Modernismo no Brasil.

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Transcrição da apresentação:

Modernismo no Brasil

Modernismo 1ª Fase: Implantação (fase heroica/iconoclasta) Antiacademicismo Cosmopolitismo + Identidade Nacional Primitivismo: Cultura Popular/História colonial A Negra (1923) Nacionalismo Crítico ou Ufanista

Liberdade Formal: verso livre Características: Antigramaticalismo Coloquialismo Prosaísmo Mário de Andrade Oswald de Andrade Liberdade Formal: verso livre Concisão: poema-pílula, poema-minuto, capítulos-flash HUMOR: poema-piada

humor, brevidade e crítica Oswald de Andrade 1890-1954 humor, brevidade e crítica

Manifestos Modernistas 1924 – Manifesto pau-brasil - Poesia brasileira de exportação “A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos”.

Enquanto isso... 1926 – Manifesto Nhengaçu verde-amarelo (Grupo Anta) Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Cassiano Ricardo Nacionalismo xenófobo Integralismo

1928 – Manifesto Antropófago Oswald de Andrade “Devorar” cultura estrangeira para fortalecer a nossa “Tupi or not tupi, that is the question”

Oswald de Andrade Poesia Paródia da história do Brasil dos cronistas do século XVI do Romantismo

Brasil O Zé pereira chegou de caravela E preguntou pro guarani da mata virgem - Sois cristão? Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte Teterê tetê Quizá Quizá Quecê! Lá longe a onça resmungava Uu! Ua! Uu! O negro zonzo saído da fornalha Tomou a palavra e respondeu Sim pela graça de Deus Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum! E fizeram o carnaval.

Estilo Telegráfico Amor humor

Recortes cubistas/cinematográficos São João del Rei Bananeiras O sol O cansaço da ilusão O ouro na serra de pedra A decadência

Mário de Andrade São Paulo 1893-1945

“Redescobridor do Brasil” Estudos sobre folclore Música Língua falada

(o herói sem nenhum caráter) Prosa: Macunaíma (1928) (o herói sem nenhum caráter) Gênero: rapsódia = registro da cultura oral de um povo Macunaíma = anti-herói Preguiçoso Sensual Síntese da pluralidade étnica: índio-preto-branco Busca da muiraquitã em São Paulo Vilão: Wenceslau Pietro Pietra

Macunaíma – Joaquim Pedro de Andrade (1969)

Paulicéia Desvairada (1922) Poesia: Paulicéia Desvairada (1922) Verso harmônico: vocábulos sem ligação sintática Incorporação de ritmos populares

Inspiração São Paulo! Comoção de minha vida... Os meus amores são flores feitas de original... Arlequinal!... Trajes de losangos cinza e ouro... Luz e bruma... Forno e inverno morno... Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes... Perfumes de Paris... Arys! Bofetadas no Trianon... Algodoal!... Galicismo a berrar nos desertos da América!

Manuel Bandeira

Tuberculose: “dimensão simbólica das coisas simples” 82 anos (1886-1968): “longa vida breve” Obra: 3 fases Decadentismo: melancolia. Formas fixas Modernismo: humor – verso livre Pós-Modernismo: tradição + vanguarda

“Alumbramento”: poesia como revelação/inspiração Incorporação do cotidiano Domínio da métrica

Temas: 1) Infância Profundamente Manuel Bandeira Quando ontem adormeci Na noite de São João Havia alegria e rumor Estrondos de bombas, luzes de Bengala Vozes, cantigas e risos Ao pé das fogueiras acesas. No meio da noite despertei Não ouvi mais vozes nem risos Apenas balões Passavam, errantes Silenciosamente

Apenas de vez em quando O ruído de um bonde Cortava o silêncio Como um túnel. Onde estavam os que há pouco Dançavam Cantavam E riam Ao pé das fogueiras acesas? — Estavam todos dormindo Estavam todos deitados Dormindo Profundamente. * Quando eu tinha seis anos Não pude ver o fim da festa de São João Porque adormeci

Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo Minha avó Meu avô Totônio Rodrigues Tomásia Rosa Onde estão todos eles? — Estão todos dormindo Estão todos deitados Dormindo Profundamente.

2) Morte PNEUMOTÓRAX Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos. A vida inteira que podia ter sido e que não foi. Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médico: — Diga trinta e três. — Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . . — Respire. .............................................. — O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado. — Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax? — Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

3) Amor Namorados   O rapaz chegou-se para junto da moça e disse: - Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com a sua cara. A moça olhou de lado e esperou. - Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listada? A moça se lembrava:- A gente fica olhando... A meninice brincou de novo nos olhos dela. O rapaz prosseguiu com muita doçura: - Antônia, você parece uma lagarta listada. A moça arregalou os olhos, fez exclamações. O rapaz concluiu: - Antônia, você é engraçada, você parece louca.

Vou-me embora pra Pasárgada 4) Evasão para a vida: Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconsequente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive

E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei — Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada.

Sentimento do Mundo Ode no cinquentenário do poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade Esse incessante morrer que nos teus versos encontro é tua vida, poeta, e por ele te comunicas com o mundo em que te esvais. Debruço-me em teus poemas e neles percebo as ilhas em que nem tu nem nós habitamos (ou jamais habitaremos!) e nessas ilhas me banho num sol que não é dos trópicos, numa água que não é das fontes mas que ambos refletem a imagem de um mundo amoroso e patético.

Tua violenta ternura, tua infinita polícia, tua trágica existência no entanto sem nenhum sulco exterior – salvo tuas rugas, tua gravidade simples, a acidez e o carinho simples que desbordam em teus retratos, que capturo em teus poemas, são razões por que te amamos e por que nos fazes sofrer… Certamente não sabias que nos fazes sofrer. É difícil explicar esse sofrimento seco, sem qualquer lágrima de amor, sentimento de homens juntos, que se comunicam sem gesto e sem palavras se invadem, se aproximam, se compreendem e se calam sem orgulho.

(...) Que o poeta nos encaminhe e nos proteja e que o seu canto confidencial ressoe para consolo de muitos e esperança de todos, os delicados e os oprimidos, acima das profissões e dos vãos disfarces do homem. Que o poeta Manuel Bandeira escute este apelo de um homem humilde.