Parnaso-Simbolismo Prof. Marcos de Andrade.

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Transcrição da apresentação:

Parnaso-Simbolismo Prof. Marcos de Andrade

O Parnasianismo Surgimento: França, década de 1860 (Le Parnasse Contemporain) - Brasil, década de 1880 (Fanfarras, de Teófilo Dias) Características: Reação à poesia romântica (tentativa de poesia realista) Objetividade e impassibilidade do poeta Culto à forma, entendida como métrica, rima e versificação Utilização de fórmulas poéticas fixas como o soneto Arte pela arte: a arte só tem compromisso com sua beleza Temas principais: Antigüidade greco-romana; discussão sobre a própria poesia; descrição de cenas da natureza e de objetos.

Parnasianismo no Brasil · Literatura descompromissada das elites Literatura “sorriso da sociedade” · Ampla dominação cultural paransiana (1882-1922) que desencadeia, por oposição, a Semana de Arte Moderna. Autores: Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira

A tríade parnasiana 1) Olavo Bilac (Tarde, Poesias, Via-láctea, Sarças de fogo) Temas principais: Natureza - Pátria - Antigüidade greco-romana - Amor sensual e amor platônico - Questionamento da própria poesia. Características básicas: Rigidez métrica e luta pela perfeição formal - Desvios na objetividade parnasiana, resultantes de uma pretensa "herança romântica" que se traduz em temas subjetivos como o amor (seja o erótico, seja o platônico) e o nacionalismo. Poemas mais conhecidos: Profissão de fé - In extremis - O caçador de esmeraldas

A tríade parnasiana 2) Raimundo Correia (Meridionais) Temas principais: Natureza - Melancolia da existência. Características básicas: Recursos visuais (plásticos) e sonoros na confecção dos versos - Tentativa de um sentido filosofante na poesia em geral. Poemas mais conhecidos: As pombas - Mal secreto

A tríade parnasiana 3) Alberto de Oliveira Temas principais: Natureza - Descritivismo de objetos Característica básica: Adesão completa e rígida a todos os princípios do movimento Poemas mais conhecidos: Vaso Grego e Vaso Chinês

O Simbolismo Surgimento: França, 1880 (Le Parnasse Contemporain), com Baudelaire, Verlaine, Mallarmé e Rimbaud Características: Reação subjetivista ao descritivismo parnasiano Abandono das fórmulas poéticas rígidas A poesia deve ser um processo de sugestões (sugerir = não dizer, não nomear) Sugestão através de símbolos, de metáforas originais, de uma linguagem cifrada Sugestão através da musicalidade da linguagem (uso de aliterações) Culto do mistério, do espiritualismo e do misticismo Descoberta das camadas profundas da vida psíquica Domínio do vago, do obscuro, do nebuloso, do inefável

Simbolismo no Brasil - Movimento surgido em províncias intelectualmente sem importância, na época: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais - Pequena ressonância na época e forte influência (dos simbolistas europeus) nos anos de 1910, 20 e 30 sobre as obras de Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Mário Quintana e Vinícius de Moraes

Simbolistas Brasileiros 1) CRUZ E SOUSA Missal - Broquéis - Faróis - Evocações - Últimos sonetos Temas básicos: - A obsessão pela cor branca - O erotismo sublimado - O sofrimento da condição negra - O sofrimento da condição humana - Espiritualização e religiosidade - Linguagem metafórica e musical

Simbolistas Brasileiros 2) ALPHONSUS DE GUIMARAENS Câmera ardente - Dona Mística – Septenário das dores de Nossa Senhora Temas básicos: - A morte da noiva - A sublimação da perda da noiva através do misticismo religioso - A paisagem fantasmagórica das cidades mineiras - Linguagem de rica musicalidade e, por vezes, litúrgica.

Cruz e Sousa - Antífona Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas! Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras Formas do Amor, constelarmante puras, De Virgens e de Santas vaporosas... Brilhos errantes, mádidas frescuras E dolências de lírios e de rosas ...

Indefiníveis músicas supremas, Harmonias da Cor e do Perfume Indefiníveis músicas supremas, Harmonias da Cor e do Perfume... Horas do Ocaso, trêmulas, extremas, Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume... Visões, salmos e cânticos serenos, Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes... Dormências de volúpicos venenos Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...

Infinitos espíritos dispersos, Inefáveis, edênicos, aéreos, Fecundai o Mistério destes versos Com a chama ideal de todos os mistérios. Do Sonho as mais azuis diafaneidades Que fuljam, que na Estrofe se levantem E as emoções, todas as castidades Da alma do Verso, pelos versos cantem.

