KELLY SOARES THAÍSE MORENA

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Transcrição da apresentação:

KELLY SOARES THAÍSE MORENA COLÔNIA CECILIA KELLY SOARES THAÍSE MORENA

COOPERATIVISMO Conforme consta no Dicionário Larousse da Língua Portuguesa (2004), a palavra cooperação, etimologicamente, vem do verbo latino Cooperari, de Cum e Cooperari, que significa operar juntamente com alguém. Sob o ponto de vista sociológico, cooperação é uma forma de integração social e pode ser entendida como ação conjugada em que as pessoas se unem, de modo formal ou informal, para alcançar o mesmo objetivo.

ANARQUISMO Anarquismo pode ser definido como uma doutrina que defende o fim de qualquer forma de autoridade e dominação (política, econômica, social e religiosa) que surgiu na metade do século XIX. O anarquismo é contrário a existência de governo, polícia, casamento, escola tradicional e qualquer tipo de instituição que envolva relação de autoridade. Defendem também o fim do sistema capitalista, da propriedade privada e do Estado. Defendem uma sociedade baseada na liberdade dos indivíduos, solidariedade (apoio mútuo), coexistência harmoniosa, propriedade coletiva, autodisciplina, responsabilidade (individual e coletiva) e forma de governo baseada na autogestão.

COLÔNIA CECÍLIA Colônia Cecília foi uma comuna experimental baseada em premissas anarquistas. Fundada em 1890, no município de Palmeira, no estado do Paraná, por um grupo de libertários mobilizados pelo italiano Giovanni Rossi. Tinha o objetivo de ser um laboratório social, buscando provar a exequibilidade da vida nos moldes anarquistas. Nos quatro anos de existência da colônia, sua população chegou a atingir cerca de 250 pessoas

COLÔNIA CECÍLIA

Dom PedroII HISTÓRICO D. Pedro II, graças à sua doença, é aconselhado pelos médicos a se tratar na Europa, e em 29 de abril de 1888, por intermédio do conde de Mota Maia, o Imperador tem conhecimento de uma hipotética experiência anarquista em país americano, onde o ideal de liberdade suporia amor livre, inexistência da propriedade privada, ausência de qualquer dogmatismo. Já em agosto, após o regresso ao Brasil, D. Pedro II escreve ao jovem professor, oferecendo-lhe oportunidade de efetivar, na região Sul brasileira, na Província do Paraná, a objetivação de seu ideal. Em 20 de fevereiro de 1890 zarparam em Gênova cerca de 150 anarquistas italianos. Chegando ao planalto dos campos gerais, instalaram-se no que seria o núcleo Cecília em abril de 1890.

HISTÓRICO O descontentamento de D. Pedro II com os resultados efetivos da política imigracionista brasileira em geral, e particularmente na província do Paraná. O desgaste internacional provocado por tal episódio pode ter sido a causa principal para que o Imperador, preocupado em demonstrar que o Brasil oferecia condições vantajosas aos imigrantes, em relação à Argentina e aos Estados Unidos, tenha concedido terras a elementos considerados "nocivos" à ordem política dominante na Itália. Seria correto afirmar que tal medida constituiria considerável ganho diplomático e poderia, ao mesmo tempo, provar que nosso país era realmente capaz de efetuar política imigratória idônea.

Giovanni Rossi Graduado em medicina veterinária pela escola de Pisa, com PósGraduação em Perúgia Perseguido por autoridades italianas. Rossi ficou tocado pelas condições de miséria e desinformação as quais os colonos italianos viviam. Imersos em crendices e a falta de cultura faziam dos colonos alvos fáceis de manipulação e exploração. Ficou impressionado ainda com a falta dos mais simples cuidados de higiene a sanidade, tanto pessoais quanto do trato com os animais. No Brasil, o destino de Rossi seria o Porto Alegre, Rio Grande do Sul, porém, devido a problemas de saúde de alguns companheiros, o pequeno grupo de seis pessoas (incluindo uma mulher) resolveram parar e instalar a colônia socialista no Paraná.

Giovanni Rossi Servindo-se do semanário Lo Sperimentale, de Bréscia, Rossi incitou intelectuais, obreiros e lavradores, à viagem experimental. Não descansava, propagando o anarquismo. Frequentando sedes de corporações operárias, aconselhando lavradores pressionados pelos desajustes econômicos da Itália, animando os temerosos, foi engrossando o número de interessados. Pequenos artesãos e intelectuais aderiram facilmente à ideia, alguns e outros desiludidos com as lutas cansativas pela unidade política italiana. Trezentos alqueires de terras - mais do que poderiam obter em qualquer região da Itália

DESENVOLVIMENTO Em 1892 a Colônia conta com aproximadamente 40 pessoas, número este que passa a crescer no final deste ano e permanece até o inicio de 1983. No fim de 1892 registra-se a chegada de outras famílias e instala-se na ocasião, uma oficina de calçados e outra de fabricação de barris. Em dezembro de 1892 a colônia contava com exatamente 84 habitantes.

Organização do trabalho Os colonos plantaram mais de oitenta alqueires de terra - em área que lhes fora cedida pelo Imperador Pedro II - e construíram mais de dez quilômetros de estrada, numa época na qual inexistiam máquinas, tratores ou guindastes de transporte de terras. Foram edificados o barracão coletivo, vinte barracões individuais, celeiros, a casa da escola, moinho de fubá, tanque de peixes, o pavilhão coletivo - que também abrigava o consultório médico - viveiro de mudas, poços, valos, pomar de peras, estábulos, além da grande lavoura de milho.

