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Introdução à Filosofia: Ética FIL028

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Apresentação em tema: "Introdução à Filosofia: Ética FIL028"— Transcrição da apresentação:

1 Introdução à Filosofia: Ética FIL028 http://www.introetica.ecaths.com
Aula 20 Introdução à Filosofia: Ética FIL028

2 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
Transição do Conhecimento Moral da Razão Vulgar para o Conhecimento Filosófico: O que Kant quer dizer com este título? Resposta: Ele se propõe tão-somente a um esclarecimento daquilo que se apresenta confusamente nas premissas do discurso moral ordinário. Uma passagem deste para um discurso propriamente filosófico é necessária, segundo Kant, para que os conceitos morais em questão sejam esclarecidos.

3 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
Kant abre a Primeira Secção com a seguinte frase: “Neste mundo, e até também fora dele, nada é possível pensar que possa ser considerado como bom sem limitação [isto é, incondicionalmente ou intrinsicamente] a não ser uma só coisa: uma boa vontade.” (Ibid., p.21) O que isso quer dizer?

4 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
O ponto fica mais claro na seguinte frase, em que Kant enumera uma série de “virtudes”—discernimento, argúcia de espírito, capacidade de julgar, talentos, coragem, decisão, constância de propósito—e diz que estas são geralmente boas e desejáveis, mas podem tornar-se extremamente más e indesejáveis se a vontade que faz uso daquelas qualidades (de caráter) não for boa. Kant estende a mesma afirmação aos dons da fortuna, poder, riqueza, honra, saúde, incluindo aqui também a felicidade (entendida como um bem-estar completo e um estado de contentamento com a sua sorte).

5 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
Embora todas aquelas “qualidades” sejam geralmente boas, o seu valor é, em última instância, apenas derivado de algo que está além delas, e que lhes confere valor. Segundo Kant, este algo é uma boa vontade. Todas aquelas qualidades poderiam ser condenáveis se tivessem sua origem em uma vontade que não fosse boa. Portanto, a única coisa que possui bondade incondicionalmente (isto é, intrinsicamente, valor em si mesmo, sem depender de qualquer outra coisa de valor para lhe conferir valor) é uma vontade boa. É esta que confere valor a todas as demais qualidades da vida humana.

6 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
“Algumas qualidades são mesmo favoráveis a esta boa vontade e podem facilitar muito a sua obra, mas não têm todavia nenhum valor íntimo absoluto [isto é, intrínseco], pelo contrário pressupõem ainda e sempre uma boa vontade (...). Moderação nas emoções e paixões, autodomínio e calma reflexão são não somente boas a muitos respeitos, mas parecem constituir até parte do valor íntimo da pessoa; mas falta ainda muito para as podermos declarar boas sem reserva (ainda que os antigos as louvassem incondicionalmente). Com efeito, sem os princípios duma boa vontade, podem elas tornar-se muitíssimo más, e o sangue-frio dum facínora não só o torna muito mais perigoso como o faz também imediatamente mais abominável ainda a nossos olhos do que o julgaríamos sem isso.” (Ibid., p.22)

7 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
Kant explica o que a boa vontade não é (p.23): Ela não é boa pelo que promove ou realiza, por sua aptidão para realizar qualquer finalidade que simplesmente se apresente ao homem, mas é boa pelo querer em si mesmo (por sua própria natureza ou forma do querer). Em particular, Kant deixa claro que a boa vontade não é boa por algo que possa ser obtido através dela em prol de qualquer inclinação ou conjunto de inclinações. Portanto, ainda que quaisquer inclinações possam guiar a nossa vontade, não é a satisfação de nossas inclinações que torna a nossa vontade boa. Afinal, se assim fosse o caso, a vontade seria boa apenas relativamente às inclinações, o que Kant nega que seja o caso já que a vontade boa é boa no sentido incondicional.