Que o pólen de ouro dos mais finos astros Fecunde e inflame a rima clara e ardente... Que brilhe a correção dos alabastros Sonoramente, luminosamente. Forças originais, essência, graça De carnes de mulher, delicadezas... Todo esse eflúvio que por ondas passa Do Éter nas róseas e áureas correntezas...

Cristais diluídos de clarões alacres, Desejos, vibrações, ânsias, alentos Fulvas vitórias, triunfamentos acres, Os mais estranhos estremecimentos... Flores negras do tédio e flores vagas De amores vãos, tantálicos, doentios... Fundas vermelhidões de velhas chagas Em sangue, abertas, escorrendo em rios...

Tudo! vivo e nervoso e quente e forte, Nos turbilhões quiméricos do Sonho, Passe, cantando, ante o perfil medonho E o tropel cabalístico da Morte... (Cruz e Sousa)

Cruz e Sousa – Violões que choram Ah! plangentes violões dormentes, mornos, Soluços ao luar, choros ao vento… Tristes perfis, os mais vagos contornos, Bocas murmurejantes de lamento. Noites de além, remotas, que eu recordo, Noites da solidão, noites remotas Que nos azuis da Fantasia bordo, Vou constelando de visões ignotas.

Sutis palpitações a luz da lua, Anseio dos momentos mais saudosos, Quando lá choram na deserta rua As cordas vivas dos violões chorosos. Quando os sons dos violões vão soluçando, Quando os sons dos violões nas cordas gemem, E vão dilacerando e deliciando, Rasgando as almas que nas sombras tremem.

Harmonias que pungem, que laceram, Dedos Nervosos e ágeis que percorrem Cordas e um mundo de dolências geram, Gemidos, prantos, que no espaço morrem… E sons soturnos, suspiradas magoas, Mágoas amargas e melancolias, No sussurro monótono das águas, Noturnamente, entre ramagens frias.

Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Tudo nas cordas dos violões ecoa E vibra e se contorce no ar, convulso… Tudo na noite, tudo clama e voa Sob a febril agitação de um pulso.

Que esses violões nevoentos e tristonhos São ilhas de degredo atroz, funéreo, Para onde vão, fatigadas do sonho Almas que se abismaram no mistério. [...] (Cruz e Sousa)

Cruz e Sousa

Braços – Cruz e Sousa Braços nervosos, brancas opulências,  brumais brancuras, fúlgidas brancuras,  alvuras castas, virginais alvuras,  lactescências das raras lactescências.   As fascinantes, mórbidas dormências  dos teus abraços de letais flexuras,  produzem sensações de agres torturas,  dos desejos as mornas florescências.   Braços nervosos, tentadoras serpes que prendem, tetanizam como os herpes,  dos delírios na trêmula coorte ...   Pompa de carnes tépidas e flóreas,  braços de estranhas correções marmóreas, abertos para o Amor e para a Morte!

Ismália – Alphonsus de Guimaraens Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar...

E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar... E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar... (Alphonsus de Guimaraens)

AEIOU – Alphonsus de Gumaraens Manhã de primavera. Quem não pensa Em doce amor, e quem não amará? Começa a vida. A luz do céu é imensa... A adolescência é toda sonhos. A. O luar erra nas almas. Continua O mesmo sonho de oiro, a mesma fé. Olhos que vemos sob a luz da lua... A mocidade é toda lírios. E. Descamba o sol nas púrpuras do ocaso. As rosas morrem. Como é triste aqui! O fado incerto, os vendavais do acaso... Marulha o pranto pelas faces. I. A noite tomba. O outono chega. As flores Penderam murchas. Tudo, tudo é pó. Não mais beijos de amor, não mais amores... Ó sons de sinos a finados! O. Abre-se a cova. Lutulenta e lenta, A morte vem. Consoladora és tu! Sudários rotos na mansão poeirenta... Crânios e tíbias de defunto. U.

A Catedral – Alphonsus de Guimaraens Entre brumas ao longe surge a aurora, O hialino orvalho aos poucos se evapora, Agoniza o arrebol. A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece na paz do céu risonho Toda branca de sol. E o sino canta em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!" O astro glorioso segue a eterna estrada. Uma áurea seta lhe cintila em cada Refulgente raio de luz. A catedral ebúrnea do meu sonho, Onde os meus olhos tão cansados ponho, Recebe a benção de Jesus. E o sino clama em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

Por entre lírios e lilases desce A tarde esquiva: amargurada prece Poe-se a luz a rezar. A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece na paz do céu tristonho Toda branca de luar. E o sino chora em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!" O céu e todo trevas: o vento uiva. Do relâmpago a cabeleira ruiva Vem acoitar o rosto meu. A catedral ebúrnea do meu sonho Afunda-se no caos do céu medonho Como um astro que já morreu. E o sino chora em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

Bons Estudos!!! Prof. Marcos de Andrade