A terceira margem do rio e O espelho Guimarães ROsa
Guimarães Rosa Geração de 45 ou 3ª fase do Modernismo
Primeiras Estórias
O livro Primeiras Estórias Contos articulados dando unidade ao livro. 21 contos; Conceito primeiridade (espanto/ fugaz), secundidade (o entendimento, reflexão) e terceiridade (signo e representação) de Pierce; É o 4º livro de Guimarães Rosa; Primeiras Estórias vem da experimentação primeira, do espanto, da surpresa de algo pela primeira vez; Personagens infantis; Estória X História Estória- contos populares; O livro começa com “As margens da alegria” e termina com “Os cismos”
Terceira margem do Rio Foco narrativo de 1ª pessoa; Narrador personagem; Narrativa de memória; Margem- limites, não ultrapassar, a lei Rio- água corrente, em curso, movimento. As margem limitam o rio. (Riobaldo- rio grande, em curso, as memórias em curso) Família ribeirinha. Todos vivem e trabalham. A vida segue. O pai constrói uma canoa, mas o estranhamento é justamente porque o pai resolve viver dentro da canoa. Se afasta da margem, vai para o meio do rio e lá fica. Transgressão (assim como a linguagem de Guimarães Rosa); A canoa é a margem no meio do rio, o pai faz a morada em algo que se move. Aí a estranheza. O pai sai e não sai de casa. Ir e o não ir. “Cê vai o cê fica. Cê nunca volte”. Todos tentam entender o motivo. Entender o motivo é explicar, racionalizar, trazer para a margem. Ninguém entende, somente o filho. Guarda o pai no coração, entende a postura do pai. O pai é e não é. Paradoxo? Conto de silêncios. O filho que guarda o pai, em silêncio. O Rio em silêncio. O pai em silêncio. O filho troca de lugar com o pai. A história do pai continua com o filho.
A terceira margem do Rio- Milton Nascimento Oco de pau que diz: Eu sou madeira, beira Boa, dá vau, triztriz Risca certeira Meio a meio o rio ri Silencioso, sério Nosso pai não diz, diz: Risca terceira Água da palavra Água calada, pura Água da palavra Água de rosa dura Proa da palavra Duro silêncio, nosso pai Margem da palavra Entre as escuras duas Margens da palavra Clareira, luz madura Rosa da palavra Puro silêncio, nosso pai Meio a meio o rio ri Por entre as árvores da vida O rio riu, ri Por sob a risca da canoa O rio viu, vi O que ninguém jamais olvida Ouvi, ouvi, ouvi A voz das águas Asa da palavra Asa parada agora Casa da palavra Onde o silêncio mora Brasa da palavra A hora clara, nosso pai Hora da palavra Quando não se diz nada Fora da palavra Quando mais dentro aflora Tora da palavra Rio, pau enorme, nosso pai https://www.youtube.com/watch?v=-F0lVCkynWY
O espelho 11º conto do livro. Conto teoria que espelha o que vem antes e o que vem depois. Diálogo com o conto “O espelho”, de Machado de Assis. Alma interna e externa; O sujeito não se vê no espelho, o reflexo é um monstro. Espelho imagem invertida. O sujeito transforma-se em uma representação. Espelho- signo sugestão do infinito, signo do mistério (Allan Poe); O conto o espelho é o conto machadiano dentro de si. O sujeito vai se apagando, já não se vê. Ele não teria essência? Reflexo- o menino; Medo do espelho; Narciso;
Linguagem Neologismo Arcaísmos Regionalismos
A vida não para nunca... Ela precisa de vazios.