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ÉTICA PROFISSIONAL Narciso, de Caravaggio, 1598-99. O mito Grego de Narciso, personagem que morreu enamorado pela própria imagem refletida na água, representa.

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1 ÉTICA PROFISSIONAL Narciso, de Caravaggio, O mito Grego de Narciso, personagem que morreu enamorado pela própria imagem refletida na água, representa aqueles que não conseguem sair de si mesmos e descobrir a alteridade: ser moral é reconhecer o outro como outro.

2 1. O homem é um ser consciente
Isso é imoral, movimento pela ética na política, ética profissional dos médicos – essas expressões demonstram que a moral e a ética estão presentes em nosso dia-a-dia, seja na vida particular, na família, na educação, no trabalho ou na política. O fenômeno moral é tão antigo quanto a história da humanidade ex. as máximas de Ptahotep (2.500 a.C). Essa obra reúne aforismas de Ptahotep, ministro de um faraó, compôs para orientar a educação do filho, aconselhando a ser leal,

3 tolerante, bondoso, reto e justo.
Imagem Eu e a Aldeia (Marc Chagal) Sobre a consciência> é de uso freqüente, você perdeu a consciência, você agiu de acordo com a consciência. Perder a consciência é perder o sentido da existência de nós mesmos e do mundo. Trata-se da consciência psicológica, que é conhecimento de nós mesmos, quem somos, o que fazemos e o mundo que nos cerca. Na segunda situação, agir de acordo com a consciência, trata-se da consciência moral,

4 pensamento interior que nos orienta, de maneira pessoal, sobre o que devemos fazer em uma determinada situação. Antes de uma determinada ação, a consciência moral emite um determinado juízo que aconselha ou proíbe. Após a realização da ação, a consciência moral se manifesta como um sentimento de satisfação (força recompensadora), ou arrependimento, remorso (força condenatória).

5 A consciência psicológica e a moral estão relacionadas.
Na realidade, se o problema moral é colocado, é porque ele possui consciência psicológica. O animal não possui consciência psicológica, as suas respostas estão prontas nos seus reflexos e instintos. Já o homem, para decidir, escolher, enfim, exercer a liberdade, o homem precisa estar consciente. Enquanto a consciência psicológica possibilita ao homem escolher, a consciência moral, com seus valores e normas, orienta a escolha.

6 Três componentes fundamentais da vida moral> CONSCIÊNCIA – LIBERDADE – RESPONSABILIDADE.
Assim temos que qualquer coação interna ou externa anula a liberdade de uma pessoa, e a exime da responsabilidade moral. Etapas da formação da consciência> (aprofundar) Piaget, a formação segue quatro etapas: Anomia, heterônoma, socionomia e autonomia.

7 ANOMIA > A : negação. NOMIA: regra, lei
ANOMIA > A : negação. NOMIA: regra, lei. Atitudes: Bagunça, devassidão, libertinagem, dissolução. HETERONOMIA > A lei, a regra vem do exterior, do outro. Atitudes: Medo, autoritarismo, imposição, castigo, prêmio, respeito unilateral, autocracia, tirania. AUTONOMIA > Capacidade de governar a si mesmo. Atitudes: Cooperação, amor, respeito mútuo, afetividade, livre-arbítrio, democracia, reciprocidade, lei Causa e Efeito. SOCIONOMIA o seguimento das regras da sociedade. No aspecto moral, segundo Piaget, a criança passa por uma fase pré-moral, caracterizada pela anomia, coincidindo com o "egocentrismo" infantil e que vai até aproximadamente 4 ou 5 anos. Gradualmente, a criança vai entrando na fase da moral heterônoma e caminha gradualmente para a fase autônoma.

8 Na fase de anomia, natural na criança pequena, ainda no egocentrismo, não existem regras e normas. O bebê, por exemplo, quando está com fome, chora e quer ser alimentado na hora. As necessidades básicas determinam as normas de conduta. No indivíduo adulto, caracteriza-se por aquele que não respeita as leis, pessoas, normas. Na medida em que a criança cresce, ela vai percebendo que o "mundo" tem suas regras. Ela descobre isso também nas brincadeiras com as criança maiores, que são úteis para ajudá-la a entrar na fase de heteronomia.

9 Na moralidade heretônoma, os deveres são vistos como externos, impostos coercitivamente e não como obrigações elaboradas pela consciência. O Bem é visto como o cumprimento da ordem, o certo é a observância da regra que não pode ser transgredida nem relativizada por interpretações flexíveis. De certa forma, a intolerância da Igreja, por qualquer interpretação diferente da sua, referente ao Evangelho, manteve a humanidade na heteronomia moral. O bem e o certo estavam na Igreja, no Estado e não na consciência interior do indivíduo.

10 O indivíduo obedece as normas por medo da punição
O indivíduo obedece as normas por medo da punição. Na ausência da autoridade ocorre a desordem, a indisciplina. Na moralidade autônoma, o indivíduo adquire a consciência moral. Os deveres são cumpridos com consciência de sua necessidade e significação. Possui princípios éticos e morais. Na ausência da autoridade continua o mesmo. É responsável, auto-disciplinado e justo. A responsabilidade pelos atos é proporcional à intenção e não apenas pelas conseqüências do ato.

11 2. O Conceito de Ética Ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. É uma ciência que tem objeto próprio, leis próprias e método próprio. A moral é um dos aspectos do comportamento humano. O objeto da ética é a moral, mais especificamente a moralidade positiva, ou seja, o conjunto de regras de comportamento e formas de vida através das quais tende o homem a realizar o valor do bem.

12 O conceito de ética já leva à conclusão de que ela não se confunde com a moral.
A ética é a ciência dos costumes, já a moral, não é ciência, mas objeto da ciência. Como ciência, a ética procura extrair dos fatos morais os princípios gerais a eles aplicáveis. Enquanto conhecimento científico, a ética deve aspirar à racionalidade e objetividade mais completas e, ao mesmo tempo, deve proporcionar conhecimentos sistemáticos, metódicos.

13 A ética é uma disciplina normativa, não por criar normas, mas por descobri-las e elucidá-las.
O objetivo, é mostrar às pessoas os valores e princípios que devem nortear sua existência. O complexo de normas éticas se alicerça em valores. Há uma conexão entre dever e valor. Pois para responder a pergunta o que devo fazer, devo saber responder sobre o que é valioso.

