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Paróquia Nossa Senhora de Copacabana Encontro de Casais com Cristo

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Apresentação em tema: "Paróquia Nossa Senhora de Copacabana Encontro de Casais com Cristo"— Transcrição da apresentação:

1 Paróquia Nossa Senhora de Copacabana Encontro de Casais com Cristo
ORAÇÃO EM FAMÍLIA

2 Oremos, cantando... Que nenhuma família comece em qualquer de repente Que nenhuma família termine por falta de amor Que o casal seja um para o outro de corpo e de mente E que nada no mundo separe um casal sonhador! Que a família comece e termine sabendo onde vai E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor E que os filhos conheçam a força que brota do amor! Que nenhuma família se abrigue debaixo da ponte Que ninguém interfira no lar e na vida dos dois Que ninguém os obrigue a viver sem nenhum horizonte Que eles vivam do ontem, do hoje em função de um depois Abençoa, Senhor, as famílias! Amém! Abençoa, Senhor, a minha também

3 Oremos, cantando... Que marido e mulher tenham força de amar sem medida Que ninguém vá dormir sem pedir ou sem dar seu perdão Que as crianças aprendam no colo, o sentido da vida Que a família celebre a partilha do abraço e do pão! Que a família comece e termine sabendo onde vai E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor E que os filhos conheçam a força que brota do amor! Que marido e mulher não se traiam, nem traiam seus filhos Que o ciúme não mate a certeza do amor entre os dois Que no seu firmamento a estrela que tem maior brilho Seja a firme esperança de um céu aqui mesmo e depois Abençoa, Senhor, as famílias! Amém! Abençoa, Senhor, a minha também

4 ORAÇÃO NA BÍBLIA Orar é. A Trindade criando. Amante
ORAÇÃO NA BÍBLIA Orar é... A Trindade criando... Amante! – Gn 1,1-31 Salvando... Amado! – Hb 1,1-4 Santificando... Amor! – Rm 5,5.8 É a relação viva e pessoal com o Deus vivo e verdadeiro. (Catecismo da Igreja Católica, n. 2558).

5 E COM A BÍBLIA. Por – Com – Em Cristo
E COM A BÍBLIA... Por – Com – Em Cristo Humanidade louva – Sl 117; Sl 148; Lc 10, 21-22; Ap 19, Suplica – Sl 50; Sl 143; Mt 6,7-15; Ef 3, Consagra – Sl 115; Jo 17; Lc 23,44-46; - Agradece, glorifica, bendiz – Lc 1,46-55; Lc 1, Adora – Sl 8 - Conversa/chora/abençoa – Sl 91; 119; Sl 128; Sl Celebra – Sl 66; Sl 99;

6 Na expressão dos Santos e Santas, orar é...
“Um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria” (Sta. Teresinha do Menino Jesus) “A elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes” (São João Damasceno) “A humildade é a disposição para receber gratuitamente o dom da oração; o homem é um mendigo de Deus”. “A oração é o encontro entre a sede de deus e a nossa. Deus tem sede de que nós tenhamos sede dele”. (Sto. Agostinho) “A união de toda a Santíssima Trindade com o espírito pleno”. (São Gregório Nazianzeno)

7 Oração com a vida Nós rezamos com e a partir dos acontecimentos da vida: - Minha vida (passado/presente/futuro) - Nossa vida (pessoas que fazem parte da nossa vida, a família, os amigos, colegas de trabalho, pessoas conhecidas ou não) - Vida divina (com o Dom do Espírito, da Revelação divina, das palpitações do Espírito em nós...)

8 - A natureza (plantas, flores, animais, ondas do mar, sementes, frutas, sabores, odores, paisagens, vento, luz do sol nascente, o cair da tarde, chuva, frio, calor, sossego, rumor, canto dos pássaros, silêncio, sono, o acordar, a saúde, a dor...) - Acontecimentos alegres ou tristes - Avanços técnicos, científicos, políticos, econômicos, sociais, projetos, desenvolvimento, melhoramentos, descobertas,... - Do nascimento à morte (com todos os grandes momentos vitais), inclusive pelos Falecidos. - “Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus a vosso respeito” (1Tess 5,17-18).

9 Diferentes modalidades de orar
Oração pessoal Oração comunitária A divina Liturgia – santificação das Horas (Ofício das Leituras – Laudes – Média – Vésperas – Completório) O Ano Litúrgico Os Sacramentos e Sacramentais A Eucaristia (“Fonte e centro de toda a vida cristã” – São João Paulo II – Encíclica Ecclesia de Eucharistia, 1)

10 A Leitura Orante da Bíblia (Lectio Divina: Lectio – Meditatio – Oratio – Contemplatio)
As devoções e práticas de piedade (Rosário – Via-Sacra – Visitas a Jesus no Ss. Sacramento) Adoração Jaculatórias Oração mental

11 Oramos em várias dimensões
Pessoal – embora estando sozinhos, nunca rezamos sozinhos... Familiar – congrega os membros da família, que se torna Ecclesia doméstica Social – As realidades sociais, grupos e indivíduos encontram eco em nossa voz diante de Deus Eclesial – Em nome da Trindade nos reunimos como Assembleia santa, Povo de Deus, imagem da Jerusalém celeste. Ecumênica (com pessoas de outras Igrejas e Religiões) Cósmica Escatológica

12 Como rezar... A necessidade do silêncio (interior e exterior)
A necessária preparação A advertência da consciência (orai e vigiai - vigilância) A constância (perseverança) A comunhão com a Trindade, com a Igreja, com a Sociedade, com o Céu (creio na comunhão dos Santos!).