COMUNIDADE ANARQUISTA A imprescindível compra de trigo, fubá, feijão, carne, implicou em revisões de conceitos teorizantes de anarquismos, e a estratificação social que se fez. Quando a assembléia precisou delegar responsabilidades a alguém para gerir todo o dinheiro do núcleo, criou um estrato que seria, mais tarde, responsável em grande parte pelo fracasso da experiência.

Posses e direitos Entregues à agricultura, à edificação de casas, às tarefas educacionais, os anarquistas não dispunham de maior oportunidade de relacionamento com o meio externo. O núcleo consumia-lhes toda a atenção, e mostravam euforia nas ocupações. Giovani Rossi inicialmente supunha que a área de trezentos alqueires reservada à Colônia possuísse uma superfície bem delimitada, vizinhos conhecedores de seus direitos e respeitadores das confrontações estabelecidas. Sem a posse dos documentos que comprovassem a propriedade foi, no entanto, surpreendido por um terreno inculto, não medido, de vizinhos inconscientes do que lhes pertencia e, ainda, com o regime imperial extinto em nome da República.

DIFICULDADES Organização do trabalho Os componentes da imigração vinham precedidos de vocações profissionais. Os lavradores sentiriam dificuldades, acostumados a outro tipo de solo. O caso dos artesãos se tornava ainda mais complicado, sendo que a solução encontrada foi justamente dar-lhes tarefas aproximadamente similares às suas profissões. Concluídas as habitações individuais e coletivas, dividido racionalmente o trabalho, entre o contingente de mais de 150 pessoas, os anarquistas se depararam com um fato real: o milho, produto ideal para o cultivo naquelas circunstâncias, não nasce da noite para o dia. No começo, tiveram condições de subsistirem e laborarem a terra graças ao dinheiro que trouxeram, aos instrumentos de trabalho que adquiriram e à compra de sementes e mantimentos. No entanto, viram-se obrigados, mais tarde, a procurar tarefas que lhes proporcionassem o sustento até que pudessem viver tão somente das atividades do núcleo.

FRACASSO A produção agrícola foi razoável, dentro das previsões dos colonos, em 1890 e 1891. Pequena, mas compensadora ao que se plantou. No entanto, todos os esforços do núcleo foram concentrados na safra de 1893. Cem alqueires de chão foram plantados. Os anarquistas selecionaram trabalhadores para o corte do capim - futuro feno -, para a derrubada das espigas, para seu transporte até o pátio do celeiro. Empilhadas em gigantesco pavilhão, construído ao lado do barracão coletivo dos solteiros, as espigas de milho estavam preparadas para a venda. Gariga, misto de argentino e italiano, seria o responsável pelas negociações de venda do milho na cidade. Entregues ao trabalho de colheita, os anarquistas não pressentiram a desgraça iminente. O crupe, de caráter epidêmico, deixou cicatrizes nos barracões anarquistas. Sete crianças do núcleo anarquista faleceram. Todo o otimismo da comunidade havia sido arrasado. Rossi perdera duas filhas, e a estrutura dos espíritos estavam abaladas.

COLÔNIA CECÍLIA HOJE Este relevante trecho histórico, às vezes desconhecido e outros incompreendido, chega também hoje em dia à orgulhar parte da comunidade de Palmeira, até mesmo e secretaria de cultura adotou como símbolo do trajeto histórico-rural "Caminhos da Cecília“, rota que recebeu a visita de pessoas do mundo afora em busca do resgate memorial da única experiência anarquista da Améria Latina. Também a Câmara Municipal de Palmeira instituiu o Dia e Semana Comemorativa à Colônia Cecília, inclusive incluindo no Calendário Escolar do Município. Um verdadeiro empreendimento cultural que além de oferecer uma livraria anarquista, quadros e fotos da colônia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Consideramos que a Colônia Cecília não foi um fracasso. Se, materialmente, não atingiu tudo o que se exige de um aglomerado social, serviu, pela ação doutrinária e pelo trabalho de seus membros para consolidar valores. Afirma-se, antes, nas idéias germinadas, na tradição operária de lutas que criou e estimulou. Seus líderes não foram poucos, e cada anarquista deu sua contribuição efetiva ao movimento operário do Paraná, no fim do século.

REFERÊNCIAS http://www.ucpparana.edu.br/institucional/reacp/reacp_v1_n1_2011.pdf#page=78 http://impregnantes.blogspot.com/2009/01/palmeira-pr-colnia-ceclia.html http://web03.unicentro.br/especializacao/Revista_Pos/P%C3%A1ginas/3%20Edi%C3%A7%C3%A3o/Humanas/PDF/1-Ed3_CH-ColoniaCeci.pdf http://www.culturabrasil.org/cecilia.htm http://www.ifch.unicamp.br/ael/website-ael_publicacoes/cad-8/Artigo-1-p09.pdf http://www.astrovates.com.br/tese/cecilia.htm http://www.parana-online.com.br/editoria/almanaque/news/37010/?noticia=COLONIA+CECILIA+UM+PROJETO+ANARQUISTA+NO+PARANA