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O Cérebro Humano e a Atividade Consciente - Luria

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Apresentação em tema: "O Cérebro Humano e a Atividade Consciente - Luria"— Transcrição da apresentação:

1 O Cérebro Humano e a Atividade Consciente - Luria
VIGOTSKI, L. S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A.N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 8. ed. São Paulo: Ícone, 2001.

2 O cérebro humano – substrato material da consciência – não funciona por meio da criação de novos órgãos funcionais morfológicos que reflitam o progresso da atividade psicológica, mas por meio da formação de novos sistemas funcionais (extirpação de um hemisfério).

3 A consciência não é um “estado interior”; os processos psicológicos surgem não no “interior”, mas nas relações com o meio circundante, na fronteira entre o organismo e o mundo exterior, e ela assume a forma de um reflexo ativo do mundo exterior que caracteriza toda atividade vital do organismo. Os traços básicos desse reflexo devem ser procurados não no interior do sistema nervoso, mas nas relações concernentes à realidade.

4 Para Vigotski: a consciência, que é “vida tornada consciente”, é sempre
significativa e subjetiva em suas características. A consciência é um sistema estrutural com função semântica. Consciência: habilidade em avaliar as informações sensórias, em responder a elas com pensamentos e ações críticas e em reter traços de memória de forma que traços ou ações passadas possam ser usados no futuro.

5 Mesmo que a consciência humana seja,
em primeiro lugar, um reflexo do mundo exterior, não se deve esquecer que em diferentes estágios do desenvolvimento, ela difere em sua estrutura semântica e opera por meio de diferentes sistemas psicológicos (aparecimento de formas primárias de controle voluntário consciente do movimento e do comportamento; consciência de si (produto complexo).

6 O desenvolvimento “mental” da criança
ocorre não apenas sob a influência da realidade objetiva, mas também sob a influência constante da comunicação com os adultos; em outras palavras por meio da linguagem, da apropriação de conceitos [memória lógica e intencional (Leontiev); percepção conceitual, atenção voluntária (Vigotski); novas formas de experiências emocionais da realidade (Wallon; Vigotski).

7 Nos 1os estágios do desenvolvimento da consciência, as impressões emocionais diretas desempenham papel principal na estrutura desta. Nos estágios posteriores o papel decisivo é assumido, inicialmente, pela percepção complexa (conceitual) e pela manipulação de objetos. E nos estágios finais, por um sistema de códigos abstratos [pensamento; sentidos e significados (valores)]. Palavras: unidades básicas da consciência.

8 O distúrbio de uma forma complexa de atividade humana por uma certa lesão cerebral localizada afeta a atividade de todo o sistema funcional, e se esta parte do cérebro for destruída, o sistema funcional transforma-se plasticamente no sentido de superar a dificuldade e trabalha diferentemente (reorganização funcional; ou substituição do sistema lesionado por outro intacto).

9 Um foco patológico, por circunscrito que possa ser, altera significativamente a hemodinâmica do cérebro, e pode, às vezes, alterar a função normal mesmo de partes distantes do cérebro.

10 A psicologia moderna descreveu com suficiente clareza o papel organizador da fala na formação da consciência. É graças à fala que o homem tornou-se capaz de elevar-se acima do nível das respostas impulsivas dadas às situações ambientais diretas: seu comportamento começa a ser determinado pelo “campo semântico interno”. Esta complexa regulação do comportamento pela fala só pode ocorrer satisfatoriamente com a participação dos lobos frontais.

11 A base cerebral da atividade consciente do homem, atividade esta que é complexa, semântica e baseada em sistemas funcionais, deve ser buscada na atividade combinada dos sistemas cerebrais “discretos”, cada qual dando sua contribuição especial para o trabalho do sistema funcional como um todo.

12 É por meio desses sistemas funcionais complexos e altamente diferenciados que o homem pode recodificar informações, planejar e executar processos altamente complexos, controlar seu próprio comportamento e suas operações mentais, e finalmente avaliar os resultados/efeitos de suas ações e operações e corrigir os erros acaso ocorridos.

13 A Psicologia e a Teoria da Localização das Funções Psíquicas
VIGOTSKI, L. S. Teoria e Método em Psicologia. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

14 Abordagens teóricas: Teoria da localização das funções cerebrais X teoria deslocalizadora - “o cérebro como conjunto” (nega a especialização e a correspondência e defende a função equivalente dos centros); Terceira via: une as duas, sem superar os defeitos de ambas.