8 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção (cont.)
A noção de dever: Kant afirma (p.26) que o conceito de dever contém o conceito de boa vontade e que se concentrará naquele para melhor explicar este. Por quê? A ideia de Kant parece ser: dever e boa vontade não querem dizer a mesma coisa, mas uma boa vontade é uma vontade que age por dever. Em particular, uma boa vontade é aquilo que é incondicionalmente bom e que, portanto, é uma vontade livre de determinações empíricas (inclinações), que age a partir da representação da lei (dever).

9 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: A primeira questão de Kant ao analisar a noção de dever é sobre o motivo do dever—isto é, sobre as nossas ações serem motivadas pela ideia (ou representação) do dever (p.27). Kant, então, exclui dois tipos de ações que, à primeira vista, não são realizadas pela ideia do dever ou pelo dever em si mesmo: (1) Ações que são contrárias ao dever—mesmo que sejam úteis para determinados fins ou sob um determinado aspecto. (2) Ações que são praticadas por indivíduos que não têm qualquer inclinação imediata para a realização da ação prescrita pelo dever. A motivação para estas ações, ainda que possam estar conformes ou de acordo com o dever, tem sua base em uma outra tendência ou inclinação. O agente pode, por exemplo, ter realizado a ação correta por sorte, pode ter o mero hábito de agir conforme o dever ou pode simplesmente sofrer de alguma compulsão que o leve a agir conforme ou de acordo com o dever (mas não por dever)—se ele não possuísse tal compulsão, ele não agiria tal como o dever prescreve.

10 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: (3) A questão da motivação é muito mais difícil, sugere Kant, quando as ações em jogo são motivadas por uma inclinação imediata para a ação prescrita pelo dever. Kant fornece o seguinte exemplo: “É na verdade conforme ao dever que o merceeiro não suba os preços ao comprador inexperiente, e, quando o movimento do negócio é grande, o comerciante esperto também não faz semelhante coisa, mas mantém um preço fixo geral para toda a gente, de forma que uma criança pode comprar em sua casa [i.e., em sua loja] tão bem como qualquer outra pessoa.” (Kant, Fundamentação, p.27)

11 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: (3) Kant continua: “É-se, pois, servido honradamente; mas isso ainda não é bastante para acreditar que o comerciante tenha assim procedido por dever e princípios de honradez; o seu interesse assim o exigia; mas não é de aceitar que ele além disso tenha tido uma inclinação imediata para os seus fregueses, de maneira a não fazer, por amor deles, preço mais vantajoso a um do que a outro. A acção foi, portanto, praticada nem por dever nem por inclinação imediata, mas somente com intenção egoísta.” (Kant, Ibid., p.27)

12 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: Kant desenvolve o mesmo ponto, agora aplicado a outros deveres, a saber, a preservação da própria vida humana, o exercício da caridade, a felicidade individual e o amor ao próximo.

13 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: A preservação da própria vida humana: Kant pressupõe que temos um dever para preservar a nossa vida. Mas, além disso, todos temos uma inclinação imediata (natural) para o mesmo fim, isto é, a preservação de nossa vida. Por esta mesma razão é que boa parte de nós, diz Kant, age apenas conforme ao dever, mas não por dever, no que diz respeito à própria preservação de suas vidas. A máxima de nossa ação (que é o princípio subjetivo segundo o qual agimos), se for baseada naquela inclinação natural de autopreservação, não “exprime nenhum conteúdo moral” (p.27) e aquela inclinação (um cuidado natural pela preservação da vida) “não tem nenhum valor intrínseco” (p.27).

14 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: A preservação da própria vida humana: “Em contraposição, quando as contrariedades e o desgosto sem esperança roubaram totalmente o gosto de viver; quando o infeliz, com fortaleza de alma, mais enfadado do que desalentado ou abatido, deseja a morte, e conserva contudo a vida sem a amar, não por inclinação ou medo, mas por dever, então a sua máxima tem um conteúdo moral.” (Ibid., p.27-28) Nestas passagens, Kant parece, portanto, sugerir que o suicídio é imoral.

