Imagine wave Música. Imagine John Lennon Imagens. National Geographic Formatação. Web. altodomorro.com.br Texto. Ernesto H. Rodrigues

Um verdadeiro Natal

Na busca quase que desesperada por um emprego, não percebo que os meses passaram pois a desesperança, a incerteza que antes em certos momentos se apoderavam de meus pensamentos, agora são fiéis companheiros no dia a dia. Afinal são dois longos anos a procura de um ganho certo.

Em um desses longos dias de procura, chega o final do dia, e com ele o brilho do comércio, e me pergunto, por que as lojas estão iluminadas? Meu Deus!!! É Natal, essas luzes, traduzem o clima de NATAL.

O desespero se torna ainda mais forte. O que fazer? O que dizer? Será que minha pequenina filha irá entender que o seu “Papai Noel”, continua desempregado, que seus sonhos de Natal, serão convertidos nos sonhos dos meus pequenos biscates.

Até meus pensamentos se calam! A angústia, a revolta, sentimentos que nunca tinha sentido, agora são como minha pele, fazem parte de mim! Num dos raros momentos de reflexão, entro em uma igreja tenho certeza que não foi para rezar, talvez a necessidade de ficar sozinho, de me afastar de tudo e de todos. E meus pensamentos que antes estavam mudos, com medo Do próprio raciocínio, é invadido por uma voz suave e paternal.

FILHO! Olho ao meu redor e percebo que a igreja está vazia, E novamente a voz invade meus pensamentos. Filho é contigo que falo, não percebes que estás em minha casa! Numa compreensão quase insana, percebo que estou com Os olhos fixos no “Filho de Deus”. Com a sensação de estar sedado, me acalmo.

Com o olhar fixo no “Filho de Deus” ele me pergunta: Filho, por que esta revolta? Nos dias frios, o agasalho tens te faltado? O que te incomoda? Queria ter uma mesa farta no Natal? Querias ter ao pé de sua “Árvore de Natal”, inúmeras caixas de presentes, dos mais caros? Filho, olhe a sua volta, olhe os orfanatos, os asilos, os viadutos, as prisões.

Filho, quando tiveres aprendido a olhar ao seu redor, terás aprendido a celebrar o Natal. Ao sair da igreja, retiro do bolso a única moeda que possuía, e quando ia depositá-la na oferenda, novamente, a voz invadiu meus pensamentos. Filho não divida o que não tens, dê ao mundo a sua alegria, dê a sua solidariedade, divida a sua atenção, com quem não tem nenhuma.

Filho, “Celebre a Vida” e juntos estaremos celebrando o “Natal”! Ao perceber a minha grande ignorância, ouso um levantar de cabeça, e me dirigir ao “Filho de Deus”: Pai! Perdoa-me! Passarei a celebrar o “Natal”, todos os dias de minha vida. “Ele respondeu-me” “Vá em PAZ”

Desejo Boas Festas e um Feliz, Feliz NATAL! Ernesto, Laís e Janine