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Sentimento do mundo
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Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo, mas estou cheio de escravos, minhas lembranças escorrem e o corpo transige na confluência do amor.
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Quando me levantar, o céu estará morto e saqueado, eu mesmo estarei morto, morto meu desejo, morto o pântano sem acordes.
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Os camaradas não disseram que havia uma guerra e era necessário trazer fogo e alimento. Sinto-me disperso, anterior a fronteiras, humildemente vos peço que me perdoeis.
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Quando os corpos passarem, eu ficarei sozinho desfiando a recordação do sineiro, da viúva e do microscopista que habitavam a barraca e não foram encontrados ao amanhecer
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esse amanhecer mais noite que a noite.
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Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade é o primeiro grande poeta pós-movimento modernista e um dos mais importantes poetas brasileiros. Seu livro Alguma Poesia de 1930 marca o início da segunda fase poética do Modernismo.
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Escreveu prosa que se caracterizou pela riqueza e expressividade da linguagem e do tema, com senso de humor. Atribuem-se essas qualidades, igualmente, à sua obra poética. Drummond possui uma percepção precisa do hiato entre as convenções e a realidade, entre o parecer e o ser das coisas e dos indivíduos, o que se transforma em objeto privilegiado do humor, seu traço principal.
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O conjunto de sua obra poética é complexo e vasto, do qual, pela freqüência, é possível destacar certas características e tendências.
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Nossas ideias
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Com este poema entendemos que Drummond tem uma visão negativa do mundo, indicando suas limitações, como no verso “Tenho apenas duas mãos”. O pessimismo fica evidente na segunda estrofe quando ele diz que o céu está morto e ele também. Ele finaliza o poema dizendo que o amanhecer é negro, ou seja, o futuro e esse é o seu sentimento do mundo.
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