15 Para Vigotski: Os centros inferiores na história do cérebro são condição prévia para o desenvolvimento das funções dos centros superiores; As relações complexas entre os diferentes sistemas cerebrais são produto do desenvolvimento; Os centros inferiores deixam de ser independentes no cérebro desenvolvido e ficam subordinados aos centros superiores para exercer sua atividade;

16 A função específica de cada sistema intercentral consistem em proporcionar uma forma totalmente nova e produtiva de atividade consciente. Cada uma das funções dos centros superiores introduzem “novidades” na atividade cerebral: introduzem um novo modus operandi da consciência (saltos dialéticos).

17 Mecanismos compensatórios ou substitutivos: no cérebro desenvolvido, os centros superiores se encarregam da função compensatória; num cérebro pouco desenvolvido, se encarregam os centros inferiores, em relação ao setor afetado;

18 Uma função específica nunca está ligada à atividade de um determinado centro, é
sempre produto da atividade integrada de diversos centros, diferenciados e relacionados hierarquicamente entre si. Função global do cérebro: atividade integradora dos centros e sua diferenciação funcional (relações intercentrais).

19 É possível observar um quadro sintomático análogo na criança e no adulto quando a localização das lesões é distinta; e o contrário, lesões com a mesma localização na cça e no adulto podem gerar quadros sintomáticos completamente diferentes.

20 Lei geral: Nos transtornos de desenvolvimento provocados por uma patologia cerebral, mantendo-se iguais as demais circunstâncias, é funcionalmente mais afetado o centro superior mais próximo do setor lesionado; e relativamente menos o centro inferior mais próximo.

21 Características específicas das funções nas áreas cerebrais especificamente humanas: lóbulos frontais e parietais: a) A variabilidade das conexões e relações interfuncionais (configurações); b) A formação de sistemas dinâmicos complexos, integrantes de toda uma série de funções elementares; c) Reflexo generalizado da realidade na consciência (conceitos).

22 Conclusões: A decomposição do complexo conjunto psicológico em seus elementos integrantes, perde as propriedades globais próprias do conjunto (decompor em unidades de análise que conservem as características do conjunto); Da análise estrutural e funcional para a análise interfuncional – das conexões – ou “por sistemas”; Impossibilidade de comparação entre o cérebro dos animais e do homem adulto.

23 Sobre os Sistemas Psicológicos
VIGOTSKI, L. S. Teoria e Método em Psicologia. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. Comunicação lida em 1930 na Clínica de Enfermidades Mentais da 1ª Universidade estatal de Moscou

24 O traço principal de nosso enfoque do estudo das funções superiores é que atribuímos a estas um papel distinto do das funções psicológicas primitivas no desenvolvimento da personalidade. (p. 104) Quando dizemos que o homem é dono de seu comportamento e que o dirige, estamos explicando coisas simples (atenção arbitrária; memória lógica) por meio de outras mais complexas, como a personalidade.

25 Sistemas Psicológicos: complexas relações que surgem entre as funções que se configuram no processo de desenvolvimento e as que se desintegram ou experimentam mudanças patológicas durante um processo de alteração. (p. 105). Desenvolvimento do pensamento e da linguagem: não existe fórmula fixa.

26 Durante o processo de desenvolvimento, o que muda não são tanto as funções, o que se transforma são as relações, os nexos entre as funções, de maneira que surgem novos agrupamentos (configurações) desconhecidos no nível anterior (mudanças interfuncionais; ex.: linguagem na criança de 3 anos e no adolescente).

27 Sistemas psicológicos: relações (mutáveis) nas quais se situam as funções (mutáveis);
Funções mais simples: relações entre os processos sensoriais e os motores: considerações teóricas e experimentos mostram que a sensório-motricidade constitui um conjunto psicofisiológico único.

