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PublicouCarlos Galvão Furtado Alterado mais de 8 anos atrás
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Tenho razão de sentir saudade,
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tenho razão de te acusar.
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Houve um pacto implícito que rompeste
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e sem te despedires foste embora.
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Detonaste o pacto.
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Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
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de viver e explorar os rumos de obscuridade
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sem prazo sem consulta sem provocação
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até o limite das folhas caídas na hora de cair.
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Antecipaste a hora.
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Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
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Que poderias ter feito de mais grave
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do que o ato sem continuação, o ato em si,
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o ato que não ousamos nem sabemos ousar
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porque depois dele não há nada?
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Tenho razão para sentir saudade de ti,
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de nossa convivência em falas camaradas,
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simples apertar de mãos, nem isso, voz
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modulando sílabas conhecidas e banais
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que eram sempre certeza e segurança.
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Sim, tenho saudades. Sim, acuso-te porque fizeste
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o não previsto nas leis da amizade e da natureza
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nem nos deixaste sequer o direito de indagar
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porque o fizeste, porque te foste
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CréditosImagensInternetFormatação Irene Alvina Texto Carlos Drumond de Andrade Música E-mail irenealvina@hotmail.com www.revivendoanatureza.com
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