14 Toda norma pressupõe um valor
Toda norma pressupõe um valor. A norma é regra de conduta que postula dever. Todo juízo normativo é regra de conduta, mas nem toda regra de conduta é uma norma. Algumas regras de conduta tem caráter obrigatório, enquanto outras são facultativas. A noção de norma pode precisar-se com clareza se comparada com a de lei natural ou físicas. As leis físicas são juízos enunciativos que assinalam ralações constantes entre os fenômenos. As leis físicas têm um fim explicativo, as normas um fim prático.

15 As normas não pretendem explicar nada, mas provocar um comportamento.
As leis físicas referem-se à ordem da realidade e tratam de torná-la compreensível. O investigador da natureza não faz juízos de valor. Simplesmente se pergunta a que leis obedecem os fenômenos. Ao formulador de normas do comportamento não importa o proceder real da pessoa, senão a explicitação dos princípios a que sua atividade deve estar sujeita. A norma exprime um dever e se dirige a seres capazes de cumpri-las ou não. Se o indivíduo não pudesse deixar de fazer o que ela prescreve, não seria norma genuína, mas lei natural.

16 Outra diferença é que a lei natural ou física, pode ser provada pelos fatos, e a norma vale independentemente de sua violação ou observância. A ordem normativa é insustentável de comprovação empírica. As normas não valem enquanto são eficazes, senão na medida em que expressam um dever ser. Aquilo que deve ser pode não haver sido, não ser atualmente e nem chegar a ser nunca, mas perdurará como algo obrigatório.

17 Vejamos um caso> a paz perpétua ou absoluta harmonia entre os homens. Podem ser que não se convertam nunca em realidade,mas a aspiração em atingi-los é plenamente justificável, pois tende a algo valioso. Não há uma relação necessária entre validez e eficácia da norma. A validez dos preceitos reitores da ação humana não está condicionada por sua eficácia, nem pode ser destruída pelo fato de sejam infringidos. A norma que é violada segue sendo norma, e o imperativo que nos manda ser sinceros conserva sua obrigatoriedade apesar dos hipócritas. Por isso se diz: que as exceções à eficácia de uma norma não são exceções à sua validez.

18 Já as leis naturais, só se validam se a experiência não as desmentem.
A possibilidade de inobservância, indiferença humana pelas normas não deve desalentar aqueles que acreditam na sua imprescindibilidade para conferir sentido à existência. O papel confiado aos cultores da ciência normativa é reforçar essa tendência, fazendo reduzir o nível de inobservância perante a ordem do dever ser.

19 3. Moral absoluta ou relativa
Os preceitos éticos são imperativos Para serem racionalmente aceitos pelos seus destinatários, estes precisam acreditar que eles derivem de uma justificativa consistente. Norma moral– valor objetivo?. Norma – fixada arbitrariamente?. Norma – válida para todos e em todos os tempo e lugares?. Norma – validade condicionada?.

20 Tem-se duas posições antagônicas> uma absolutista e apriorista e outra relativista e empirista.
A relativista e empirista> a norma ética é puramente convencional e mutável. O conhecimento da norma ética é empírica. Defende a existência de várias morais, do subjetivismo. A absolutista e aprioristica> a validez é atemporal e absoluta. Proclama o conhecimento da norma ética a priori. Defende a existência de uma moral universal objetiva.

21 Para os absolutistas, cada ser humano é dotado de algo natural que o predispõe ao discernimento do que é certo e errado em termos éticos. Para os absolutistas não se poderia falar do bem e do mau, da virtude e do vício, se não houvesse a consciência humana, aquela que é capaz de intuir o que vale. Já os relativistas entendem não haver sentido falar em valores à margem da subjetividade humana.

22 O bom e o mau não significam algo que valha por si, mas são palavras cujo conteúdo é condicionado por referenciais de tempo e espaço. Na verdade, o bem é fruto da criação subjetiva e a norma moral é mero convencionalismo. O resultado dessa contraposição de idéias é que a tese objetivista conduz à conclusão de que não há criação nem transmutação de valores, senão descobrimento ou ignorância dos mesmos. Os valores não se criam, nem se transformam, se descobrem ou se ignoram. Sendo assim, o desafio da ética é elaborar no homem o órgão moral que torna possível tal descobrimento.

23 Ao contrário, a tese subjetivista, postula a autêntica criação de valores por vontade dos homens.
Os homens criam valores à medida do necessário ou do oportuno. 4. A classificação da ética Ética empírica Ética de bens Ética formal Ética valorativa

24 CLASSIFICAÇÕES DA ÉTICA= Quadro Geral
A) Quanto ao resultado do comportamento: 1 – Ética absoluta (apriorística); 2 – Ética relativa (factual, experimental). B) Quanto ao aspecto histórico (sobretudo ocidental): 1 – Ética empírica: Anarquista - Utilitarista - Ceticista - Subjetivista 2 – Ética dos bens: Socrática - Platônica - Aristotélica - Epicurista - Estóica 3 – Ética formal 4 – Ética de valores

25 4.1. Ética empírica> Devemos partir da distinção feita por Kant entre filosofia pura e filosofia empírica. Da distinção entre conhecimento puro e conhecimento empírico. Podemos afirmar que todos os nossos conhecimentos têm origem em nossa experiência. Porém, embora o conhecimento se inicie na experiência, ele precisa, para se tornar de fato "conhecimento", que nossa própria mente lhe adiciona.

26 A estória de Alice no País das Maravilhas
Conta o escritor inglês Lewis Caroll, que Alice entrou em uma toca a procura de um coelho falante e se encontrou com um gato. Perguntou, então: como posso sair daqui? O gato respondeu: isso depende muito de para onde você quer ir. Alice explicou: Não quero ir para lugar nenhum. Apenas sair daqui. O gato retrucou: Se você não vai para lugar nenhum, qualquer direção serve. Alice se impacientou: Não quero ir para lugar nenhum, mas quero chegar a um lugar. Então o gato disse: siga por um caminho e andando bastante você certamente chegará a algum lugar.

27 É preciso portanto, em primeiro lugar, separar esses dois elementos, ou seja; por um lado o que é recebido dos sentidos e pelo outro o que é adicionado pela razão. Esse conhecimento independente dos sentidos é chamado "a priori" (diferente dos empíricos, chamados "a posteriori"). A ética empírica é observada e constatada com a prática. A ética empírica é aquela que nega a ética absolutista ou apriorista. Logo, "a priori" não é um conhecimento que vem "antes da experiência", mas sim um que vem "independente da experiência".

