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Transcrição da apresentação:

Foz do Iguaçu/São Paulo/Londres Melissa Brienda Sliominas Um cinza urbano não muito distante, quando esteve em São Paulo. Do outro lado do mundo, agora, e parece caminhar pelas mesmas ruas, onde sente a mesma fria melancolia, onde se sente apenas parte de uma grande máquina. Não, definitivamente, a Inglaterra não é uma máquina. Ou não deveria ser, ele se sente exatamente assim, não mais do que um prego. Parte de uma engrenagem. Odeia o silêncio, porque o silêncio nunca foi silêncio. Nunca houve paz no espaço vazio e o espaço nunca foi vazio. O tempo esfria e traz lembranças que pensou ter deixado ali do outro lado. As portas do avião se fecham e deixam pra trás o que é pesado, excesso de bagagem, não, não vai passar por isso e não é necessário. E por que voltam, e por que voam em diabólica leveza e o encontram pesado carregando pensamentos onde deveria haver vazio? Saudades. Insuportáveis saudades. Súbito, desacelera. Tudo. Tudo, preso sob o foco de uma folha seca que caminha leve ali em frente, sem quase sentido nenhum. Acompanha o ritmo da folha e diminui os passos, caminhando agora leve e elegantemente. Estaria a folha o levando para algum lugar ou quem sabe não levando e assim não levando, fazendo-o simplesmente olhar para o lado? Observa a folha e, naturalmente, como a roda da vida, os olhos se viram e o cenário do centro londrino cresce.

O tempo que na verdade é lilás e romântico. As luzes que já se acendem e os vidros embaçados dos pubs. Homens bem- vestidos e meninas correndo do frio sem desmanchar o sorriso e a cumplicidade esboçados no rosto. Um jornal que voa e atravessa a rua, se desconstruindo, como se o vento já tivesse tornado todas as manchetes obsoletas ou quem sabe inexistentes. E subitamente a sensação de estar sozinho se dissolve e sem perceber já se separou da folha seca e leve e agora também ele é tão leve quanto a folha. Saudades doces, a distância aproxima ainda mais as pessoas. Entra na cabine telefônica como num refúgio e disca um número amistoso. A voz quase o agasalha para sempre, transcende o passado e o presente, tornando-se eterna dentro do peito, ali tão eloqüente. No futuro, ouve a doce voz que lhe traz de volta o passado de presente. Uma teia de relações e uma teia de lembranças, estas teias agradam, jamais serão perdidas, que se acumulem, que ocupem todos os espaços vazios. Tampa o ouvido quando os ruídos aéreos não lhe permitem escutar, a amiga fala baixo e sempre suavemente.

Ali passa na frente dos seus olhos todo o filme dos dias que passaram, mas que ainda ficam, ah, saudade. Caem as cataratas de Foz e caem as palavras que eu não digo: saudade! Ainda me lembro, Mel, da gente brincando de stop em pleno horário de pouso. Eu querendo terminar logo porque o 111 estava chegando, pousando, pisando e a cabeça não queria cooperar, era largar o papel e sair correndo para o desembarque, e você rindo como uma louca. Stop. Hoje até o nome do bicho me faz falta, de verdade, pode escolher a letra que quiser, já sei que a minha imaginação está desativada, aqui do outro lado do mundo. Só o que anda funcionando é o coração, a parte que chama, aquela parte, aquela que sente falta. A peça que aperta e aperta e aperta... ah, Mel! Me traz de volta aquelas malas perdidas e que a gente achava sempre, podia demorar mas acabava aparecendo, por que é que a vida não é assim, hein? Por que não acaba aparecendo? E aquele Cláudio lá, o que tinha a efervescência pós- adolescente, por que é que ele não acaba aparecendo? A Laila chegando e eu poder simplesmente ver a sua luz de pele alva e perfeita e saber que veria aquela luz todas as manhãs, e os planos de conhecer o mundo ou apenas cruzar a linha que fechava Foz do Iguaçu. Ela me falando da penca de filhos que queria ter e do namorado músico. Os sonhos. Tirando no palito quem enfrentaria o 111 sem metade das malas... voltando correndo para buscar o rádio (eu sempre esquecia o rádio). Mandando telex pra Mel lá em São Paulo e jogando stop entre um check-in e outro. O barulho das turbinas do avião ficou aqui dentro, meu coração é uma turbina e não deixa o tempo ir embora, Mel.

Criança que não quer sair da escola, mas na verdade as lembranças são agora uma maneira de preencher o vazio de não poder amar. Não amo! E você sabe como eu quero amar e como amar vem primeiro, isto sim. Os dias corridos, aeroporto, hotel, aeroporto, hotel, amor. Ouvindo o barulho da chuva sem dizer uma palavra. Só dois minutos bem vividos, em quinze dias, no máximo dez minutos valeram a pena. O Macedo me procurando no balcão do hotel porque alguém tinha chegado sem malas, lá vai o Cláudio ligar para o LL, juro que um dia eu me perco. Mas depois vinham aqueles cinco minutos que valiam a pena, ah... trocava um dia de agora por um minuto daqueles! Conselhos amorosos de Laila e de Maria Morena. Maria Morena que ia e vinha de São Paulo pra fazer mil cursos (e nunca aprendia). Implorando pra que ela me levasse na mala e perdesse a mala, que a mala extraviasse e fosse parar ali na Inglaterra. vermelha Ali onde estou agora, oferecendo um dia por um minuto. Pura nostalgia, né, Mel. Pura nostalgia e você me conta dos eternos planos teatrais, toda vez que eu falo contigo você tem algum plano, acho graça. Ouvir a sua voz faz esta tarde fria ter graça. Te mando os cartões telefônicos quando puder, juro. Mando tudo o que você quiser, mando meu coração de amigo carente e chorão desde que você me prometa que vai trazer minha mala de volta. Aquele Cláudio Mala, mas Cláudio. Aquela época, o barulho do avião e dos teclados, as fofocas dos romances (ainda bem que naquele tempo não existia internet), e o dia em que o Macedo chegou de Floripa sem a tal mala vermelha, nunca fui tão feliz! Lembra, Mel, a mala foi parar em Bruxelas!!! Tem coisas que ficam no coração da gente, e a cara do Macedo ficou no meu coração vermelho-inferno! Coitado do Macedo. Deprimente, eu sei. Eternamente preso ao telefone, porque você não está perto de mim, onde quer que eu esteja. Dois pés fincados no futuro, e o corpo inteiro mergulhado no passado. Queria voar... (Aperta a folha seca que se desmancha nas mãos).