AS BALINHAS DE MEL Yannatys

A dolfo assistia o filme Ghost ao lado de sua neta. Lágrimas lavavam sua face, tornando a saudade de Ofélia dolorida demais.Desde o início da vida a dois viviam compartilhando momentos e dividindo tarefas. J amais esqueceria o dia em que perdera o emprego, no início do casamento. Passando por imensas dificuldades financeiras, não podia comprar nada de especial para Ofélia, que na época tinha apenas vinte anos. N o primeiro aniversário de casamento, ele perguntara:

- O félia, bem sabe nossa situação, mas desejo muito lhe dar um presente. O que gostaria de ganhar? - A lgumas balinhas de mel, respondera ela sorrindo faceira. - S ó isso?! - E não está bom? São as balas que mais gosto... ao chupá-las sentirei a doçura de seu amor. A dolfo comprara as balinhas de mel e embalara para presente. Ao ofertá-las à esposa, lágrimas escaparam dos olhos de Ofélia.

F oram as balinhas de mel mais deliciosas que ela experimentara, pois ao ganhá-las, recebera também um beijo de amor. C om o passar do tempo, viera um novo emprego, onde Adolfo pode se firmar e se refazer financeiramente. Mesmo assim, toda semana ele entrava no mercado e não deixava de comprar as balinhas de mel para Ofélia, que apesar de tão baratas, deixavam sua amada feliz.

O félia, aos quarenta e dois anos partira, vítima de moléstia atroz. Com ela, fora um saquinho de balinhas de mel, que Adolfo, amorosamente colocara entre suas mãos. Ela não poderia chupá-las, mas o testemunho da dedicação dele era questão fundamental, pois em apenas algumas balinhas, ia a essência de sincero amor. A gora, assistindo o filme Ghost, vendo a argila sendo trabalhada a dois, ele não segurava as lágrimas. Lembrava de Ofélia costurando a fim de ajudá-lo. Quanto devia àquela jovem, que na ocasião tinha tanto ainda de criança... alma juvenil que se contentava com tão pouco!

- V ovô, o senhor está chorando de saudades da vovó? Perguntara a neta, alisando-lhe os cabelos encanecidos. - S im, meu bem... Muita! E na cena final do filme, Adolfo, sem saber explicar como, tivera a certeza de que Ofélia estava pertinho dele. Chegara a ouvir sua respiração. Exultante, dissera baixinho: - O félia, jamais a esqueci! Obrigado por tudo!

Reflexão: Você, chefe de família, compra ao menos de vez em quando um docinho para sua esposa? Você, esposa, lembra de presentear seu esposo fora da data de aniversário? Muitas vezes, o simples fato de abdicar de um pedaço de pizza, de um bife, da última fatia de presunto, já significa que a outra parte é importante para nós. Afinal, o amor transparece nos pequenos atos também. Imagens: Gettyimages e recebidas em mensagens, sem restrição de uso. Grupo Gaivota ~Sempre amor para você~