28 A ética empírica deriva seus princípios da observação dos fatos.
O homem deve ser como naturalmente é, e não deve se comportar como queiram que ele seja. Suas características são a subjetividade e a conotação utilitarista. A ética empírica procura sempre o valor útil para cada indivíduo. Com relação a subjetividade: não há uma moral universal, única, apriorista. Varia a conduta humana de acordo com o tempo e as circunstâncias e, assim, o bom é determinado estrito de tempo, de lugar etc.

29 O empirismo deságua no relativismo, não é possível uma moral universal e valores axiológicos absolutos. Axiologia: é o ramo da filosofia que estuda os valores, etimologicamente significa "Teoria do valor", "estudo do valor" ou "ciência do valor" Vai-se ao subjetivismo, uma das principais variantes da ética empírica. Se ideias morais variam de indivíduo para indivíduo ou de sociedade a sociedade, o bem e o mal carecerão de existência objetiva, já que dependem dos juízos estimativos dos homens. Assim aparecem, por um lado, o subjetivismo ético individualista e, por outro, o subjetivismo ético social, também chamado antropologismo ou subjetivismo ético específico. teoria materialista que considera o homem apenas como parte e produto da natureza2 emprego abusivo de conceitos antropológicos

30 A partir dessas constatações, é fácil chegar ao ceticismo ao niilismo.
Algo que é bom para um não é para outro, o bem nada significa e a moral é produzida pela convenção arbitrária. Não há sentido em formular juízo estimativo ou estabelecer valores com pretensão de objetividade. Se nada é absolutamente bom, o conveniente é procurar condutas que pareçam mais benéficas à sociedade e ao indivíduo, fazendo do útil o preceito moral supremo.

31 B.1 – Ética Empírica A ética empírica pode ser enfocada em 4 configurações: B Ética Anarquista B Ética Utilitarista B Ética Ceticista B Ética Subjetivista B Ética Cínica

32 Temos uma tríplice configuração da ética empírica: a anarquista, a utilitarista e a ética ceticista.
A) A ética anarquista: A anarquia repudia toda norma ou valor. Direito, moral, convencionalismo sociais, religião, tudo constitui exigências arbitrárias. As leis não são legítimas, sejam morais ou jurídicas. É uma doutrina egoísta. Prepondera a vontade humana, e esta varia de pessoa para pessoa.

33 Vai prevalecer a decisão do mais forte.
O anarquismo tem uma tendência hedonista: buscar o prazer e evitar a dor. Quando o prazer é encontrado no fazer o bem do outro, o essencial é a obtenção do conforto pessoal. Egoísmo disfarçado de altruísmo. O anarquismo na modernidade se apresenta como anarquismo individualista e como anarquismo comunista ou libertário. Os dois coincidem em dois pontos: 1. liberdade absoluta e a aspiração suprema do indivíduo; 2. toda organização política deve desaparecer, por contrariar as exigências da natureza.

34 Os dois postulados derivam do mesmo princípio: só tem valor o que não contraria as tendências e impulsos naturais. A ordem jurídica, como organização social de tipo coercível, se opõe à liberdade e representa, por isso, um mal que deve ser combatido. Diferença entre individualistas e comunistas: na escolha do método na luta contra o Estado. O primeiro, acredita no progresso lento e gradual da razão, para superar o Estado. O segundo, pela violência, superar o Estado.

35 Para os comunistas, a propriedade privada tende a desaparecer
Para os comunistas, a propriedade privada tende a desaparecer. A natureza não destinou seus bens a quem quer que seja. Tudo é comum e deve ser de todos. Os homens viveriam em regime de cooperação espontânea, visando ao mais completo desenvolvimento da individualidade, unido ao desenvolvimento mais completo da associação. Os individualistas não negam a propriedade privada, mas negam o associativismo.

36 Se equivocam os anarquistas quando acreditam existir uma liberdade natural. Pois na vida em me sociedade, a liberdade é um direito. Não existe direito sem um sistema normativo e provido de força capaz de assegurá-lo, quando quem quer que seja pretenda vulnerá-lo. B) A ética utilitarista: É bom o que é útil. A conduta ética desejável é a conduta útil. A utilidade, porém, e um mero atributo de um instrumento. Ex.uma faca é útil se corta.

37 A eficácia técnica dos meios não correspondem ao valor ético dos fins.
Os meios mais úteis, podem estar a serviço de um fim nefasto. Ex. a arma que é útil para cortar um pedaço de carne, também é útil para ser usada para esfaquear uma pessoa. No exemplo acima, vimos que o meio possui igual eficácia, e sua utilidade é alheia à significação dos desígnios que serve.

38 O estudo do utilitarismo permite entender a falácia que é a afirmação: os fins justificam os meios.
A teoria da moral utilitarista só é aproveitável se conciliada com a teoria das finalidades úteis. A teoria utilitarista de MILL, não concerne unicamente aos meios, mas remete a uma verdadeira ética de fins. Vejamos: A) A doutrina utilitarista afirma que a felicidade é desejável, a única coisa desejável como fim; sendo todas as demais desejáveis só como meios para esse fim.

39 B) A felicidade é o único fim da ação humana e sua consecução o critério para julgar de toda conduta; donde necessariamente se segue que tem que ser o critério da moralidade, já que a parte encontra-se incluída no todo. O utilitarismo tem sentido na vida moral, se entendido como prudente emprego dos meios aptos à consecução de fins moralmente valiosos.

40 Dois tipos de Felicidade:
1 A felicidade Momentânea - Ou seja, aquele tipo de felicidade que dura pouco tempo. Por exemplo, quando compramos uma peça de roupa que gostamos muito, ficamos felizes umas horas, uns dias e depois passa e já queremos outra coisa. 2 A felicidade Existencial – Por alguns momentos, podemos estar passando por grandes dificuldades mas estamos contentes pelo nosso propósito, ou seja pelo nosso objetivo futuro.

41 Metas e Objetivos?

42 C) A ética ceticista O cético não acredita em nada.
A dúvida não implica o conhecimento, é mera suspensão de juízo. O cético não é o que nega, nem o que afirma, senão o que se abstêm de julgar. É preciso distinguir a dúvida metódica (Sócrates), da dúvida sistemática. Utilizada como método, a dúvida serve como eliminação de possíveis erros. É uma atitude provisória. Uma provisória transição de juízo, por segurança. A dúvida sistemática é própria dos ceticistas, que duvidam de tudo e de forma permanente.

