A Andorinha e a Janela Para Lenira Poesia: Ondina Carrilho Montagem: Lenira Carrilho Imagens: Internet
Numa janela solitária, Fugida do seu bando, Uma andorinha olhava em volta do seu mundo. Uma escada vazia... Um terraço deserto... Sem céu, sem verde, sem torre, sem ninho.
Andorinha sozinha Pensava em voar Céu aberto Andorinha sozinha Pensava em voar Céu aberto... bem alto, perto das montanhas Mas tinha medo... Medo de cair.
Às vezes, andorinha voava baixo Tinha sensação de liberdade Mas, vinha a saudade da janela Porque a janela era o elo Que a unia ao seu bando.
Coitada da andorinha. Sofria e fazia o bando sofrer Coitada da andorinha... Sofria e fazia o bando sofrer. Queria, na verdade, com ele viver...
Mas teimava em ficar na janela. Sem se atrever a voar alto Mas teimava em ficar na janela. Sem se atrever a voar alto... bem alto, voar sobre as montanhas Ver as nuvens de perto.
Tinha as asas fortes. Beleza, saúde Andorinha podia Tinha as asas fortes... Beleza, saúde Andorinha podia. Mas, teimosamente, não queria Sempre parada a olhar... Uma escada vazia... um terraço deserto.
Só que andorinha não sabia, que ela podia voltar ao bando Que tanto sofria por ela. Era só olhar prá dentro dela E fechar a janela.