13 Oração no Catecismo da Igreja Católica
A riqueza do Catecismo: “... Prontos para dar razões da vossa esperança” (1Pd 3,15) Fé professada – Credo - Parte I Fé celebrada – Sacramentos – Parte II Fé vivenciada – Mandamentos – Parte III Fé interiorizada – Oração – Parte IV

14 Oração é vocação universal (CIC, Parte IV, cap
Oração é vocação universal (CIC, Parte IV, cap. I) No Antigo Testamento – Art. 1 O homem está à procura de Deus Na criação, Deus (primeiramente) chama o homem do nada à existência A Oração é resposta a este chamado, sob forma de Aliança e de História da Salvação Vocação – Promessa – Aliança – Obediência da Fé – Libertação – História – rumo à realização da Promessa no Messias Noé: Deus abençoa a criação (Gn 5,24) Abraão (“depositário das promessas”) – prova da Fé (Gn 22,8)

15 Moisés – mediador da realização da Promessa – Páscoa – a entrega da Lei – a conclusão da Aliança – do meio da sarça ardente – Deus revela seu Nome (Yaweh – Aquele que é, Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó...) – Moisés é chamado para ser associado à obra da libertação/salvação de Israel. Moisés vai aprendendo devagar a falar com Deus, até falar com ele “cara a cara” (Ex 13,11) – Moisés aprende a orar, resistir, objetar e pedir! Sobe a montanha, ora contemplativa e longamente com Deus, e em tudo intercede a favor do Povo de Israel. Samuel: Menino chamado por Deus desde o ventre de sua mãe, Ana. Ouviu o chamado de Deus no Templo, perto do Sacerdote Eli, que lhe ensina a responder a Deus: “Fala, Senhor, que teu servo te escuta!” (1Sm 3,9-10). Pela oração, prepara-se à missão: vai ungir Davi, como Rei de Israel.

16 Davi: um rei “segundo o coração de Deus”, pastor que ora por seu povo e em nome dele, cujo louvor e arrependimento serão o modelo da oração do povo. Nos Salmos, torna-se primeiro profeta da oração judaica e cristã. Jesus será apelidado de “Messias” e “Filho de Davi”, e vai revelar o sentido da vida de Davi, pois Davi era apenas uma imagem prefigurativa de Jesus. Com Davi, a oração cresce à sombra da Arca da Aliança, da casa de Deus, do Templo. Salmos são atribuídos à sua autoria. Ele quis construir uma Casa de Oração, um Templo em Jerusalém (que será obra de seu filho, Salomão). Maravilhosa é a Oração de consagração do Templo (1Rs 8,10- 61)! O rei se ajoelha, levanta as mãos ao céu, e suplica ao Senhor por si, por todo o povo, pelas gerações futuras, pelo perdão dos pecados, pelas necessidades de cada dia, para que todas as nações saibam que Ele é o único Deus e para que o coração do seu povo seja inteiramente dele.

17 Com o Templo e para ele tudo conduzia o povo à educação na arte de orar: peregrinações, festas, sacrifícios, oferendas da tarde, incenso, dentre outros sinais de santidade. Mas o culto ritual levava à exaltação da exterioridade. Faltava a educação da fé, a conversão do coração. Para isso, os Profetas, antes e depois do Exílio, tornaram-se mestres em oração e convocadores do Povo à conversão. Elias (nome que significa “O Senhor é meu Deus”), pai dos profetas, aprende a misericórdia junto à torrente de Carit, reza pelo filho da viúva de Sarepta e obtém sua ressurreição. No monte Carmelo, diante dos profetas de Baal, Elias reza e um fogo do céu consome o holocausto (epiclese); no deserto experimenta a passagem da Presença misteriosa de Deus na brisa leve. Elias estará com Moisés conversando com Jesus no Tabor (Lc 9,30-35).

18 Salmos: obra prima da Oração no A. T
Salmos: obra prima da Oração no A. T., referem-se aos que oram e a toda a humanidade. Lembra os acontecimentos salvíficos do passado e se estende até à consumação da história. Recorda as promessas de Deus já realizadas e aguarda o Messias que as realizará definitivamente. O Saltério (disposição dos Salmos para a Oração de santificação das Horas –Liturgia das Horas) é o livro em que a Palavra de Deus se torna oração da humanidade. Salmodiando, a humanidade de cada tempo pode rezar os acontecimentos de sua época iluminada pelas situações humanas vividas pelo Salmista. O seu título é “Os Louvores”. Feita para o culto da Assembleia, ela anuncia o convite à oração e canta sua resposta: “Hallellu-Ya” (Aleluia), “Louvai o Senhor”!

19 Oração no Novo Testamento Na plenitude do tempo!
Jesus aprendeu a orar segundo seu coração de homem. Aprendeu de sua mãe, “que conservava todas as coisas no seu coração e meditava sobre elas (cf. Lc 2,51). Aprendeu a oração do Povo judaico, na Sinagoga de Nazaré e no Templo: Shemá (Ouve, Israel), Haggadah (narrativa da Libertação), Berakah (Grande Agradecimento e Bênção). Fonte secreta de sua oração é sua clara consciência que tem de sua filiação com o seu Abbá (o Pai), revelada no Templo aos 12 anos: “Eu devo estar na casa do meu Pai” (Lc 2,49). Aqui começa a se revelar a oração que o Pai sempre esperou: de filhos no Filho e pelos filhos. O Espírito (Ruah) conduz Jesus à oração em momentos decisivos: - antes de o Pai dar testemunho dele na ocasião do Batismo (Lc 3,21);

20 - na Transfiguração (Lc 9,28)
- antes de sofrer a Paixão (Lc 22,41-44) - antes de escolher os Doze (Lc 6,12) - antes que Pedro o confesse como “Cristo de Deus” (Lc 9,18-20) - para que a fé de Pedro não desfaleça na tentação (Lc 22,32) Jesus reza sempre com uma atitude de entrega, humilde e confiante, de sua vontade humana à amorosa vontade do Pai

