NA JANELA Numa noite, tanto tempo atrás, aqui estava eu, nesta mesma janela, te esperando chegar. Lembro-me que foram muitas as horas de angústia, de incerteza, de tristeza, de medo.
As lágrimas derramadas naquela noite não me deixaram nem mesmo ver se havia lua e estrelas ou se apenas as nuvens eram testemunhas da minha aflição.
Hoje, aqui estou novamente. A mesma janela, o mesmo céu, a mesma angústia, igual tristeza.
Entretanto, a certeza do agora me deixa ver que tenho as nuvens por companhia e sinto que elas escurecem totalmente a minha caminhada,
Como se tentassem me mostrar que, por mais que tente, por mais que queira, por mais que apure a minha visão, Não haverá uma luz ao final da rua. Você não surgirá, nunca mais.
Ah, como eu preferiria passar todas As noites da minha vida na expectativa de sua chegada. Melhor seria do que a tristeza que hoje vivo, Que é a certeza da sua eterna partida. Para sempre longe de mim. 12/12/2006
CYNTHIA FIM