Lindas as mulheres! Ao lavar, Soltando risos de alegria, Batendo a roupa, na celha ou no rio E não se cansando nunca.
Como eu recordo, esse tempo. O rio, lá ia manso Como eu recordo, esse tempo. O rio, lá ia manso. Algumas pedras na beira E o relvado que servia para se corar a roupa. O Sol, era generoso. O tempo ameno.
Era vê-las juntas, cantando ou falando do seu amor Era vê-las juntas, cantando ou falando do seu amor. Marido, filhos ou até algum magala que passava. Riam por tudo e por nada. Próprio da idade. Mais tarde voltavam mais serenas.
Filhos ao lado, mama de fora Para satisfazer quem tinha fome.
Assim eram os nossos rios. Generosos Assim eram os nossos rios! Generosos. Os pequeninos peixes esgueiravam-se E as mulheres riam de alegria. Quem sabe a faina de hoje é boa, diziam algumas delas.
Bem distantes. Outras mulheres. Lavando em lavadouros públicos Bem distantes... Outras mulheres... Lavando em lavadouros públicos. Mais velhas, trato afável. Continuavam cantando e rindo, Falando de netos e das suas diabruras.
Era alegre esse viver. Mas duro de sentir. São raras já Era alegre esse viver. Mas duro de sentir. São raras já... Talvez por isso: A alegria se esteja a perder.
Todos os direitos reservados Poema de Do livro Lembranças do meu Passado Imagens: Internet Música: Andre Gagnon -Rio Non-Stop Formatação: Ângela Santos angelaeveline@gmail.com Todos os direitos reservados