dos saberes  Classificação e hierarquia vistas como naturais  Racionalizam uma certa organização escolar e certas formas de transmissão sem questionar nunca a arbitrariedade dessa organização, nem o estatuto dos saberes transmitidos SABERES DISCIPLINARES & DISCIPLINARIZAÇÃO DOS SUJEITOS SÃO PROCESSO QUE ATRAVESSA TODA A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR

21 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
PROPOSTAS DA AUTORA 1. Articular Teoria & Prática 2. Cultura Culta ≠ Cultura Dominante 3. Questionar a lógica crescente da pedagogização e dos esquemas classificatórios em uso 4. Evitar o Etnocentrismo das pedagogias tradicionais

22 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
PROPOSTAS DA AUTORA 1. Teoria & Prática  articular e tentar aproximar saberes gerais + teorias científicas + saberes locais + saberes práticos

23 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
PROPOSTAS DA AUTORA 2. Cultura Culta ≠ Cultura Dominante Espaço aberto à criação e à resistência nas instituições educacionais - Existem saberes não totalmente disciplinados - Transmitir paixão pelo conhecimento - Formação de sujeitos críticos que resistam às formas de imposição

24 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
PROPOSTAS DA AUTORA 3. Questionar a lógica crescente da pedagogização e dos esquemas classificatórios em uso - Não aceitar programas que tentam determinar os sujeitos e os saberes - Ensaiar novas formas de pensamento, de organização, de transmissão mais horizontais, transversais, polimorfas  novos conhecimentos - Favorecer a insurreição dos saberes e novas formas de subjetividade “Conhece-te a ti mesmo” (Sócrates)  lógica individualista

25 VARELA, Júlia. O Estatuto do Saber Pedagógico
PROPOSTAS DA AUTORA 4. Evitar o Etnocentrismo das pedagogias tradicionais Desprezo pelas culturas não acadêmicas Não impor o concreto  “pedagogias renovadoras”  psicologização Negação do acesso à Cultura Culta Superar dicotomia Tradição X Renovação


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