Espiritualidade é o tema da agenda religiosa nesta virada de milênio

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Transcrição da apresentação:

A TEOLOGIA LEVA A PROFUNDIDADE ESPIRITUAL Bispo. Divino Eterno da Silva

Espiritualidade é o tema da agenda religiosa nesta virada de milênio Espiritualidade é o tema da agenda religiosa nesta virada de milênio. Em todos os encontros, debates e discussões ela está presente.

I - O QUE NÃO É ESPIRITUALIDADE

A – SER LEGALISTA NÃO É ESPIRITUALIDADE

B - FAZER CARA DE PIEDOSO NÃO É ESPIRITUALIDADE

C - TER LINGUAGEM EVANGELIQUÊS NÃO É ESPIRITUALIDADE ser espiritual não é ter uma linguagem do “evangeliquês”. ou viver com voz de choro, ou gritando como um desesperado. Ex. do Fariseu e o Publicano.

D- ESPIRITUALIDADE NÃO É RELIGIOSIDADE. Algumas pessoas confundem espiritualidade com religiosidade. Não é a mesma coisa

A religiosidade pode levar aos extremos, chegando até ao fanatismo religioso.Tornando-se intransigentes e intolerantes para com aqueles que não professam a mesma religião ou tem a mesma fé.

II- O QUE É ESPIRITUALIDADE?

O senso comum das Igrejas define espiritualidade das formas mais diversas. Desde as formas mais sobrenaturais até outras que são impossíveis de serem catalogadas.

No entanto, à luz da Bíblia e da história da cristandade, Espiritualidade é a expressão exterior e corporal da fé interior motivada pelo Espírito Santo.

Espiritualidade inclui a fé, o exercício espiritual e o estilo de vida do cristão. Trata-se, portanto, da vivencia da fé sob as condições da vida cotidiana, abrangendo as dimensões individual, familiar, comunitária e social. (Novo dicionário de Teologia: Espiritualidade).

III- ESPIRITUALIDADE NA HISTÓRIA No Novo Testamento: Espiritualidade de Jesus Neotestamentária

A – A ESPIRITUALIDADE DE JESUS

Era expressa através do ouvir, orar, compartilhar, testemunhar e agir Era expressa através do ouvir, orar, compartilhar, testemunhar e agir. Podemos observar isso nos passos de Jesus conforme descritos nos evangelhos e também na forma como ele vivia. Convivia com a Samaritana, almoçava com o publicano.

B - NEOTESTAMENTÁRIA Após a morte de Jesus e o acontecimento do pentecostes, os discípulos de Jesus iniciam uma nova forma de Espiritualidade fortemente doxológica e eclesiástica. Doxológica por conta da sempre afirmação do credo: "Jesus Cristo é o Senhor“, E eclesiástica pois também se expressava no culto e na comunhão dos cristãos (At. 2. 42-47).

C - OUTROS TIPOS DE ESPIRITUALIDADE NO DECORRER DA HISTÓRIA.

Espiritualidade ascético-monástica Durante os anos de perseguição, a Igreja precisava estar escondida; afastada do mundo (anacorese). No entanto, quando da secularização da Igreja, esconder-se não era mais necessário.

Com o fim do martírio, a prática tornou-se nova ênfase (ascese) Com o fim do martírio, a prática tornou-se nova ênfase (ascese). A soma da ascese e anacorese, criou uma espiritualidade anacoreta/cenobita (ermitões e conventuais) que buscava a harmonia entre corpo e alma através da experiência do Sagrado (paz de coração).

Espiritualidade Bíblico-meditativa Formas básicas de expressão: ruminatio e lectio divina. Na ruminatio, o fiel recitava em voz baixa, durante o dia, textos bíblicos avulsos. Espera-se que o poder da Palavra, por si só, faça algo no fiel.

Espiritualidade da Reforma Lutero resgata a idéia da espiritualidade Lectio Divina. os degraus ficam denominados dessa forma: Oratio, Meditatio e Tentatio. A pessoa se prepara espiritualmente para viver as ambigüidades da vida. Como vemos, é uma espiritualidade comunitária.

Espiritualidade Fundamentalista nasceu para "defender o mundo" do liberalismo teológico. Por isso a defesa da Autoridade e Inerrância da Bíblia fazem parte da espiritualidade desse grupo.

Espiritualidade Carismática Este tipo de espiritualidade está espalhado em várias igrejas, sobretudo nas pentecostais e neopentecostais. Hoje, cada dia mais, tem ganho espaço nas igrejas históricas.

Espiritual é aquele que é batizado no Espírito Santo; que possui os dons espetaculares (glossolalia, cura e profecia). Paulo Afonso Butzke coloca também como expressões do carismatismo a Teologia da Prosperidade e a centralidade da música no culto.

4- EXEMPLO BIBLICO DE ESPIRITUALIDADE

A Parábola do Bom Samaritano. Lc.10:30-37 Jericó no tempo de Cristo, Geografia de Jericó. Estradas, caminhantes, sacerdotes, levitas e salteadores.

A-SACERDOTE E DEPOIS O LEVITA. Modelos de espiritualidade: A-SACERDOTE E DEPOIS O LEVITA.

Leis acerca dos Sacerdotes. Ora, esses senhores fizeram o que parecia certo, o que era mais lógico. Devem ter pensado: “Esse que está aí no chão pode ser um estrangeiro e pode me contaminar e impedir-me de realizar minhas funções.

pode estar morto e, neste caso, nada poderei fazer mesmo para ajudá-lo. se esse sujeito se aventurou a viajar por estas passagens desacompanhado, é um irresponsável e imprudente teve, portanto, o que merecia. Pensando bem, isso aqui bem pode ser uma emboscada. a lógica e o bom senso sugeriam a esses senhores que não haveria nada mais inteligente a fazer, a não ser dar o fora dali o mais rápido possível.