43 Os céticos declaram não crer em nada, e aqui já erram, pois se fossem verdadeiramente céticos, duvidariam até das própria afirmação. Isso implicaria uma regressão infinita. Outro problema, o ceticismo pode sustentar uma negação permanente em teoria, mas na prática cairia em uma paralisação completa. No aspecto moral, na dúvida entre o certo e o errado, nada se faria. Mas nada fazer já é uma atitude, sendo assim, fica impensável uma atitude cética no campo prático.

44 Na verdade, os céticos não pregavam o ceticismo absoluto
Na verdade, os céticos não pregavam o ceticismo absoluto. Admitiam a existência de alguns valores e a necessidade de uma moral. As lições de Sexto Empírico demonstram que ele aceitava algumas regras propiciadoras de uma relativa felicidade. A) Seguir as indicações da natureza. B) Ceder aos impulsos das disposições passivas: o cético só come se tem fome, só bebe se está sedento.

45 C) Submeter-se às leis e costumes do país onde vive.
D) Não permanecer inativo e cultivar alguma das artes. Estas regras se fundam em critérios axiológicos> a primeira, de que é valioso o que tem origem natureza. A segunda, de que as necessidades humanas devem ser satisfeitas com moderação. A terceira de que as leis de um país merecem serem acatadas. A quarta condena a inatividade e valoriza o trabalho.

46 A conclusão é de que, mesmo quando se nega, teoricamente a existência de critérios sólidos de certeza, na prática se admite a existência da moral e se prega que há formas de vida que devem ser evitadas, e outras que devem ser seguidas.

47 O cético não acredita em nada, ou desacredita de tudo
O cético não acredita em nada, ou desacredita de tudo. Seu pensamento se reduz a um pêndulo a oscilar entre polos dogmáticos opostos, sem se deter em qualquer um deles. E “ a dúvida não implica o conhecimento. É uma mera suspensão do juízo. Cético não é o que nega, nem o que afirma, senão o que se abstém de julgar.”

48 d) A ética subjetivista
Consiste em cada um adotar para si a conduta ética mais conveniente com a sua própria escala de valores. Existe o subjetivismo individualista e o social.

49 A origem do subjetivismo está em Protágoras, para quem o homem é a medida de todas as coisas, da existência das que existem, e da não existência das que não existem. Cada homem é a medida do real. A verdade não objetiva, mas há tantas verdades quanto homens. O que é verdade para um, pode não ser para o outro. A teoria de Protágoras conduziria ao AGNOSTICISMO. Todas as opiniões seriam igualmente verdadeiras e se tudo é verdade, nada é certo, pois o que a um parece evidente, a outro pode parecer falso.

50 Muitas pessoas usam, erroneamente, a palavra agnosticismo com o sentido de um meio-termo entre teísmo e ateísmo, ou ainda, que se trata de uma pessoa sem posicionamento sobre crenças. Isso é estritamente incorreto, teísmo e ateísmo separam aqueles que acreditam em divindades daqueles que não acreditam em divindades. O agnosticismo separa aqueles que acreditam que a razão não pode penetrar o reino do sobrenatural daqueles que defendem a capacidade da razão de afirmar ou negar a veracidade da crença teística.

51 Aplicando à ordem moral, terá valor para um indivíduo, aquilo que ele entender como valioso.
Cada homem é a medida do bem e do mal. O subjetivismo está por tudo, não só moral e epistemológico, mas estético, religioso, jurídico e etc. (epistemologia estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento). O chamado subjetivismo ético social, pretende ser uma teoria objetiva, pois os valores éticos são produzidos pelo coletivo. Aqui há uma confusão, pois se pensa que a objetividade é um critério estatístico, o critério do valor ou da verdade é a quantidade, a maioria.

52 Os representantes do subjetivismo ético social: DURKHEIN E BOUGLÉ.

53 O problema do subjetivismo, individual ou ético específico, vai para um relativismo absoluto.
É fácil concluir que o relativismo absoluto não pode presidir as relações humanas, seja na esfera moral, seja na esfera jurídica.

54 4.2 A ética dos bens Bem (do latim bene) é a qualidade de excelência ética que leva a uma melhor compreensão do amor, da irmandade, da humildade e da sabedoria. Um conjunto de boas ações favorecem na conscientização sobre a existência, tanto do ponto de vista material quanto espiritual. Miguel Reale o bem é a força da Ética. A vida humana é o percurso em busca do bem. Toda ética deveria ter receita de consecução do bem. Ao contrário do relativismo, essa formulação sustenta a existência de um valor fundamental denominado de bem supremo.

55 Parte da estrutura teleológica do atuar humano.
O que significa? A criatura humana é capaz de e propor fins, eleger meios e colocar em prática os últimos, para alcançar os primeiros. O supremo bem da vida consistirá na realização do fim próprio da criatura humana. Para estabelecer a hierarquia dos fins, basta verificar qual deles pode ser, simultaneamente, fim e meio para a obtenção de outro fim. Quando se se defronta com um bem que não pode ser meio de qualquer outro, então esse é o bem supremo.

56 Divisão da ética dos bens:
A) Eudemonismo, idealismo ético e hedonismo: Eudemonismo, deriva de eudemonia, felicidade. Para essa concepção há uma tendência inata no homem para a felicidade, e segundo Aristóteles, a felicidade é o bem supremo, é um fim que não possui um caráter de meio. Todos os outros bens da vida podem ser meios para a obtenção que é o eternamente desejado em si, e que não se converterá jamais em meio.

57 O idealismo: a finalidade última do homem é a prática do bem
O idealismo: a finalidade última do homem é a prática do bem. Os estóicos, por exemplo, não aspiram a serem felizes, mas a serem bons. A virtude é um fim, não um meio. Impõe-se à criatura ser virtuosa, ainda que disso não extraia prazer algum. Já para o hedonismo, a felicidade está no prazer. Seja ele o prazer sensual, seja a fruição da tranqüilidade extraída do deleite, no exercício de atividade intelectual ou artístico. O hedonismo elegeu a felicidade como fim, mas o prazer como meio.