21 Ao ver Jesus rezar, os discípulos pedem que lhes ensine a orar (Lc 11,1). Jesus se torna o Mestre de Oração. Oração se ensina... Cristo aos discípulos, Apóstolos aos discípulos... Cônjuges um ao outro... Pais aos filhos... Jesus reza no retiro, na solidão, à noite, no silêncio e na montanha (Mc 1,35; 6,46; Lc 5,16) Jesus se compadece das fraquezas de “seus irmãos” (Hb 2,12), para livrá- los delas (Hb 2,15). Os Evangelistas conservaram explicitamente de Jesus duas orações durante o seu ministério. Elas começam com uma ação de graças. Na primeira, Jesus confessa o Pai, agradece-lhe e o bendiz porque escondeu os mistérios do Rino aos que se julgam doutores e revelou-os aos “pequeninos” (os pobres das Bem-aventuranças).

22 Sua exclamação: “Sim, Pai”, exprime o fundo do seu coração, sua adesão ao arbítrio do Pai, com um eco ao “Fiat” de Sua Mãe, na concepção, e como prelúdio àquele (Sim) que dirá ao Pai em sua agonia. Toda a oração de radica nesta amorosa adesão à misteriosa vontade do Pai (Ef 1,19). A segunda oração é referida por São João, antes da ressurreição de Lázaro. O acontecimento é precedido pela ação de graças: “Pai, eu te dou graças por me teres ouvido”, o que implica que o Pai escuta sempre seu pedido, e Jesus logo acrescenta: “Eu sabia que sempre me ouves”. Daí entendemos que Jesus suplica ao Pai de modo constante. Portanto, aprendemos a orar com Jesus: agradecer antes de receber o dom de Deus. Jesus adere Àquele que é o Doador dos Dons. O dom vem “por acréscimo” (cf. Mt 6,21.33).

23 Jesus ora ao chegar sua hora de dor e de glória, como filho que se entrega livremente ao Pai (Abbá, não seja feita a minha mas a tua vontade – Lc 22,42). No último momento, na cruz, orar e se entregar serão um único e mesmo ato em sete expressões: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34); “Em verdade te digo: hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 24,43); “Mulher, eis aí teu filho”; “Eis tua mãe” (Jo 19,26-27); “Tenho sede” (Jo 19,28); “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” (Mc 15,34); “Tudo está consumado” (Jo 19,30). Isso tudo é dito até ser dado um último e grande grito, após o qual Jesus entrega ao Pai seu espírito (cf. Mc 15,37; Jo,19,30b).

24 Naquele doloroso e dramático grito do Verbo estavam todas as misérias da humanidade de todos os tempos, todos os pedidos e intercessões da história da salvação. O Pai os acolhe e, indo além de todas as esperanças, ouve-as e ressuscita seu Filho. Na Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus ganham sentido a criação e a salvação da humanidade. É no Hoje da Ressurreição que o Pai diz: “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei. Pede, e eu te darei as nações como herança, os confins da terra como propriedade!” (Sl 2,7- 8; At 13,33). A Carta aos Hebreus comenta a dramática oração de Jesus, e como o Pai o atende por causa de sua submissão à Sua Vontade (Hb 5,7-9).

25 Jesus nos ensina a orar Ao orar, Jesus já nos ensina a orar. O caminho da nossa oração é a oração que ele faz ao seu Pai. Jesus é um mistagogo (um condutor da humanidade ao contato com o mistério de Deus): primeiro, dirige-se às multidões e aproveita o que já conhecem da oração segundo a Antiga Aliança, e as abre para a novidade do Reino que vem. Depois, revela o Reino em parábolas. Enfim, falará abertamente do Pai e do Espírito Santo a seus discípulos, que se tornarão os pedagogos da oração em sua Igreja. No Sermão da Montanha, Jesus fala da exigência da conversão do coração e da reconciliação com o irmão antes de apresentar uma oferenda no altar (Mt 5,23-24); do amor pelos inimigos e a oração pelos perseguidores (Mt 5,44-45); do modo de orar ao Pai “em segredo” (Mt 6,6), sem multiplicar as palavras (Mt 6,7); perdoando do fundo do coração na oração (Mt 6,14-15); com pureza no coração e numa constante busca do Reino (Mt 6, ). Sem essa conversão filial que dirige a pessoa inteiramente ao Pai, a oração não é cristã.

26 De coração assim orientado ao Pai, a pessoa ora como filho, que adere ao Pai acima do que sente ou compreende. O Pai pode pedir-nos que procuremos e batamos, uma vez que ele mesmo é a porta do caminho (Mt 7, ). Com sua audácia, Jesus nos ensina a sermos audaciosos: “Tudo o que pedirdes ao Pai, crede que já o recebestes” (Mc 11,24). A força da oração é imensa: “Tudo é possível a quem crê” (Mc 9,23). Jesus motiva uma fé que não duvide (Mt 21,22). Ele se entristece com a falta de fé dos seus parentes próximos e pela “fraqueza na fé” dos seus discípulos (Mt 8,26), mas fica admirado com a “grande fé” do centurião romano (Mt 8,10) e da mulher cananeia (Mt 15,28).