B- O SAMARITANO Aproxima-se do perigo. Corre todos os riscos e detém-se a cuidar dos seus: ferimentos

• Ele esqueceu-se de si mesmo, Atitudes do Samaritano. (Espiritualidade?) Amor anti-faccioso: • Ele esqueceu-se de si mesmo, •Foi preciso estar perto do necessitado, tomar sua carga Is41:6.

- Compaixão sacrificiosa: • Não olhou para o preconceito, raça, religião, nível cultural • Não sentiu um mero sentimento religioso ou social, teve compaixão Arriscou-se, quebrou preceitos, rompeu com o bom senso, desperdiçou suas reservas de medicamentos e ataduras, perdeu tempo. - Liberalidade: • Pagou dois denários, o equivalente a dois dias de trabalho.

5 -UMA ESPIRITUALIDADE MAIS TEOLÓGICA Por uma espiritualidade mais teológica, reconhecemos que necessitamos de: A- Uma espiritualidade trinitária. A doutrina da Trindade é o fundamento para uma espiritualidade cristã e teologicamente bíblica. Ela nos revela um Deus que nos convida para participar da comunhão que o Pai, Filho e Espírito Santo gozam desde toda a eternidade. É por meio da doutrina da Trindade que entendemos a natureza da pessoa e da espiritualidade cristã.

B- Uma espiritualidade cristocêntrica. O propósito da espiritualidade cristã é o nosso crescimento em direção a Cristo, ser conformados à imagem de Jesus Cristo. Para Paulo isto significa caminhar em direção à perfeita varonilidade, à medida de estatura de Cristo. Ele mesmo afirma que a vida encontra-se oculta em Cristo e, por esta razão, devemos buscar as coisas do alto onde Cristo vive. O fim da espiritualidade cristã esta numa humanidade madura e completa em Cristo

C- Uma espiritualidade comunitária. A conversão é a transformação do individuo em pessoa. O individuo é o ser encapsulado em si mesmo, que se realiza na auto promoção, é narcisista, concebe a liberdade apenas em termos de autonomia e independência. A pessoa é o ser em comunhão, que se realiza nas relações de afeto e amizade, é altruísta, concebe a liberdade em termos de entrega , obediência e amor auto doado.

D- Uma espiritualidade centrada na Palavra de Deus. o propósito da espiritualidade cristã é o nosso crescimento em Cristo. É o processo no qual somos transformados pela Palavra de Deus, participando cada vez mais da vida em Cristo.

Portanto, a vida espiritual não é um processo de ajuste aos valores sociais dominantes, mas um caminho que envolve crise e transformação, onde a tensão entre a Palavra de Deus e o mundo estarão sempre presentes.

E- Uma espiritualidade missionária. A igreja não tem uma missão que seja sua própria, ela participa na “Missio Dei” Oração e missão precisam caminhar juntas. Frequentemente confundimos os nossos conceitos com os de Deus, achamos que temos uma missão, que conhecemos a natureza da justiça e do direito divino.

6-TEOLOGIA MAIS ESPIRITUAL A- Precisamos de uma teologia que nos desperte para um relacionamento pessoal e verdadeiro com Deus. Noutras palavras, uma teologia que nos aponte o caminho da oração, que seja mais pessoal e afetiva, e não apenas acadêmica. Uma teologia que não nos motive para a oração, certamente não cumpre com seu papel.

B- Deus nos chama para participarmos da eterna comunhão que o Pai, o Filho e o Espírito Santo gozam. Este relacionamento é a razão primeira e última da teologia. “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.” Este era o fim da teologia, a razão de ser dos mandamentos e dos profetas..

C- Uma teologia mais espiritual deve também resgatar a figura do “santo” e do “sábio” ao invés de valorizar apenas o “teólogo” ou o “PhD”.

Jesus foi um Mestre que não apenas expunha as Escrituras e revelava a natureza do Pai, como também expunha o espírito humano e revelava os segredos mais íntimos do coração. Jesus era um santo, um sábio, um mestre, um mentor.

D- Uma teologia mais espiritual deve nos conduzir a dar mais valor aos acontecimentos simples e rotineiros e não apenas aos grandes e glamorosos. Eugene Peterson diz que temos uma tendência a olhar para a vida com a ótica jornalística. Buscamos o grande, valorizamos o extraordinário, exaltamos o glamoroso.

Mas as páginas dos evangelhos e as melhores tradições cristãs nos ensinam que a graça de Deus atua nos acontecimentos simples e rotineiros do dia-a-dia.

Precisamos de uma teologia que nos ajude a perceber e valorizar aquilo que Deus está realizando em nós.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS. 1 - Espiritualidade e Qualidade de Vida. Evilázio Francisco Borges T. Marisa Campio Muller Juliana Dors Tigre da Silva. Edipucrs. Porto Alegre 2004 2 - Uma conversa sobre espiritualidade. Francisco Thiago e Luis Fernando 3 - Espiritualidade e Espiritualidades por Rev. Ricardo Barbosa de Souza. http://www.monergismo.com/textos/vida_piedosa/espiritualidade.htm 4 - Novo dicionário de Teologia: Espiritualidade 5 - Renovare Brasil. Anacorese. http://www.renovare.org.br/default.aspx?code=104 6 - O melhor da Espiritualidade Brasileira, organizado por Nelson Bomilcar. Editora Mundo cristão, São Paulo 2005. 7- Leonardo Boff. Espiritualidade. Um caminho de transformação. Editora Sextante 2006.