58 Ética de Sócrates O pressuposto básico da Ética de Sócrates – que basta saber o que é bondade para que se seja bom - pode parecer ingênuo no mundo de hoje, no qual já está profundamente gravado na nossa mente que só algum grau de coerção é capaz de evitar que o homem seja mau. Na sua época era uma noção perfeitamente coerente com o pensamento – ainda que não com a prática – da sociedade grega. Antes dele não teria havido uma reflexão organizada sobre a ética e o "homem moral" a não ser o relativismo dos sofistas, neste sentido é inegável que ele é o "Pai da Ética. Contudo é preciso ponderar que desde períodos mais antigos havia uma identidade perfeita entre o bem comum e o bem individual tão arraigada na mente grega que talvez tal reflexão não fosse necessária ou sequer capaz de ser concebida. Só a dissociação de ambas na decadência grega é que teriam, pela primeira vez, postulado a necessidade de alguma teoria que explicasse esta dualidade.

59 b) A Ética Socrática: Para o autor o verdadeiro objeto do conhecimento é a alma humana. A bondade é resultado do saber. Para alguém ser feliz, precisa ser bom, e para ser bom é preciso ser sábio. Aquele que encontrou a verdade oculta em sua alma sente-se obrigado a ajustar com ela sua conduta. Assim o conhecimento do bem determina a prática da virtude. Não existe pessoas más, senão extraviadas. A maldade é produto da ignorância.

60 O aperfeiçoamento não se consegue sozinho, é na convivência comunitária. Porque o homem é um ser social. Entre ética e política existe uma correlação íntima: o homem perfeito não é unicamente o homem bom, mas o bom cidadão. Para Sócrates o conhecimento do bem se identifica com a prática da virtude. Quem sabe a verdade, age bem. A Ética de Sócrates é de direito natural; no fundamento das normas positivas há leis não escritas (= ágrafoi nómoi). Para Sócrates a lei moral é natural, brotando da mesma natureza como uma sua propriedade. Não resulta de uma ordem dogmática posterior exterior emitida, ou por Deus, ou pelos homens.

61 A análise das coisas e das operações humanas mostram que nenhum homem pode senão querer o bem e mesmo quando quer o mal, procura-o na suposição de buscar um bem. A ética socrática é finalistica (ou teleológica) como se depreende dos textos platônicos Apologia e Eutifron, como ainda das informações vindas de Xenofonte. Concretamente a finalidade última dos atos humanos, de acordo com Sócrates, é a felicidade. Provou Sócrates seu eudaimonismo ético por meio de análise aplicada ao desejo humano; este não se dirige para o mal. Orienta-se para o bem, desde que o conheça. Desta adesão e conquista resulta o estado psíquico da felicidade.

62 c) A ética Platônica: A resposta de Platão à necessidade de se resgatar o velho sentido da Ética, da Justiça e da Moral, perdidos durante o período de crescimento e enriquecimento de Atenas, contaminados pela hipocrisia, é a "volta a uma sociedade mais simples". Mas não uma volta ao passado real, antes a um passado imaginário situado em algum lugar no futuro no qual os velhos valores – renovados a partir das indagações e críticas de Sócrates – possam orientar uma sociedade estável que tende à perfeição. Decorre a ética coerentemente do sistema geral do platonismo, essencialmente exemplarista, em virtude do qual nada se cria senão tendo as idéias reais separadas como arquétipos. Estes arquétipos são a finalidade a executar, inclusive na ação. Por isso, a ação tem um caminho previamente traçado o que implica em uma obrigação ética.

63 Assim à dissociação entre o mundo real e os valores éticos Platão contrapõe a necessidade de uma reconstrução da sociedade segundo estes valores, por mais radical que ela possa parecer. O eixo da ampla reforma sugerida por Platão para construir a sociedade perfeita é a substituição da plutocracia que reinava na Atenas Imperial dos mercadores por uma "timocracia do espírito" na qual os governantes seriam os melhores dentre os homens de seu tempo em termos de conhecimento e sabedoria. Platão, ao estabelecer as ideias reais, de variada espécie, se referiu especialmente à ideia do bem. E assim também a ideia do bem é um arquétipo, segundo qual se processa toda ação. Depende, pois, a ética de Platão da existência de um arquétipo denominado o bem. (termo para se referir a estruturas inatas que servem de matriz para a expressão e desenvolvimento da psique). É possível sintetizar a ideia do bem, com a do ser simplesmente e então dizer que há um fundamento ontológico para a ética platônica. A ação enquanto realiza mais ser, se subordina ao que o ser necessariamente é. Ontologia: é a parte da filosofia que trata da natureza do ser.

64 Como todas as éticas do ser, também a de Platão depende de como traçar os caminhos do ser nos seus mais variados detalhes, os quais serão as suas leis e os quais, depois de cumpridos com habitualidade, constituem as respectivas virtudes. Ainda que Platão não tenha utilizado esta linguagem, pode-se distinguir em seu sistema entre fundamento próximo e remoto da obrigação ética, ou da eticidade.

65 O fundamento próximo está no ser de cada indivíduo, o qual já obedece ao parâmetro remoto, e por isso diretamente revela qual o fim realizado, e em potencial ainda revela o que lhe falta para atingir a plenitude. Mas, o fundamento remoto é a mesma idéia real, que tudo contém e na qual tanto o Demiurgo viu como fez a obra e ainda deverá ver o indivíduo aquilo que falta para a plenitude.

66 É possível falar na ética de Platão em um fim externo da criatura em relação a Deus, e em um fim interno da criatura em relação a si mesma. Cabendo a Deus agir por primeiro, está seu objetivo em primeiro lugar; no caso seria difundir a si mesmo, isto é, sua glória (a glória é um brilho da obra em favor do criador). Pode-se prever esta tese em Platão cujo Demiurgo tem, por objetivo refletir no mundo o bem e a harmonia, como reflexo das ideias reais. Neste sentido, em primeiro lugar, já antes da felicidade interna da criatura, valeria o objetivo do Demiurgo. Demiurgo - é o grande artífice, o criador do Mundo inferior (ou material). É considerado o chefe dos Arcontes possuindo sabedoria limitada e imperfeita. Para os Neoplatónicos é o "Logos" - primeira manifestação do absoluto. Numa interpretação judaica é Jeová; para os cristãos é o Verboconforme expresso no Evangelho segundo João. Para os maçons éo Grande Arquiteto do Universo.