15 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: O exercício da caridade: Ser caridoso é um dever. Porém, “(...) há muitas almas de disposição tão compassiva que, mesmo sem nenhum outro motivo de vaidade ou interesse, acham íntimo prazer em espalhar alegria à sua volta e se podem alegrar com o contentamento dos outros, enquanto este é obra sua.” (Ibid., p.28)

16 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: O exercício da caridade: Mas uma tal ação não tem, segundo Kant, nenhum verdadeiro valor moral—ainda que seja uma ação amável e conforme o dever. Na medida em que tal ação tem origem em uma inclinação, ela não é em nada diferente de uma inclinação como o amor das honras. Tal ação é apenas por acaso conforme o dever. Por quê? Kant responde da seguinte maneira: “(...) pois à sua máxima falta o conteúdo moral que manda que tais acções se pratiquem, não por inclinação, mas por dever.” (Ibid., p.28) A sugestão de Kant parece, portanto, ser dupla: (1) mesmo que não tenhamos uma inclinação para agir conforme o dever, somos capazes de agir pelo dever; (2) uma ação será genuinamente moral se e somente se ela for praticada por observância ao próprio dever.

17 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: O exercício da caridade: “Admitindo pois que o ânimo desse filantropo estivesse velado pelo desgosto pessoal que apaga toda a compaixão pela sorte alheia, e que ele continuasse a ter a possibilidade de fazer bem aos desgraçados, mas que a desgraça alheia o não tocava porque estava bastante ocupado com a sua própria; se agora, que nenhuma inclinação o estimula já, ele se arrancasse a esta mortal insensibilidade e praticasse a acção sem qualquer inclinação, simplesmente por dever, só então é que ela teria o seu autêntico valor moral.” (Ibid., p.28)

18 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: O exercício da caridade: Kant continua: “Se a natureza tivesse posto no coração deste ou daquele homem pouca simpatia, se ele (homem honrado de resto) fosse por temperamento frio e indiferente às dores dos outros por ser ele mesmo dotado especialmente de paciência e capacidade de resistência às sua próprias dores e por isso pressupor e exigir as mesmas qualidades dos outros; se a natureza não tivesse feito de um tal homem (...) um filantropo, não poderia ele encontrar ainda dentro de si um manancial que lhe pudesse dar um valor muito mais elevado do que o dum temperamento bondoso?” (Ibid., p.28-29) Kant responde afirmativamente a esta questão e diz que o bem deve ser feito por dever e não por inclinação.

19 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: A felicidade individual: Assegurar a própria felicidade é um dever de cada um. Mas não é um dever simplesmente porque é fundada em uma inclinação natural para satisfazer nossas inclinações. Mesmo que não tivéssemos tal inclinação para a felicidade (isto é, mesmo que esta não determinasse a vontade do indivíduo) a felicidade seria, ainda assim, um dever. E a preservação da saúde, entendida como necessária para a felicidade, deveria ser preferida à satisfação de uma inclinação que produzisse apenas um prazer a curto prazo, mas com consequências nefastas a longo prazo.

20 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: Amor ao próximo (incluindo-se os inimigos): O amor, como inclinação, não pode ser ordenado. (Ibid., p.30) Mas o “bem-fazer” pode. Por isso, o “bem-fazer por dever (...) é amor prático e não patológico (...).” (Ibid.) O amor prático “reside na vontade e não na tendência da sensibilidade, em princípios de acção e não em compaixão lânguida. E só esse amor que pode ser ordenado.” (Ibid.) Aqui a ideia de Kant parece ser que o amor natural, como uma inclinação ou uma paixão, não está sob o nosso controle (é, por esta razão, passional e patológico). Portanto, se devemos amar ao próximo, este amor só pode ser de outra natureza: deve ser um amor que esteja sob o nosso controle e que não dependa da existência meramente contingente de nossas inclinações.

21 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: O princípio formal do dever: Na página 30, Kant passa a falar do princípio formal do dever, no parágrafo que inicia com “A segunda proposição é (...).” (Ibid., p.30) Kant provavelmente se esqueceu de apresentar explicitamente a primeira proposição. Mas esta é aquela que vimos anteriormente, sobre o motivo do dever.