27 Orar com fé não significa dizer simplesmente “Senhor, Senhor”, mas levar o coração a fazer a vontade do Pai (Mt 7,21). Jesus ensina os discípulos a sempre recorrerem à oração na cooperação que darão ao plano divino (cf. Mt 9,38; Lc 10,2; Jo4,34)). Em Jesus, “o Reino de Deus está próximo”, e convoca o discípulo à oração vigilante. Na oração, o discípulo vigia atento Aquele que É e que Vem na memória de sua primeira Vinda na humildade da carne e na esperança de sua segunda Vinda na Glória (cf. Mc 13; Lc 21,34-36). Comungando com o Mestre, a oração do discípulo é um combate, e é vigiando na oração que não se cai em tentação (Lc 22,40.46). Lucas, que mais menciona Jesus em oração, transmite três parábolas de Jesus sobre a oração: a do “amigo importuno” (Lc 11,5-13), que convida a uma oração persistente; a da “viúva importuna” (Lc 18,1-8), que convida a rezar sem esmorecer, tendo a paciência da fé; a última, é a do “fariseu e o publicano” (Lc 18,9-14), recordando a necessária humildade ao rezar, pois somos todos pecadores.

28 Quando Jesus voltar ao Pai, os discípulos deverão “pedir em seu Nome” (Jo 14,13): este é o “segredo”. A fé produz seus frutos na caridade: guardar sua Palavra, os seus mandamentos, permanecer com ele no Pai que nele nos ama a ponto de permanecer em nós. Essa é a nova Aliança, cujo fruto é o Espírito Paráclito, que o Pai nos envia, o Espírito da Verdade (Jo 14,16-17), no qual os discípulos poderão pedir tudo no Nome de Jesus, e serão atendidos, para que sua alegria seja completa (Jo 16,24). Jesus ouve a oração feita a ele já durante sua vida, como sinal que antecipa o poder de sua Morte e Ressurreição: ele ouve a oração da fé expressa em palavras pelo leproso (Mc 1,40-41), por Jairo (Mc 5,36), pela cananeia (Mc 7,29) e pelo bom ladrão (Lc 23,39-43); ouve também a oração feita em silêncio: os carregadores do paralítico (cf. Mc 2,5); a hemorroíssa que lhe toca as vestes (Mc 5,28), as lágrimas e o perfume da pecadora (cf. Lc 7,37-38). Santo Agostinho, comentando os Salmos, diz que “Ele ora em nós como nosso sacerdote, ora em nós como nossa cabeça, e a Ele sobe nossa oração como ao nosso Deus. Reconheçamos, pois, nele, os nossos clamores e em nós os seus clamores” (S. Agostinho, Enarratio in Psalmos, 85,1).

29 Oração da Virgem Maria Em Maria, a aurora da plenitude dos tempos é revelada. Nela, Deus encontra resposta e realiza sem impedimentos o diálogo da Encarnação, cuja culminância é sua resposta: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). “Fiat”, esta é a oração cristã: ser todo dele porque Ele é todo nosso! João nos revela como Maria intercede em Caná junto a Jesus pelas necessidades de uma família, cujo banquete nupcial estava em risco. O casal de nubentes havia convidado Jesus, Maria e seus discípulos para a festa de casamento. Aquele foi um “sinal” para João: o sinal do Banquete das núpcias eternas, no qual o Cordeiro dá seu Corpo e Sangue a pedido da Esposa Igreja. E será na hora da Aliança, aos pés da cruz, que Maria vai ser ouvida como nova Eva, a verdadeira “mãe dos vivos” (cf. Jo 16,25-27).

30 Cânticos orantes no Novo Testamento Magnificat – Lc 1,46-55
O cântico de Maria, o “Magnificat” latino, ou “Megalynário” bizantino é ao mesmo tempo o cântico da Mãe de Deus e da Igreja, cântico dos pobres cuja esperança é satisfeita pela realização das promessas feitas a nossos pais “em favor de Abraão e de sua descendência para sempre” Vale a pena cantarmos juntos o cântico de Maria... Todos: A minh’alma engrandece o Senhor,/ meu coração muito se alegrou/ em Deus meu Salvador/ em Deus meu Salvador! Lado 1: Ele voltou seu olhar/ para a pequenez de sua servidora!/ E todas as gerações/ me proclamarão feliz e ditosa! Lado 2: Ele, que é todo poder/ me fez grandes coisas, Santo e seu nome!/ Sua bondade se estende/ de pais para filhos sobre os que o temem! Lado 1: Ele agiu com braço forte/ e os cheios de orgulho ele dispersou,/ botou abaixo os potentes;/ humildes, pequenos, ele elevou! Lado 2: Ele enricou os famintos/ e os ricos, sem nada, embora mandou!/ Ele a seu povo acudiu/ de sua promessa aos pais se lembrou! Lado 1: Ele aliou-se a Abraão/ e a seus descendentes,/ sem fim também!/ Glória ao Pai por seu Filho/ no Espírito Santo, para sempre. Amém!

31 A Igreja reza O Espírito prometido e enviado em Pentecostes, que recordará aos discípulos tudo o que Jesus disse, vai formar a Igreja para a vida de oração. Com Maria, os discípulos perseveravam na oração, esperando pela vinda do Espírito (At 1,14); após Pentecostes, continuavam assíduos na oração (At 2,42), fundada na fé apostólica, autenticada pela caridade, alimentada na Eucaristia. Essas orações são sobretudo os Salmos e as que ouvem nas Escrituras. Mas o Espírito suscita na Igreja novas formulações para que o insondável Mistério de Cristo se desenvolva e seja transmitido nas tradições litúrgicas e espirituais, de modo que aos poucos vai se acumulando um grande patrimônio da Oração da Igreja. Destas formas, merecem destaque:

32 Cânticos orantes no Novo Testamento Benedictus – Lc 1,67-79
Bênção: resposta do homem aos dons de Deus; uma vez que Deus abençoa, o coração do homem pode bendizer aquele que é a fonte de todo Bem. Ela tem dois movimentos: ora, ela sobe, levada no Espírito por Cristo ao Pai (nós o bendizemos por nos ter abençoado – cf. Ef 1,3-14; 2Cor 1,3-7; 1Pd 1,3-9); ora, ela implora a graça do Espírito Santo que, por Cristo, desce de junto do Pai (é ele que nos abençoa – cf. 2Cor 13,13; Rm 15,5-6.13; Ef 6,23-24). Ref.: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, bendito seja o Deus do povo eleito, bendito seja Deus, bendito seja Deus, bendito seja Deus! 1. Bendito seja o Deus de Israel, pois ele visitou seu povo e o libertou, e fez pra nós surgir da raça de Davi um forte e poderoso e grande salvador! Conforme ele mesmo anunciou por seus santos amigos, profetas tão antigos: que vai nos libertar de quem nos odiar, das mãos de todos que são nossos inimigos! Bendito seja! 2. Misericórdia fez a nossos pais, e teve assim lembranças da santa aliança, aquela promissão, jurada a Abraão, de, um dia, conceder a nós esta esperança. De, enfim, libertos de malvadas mãos, a gente, sem temor, viver no seu amor, servindo na justiça, toda a nossa vida, e santos na presença de nosso Senhor. Bendito seja!

33 Adoração: atitude do homem que se reconhece criatura de seu Criador e exalta a grandeza do Senhor que nos fez e a onipotência do Salvador que nos liberta do mal. É prosternação do Espírito diante do “Rei da glória” (Sl 24,9-10), e o silêncio respeitoso diante do Deus “sempre maior”. A adoração do Deus três vezes Santo e sumamente amável nos enche de humildade e dá garantia às nossas súplicas. Súplica: há um vocabulário rico no Novo Testamento para traduzir a súplica. Por isso, súplica se traduz como pedir, reclamar, chamar com insistência, invocar, clamar, gritar e até “lutar na oração” (cf. Rm 15,30; Cl 4,12). A forma mais habitual e espontânea é o pedido. Pela súplica traduzimos a consciência de nossa relação com Deus: não somos origem de nós mesmos, nem senhores das adversidades, nem nosso fim último. Mas sabemos que por nossos pecados nos afastamos do Senhor. Nosso pedido já é uma volta para Ele.

34 O pedido de perdão é o primeiro movimento da oração de súplica, condição prévia de uma oração justa e pura. É condição prévia da liturgia eucarística, como da oração pessoal. A súplica está centrada na procura do Reino que vem, como Jesus ensinou. Existe uma hierarquia nos pedidos: primeiro o Reino, depois o que é necessário para o acolher e cooperar com a sua vinda. Essa cooperação com a missão de Jesus e do Espírito Santo, que agora é a da Igreja, é o objeto da oração da comunidade apostólica. Paulo, apóstolo por excelência, nos revela como o cuidado por todas as Igrejas, deve animar nossa oração cristã (Cf. Rm 10,1; Ef 1,16-23; Fl 1,9-11; Cl 1,3-6; 4,3-4.12). Cristo, que tudo assumiu para resgatar tudo, é glorificado pelos pedidos que fazemos ao Pai em seu Nome (cf. Jo 14,13). Com essa garantia, Tiago e Paulo nos exortam a orar em todo tempo (cf. Tg 1,5-8; Ef 5,20; Fl 4,6-7; Cl 3,16-17; 1Ts 5,17-18).

35 Intercessão: oração de pedido que nos conforma a Jesus, único intercessor junto do Pai em favor da humanidade. “Ele é capaz de salvar de modo definitivo aqueles que por meio dele se aproximam de Deus, visto que ele vive para sempre para interceder por eles (Hb 7,25). O próprio Espírito Santo intercede por nós, pois nem mesmo sabemos o que pedir nem como pedir convenientemente. O Espírito vem “gemer” conosco (cf. Rm 8, ). Interceder por uma outra pessoa é próprio de um coração que está em consonância com a misericórdia de Deus. Na intercessão se ora pelos interesses dos outros (Fl 2,4) e até por quem nos faz o mal (cf. At 7,60; Lc 23,38.34 As primeiras comunidades praticam intensa e amplamente esta forma de oração: Paulo intercede por elas (2Ts 1,11; Cl 1,3; Fl 1,3-4); rezem por todos os homens e pelos que detêm a autoridade (1Tm 2,1), pelos perseguidores (cf. Rm 12,14) e pela salvação daqueles que recusam o Evangelho (cf. Rm 10,1)

36 Ação de Graças: por este modo de orar, a Igreja se torna sempre mais aquilo que ela é – Corpo (Igreja) que glorifica a Cabeça (Cristo). A ação de graças dos membros do Corpo participa da de sua Cabeça. Como na súplica, todo acontecimento e necessidade pode se tornar oferenda de ação de graças. As Cartas de Paulo começam e terminam sempre com ação de graças: “Por tudo, dai graças” (1Ts 5,18). “Perseverai na oração, vigilantes, com ação de graças” (Cl 4,2). Louvor: forma de oração que reconhece mais imediatamente possível que Deus é Deus. Canta-o pelo que Ele mesmo é. Dá-lhe glória mais do que pelo que Ele faz, por aquilo que Ele é. Quem louva tem o coração puro e ama a Deus na fé, antes de ver Deus na Glória. Pelo louvor, o Espírito se une ao nosso espírito para atestar que somos filhos de Deus (cf. Rm 8,16). O louvor integra as outras formas de oração e as leva Àquele que é a sua fonte e seu termo final: “O único Deus, o Pai, de quem tudo procede e para quem nós somos feitos” (1Cor 8,6).