67 No fim último externo se encontra o fundamento do culto religioso; mas este aspecto não foi claramente explorado por Platão. Estabeleceu Platão, como Sócrates, a felicidade como fim do homem. A vontade se inclinaria essencialmente para o bem, como o seu objeto adequado. Impossível querer o mal diretamente (Ménom 77). Dito com mais precisão , a felicidade, pela conquista do bem, é o fim último interno do homem.

68 Distingue Platão entre felicidade e prazer (Filebo 11 b).
Referindo-se a felicidade à inteligência e o prazer aos sentidos. Desde logo, pois, refuta a tese cirenaica de que o prazer sensível é o único fim. Mas não e exclui a felicidade os prazeres da sensibilidade; estes são honestos desde que subordinados harmonicamente. Estabeleceu, portanto Platão, como Sócrates, uma hierarquia de valores morais (Filebo; Leis 717, 718).

69 Ocorrem três graus, de prazeres e felicidade, a saber, pela via ascendente: os prazeres do coração, já menos fugazes; os prazeres procurados pela opinião e pela inteligência. O caráter pouco propício aos sentidos, resultantes da doutrina das idéias e da separação entre corpo e alma, apenas extrinsecamente unidos, dá à ética de Platão um feitio anti-humanista e pouco grego. Com uma notável aproximação das práticas órficas, a ética de Platão descreve pitorescamente o verdadeiro filósofo como um "forasteiro" (Teeteto 174), que ao passar por esta vida terrestre, pouco se interessa pelo que se lhe apresenta.

70 Virtudes cardeais. Estabeleceu Platão uma divisão geral da virtudes (República 410), em quatro fundamentais, que mais tarde serão chamadas, por Santo Ambrósio, virtudes cardeais, isto é, chaves das demais. Esta classificação obedece a um princípio, em que a cada parte da alma corresponde uma virtude principal. Portanto, uma para a razão, outra para a vontade, outra para o impulso sensível, finalmente ainda uma outra para o controle das partes entre si. A prudência, denominada também sabedoria ( ), é a virtude da parte racional.

71 A fortaleza, dita também valentia ( ) é a virtude do entusiasmo (thymoiedés), ou seja dos impulsos volitivos e afetos, regrando o coração. A temperança, também chamada autodomínio, medida, moderação ( ), é a virtude da vida impulsiva, instintiva, ou sensível, refreando os prazeres corporais. Uma quarta virtude, a da justiça ( ), resulta da colaboração equitativa de todas as virtudes, garantindo o funcionamento harmonioso das partes da alma, ou seja de suas faculdades.

72 Atribuiu Platão a cada classe social (vd 251) uma das virtudes cardeais, como lhe sendo mais adequada. A sabedoria é própria da classe dirigente, ou dominante. A fortaleza se faz necessária na classe militante, ou guerreira. A temperança se recomenda aos demais, os trabalhadores.  

73 A virtude é descrita por Platão como um habito que conduz, ao bem
A virtude é descrita por Platão como um habito que conduz, ao bem. Ocorre, entretanto, no mestre da Academia a secreta preocupação de que a virtude se obtém pelo saber (Ménon 96, Fédon 82, República em vários itens). Aceito o ponto de vista socrático de que a virtude é saber, segue dali que os ditames da ética dependem da estabilidade ou instabilidade do conhecimento. A virtude habitual, dependente das opiniões da tradição relativas, seria superada por uma virtude apoiada em outro tipo de conhecimento, definitivo, absoluto. Ora, tal virtude existe como fato; logo existe também tal tipo de conhecimento.

74 Como se vê o móvel ético de Platão é favorável ao conhecimento inteletivo. Admitida uma vez a relatividade dos sentidos, deve-se, de outra parte, aceitar a estabilidade da inteligência e que possibilita a ocorrência da virtude. Também a doutrina da virtude sofre de imediato a influência da doutrina das ideias reais, donde dividir-se em duas espécies: a virtude perfeita, referente a alma espiritual, e a virtude comum, baseada na opinião verdadeira. A virtude perfeita consiste na própria sabedoria, segundo o adágio socrático: a ciência é idêntica à virtude. Não deixa a vontade de seguir o que o a inteligência lhe mostra como bom.

75 Seguindo os mesmos passos do conhecimento intelectivo, a virtude se adquire andando pelos mesmos caminhos da dialética, para evitar a submissão da razão às paixões inferiores, e dialéticas do amor aspiração ardente pela contemplação das idéias. A virtude comum organiza-se no plano da opinião, portanto nas faculdades emotivas da alma inferior. Neste plano se encontra a maioria dos homens. Esta virtude comum não depende da ciência, mas da educação.

76 A sanção é parte do sistema moral de Platão
A sanção é parte do sistema moral de Platão. Neste e noutro mundo acontece o castigo para o mal. A recompensa é a outra face da sanção, tendo a felicidade por objeto a contemplação das idéias eternas. O significado da sanção e o que a justifica é a necessidade de um castigo, para que se evite o mal, e de uma recompensa, para que haja um estímulo levando à prática do bem. Somente a sanção numa vida futura garantirá o triunfo total do bem.

77 Não encontrou Platão dificuldade em estabelecer a sanção futura, visto que admitia a metempsicose e a progressiva possibilidade da purificação da alma. D) A ética Aristotélica A finalidade da ética é descobrir o bem absoluto Chama-se o bem absoluto de felicidade. A felicidade está no exercício constante da virtude. Aristóteles distingue a virtude dos vícios e emoções. Emoções e instintos – involuntários. A virtude – volitiva.

78 A virtude se obtém mediante o exercício: é um hábito.
As aptidões, intelectuais ou físicas, são inatas. A virtude para Aristóteles é o justo meio entre dois vícios extremos. D) Ética Epicurista Epicuro – a felicidade é o bem último da existência e consiste no prazer. O prazer se atinge de diversas formas – a forma mais elevada é a do espírito. Os prazeres são naturais e necessários, naturais e não necessários ou nem naturais e nem necessários.

79 Prazeres naturais e necessários: a satisfação moderada dos apetites.
Prazeres naturais e não necessários: a gula. Prazeres nem necessário nem naturais: a glória. Os prazeres ainda são corporais, espirituais, violentos e serenos. O que é a dor? É inevitável e muitas vezes pode levar a prazeres mais intensos. A finalidade da ética para os epicuristas: duas – crítica e construtiva. Na finalidade crítica, consiste no aniquilamento das superstições que afligem os mortais.

