ESTUDO DA IMAGEM O SÍMILE 1.A questão terminológica (símile / comparação) 2.Aproximação, por semelhança, de realidades diferentes 3.Estrutura: elemento comparado, elemento comparante, elemento análogo (semas), nexo gramatical 4.Elemento comparante transfere semas para elemento comparado 5.Exemplo: Sua alma é dura como granito. 6.Outros: “Os olhos dela brilhavam reproduzindo folha de faca nova.” (Rosa) (Nilce) “As palavras, agora, lembram o trote de um cavalo.” (Adonias F.) (Nilce) “És tal e qual a nau quando ao mar alto larga.” (Baudelaire)

Oh! Como te eu admiro Nas solidões do mar! Quando o azul celeste Descansa nessas águas, Como nas minhas mágoas Descansa o teu olhar ! (João de Deus)

A METÁFORA 1.Identificação por semelhança, sem nexo gramatical 2.Transferência de semas 3.Exemplos: 3.1. Sua boca é pura amora vermelha Sua boca, amora vermelha, abriu-se madura e suculenta “Apaziguavam-no seus olhos-paisagem.” (Rosa) (Nilce) 3.4. “[...] as borboletas da esperança volteavam diante dele” (M.de Assis) (Nilce) 3.5. “[...] desembainhava um olhar afiado e comprido” (Idem) (Nilce)

“Pôs na boca os rubis, e na pureza Do belo rosto as rosas, por quem mouro; No cabelo o valor do metal louro; No peito a neve em que a alma tenho acesa.” (Camões) “Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia! “(F.Pessoa) “Meu coração é um balde despejado.” (F.Pessoa) “Nunca fiz mais do que fumar a vida.”(F.Pessoa) O sol cresce, amadurece.(G.Rosa) (Nilce)

A METONÍMIA 1.Relação por contigüidade 2.Exemplos O rumor da tesoura grande podava as roseiras. (G.Rosa) (Nilce) Ai pobre mão da loucura / que mataste por amar! (C.Meireles) (Nilce) Ler Machado de Assis. A cidade dormia. Tomar uma Brahma. Tinha três bocas para alimentar. Os bronzes tangem lânguidos.

EXERCÍCIOS

Mendigo Meu corpo é um andrajo Apoiado a um bordão. Em meio à estrada Paro. Além o sol beija a montanha. Agradeço-te, Deus, A esmola de mais um dia. (Dante Milano) Analisar as metáforas presentes na primeira estrofe.

Mulher contemplada De tamanha beleza branca e nua Só a nuvem deslumbrada que flutua E num êxtase lento se extenua... Só a forma da água que é sensual e pura, A onda que mais parece uma figura De carne, e tem uns modos de criatura Humana, e abraça-se ao penhasco, espuma Desgrenhada, entregando-se, tal uma Mulher em prantos... Só, esgazeada, a bruma Ao sol que irrompe como touro em fúria... Só, sob o vento, a duna, onde a luxúria Sabiamente murmura uma lamúria... Dante Milano

Fragilidade Teu nome nas águas tão fundas, tão grandes perde-se na espuma, castelo de instantes. No aço azul da noite teu firme retrato acorda entre nuvens já desbaratado. A sorte da pedra é tornar-se areia. Mas quem não soluça pensando em teu rosto reduzido a poeira... C.Meireles Analisar a metáfora: “castelo de instantes”

Bonde O transatlântico mesclado Dlendlena e esguicha luz Postretutas e famias sacolejam (Oswald de Andrade)

Porquinho-da-índia Quando eu tinha seis anos Ganhei um porquinho-da-índia. Que dor de coração me dava Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão! Levava ele pra sala Pra os lugares mais bonitos, mais limpinhos, Ele não gostava: Queria era estar debaixo do fogão. Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas... - O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.