37 A Revelação “daquilo que deve acontecer em breve”, o Apocalipse, é comunicada pelos cânticos da Liturgia celeste (cf. Ap 4,8-11; 5,9-14; 7,10-12), mas também pela intercessão das “testemunhas” (isto é, os mártires: Ap 6,10). Os profetas e os santos, todos os que foram degolados na terra por causa do testemunho de Jesus (cf. Ap 18,24); a multidão imensa daqueles que, vindos da grande tribulação, nos precederam no Reino, cantam o louvor de glória daquele que está sentado no Trono do Cordeiro (cf. Ap 19,1-8). Em comunhão com eles, a Igreja da terra canta também estes cânticos na fé e na provação. No pedido e na intercessão, a fé espera contra toda esperança e dá graças ao “Pai das luzes do qual desce toda dádiva perfeita” (Tg 1,17). A fé é, assim, um puro louvor! A Eucaristia contém e exprime todas as formas de oração. É “oferenda pura” de todo o Corpo de Cristo “para a glória de seu Nome” (cf. Ml 1,11); chamada pelas tradições do Oriente e do Ocidente de “sacrifício de louvor”.

38 A TRADIÇÃO DA ORAÇÃO Na “Igreja crente e orante” - DV 8
Não basta saber o que as Escrituras revelam sobre Oração. Para rezar, é preciso querer, aprender. Tal aprendizado se dá por meio da Tradição viva (a Sagrada Tradição), pela qual o Espírito Santo, na “Igreja crente e orante” (DV 8) ensina os filhos de Deus a rezarem. O Espírito Santo é a “água viva” que no coração orante “jorra para a vida eterna” (Jo 4,14). É Ele que nos ensina a acolher o dom em sua própria Fonte: Cristo! E nesta fonte, saciar nossa sede! Existem na vida cristã fontes em que Cristo nos espera: Palavra de Deus: A Igreja nos exorta com veemência à leitura e meditação cotidiana da Palavra, para haurir nela “a eminente ciência de Jesus Cristo” (Santo Ambrósio, apud. DV 25). “Procurai pela leitura, e encontrareis meditando; batei orando, e vos será aberto pela contemplação” (Guigo, o Cartuxo, Scala: Patrologia Latina 184,476C) Liturgia da Igreja: o Espírito atualiza no coração o que foi celebrado nos Sacramentos e na Liturgia da Igreja. O coração é o prolongamento do Altar. Nele, a oração interioriza e assimila a Liturgia durante e depois de sua celebração (Introdução Geral da Liturgia das Horas – IGLH, 9).

39 Virtudes teologais: entramos na oração pela porta estreita da Fé; por ela procuramos a Face do Senhor e, pela Esperança, aguardamos sua volta definitiva. A esperança não decepciona porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5,5). A oração, formada pela vida litúrgica, tudo haure do Amor, com que somos amados em Cristo e amando-nos como ele nos amou. O amor é a fonte da oração; quem dela bebe, atinge seu cume. São João Maria Vianney rezava assim: “Meu Deus, eu vos amo; e meu único desejo é amar-vos até o último suspiro de minha vida. Meu Deus infinitamente amável, eu vos amo, e preferiria morrer amando-vos a viver sem vos amar. Senhor, eu vos amo, e a única graça que vos peço é amar-vos eternamente... Meu Deus, se minha língua não pode dizer a cada instante que eu vos amo, quero que meu coração vo-lo repita tantas vezes quanto eu respiro”. Santa Teresinha do Menino Jesus, carmelita, Doutora da Igreja na Teologia do Amor, morreu dizendo: “Meu Deus, eu vos amo”. Era a síntese de sua oração vital, pois quem viveu se esforçando para amar, só poderia “Morrer de amor” (título que ela deu a uma de suas Poesias).

40 O caminho da oração – Art. 2
O Catecismo da Igreja Católica comenta os caminhos da Oração cristã. Nossa oração é sempre iniciada e concluída em Nome da Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. A Oração litúrgica da Igreja é sempre concluída (doxologia) “por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”. O Nome de Jesus é o centro para o qual converge e do qual partem todas as nossas Orações ao Pai no Espírito Santo. A Igreja continua sempre pedindo: “Vem, Espírito Santo” (Veni, creator Spiritus – Sequência de Pentecostes). Ele nos atrai ao caminho a oração. São tantos os caminhos de oração, mas um único e mesmo é o Espírito que nos atrai para eles. O Espírito Santo impregna a todos com sua Unção para nos dirigir na oração. Ele é o artífice da tradição viva da oração. Em comunhão com Maria: O Catecismo comenta o papel desempenhado por Maria na atividade orante da Igreja, e o duplo movimento da oração a Maria, com as duas partes da Ave-Maria. Nos números , encontra-se a riqueza de cada invocação contida na Ave-Maria e seu uso nas tradições bizantinas, da Igreja armena, copta e siríaca.

41 Guias para a oração – Art. 3
Santos e Santas: O Catecismo destaca a tradição de oração herdada dos Santos e Santas. Neles e nelas, cresceu na Igreja uma variedade de carismas e espiritualidades, gerando verdadeiras escolas de oração dentre as diversas correntes litúrgicas e teológicas (beneditina, franciscana, dominicana, agostiniana, carmelitana, jesuítica, marista, dentre tantas. São Basílio dizia que “o Espírito é de fato o lugar dos santos, e o santo é para o Espírito um lugar próprio, pois se oferece para habitar com Deus e é chamado seu templo” (S. Basílio, Liber de Spiritu Sancto, Patrologia Grega, 32,184A). A Família: primeiro lugar de educação para a oração. Fundada sobre o sacramento do Matrimônio, ela é “Igreja doméstica”, onde os filhos de Deus aprendem a orar “na Igreja” e a perseverar na oração. Para as crianças, a oração familiar cotidiana é a primeira testemunha da memória viva da Igreja reavivada pacientemente pelo Espírito Santo.

