Todo dia, toda hora, crianças nascem e morrem, na porta dos hospitais, ao som de metralhadoras e tiros de fuzil... milhares de mortes ocorrem em todas as classes trabalhadoras, anunciadas pelos jornais, dentro do Brasil... num triste vai e vem de vitimas anônimas quem nem registro de morte têm... elas morrem também, devagarinho, num pacote do salário mínimo que levam pra casa mensalmente, ou à vista, após duríssimas horas de trabalho... cansadíssimas, sem a menor segurança, morrem de fome, de bala perdida, de político, no asfalto ou no morro; carentes, não têm médico, hospital, dentista, os sobreviventes superlotam as igrejas atrás de um milagre ou de socorro. Todo dia, toda hora, crianças nascem e morrem, na porta dos hospitais, ao som de metralhadoras e tiros de fuzil... milhares de mortes ocorrem em todas as classes trabalhadoras, anunciadas pelos jornais, dentro do Brasil... num triste vai e vem de vitimas anônimas quem nem registro de morte têm... elas morrem também, devagarinho, num pacote do salário mínimo que levam pra casa mensalmente, ou à vista, após duríssimas horas de trabalho... cansadíssimas, sem a menor segurança, morrem de fome, de bala perdida, de político, no asfalto ou no morro; carentes, não têm médico, hospital, dentista, os sobreviventes superlotam as igrejas atrás de um milagre ou de socorro. Realidade Ivone Boechat Realidade Ivone Boechat