22 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: O princípio formal do dever: “(...) uma acção praticada por dever tem o seu valor moral, não no propósito que com ela se quer atingir, mas na máxima que a determina; não depende portanto da realidade do objeto da acção, mas somente do princípio do querer [volição ou vontade] segundo o qual acção, abstraindo de todos os objectos da faculdade do desejar, foi praticada.” (Ibid. p.30)

23 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: O princípio formal do dever: O que Kant quer dizer com isso? Ele quer dizer “que os propósitos que possamos ter ao praticar certas acções e os seus efeitos [isto é, consequências], como fins e móbiles [isto é, motivos] da vontade, não podem dar às acções nenhum valor incondicionado, nenhum valor moral.” (Ibid.) Por que tais ações não têm valor moral, incondicional? Porque elas dependem de inclinações para determinar a vontade e das consequências das ações para determinar o seu valor. Neste sentido, o valor de tais ações não seria incondicional. Elas só teriam valor na medida em que são objetos de inclinações. Mas Kant, desde o início de sua investigação sobre a natureza da moral, está em busca de ações que tenham valor intrínseco, em si mesmas, incondicional. E tal valor incondicional é, para Kant, como vimos, característico da necessidade que é inerente ao valor moral de uma vontade boa.

24 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: O princípio formal do dever: Kant pergunta: Como, então, determinar o valor intrínseco, incondicional de tais ações se ele não se encontra na vontade considerada em relação aos efeitos ou consequências das ações? (p.30) Resposta de Kant: tal valor intrínseco só pode residir no princípio (formal) da vontade, abstraindo dos fins (e consequências) que possam ser promovidos pela ação. Assim, “(...) a vontade (...) terá de ser determinada pelo princípio formal do querer em geral quando a acção [for] praticada por dever, pois lhe foi tirado todo o princípio material.” (p.30)

25 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: Reverência ou respeito à lei: Kant passa a falar deste tópico no parágrafo da página 31 que se inicia com “A terceira proposição (...).”

26 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: Reverência ou respeito à lei: A terceira proposição é, segundo Kant, consequência das duas primeiras. Ela é: “Dever é a necessidade de uma acção por respeito à lei.” (Ibid, p.31)

27 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: Reverência ou respeito à lei: Se uma ação realizada por dever deve excluir toda a influência de inclinações e, com isto, o objeto da vontade (isto é, seus efeitos ou consequências), então a vontade pura e livre (que age por dever) não pode ser determinada senão por algo puramente formal e necessário. Este algo só pode ser, objetivamente, a lei, e, subjetivamente, a reverência ou respeito pela lei—mesmo que a observância de tal lei implique no prejuízo de todas as minhas inclinações.

28 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: Reverência ou respeito à lei: “O valor moral da acção não reside, portanto, no efeito que dela se espera; também não reside em qualquer princípio da acção que precise de pedir o seu móbil [isto é, motivo] a este efeito esperado. Pois todos estes efeitos (a amenidade da nossa situação, e mesmo o fomento da felicidade alheia) podiam também ser alcançados por outras causas, e não se precisava portanto para tal da vontade de um ser racional, na qual vontade—e só nela—se pode encontrar o bem supremo e incondicionado. Por conseguinte, nada senão a representação da lei em si mesma, que em verdade só no ser racional se realiza, enquanto é ela, e não o esperado efeito, que determina a vontade, pode constituir o bem excelente a que chamamos moral (...).” (Ibid., p.31-32)

29 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
A noção de dever: Reverência ou respeito à lei: “O objeto do respeito é portanto simplesmente a lei, quero dizer aquela lei que nos impomos a nós mesmos, e no entanto como necessária em si. Como lei que é, estamos-lhe subordinados, sem termos que consultar o amor-próprio; mas como lei que nós impomos a nós mesmos, é ela uma consequência da nossas vontade (...).” (p.32, nota) “Todo o interesse moral consiste simplesmente no respeito pela lei.” (p.32, nota)

30 Kant e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes – Primeira Secção
O Imperativo Categórico: Qual é esta lei que, sem levar em consideração os efeitos ou consequências que dela se esperam, a sua representação deve determinar a vontade para que esta seja absolutamente boa e incondicional?


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