42 Ministros ordenados: eles são servidores do Bom Pastor, e, por isso, ordenados para guiar o povo de Deus às fontes vivas da oração: a Palavra de deus, a Liturgia, a vida teologal, o Hoje de Deus nas situações concretas. Religiosos e Religiosas: consagraram toda a sua vida à oração, no louvor de Deus e na intercessão pelo povo. A Vida Consagrada se mantém e se propaga através da Oração, que é uma das fontes vivas da contemplação e da vida espiritual na Igreja. Catequese: para crianças, jovens e adultos, faz com que a Palavra de Deus seja meditada na oração pessoal, atualizada na oração litúrgica e interiorizada em todo tempo, a fim de produzir fruto numa vida nova. É tempo de memorizar orações fundamentais, procurando saborear o sentido delas, bem como discernir os elementos da piedade popular. Grupos de Oração ou “Escolas de Oração”: multiplicam-se as experiências deste gênero de renovação na vida da Igreja, desde que bebem nas fontes da comunhão eclesial. A Direção Espiritual: a alguns o Espírito dota de dons de discernimento e de fé em vista do bem dos outros. O Diretor Espiritual deve ser não apenas sábio e prudente, mas também experiente. Do contrário, não conduzirá por não compreender as almas.

43 Lugares para orar A Igreja, casa de Deus: lugar privilegiado para a oração litúrgica da comunidade paroquial. Lugar para adoração a Jesus no Santíssimo Sacramento e celebração dos Sacramentos. Para a oração pessoal, o ambiente deve ser um “recanto de oração”, favorecido pela Palavra de Deus, imagens sagradas, velas acesas, um oratório familiar, que permita também a oração comum em família. Mosteiros: a vocação destes lugares é partilhar com a comunidade local a Liturgia das Horas e o espaço para a solidão da oração pessoal silenciosa e intensa. Santuários: lugares de destino de peregrinos e de encontro com Deus e com outros Peregrinos. A peregrinação é sinal escatológico da caminhada rumo ao Céu.

44 Oração vocal e mental – a meditação
As palavras são importantes, mas não indispensáveis. Na oração vocal, tem lugar a voz da Esposa que responde ao Esposo Jesus. São João Crisóstomo dizia que para ser ouvida, nossa oração não depende da quantidade de palavras, mas do fervor de nossas almas(cf. S. João Crisóstomo, Eclogae ex diversis homiliis, 2. Patrologia Grega 63,583A). A oração vocal é própria do Coro, das multidões. A oração interior não pode menosprezar a oração vocal. Esta se torna interior na medida em que tomamos consciência daquele “com quem falamos”. Então, a oração vocal é a primeira forma da oração contemplativa.

45 A meditação: é uma procura do espírito que quer compreender o porquê e o como da vida cristã. Exige atenção disciplinada. Ela mobiliza o pensamento, a imaginação, a emoção e o desejo. Utiliza-se um livro para ler, mas abre-se outro para ver: o da vida. Na meditação se passa dos pensamentos à realidade. Trata-se de fazer a verdade para se chegar à luz: “Senhor, que queres que eu faça?”. Um cristão deve meditar regularmente, se quiser que seu terreno se torne fértil para ver crescer nele as sementes do Evangelho de Cristo. Mais que um método a seguir na meditação, o que importa é avançar no Espírito pelo único caminho da oração: Jesus Cristo. Assim, a Lectio Divina, como o Rosário, ou outro método, deve levar à meditação dos “mistérios de Cristo”, ao conhecimento amoroso e à união com Ele. A oração mental: Santa Teresa de Jesus dizia que é o comércio íntimo de amizade em que conversamos a sós com esse Deus por quem nos sabemos amados (cf. Santa Teresa de Jesus, Livro da Vida, 8). É a procura por “aquele que meu coração ama” (cf. Ct 1,7). Os olhos se fixam no Senhor.

46 Oração se faz não quando se tem tempo: para sermos do Senhor, reservamos o melhor tempo, independente do conforto, dispersão ou não que o caminho apresente. Nem sempre se pode meditar, mas sempre se pode rezar, independente das condições de saúde, trabalho ou afetividade. O coração é o lugar da busca e da oração, na pobreza e na fé. Entrar em oração equivale a recolher todo o nosso ser sob a moção do Espírito Santo. Fazer cair nossas máscaras e voltar nosso coração para o Senhor que nos ama, para nos entregar a Ele como uma oferenda que precisa ser purificada e transformada. A oração mental é a expressão mais simples do mistério da prece; uma relação de aliança estabelecida com Deus no fundo de nosso ser; é comunhão com a Trindade, que conforma o homem à sua verdadeira Imagem. É silêncio de túmulo, para daí aguardar na vigília a aurora da Ressurreição. É a noite da alma, na noite pascal de Cristo. Ele vem. É preciso “vigiar uma hora com ele” (cf. Mt 26,40).

47 O combate da oração A oração é um dom da graça e uma resposta decidida da nossa parte. Supõe sempre um esforço. A oração é um combate. Contra quem? Contra nós mesmos e contra os embustes do Tentador, que tudo faz para desviar o homem da oração e da união com o seu Deus. Reza-se como se vive porque vive-se como se reza. O “combate espiritual” da vida nova do cristão é inseparável do “combate da oração”. Em nós e em volta a nós enfrentamos as concepções errôneas da oração: alguns veem nela simples operação psicológica; outros um esforço de concentração para se chegar a um vazio mental; alguns a codificam em atitudes e palavras rituais. Para muitos cristãos, orar é incompatível com o que eles devem fazer: não tem tempo. Por outro lado, alguns desistem porque não compreendem que a oração vem do Espírito Santo e não depende apenas deles.

48 Há quem acuse a oração como prática improdutiva, sem rendimento, ou sem razão, fuga do mundo ou algo contrário ao ativismo; algo que deva ser feito sob o critério do conforto, da verdade, do bem e da beleza (amor da Beleza = filocalia). Por fim: aridez, decepção por não termos sido atendidos em nossas vontades, desânimo, a consciência dos nossos pecados, ressentimento do nosso orgulho, alergia à gratuidade da oração. A conclusão é sempre a mesma: para quê rezar? Os antídotos destes obstáculos são a humildade, a confiança e a perseverança.

