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A família em desordem Elisabeth Roudinesco.

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1 A família em desordem Elisabeth Roudinesco

2 Definição de família União mais ou menos duradoura e socialmente aprovada entre um homem, uma mulher e seus filhos. Fenômeno universal, presente em todos os tipos de sociedades. Necessidade da existência prévia de no mínimo outras duas famílias. “A proibição do incesto é tão necessária à criação da família quanto a união de um macho e de uma fêmea.” Associação de um fato de natureza a um fato de cultura. Estrutura hierarquizada, núcleo de dominação.

3 Evolução histórica da família
Família tradicional: antes do final do séc XVIII Família moderna: entre final do séc XVIII e meados do séc XX. Família pós moderna: a partir de 1960. Obs: a transmissão da autoridade vai se tornando cada vez mais problemática; estudos passam a priorizar abordagem estrutural dos sistemas de parentesco valorizando assim funções simbólicas na constituição das famílias; a esfera do privado torna-se privilegiada nas experiências.

4 A família tradicional autoridade patriarcal fundada na monarquia de direito divino. Transmissão de duplo patrimônio: o nome e o sangue (raça). Dupla função paterna (pai por adoção- pater, dominação através do discurso de reconhecimento da filiação; e pai genitor). Noção de que só o pai gera. Poder ilimitado do pai.

5 Fundamentos da soberania de Deus-pai
O sêmen feminino não seria necessário à geração de uma criança. Noção de pai separador, dotado de cultura e cogito, enquanto a mulher representa o estado de natureza, lugar de todos os perigos. Figura da feitiçaria. Tese medieval dos dois corpos do rei: um pessoal e outro político. Leva à sacralização do monarca e do pai (figuras homólogas).

6 Acontecimentos que fizeram decair a soberania de Deus-pai.
A maldição paterna: Voltaire. Em 1757 Luis XV é golpeado, mas não morre. A Revolução em 1793 consuma o parricídio com a morte de Luis XVI: “Ao cortar a cabeça do rei, dirá Balzac, a Revolução derrubou a cabeça de todos os pais de família.” p. 33 Em 1789 o direito de correção tende a substituir as lettres de cachet.

7 A família moderna Formada por comunidades de trabalhadores: ordem econômica e burguesa. O poder do pai (pater familias) é sustentado pelo Estado, e se assenta em obrigações morais e éticas. Fundada no amor romântico e na moral civilizada. Constitui-se em torno da criança. Baseada no modelo edipiano. (será abordado no slide 7) Dissociação entre desejo sexual e procriação. Subordinação das mulheres e dependência dos filhos, que aos poucos se emancipam.

8 Mudanças ocorridas na fase moderna
Criminalização do infanticídio como método contraceptivo. Revolução da afetividade. O filho deixa de ser uma coisa para se tornar sujeito integral. Dialética da emancipação das mulheres e depois das crianças. Em 1935 abole-se a correção paterna. Direito ao divórcio, instaurado em 1792 e definitivamente conquistado em 1884. O Estado substitui a autoridade enfraquecida do pai e da mãe.

9 O modelo edipiano característico da família moderna e oriundo da expansão da psicanálise no mundo.
Freud baseia seu modelo de família através da leitura que realiza da peça de Sófocles, Édipo, do teatro elisabetano, Hamlet de Shakespeare e da literatura romanesca do século XIX, Os irmãos Karamázov de Dostoiévski. Tal modelo é influenciado pela antropologia e assenta-se na culpa e na lei moral. O assassinato do pai deve ser acompanhado pela reconciliação dos filhos entre si e com a imagem do pai. Interdito do incesto e de matar o pai-totem. A família se liga sempre a uma cena, a uma história e um romance familiares. As figuras paterna e materna seriam determinadas pelo primado da diferença sexual.

10 Modelo capaz de lidar com a emancipação da subjetividade (descentrada e conflituosa).
Os casamentos pré-púberes e entre gerações diferentes são inaceitáveis. Freud acrescenta à aliança e à filiação, o desejo sexual (dimensão psíquica) como terceiro elemento da família. Lei paterna interiorizada como fruto da culpa por ter desejado a mãe. Édipo deve se tornar ao mesmo tempo o restaurador da autoridade, o tirano culpado e o filho rebelde: figuras necessárias à ordem familiar. A família é necessária a toda forma de rebelião subjetiva, e com a abolição desta, toda a resistência que ela suscita no sujeito se paralisaria.

11 Críticas da autora à Freud
Freud estaria atrasado em relação à própria inovação já que ele não acreditava que a civilização conseguiria desfazer, sem preconceitos, os vínculos entre o desejo sexual e a procriação. O psicanalista nunca teria cedido ao medo fantasioso de uma possível feminilização do corpo social. Freud reivindica que sua leitura de Édipo seja o princípio da Psicanálise sem jamais ter publicado estudo algum sobre a peça. O teórico teria utilizado os mitos dos deuses gregos desconhecendo sua verdadeira significação: “darwiniza” os mitos.

12 Freud teria imposto uma torção à peça de Sófocles.
A autora acredita que Freud tenha inventado Édipo para responder ao terror próprio da irrupção do feminino. Freud transgride a própria regra que proibira que a psicanálise fosse utilizada para interpretar obras literárias. Freud teria desconhecido a real significação do drama de Hamlet (homem que não sabe porque não consegue realizar o ato que deseja realizar).

13 Freud se identificaria com a neurose de Hamlet.
A descentralização da subjetividade efetuada por Freud torna este sujeito susceptível de servir de cobaia às abordagens experimentais da psicologia como às derivações normativas da psicanálise. A psicanálise teria inaugurado a desconstrução e ao mesmo tempo a busca da identidade moderna a partir de sua concepção de um sujeito culpado de seu desejo. Isso traria o risco de transformar a psicanálise num procedimento de perícia. No Caso Dora Freud protegeu duas figuras paternas odiosas e ainda ignorou a cumplicidade das mulheres que haviam feito desta jovem uma vítima da aparente normalidade da família.

14 Família contemporânea
A sua inauguração é acompanhada por uma revolta anti-autoritária e um questionamento radical do edipianismo. Horizontal e fraterna. As mulheres controlam os meios de procriação (aborto, DIU e outros métodos contraceptivos). A ciência substituía o homem, trocando um ato sexual por um procedimento médico. O casamento perdeu sua força simbólica e os divórcios aumentavam. Família desconstruída, recomposta, monoparental, clonada, gerada artificialmente. Poder descentralizado. Dissecada pelo discurso dos especialistas: controle da vida privada. Inventada pelo individualismo: figura de Narciso. Os homens assumem papel maternalizante.

15 Multiplicação de pais homossexuais, que não abandonam nem suas preferências sexuais e nem as regras da proibição do incesto ao gerarem uma família. Duplo movimento: soberania decaída e demanda de restauração da figura perdida de Deus pai sob a forma de uma nova tirania.

16 Concepção anti-edipiana
Gilles Deleuze e Félix Guattari atacam o pilar da psicanálise, o complexo de Édipo como este se assemelhasse a uma prisão. Busca a abolição de todas as formas de soberania a fim de restituir ao mundo um aspecto dionisíaco. Defendiam que a mesma repressão se dava a despeito do pai vivo ou morto interiorizado. “Narciso encarnava agora o mito de uma humanidade sem interdito, fascinada pelo poder de sua imagem: um verdadeiro desespero identitário.” p. 160.

17 Professora Carolina Esselin psicanalista tel:8477-8272 Obrigada!


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