28 A idéia da unidade sensório-motora se vê plenamente confirmada em animais, crianças pequenas e adultos , para quem estes processos estão muito próximos do afetivos. Mas no processo de desenvolvimento a motricidade adquire, um caráter relativamente independente em relação aos processos sensoriais e estes últimos isolam-se dos impulsos motores diretos, surgindo entre eles relações mais complexas (não diretas, mas mediatas; Luria: método motor combinado). (p. 107)

29 Em situação de tensão emocional, se restabelece a conexão direta entre os impulsos motores e sensoriais. Quando o sujeito não se dá conta do que faz e age sob a influência de uma reação afetiva pode-se constatar seu estado interno por meio da sua motricidade (retorno à estados precoces do desenvolvimento) (p. 108).

30 No adulto a motricidade se caracteriza por suas novas relações com outras esferas da personalidade, com as demais funções. (p. 108) Percepção (ex.:): se desenvolve segundo o mesmo padrão que o pensamento e a atenção arbitrária: síntese com a linguagem; tão complexa que salvo em casos patológicos, se torna impossível estabelecer a estrutura básica da percepção.

31 Na afasia ou em casos profundos de desintegração intelectual: retorno à separação da percepção do complexo em que se desenvolve. A percepção do homem se transforma em uma parte do pensamento em imagens: o conhecimento do objeto é simultâneo à percepção do mesmo. A percepção entra em complicadas combinações com novas funções (memória lógica; atenção arbitrária; pensamento teórico) e começa a atuar em conjunto com elas.

32 Um sistema novo que se revela bastante difícil de se decompor e cuja desintegração pode ser observada na patologia. (p. 110) Memória lógica (memória mediada): fusão da memória com o pensamento (unidade, mas não identidade). Muda a memória, muda a relação com as demais funções (pensamento) e muda o próprio pensamento, que quando está voltado para a lembrança, constitui um novo sistema.

33 A questão da conexão no cérebro entre esses novos sistemas, sua relação com o substrato fisiológico: problema central desta comunicação. Conclusões: toda forma superior de comportamento aparece em cena duas vezes durante o desenvolvimento: primeiro como forma coletiva do mesmo, (interpsicológica), um procedimento externo do comportamento (o cotidiano nos cega); Ex.: linguagem. O papel exercido pela coletividade infantil no domínio do comportamento (jogo). (p. 112)

34 Num 1º momento toda função superior está dividida entre duas pessoas, constitui um processo psi mútuo. Qualquer processo volitivo é, inicialmente, social, coletivo, interpsicológico. A cça. Começa a utilizar consigo mesma os meios e formas de comportamento que, no princípio eram coletivos. Ex.: A mãe dirige de fora a atenção da criança, depois a cça. desempenha em relação a si mesma a função da mãe. Um indivíduo ordena, o outro cumpre (1º). O mesmo indivíduo ordena e cumpre. (2º)(p. 113)

35 A cça começa a ordenar a si mesma “Um, dois, três”, como antes lhe ordenavam os adultos (observações laboratório/cotidianas). Tese: origem social das funções psíquicas superiores [e das formas “defeituosas”]. Signos: meio de comunicação, de influência sobre os demais e sobre si mesmo; meio de conexão entre as funções psi sociais. Sem o signo, transladado por nós mesmos, o cérebro e suas conexões iniciais não poderiam se transformar nas complexas relações, sistemas psi (linguagem). (p. 114)

36 Relação valorativa: ex. : “sonho do cafre”; mulheres; romanos, etc
Relação valorativa: ex.: “sonho do cafre”; mulheres; romanos, etc. Mecanismo psi cuja origem é determinada por um sistema conceitual, pelo valor que se atribui a tal ou qual função. A valoriação do pensamento e dos sonhos não tem uma fonte individual, mas social (atenção; ouvir e falar/agir). A conexão que alguns sistemas novos mantém não só com os signos sociais, mas também com a ideologia e o significado social (valorativo) de tal ou qual função. Novas formas de comportamento são extraídas pelo homem da ideologia e do meio que o rodeia. (p. 117)

37 Adolescência: mudança de conexões
Adolescência: mudança de conexões. Característica: internalização das funções psi, até então partilhadas com adultos (autogestão/autonomia). O que para o escolar é externo no âmbito da memória lógica, da atenção arbitrária, do pensamento, torna-se interno no adolescente. Para a criança, pensar significa apoiar-se na memória (Ch. Bühler: para a criança, pensar significa recordar casos concretos); (p. 118)