80 Na finalidade construtiva: é assinalar regras que farão felizes os indivíduos.
Dificuldades na busca da felicidade: o medo da morte e o temor dos deuses. Primeira orientação: não se deve temer a morte, pois ela não diz respeito ao homem vivo. A morte nada é para nós, pois enquanto somos, ela não é e quando ela chega, já não somos. Não se deve temer os deuses: pois seres perfeitos e distantes, não estão preocupados com a imperfeição humana.

81 A ética epicurista se inclina para o individualismo
A ética epicurista se inclina para o individualismo. A conduta é problema pessoal e não coletivo. A pessoa deve procurar seu próprio bem, sem se interessar pelo dos outros. Há nessa ética um certo utilitarismo: os homens viviam como selvagens, à margem da lei e decidiram um dia unir-se para pôr um paradeiro naquele estado de selvageria. Surgiu assim a Justiça, conceito negativo de não prejudicar os semelhantes, em troca do dever recíproco.

82 A justiça é o fruto de um pacto de utilidade
A justiça é o fruto de um pacto de utilidade. Cada indivíduo desiste de molestar os demais, em troca de não ser molestado. O Estado tem o dever de velar pelo cumprimento do contrato social e punir seus infratores. Resumindo: a ética epicurista é um eudemonismo hedonista, individualista e egoísta. E) Ética Estóica A virtude é o bem supremo dessa ética idealista.

83 Viver virtuosamente é viver de acordo com a natureza
Viver virtuosamente é viver de acordo com a natureza. Não a natureza biológica, mas a natureza concebida pela razão. O homem é provido da razão, mas tambem de patologias. As patologias se dão nas inclinações e afetos – dos quais é necessário se libertar. Liberta-se das afeições é um dos ideais estóicos. Pois através dos vínculos afetivos os homens de escravizam. O homem deve se desligar das coisas do mundo, apagando-as até atingir a apatia.

84 O prazer deve ser evitado, pois pertence às afeições.
A virtude é autárquica – auto-suficiente. O verdadeiro sábio encontra nela a defesa para suas angústias do mundo exterior. A virtude é única – nisso funda-se em Sócrates – e entre a virtude, bem único, e o vício, único mal, não há meio termo. Não confunde o desejável, com o eticamente bom. F) A Ética Formal A ética dos bens se preocupa com a relação estabelecida entre o proceder individual e o supremo fim da existência humana.

85 Já para Kant, em sua filosofia prática, a significação moral do comportamento não reside em resultados externos, mas na pureza da vontade e na retidão dos propósitos do agente considerado. Trabalha-se a moralidade de um ato a partir do foro íntimo da pessoa. O que significa isso? A boa vontade não é boa pelo que efetue e realize, não é boa por sua adequação para alcançar algum fim que nos tenhamos proposto; é boa só pelo querer, quer dizer, é boa em si mesma...

86 Moralmente valioso é o atuar que, além da concordância com aquilo que a norma impõe, exprime o cumprimento do dever pelo dever. Ou seja, por respeito à exigência ética. O fundamento da lei moral não está na experiência, mas se apóia em princípios racionais apriorísticos. A lei que representa a conduta boa, vem do imperativo categórico, critério supremo da moralidade: Age sempre de tal modo que a máxima de tua ação possa ser elevada, por sua vontade, à categoria de lei de universal observância.

87 Esse enunciado exprime duas exigências: a exigência da autonomia e da universalidade.
O ato só é moralmente valioso quando representa observância de uma norma que o sujeito se deu a si mesmo. Se a conduta não atende a um mandato vindo da própria vontade, mas procede da vontade de outro, carece de valor de valor do ponto vista ético. E para que o ato valha moralmente é indispensável que deva ser aplicado a todo ser racional – universalidade. A lei moral não pode ter fundamento subjetivo, contingente e empírico, mas deverá estar racionalmente fundado. E o fundamento objetivo dela somente pode encontrar-se no conceito da dignidade da pessoal.

88 O conceito mais importante da ética de Kant é a boa vontade.
A partir de Kant o que se considerará em ética será a atitude interior da pessoa. O centro da moral será a pureza das intenções. E boa vontade se definirá como: aquela que age não só conforme o dever, mas por dever. Ex. conservar a vida é um dever. Se nos preocuparmos apenas com isso, nossa conduta fica reduzida de significação moral. Se atentamos contra ela, descumprimos o dever. Mas se alguém perdeu todo apego à vida e, mesmo não temendo, ou até desejando a morte, conserva a existência para não descumprir o dever se conservar a vida, sua conduta coincide externa e internamente com a lei moral e possui o valor moral pleno.

89 Outro conceito importante é o dos imperativos
Outro conceito importante é o dos imperativos. Os fenômenos da natureza decorrem das leis naturais, os fenômenos humanos derivam de princípios. A determinação da vontade por leis objetivas se chama constrição. A representação de um princípio objetivo constritivo para a razão se formula através de um imperativo. O imperativo se exterioriza sob a forma de um dever ser e se divide em categórico e hipotético.

90 O imperativo categórico impõe uma conduta por si mesma, enquanto o imperativo hipotético ordena comportamento como meio para atingir uma finalidade. Ex. deves amar a teus pais – imperativo categórico; se queres ir de um ponto a outro pelo caminho mais curto, deves seguir a linha reta – imperativo hipotético. A fórmula do imperativo categórico é célebre: Age só segundo uma máxima tal que possas querer ao mesmo tempo que se torne lei universal. Isso significa que a pessoa deve agir espontaneamente, com ação produzida por sua vontade e não por vontade do outro. E para que o comportamento seja eticamente valioso, ele deve revestir valor universal.

91 Kant distingue máxima e lei moral.
Máxima: é o princípio subjetivo da ação, a regra de acordo com a qual procede o sujeito. A Lei, ao contrário, constitui o princípio objetivo, universalmente válido, de acordo com o qual a pessoa deve conduzir-se. O que o imperativo categórico exige é que a máxima (princípio subjetivo) seja de tal natureza que possa ser elevada à categoria de lei de universal observância. O valor que vai servir de valor absoluto para os imperativos, é a pessoa humana.