49 Os mais comuns inimigos da oração: a distração (combate-se com a perseverança obstinada); o nosso eu possesivo e dominador (combate-se com a vigilante sobriedade do coração); a aridez (vence-se pela constância com Jesus na agonia e no túmulo; se a aridez é causada pela falta de raiz, o combate deve ser na linha da conversão); falta de fé (combate-se com o amor preferencial por Cristo – “Sem mim, nada podeis fazer” – o 15,5); acídia: palavra que sugere a depressão pelo relaxamento da ascese, a diminuição da vigilância e a negligência do coração. Vence-se com a confiança na misericórdia amorosa do Senhor e a perseverança na constância, afinal, quem é humilde não se surpreende com sua miséria.

50 Duas dificuldades na oração de súplica
1 – Porque nossos pedidos não são atendidos? Quando agradecemos a Deus pelos benefícios recebidos, não nos preocupamos de saber se nossa oração é agradável a Deus. Em compensação, temos a pretensão de ver o resultado de nosso pedido. Qual a imagem de Deus que nos motiva à oração: um meio a utilizar, ou o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo? Estamos convencidos de que “não sabemos pedir como convém?” (Rm 8,26). Pedimos os “bens convenientes”? Deus sabe do que precisamos antes ainda que lho peçamos (cf. Mt 6,8). Com um coração dividido, presunçoso, ciumento (cf. Tg 4, ) nossa oração fica comprometida, pois Deus quer apenas o bem, nosso e de todos. Santo Agostinho adverte a não se deixar afligir por não receber imediatamente o que se pede a Deus, pois ele sabe o que quer nos dar. Ele nos prova na oração e na perseverança (cf. Santo Agostinho, Epistulae, 180,8,17; Patrologia Latina 33,500).

51 2 – De que maneira é eficaz nossa oração
2 – De que maneira é eficaz nossa oração? A oração cristã é cooperação com o plano de amor de Deus para com a humanidade. A transformação do coração que reza é a primeira resposta ao nosso pedido. Por outro lado, a oração de Jesus qualifica a nossa. Ele reza em nós e conosco. Como o coração do Filho não busca senão o que agrada ao Pai, como haveria de apegar-se os dos filhos adotivos mais aos dons do que ao Doador? Jesus também reza por nós, em nosso lugar e em nosso favor. Todos os nossos pedidos foram recolhidos de uma vez por todas no seu Grito na Cruz e foram ouvidos pelo Pai em sua Ressurreição, e por isso ele não deixa de interceder por nós junto ao Pai (cf. Hb 5,7). Se nossa oração está resolutamente unida à de Jesus, então temos certeza de que receberemos de Deus bem mais que pequenos favores: receberemos o Espírito Santo, que compreende todos os dons.

52 Perseverar no amor Orar é sempre possível. São João Crisóstomo dizia: “É possível até no mercado ou num passeio solitário fazer uma oração frequente e fervorosa. Sentados em vossa loja, comprando ou vendendo, ou mesmo cozinhando” (S. João Crisóstomo, Eclogae es diversis homiliis, 2; Patrologia Grega 63,585D). A oração é uma necessidade vital. Se não orarmos, voltaremos à escravidão do pecado. O Espírito não pode ser “nossa Vida” se o nosso coração anda longe dele. Vida cristã e oração são inseparáveis. Pelo amor, o Espírito nos conforma a Cristo em oração e em obras.

53 Dever de casa... O Catecismo trata da Oração Sacerdotal de Jesus nos números marginais Esta oração está escrita no Evangelho de São João, capítulo 17. Sugerimos que cada um abra sua Bíblia, para ler e meditar. Após ler e meditar o texto da oração sacerdotal de Jesus no Evangelho de São João, aconselha-se ler os números do Catecismo acima referidos. O Catecismo é finalizado pelo comentário da Oração do Pai nosso, que o Catecismo chama de “Resumo de todo o Evangelho”. O Pai nosso se encontra nos Evangelhos de Mateus 6,9-13 e em Lucas 11,2-4. Nos números , o Catecismo explica cada um dos 7 pedidos do Pai nosso. Sugerimos o mesmo exercício espiritual: leitura do texto bíblico e, após, a leitura do comentário relativo contido no Catecismo.

54 Cânticos orantes no Novo Testamento Cântico de Simeão – Lc 2,29-32
Lado 1: Agora, Senhor pode deixar/ partir em paz teu servidor./ Porque meus olhos já contemplam,/ da salvação o resplendor. Lado 2: Segundo a tua palavra,/ vi a tua salvação;/ manda em paz teu servidor,/ no fulgor do teu clarão. Lado 1: Para todos os povos preparaste/ a salvação que resplendeu./ A luz que ilumina as nações todas,/ a glória deste povo teu. Lado 2: Glória ao Pai, glória ao menino./ Deus que veio e Deus que vem./ Glória seja ao Divino,/ que nos guarde sempre. Amém.

55 Oração sacerdotal de Jesus – Jo 17,1-26
1 Jesus falou assim e, levantando seus olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti; 2 Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste. 3 E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. 4 Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer. 5 E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse. 6 Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra. 7 Agora já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti; 8 Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste. 9 Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. 10 E todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e nisso sou glorificado.

56 11 E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós. 12 Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse. 13 Mas agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos. 14 Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. 15 Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. 16 Não são do mundo, como eu do mundo não sou. 17 Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade. 18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. 19 E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.

57 20 E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim;
21 Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. 22 E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. 23 Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim. 24 Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo. 25 Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e estes conheceram que tu me enviaste a mim. 26 E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja.


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