38 Para o adolescente lembrar, significa pensar
Para o adolescente lembrar, significa pensar. Procurar numa determinada sequência lógica o que se precisa. Processo de mudança nas relações entre as funções que introduz ou consolida o papel do pensamento em todas elas, o que traz como resultado que este último não seja uma função entre outras, mas aquela que distribui (organiza) e muda (transforma) outros processos psicológicos. Processo que pode ser observado na idade de transição. (p.119)

39 Dos sistemas psicológicos inferiores até a formação de outros cada vez mais elevados: a chave: formação de conceitos (idade de transição); A lógica dialética mostrou que o conceito oferece um conhecimento muito mais rico e complexo dos objetos que o conjunto de traços abstraídos diretamente destes. O conceito se enriquece cada vez mais; estudamos o objeto em conexão com outros objetos, operando-se com conceitos cada vez mais complexos e mais abstratos.

40 Conceitos abstratos possibilitam o desenvolvimento do pensamento: corresponde a uma concepção do mundo (ex: mamífero; localizar o mamífero no reino animal e este último na natureza). Cada conceito é um sistema de apreciações; ao operarmos com cada conceito, operamos com todo um sistema conceitual. Somente na idade de transição se consolida a capacidade de operar com conceitos, em que opera-se também com base em outro sistema de pensamento (conexões complexas).

41 Idade de transição: estruturação de uma concepção de mundo e da personalidade; aparecimento da auto-consciência (com base no sistema de conceitos); Busemann: conexões primárias: entre as funções psicológicas: hereditárias. Outro sistema: conexões secundárias que se estabelecem no encontro de fatores internos e externos (é possível educar a criança para a selvageria ou para o sentimentalismo).

42 Conexões terciárias: se formam na idade de transição sobre a base da auto-consciência (que caracterizam a personalidade no plano genético e diferencial). (p. 123) Diferença entre a cça e o adolescente: na primeira há um plano psicológico único de ação direta; no segundo, pela autoconsciência, pela atitude para consigo mesmo, a reflexão, a capacidade não apenas de pensar, mas também de pensar o próprio pensamento.

43 Adolescência e esquizofrenia
O que se manifesta na fase da Adolescência de forma confusa chega ao limite na patologia; Adolescência e esquizofrenia estão em relação inversa: na 1ª a desintegração das funções que se formam na idade de transição (sentido contrário). A 1ª coisa que se desintegra no esquisofrênico é a capacidade de formação de conceitos, somente depois começam as squisitices (torpor afetivo; mudança na relação entre vida intelectual e afetiva).

44 Esquizofrenia: desintegração de todos os sistemas complexos alcançados como resultado da vida coletiva (origem social); desintegração dos sistemas de formação mais recente. As idéias e os sentimentos não variam, mas todos perdem as funções que desempenhavam no sistema complexo; Conservação das funções em si mesmas e desintegração dos sistemas; A forma de pensar que junto com o sistema de conceitos nos foi imposta pelo meio que nos rodeia, inclui também nossos sentimentos.

45 Spinoza (1911): A razão tem poder sobre os afetos; pode alterar a ordem e a conexão das emoções (significação e res.); O fato de eu pensar coisas que estão fora de mim, não altera nada nelas; mas pensar nos afetos, altera muito minha vida psíquica. Nossos afetos atuam num complicado sistema com nossos conceitos (ciúme: sentimento histórico; substrato biológico). (p. 127)

46 Na desintegração dos sistemas, mudam os sentidos. E
Na desintegração dos sistemas, mudam os sentidos. E.: “Você não tem vergonha, só um canalha se comporta assim”, não encontra reação. Há alterações nas relações emoções-sistemas de conceitos. Não há alterações cerebrais (dça. psi). Cisão com o social: cada vez mais introvertido: o esquizofrênico que perdeu as relações sociais com aqueles que o rodeiam, perde-as consigo mesmo. Não só deixa de compreender os demais e de falar com eles, mas de se dirigir a si mesmo. Desintegração dos sistemas de personalidade construídos socialmente (relações inter-psicológicas)

47 O principal não está em se possuir mais ou menos memória ou atenção, mas em até que ponto o sujeito faz uso de suas funções e como as utiliza, como opera com elas. Lei: sistemas psicológicos: do interpsicológico; para o extrapsicológico; ao intrapsicológico. Instrumentos e signos.


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