92 Os objetos de nossas aspirações têm valor relativo, servindo como meios. Só o homem tem valor absoluto. As coisas têm preço, as pessoas têm dignidade. O imperativo prático será, pois, como segue: age de tal modo que uses a humanidade, tanto em tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre como um fim ao mesmo tempo e nunca como um meio.

93 A idéia de autonomia e heteronomia tambem é importante.
Só se poderá falar em ética a partir da autonomia. G) Ética dos valores Inversão da ética Kantiana. Para kant, o valor de uma ação depende da relação da conduta com o princípio do dever, o imperativo categórico. Para a ética do valor, todo dever encontra fundamento em um valor.

94 Sendo assim, deve ser aquilo que é valioso e tudo que é valioso deve ser.
Aqui o valor passa a ser o conceito ético essencial. A nossa consciência adverte sobre a existência dos valores. Mas os valores não foram criados pela nossa consciência. Os valores só foram descobertos pela consciência. Conclusão, só pode ser descoberto o que já existe.

95 1. Sobre a existência do valor
Se a consciência só descobre é porque os valores já existem. A existência dos valores – existem valores? A tese é de que existem e podem ser constatados por qualquer pensante. Os valores só podem ser sentidos ou intuídos. Os valores não dependem da ordem material. Os valores integram a ordem do mundo supra-sensível, podendo ser somente captado pelo intelecto, não pelos sentidos.

96 Para clarear: a filosofia reconhece dois tipos de existência: o real e o ideal.
Ao mundo real pertencem todas as coisa que ocupam lugar no espaço e tempo. O ser real se encontra temporalmente localizado. Por estar temporalmente localizado, pode ser objeto do conhecimento sensível. Na esfera prática têm essa forma de existência o agir humano: intenções, propósitos, decisões voluntárias, juízos, sentido de responsabilidade, consciência de culpa.

97 Já os valores não integram a ordem da realidade
Já os valores não integram a ordem da realidade. Os valores se situam como ideais que a realidade deve seguir, se espelhar. Por isso o problema é de definir que exista só o real e não o ideal. Uma outro problema, confundir idealidade com subjetividade. Ideal não aquilo que é objeto da representação. Na lógica e na matemática, se observa bem a força da idealidade: quando se afirma que o todo é maior do que a parte, independentemente de alguém imaginá-lo assim, o postulado continua sendo o mesmo.

98 Os valores se submetem a uma hierarquia, não por eleição, mas objetivamente.
Os critérios que são utilizados para a hierarquia dos valores segundo Scheler: Um valor é tanto mais alto: a) quanto mais duradouro é; b) quanto menos participa da extensão e da divisibilidade; c) quanto mais é satisfação ligada à intuição do mesmo; d) quanto menos se acha fundamentados por outros valores; e) quanto menos relativa seja sua percepção sentimental...

99 A durabilidade do valor tem a idéia de permanência. Ex
A durabilidade do valor tem a idéia de permanência. Ex. Não teria sentido o amante declarar que ama agora ou durante um certo tempo. O valor é mais elevado quanto menor a necessidade de dividi-lo com outrem. Ex. A obra de arte é indivisível. Imagina dividir uma tela de arte para dar um pedaço para cada pessoa, a obra perde seu valor. O valor fundamentado em outro é sempre inferior ao fundamentante.Ex. a vida, entre os direitos fundamentais, é o bem por excelência. Todos os demais direitos são bens da vida.

100 A satisfação coincide com a vivência de cumprimento, não com o estado de prazer gerado pela posse do valor. 2. Sobre o conhecimento dos valores: Existem bens porque existem valores, não o contrário. São os valores que determinam os bens. O ser humano confere a determinadas coisas ou ações valores que as qualifica como sendo boas ou ruins, úteis ou inúteis, agradáveis, belas ou feias.

101 A pauta dos valores é aprioristica e, embora se afirme baseada na imitação, ou na índole intuitiva e emocional do conhecimento, ela existe em toda sã consciência. A intuição dos valore não é completa, nem perfeita. Nenhuma pessoa é capaz de intuir todos os valores. Quando intuí nem sempre pode fazer de forma nítida. É preciso crescer nessa arte de conhecer os valores. A missão do pedagogo e do moralista é desenvolver a sensibilidade para o conhecimento daquilo que é eticamente relevante.

102 A história tem demonstrado a nossa cegueira valorativa, fruto de uma sociedade que não educa para os valores mais elevados. Mas a cegueira valorativa ou miopia moral, não destrói a doutrina da objetividade dos valores. As variações da intuição estimativa não alteram o valor, que permanece íntegro, à espera da descoberta. 3. Sobre a realização dos valores O ser em si dos valores subsiste mesmo se não realizados.

103 A consciência é testemunha da realização dos valores, pois é ela que sinaliza o que é e não é valioso, que determina o juízo moral, mo sentimento de responsabilidade e a consciência de culpa. Os valore são princípios da esfera ética real. Determinam a conduta humana. O valor moral não se funda no dever, mas o dever se funda nos valores. O dever ser na ética valorativa tem os seguintes elementos: a) a existência de um valor; b) o dever ser ideal do mesmo; c) a atualização de tal dever; d) a existência de um ser capaz de realizar o valioso.

104 Mas como realizar o valioso
Mas como realizar o valioso? Realizar o valioso consiste para o homem num dever. E o dever impõe uma conduta. A realização dos valores se consuma através de um processo de dúplice etapa: determinação primária e secundária. A primária é a fase da intuição. A secundária é a da deliberação da vontade. 4. Sobre a liberdade moral Só se a liberdade existir é que a conduta humana terá significado moral. Se não existe liberdade, a pessoa não poderá responder por seu comportamento.

105 A liberdade moral não se confunde com a liberdade jurídica.
A liberdade jurídica: é uma faculdade puramente normativa – é mais no âmbito espacial de atividade exterior, que a lei limita e protege. A liberdade moral: é atributo real da vontade. A moral é pensada como um poder capaz de transpassar o permitido. Também não se pode confundir livre-arbítrio com liberdade de ação. A liberdade de ação: é mero atributo da decisão.

106 O livre arbítrio: é aquele capaz de decidir.
O homem por se um ente natural, acha-se casualmente determinado por suas tendências, afetos e inclinações. Como pessoa, é portador de outra determinação, que vem do reino ideal dos valores. Esta determinação permite eleger finalidades, optar por meios e colocá-los em ação para chegar àquelas.


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